RIA Novosti
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Não esquecer as lições trágicas do passado para evitar erros no futuro – foi isso ao que o primaz da Igreja Ortodoxa Russa exortou os cidadãos da Rússia. O patriarca Kirill encontra-se na cidade de Ekaterinburgo, na região dos Urais, onde nestes dias se realizam celebrações solenes por ocasião do 400º aniversário da casa imperial Romanov.
Embora
a palavra “celebrações”, talvez, não seja politicamente correta em
relação a Ekaterinburgo, porquanto precisamente nesta cidade foi
fuzilado, em julho de 1918, o último imperador russo, Nicolau II, junto
com sua família e as pessoas mais chegadas. A memória daqueles
acontecimentos trágicos permanece viva. Entre os lugares emblemáticos de
Ekaterinburgo constam a igreja memorial que se erige no local
anteriormente ocupado pela casa, no porão da qual foi fuzilada a família
do czar, e também a antiga mina para onde foram jogados seus restos
mortais.
Para
sermos exatos, no ano de 2013 são comemorados três aniversários ligados
aos Romanov. Há 400 anos, Mikhail Fiodorovitch foi ascendido ao trono,
tornando-se o primeiro czar da dinastia Romanov. Há 145 anos, em 19 de
maio de 1868, nasceu Nicolau II, o último imperador russo da dinastia
Romanov. E, por último, há 95 anos, na noite de 16 para 17 de julho de
1918, ele foi assassinado. A confluência destes três aniversários em
2013, segundo acredita o patriarca Kirill, é um determinado sinal para
nossa sociedade contemporânea e o Estado.
“Isso
nos proporciona o ensejo para reflexionar sobre a história de nossa
pátria, a tragédia de nosso povo, e de voltar a evocar mais uma vez a
façanha espiritual do imperador Nicolau II e de sua família, a façanha
que se manifestou em aceitarem a morte de forma como a deve aceitar todo
cristão. Sem ódio e em paz, perdoando aos inimigos, em plena humildade e
entregando a alma e o corpo seu nas mãos do Senhor.”
Os
eventos que estão sendo realizados agora, têm importância não só para
Ekaterinburgo mas também para toda a Rússia, acredita Olga
Kulikovskaya-Romanova, viúva do sobrinho do último imperador e,
portanto, representante da casa imperial, que nestes dias também se
encontra em Ekaterinburgo.
“Venho
aqui cada vez com o coração oprimido, mas percebo que estar aqui é um
dever meu. Foi aqui que ocorreu a grande tragédia da Rússia que está
sendo, pouco a pouco, redimida com cada ano que passa. As pessoas
começam a arrepender-se pelo acontecido, a conscientizar-se de como nós
perdemos aquela Rússia. Agora, todos nós devemos colaborar para o
renascimento da Rússia. Acho que os eventos comemorativos do ano em
curso serão um primeiro passo em direção a este objetivo.”
As
solenidades dedicadas ao 400º aniversário da casa Romanov que decorrem
em 2013 em diferentes cidades da Rússia e em outros países do mundo,
constituem um passo necessário para a recuperação da justiça histórica e
a renascença do poderio e da força da Rússia, disse em conclusão
Kulikovskaya-Romanova.
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