O governador de São Paulo, Geraldo
Alckmin, está espremido e ensanduichado; em 2014, ele enfrentará a
oposição não só do PT (provavelmente com Alexandre Padilha), mas também
do PSD, que acaba de ingressar na base governista e lançará o
ex-prefeito Gilberto Kassab ao Palácio dos Bandeirantes; enquanto o
campo político se torna mais estreito, ele também enfrenta a onda de
insegurança, que pode contribuir para o fim do ciclo de vinte anos de
poder do PSDB em São Paulo
247 - Ensanduichado, espremido e
pressionado pela debandada de aliados, o governador de São Paulo,
Geraldo Alckmin, nunca correu tantos riscos como agora. Ontem, no dia em
que foi oficializado o convite para que seu vice, Guilherme Afif
Domingos, assumisse a Secretaria da Micro e Pequena Empresa, selando,
assim, o ingresso do PSD, de Gilberto Kassab, na base aliada do governo
federal, Alckmin elogiou a presidente Dilma Rousseff pela escolha.
No entanto, por trás das aparências, o governador tucano
sofreu um duro golpe e ele sabe que não terá o PSD como aliado, na
disputa à reeleição, em 2014. O ex-prefeito Gilberto Kassab será
candidato ao Palácio dos Bandeirantes e já comunicou sua decisão a José
Serra, seu padrinho político. Mais: Kassab também fechou um acordo com o
ex-presidente Lula, que já começa a sentir o cheiro de vitória em São
Paulo. PSD e PT estarão juntos no segundo turno, seja com Kassab, seja
com o candidato petista, que, provavelmente, será o ministro da Saúde,
Alexandre Padilha.
Kassab sabe que precisa se lançar a um cargo majoritário,
em São Paulo, para ajudar a eleger uma bancada forte na Câmara dos
Deputados. Mesmo que perca, sua força política dependerá do tamanho do
PSD em 2014, quando ele estará livre para pleitear espaços mais nobres
na Esplanada dos Ministérios. E, com Alckmin, ele já avisou que não há
espaço para nenhum tipo de composição.
Isolado politicamente, o governador paulista enfrentará,
em 2014, sua mais dura eleição. Terá contra ele um PT fortalecido pelas
vitórias em várias prefeituras importantes em 2012, como São Paulo,
Osasco, Guarulhos, São Bernardo e São José dos Campos, o PMDB, que
pretende lançar Paulo Skaf, presidente da Fiesp, e um PSD turbinado por
um ministério.
Se isso não bastasse, os crescentes índices de violência
em São Paulo podem também contribuir para o fim de um ciclo de vinte
anos do PSDB em São Paulo. Curiosamente, foi o próprio Afif quem afirmou
que o estado vive uma "violência epidêmica", depois que sua filha foi
vítima de assalto, no bairro do Morumbi.
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