quinta-feira, 9 de maio de 2013

Pesquisa aponta que 44% dos professores de SP já sofreram agressão nas escolas 09/05/2013


Fernanda Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Um levantamento feito com professores da rede estadual de ensino mostrou que 44% deles já sofreram algum tipo de violência nas escolas. Contratada pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), a pesquisa foi feita em 167 cidades entre janeiro e março deste ano.
Do total de professores que relataram ter sido vítimas de violência, 39% disseram ter sofrido agressão verbal, 10% assédio moral, 6% bullying e 5% disseram ter sofrido agressão física. “Isso é crescente e você não vê um recuo, pelo contrário. Tornou-se corriqueira a questão da violência na escola e acaba que você, ao longo do tempo, não vê uma diminuição desses números”, disse Maria Izabel Azevedo Noronha, presidente da Apeoesp.
Conforme o estudo, 42% dos professores disseram ter presenciado alunos sob efeitos de drogas e 29% afirmaram ver tráfico de drogas nas escolas. Além disso, 57% consideram violentas as escolas onde lecionam. Entre aqueles que trabalham em instituições no centro das cidades, 45% acham as escolas perigosas. Já os que atuam na periferia mostraram maior apreensão com a violência, 63% dos casos.
As principais vítimas são os professores homens, que lecionam no ensino médio. Disseram ter sofrido violência 65% deles, enquanto as mulheres representam 45% das vítimas. A maioria dos educadores (74%) acredita ainda que falta de respeito e de valores é a principal causa de violência nas escolas. Outros 49% apontaram ausência de educação em casa e 47% culparam a desestruturação familiar.
Para Maria Izabel, os números sobre violência nas escolas servem para justificar o alto número de educadores doentes. “Se eu casar a pesquisa da violência nas escolas com a pesquisa do adoecimento dos professores, fica claro que o grau de síndrome do pânico, estresse, advêm da agressão verbal, do assédio moral que eles sofrem nas escolas. Então, cresce o número de licenças médicas e isto acaba fazendo com que o professores se afastem”, disse.
Edição: Carolina Pimentel
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