Os mesmos petardos jurídicos disparados do Supremo Tribunal Federal (STF)
por Joaquim Barbosa, presidente eleito da Corte e relator da Ação Penal
470, contra os principais líderes do Partido dos Trabalhadores (PT),
partem agora na direção dos envolvidos na origem do escândalo que
recebeu o apelido de ‘mensalão tucano’. O advogado Dino Miraglia, de
Belo Horizonte, procurou a Assembleia Legislativa de Minas Gerais para
pedir proteção à vida dele e de seu cliente, Nilton Antonio Monteiro,
após peticionar ao Supremo para que estabeleça a conexão entre o caso
conhecido como ‘lista de Furnas’ e o ‘mensalão tucano’, iniciado por
Marcos Valério durante o governo do hoje senador Eduardo Azeredo
(PSDB-MG).
Em linha com o estilo do ministro Barbosa de
detalhar as peripécias de Valério e seus cúmplices no ‘mensalão
petista’, o caso da ‘lista de Furnas’, contido no inquérito 3530 do STF,
acusa tucanos de alta plumagem, entre eles Azeredo, Clesio Andrade e
Walfrido dos Mares Guia, de crimes como assassinato, explosões,
incêndios, perseguições e até o suborno de magistrados da própria Corte
Suprema. Compra de votos, no caso, seria o menor dos pecados cometidos
pela quadrilha mineira. Segundo Miraglia, fitas transcritas do
depoimento de outro advogado, Joaquim Engler Filho – então ligado ao
PSDB mineiro – ao delegado João Otacílio Silva Neto, no Departamento
Estadual de Operações Especiais da Polícia Civil de Minas Gerais, em 24
de janeiro de 2008, “comprovam o esquema montado para abafar o ‘mensalão
mineiro”.
– As fitas transcritas com o depoimento de Engler
Filho, que integram o inquérito 3530, denunciam a atuação do grupo
político ligado ao PSDB mineiro e nacional, na tentativa de calar o
denunciante do ‘mensalão tucano’, Nilton Monteiro. Ele foi igualmente
responsável por trazer a público a ‘lista de Furnas’, comprovando o
esquema montado por Dimas Fabiano, ex-dirigente da empresa estatal, para
favorecer e financiar candidatos e campanhas eleitorais do PSDB. Nossa
petição foi para que este inquérito seja juntado à Ação Penal 536, que
comprova a ação ilícita ocorrida em Minas Gerais durante a gestão tucana
– afirmou Miraglia ao Correio do Brasil.
Para o advogado, o acordo de Marcos Valério para
obter vantagens jurídicas com a ‘delação premiada’ não está no âmbito da
AP 470, que julga o ‘mensalão petista’, mas na AP 536, da qual Barbosa
também é relator.
– O Marcos Valério está entregando todo mundo do PSDB.
O esquema todo, para se livrar das penas que deverá receber quando esta
ação for julgada. Quanto ao ‘mensalão petista’ não há mais muito o que
fazer, mas na ação contra os tucanos, ele está contando tudo o que sabe.
Minas está em polvorosa, porque a AP 536, após a juntada do inquérito
3530, transforma-se em um vendaval, capaz de revelar em detalhes toda a
corrupção e demais crimes cometidos pelo alto escalão da República, na
época do governo do presidente Fernando Henrique Cardoso – relata
Miraglia.
Leia a íntegra desta matéria na Edição Digital do Correio do Brasil
http://wwwterrordonordeste.blogspot.com.br/
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