sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Soldado dos EUA Bradley Manning alega culpa parcial no caso do WikiLeaks 09/11/2012


Manifestação de apoio a Bradley Manning em São Francisco| Foto: Bradley Manning Support Network/Divulgação
Da Redação
Bradley Manning, o soldado estadunidense que pode ser sentenciado à prisão perpétua pelo vazamento de centenas de informações estatais secretas para o WikiLeaks, indicou publicamente que se responsabiliza parcialmente pela transmissão de algumas informações ao site.
O advogado da defesa, David Coombs, anunciou em um audiência previa ao julgamento militar a intenção do soldado de admitir parcialmente a culpa por algumas das acusações contra ele feitas pelo governo dos Estados Unidos. Esta é a primeira vez que o agente de inteligência afirmou publicamente ter participado de alguma forma no vazamento de arquivos confidenciais de seu país.
A declaração é tecnicamente definida como “admissão de culpa com exceções e substituições”. Ao optar por esta via jurídica, Manning não está assumindo culpa por nenhuma das 22 acusações contra ele, nem tentando uma barganha por isso, mas pendido à Corte para julgar se o seu pedido de culpa parcial é válido/aplicável no/ao processo. O advogado delimitou a proposta em um pronunciamento postado em seu site após a audiência.
Mesmo que o juiz aceite o pedido de Manning, os promotores militares ainda podem imputar-lhe todas as 22 acusações. Caso isso ocorra, um julgamento completo seguirá no próximo ano. Neste caso, Manning continuará encarando a mais grave das acusações que recaem sobre ele, de “ajuda ao inimigo”, cuja pena máxima é prisão perpétua sob custódia militar, sem chance de apelação.
O início do julgamento está marcado para o dia 4 de fevereiro, e sua duração prevista é de seis semanas. Esta semana, o acusado anunciou sua decisão de enfrentar o julgamento de um juiz apenas, sem participação de júri.
O que Manning admite ainda não está totalmente claro. Poderia ser a responsabilidade por parte dos documentos entregues ao WikiLeaks, mas não todos. Ou de alguma forma de transferência eletrônica de alguns dos dados, não todos.
Coombs, o advogado, em nenhum momento alegou que Manning não tivesse algum tipo de ligação com o site criado por Julian Assange. Ao invés diso, ele concentrou seus esforços em apontar inconsistências nas acusações do governo e expor a falta de cuidados oferecidos ao soldado por seus superiores enquanto ele trabalhava como agente de inteligência em uma base de operações táticas nos arredores de Bagdá.
Com informações do The Guardian

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