A pedido norte-americano, UE adia etiquetagem de produtos de colônias israelenses
Para secretário John Kerry, medida poderia atrapalhar retomada das negociações de paz; palestinos protestam
A UE (União Europeia) adiou a decisão de etiquetar os produtos oriundos das colônias israelenses na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental. A postergação da medida se deve a um pedido feito pelo secretário de Estado norte-americano, John Kerry.
A informação é do jornal israelense Haaretz, que cita fontes diplomáticas europeias e israelenses não identificadas.
Segundo o jornal, a medida, que deveria ser aprovada pelos ministros de relações exteriores dos países-membros da União Europeia, deverá ser referendada somente no fim do mês de junho.
Kerry, que tenta retomar as negociações de paz entre israelenses e palestinos, interveio, a pedido de Israel, através da alta secretária de Relações Exteriores e Políticas de Segurança da UE, a britânica Catherine Ashton.
Os diplomatas europeus citados pelo Haaretz dizem que os norte-americanos acreditam que a aplicação dessa medida poderia atrapalhar a retomada das negociações entre os dois lados.
O adiamento provocou revolta em dirigentes palestinos. A dirigente da OLP (Organização pela Libertação Palestina) Hanane Achraoui disse que o governo israelense “recrutou os norte-americanos para servir aos sues interesses e se livrar de qualquer responsabilidade por seus atos ilegais, contrários às exigências de paz. Tudo isso confirma a falta de credibilidade dos norte-americanos no processo de negociação”, disse a dirigente.
No último mês de abril, 13 ministros de Relações Exteriores europeus, entre eles o britânico William Hague e o francês Laurent Fabius, se disseram prontos para apoiar o etiquetamento, uma medida que permitiria aos consumidores europeus a decidirem se querem ou não comprar produtos provenientes de territórios palestinos ocupados. As colônias na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental são consideradas ilegais pelo direito internacional.
Israel se recusa a etiquetar produtos de suas colônias, fornecendo apenas os códigos postais de origem.
Em outubro de 2012, um relatório realizado por 22 ONGs mostrava que o bloco importava, por ano, cerca de 15 vezes mais das colônias do que produtos de origem genuinamente palestina (ou 230 milhões de euros contra apenas 15 milhões).
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