Unidade de saúde passará a ser gerida pela
administração pública no prazo de 90 dias; conquista inédita é fruto da
mobilização dos trabalhadores
José Francisco Neto,
da Redação
Depois de uma série de mobilizações, trabalhadores
do Ambulatório de Especialidades do Jardim Peri-Peri, na zona oeste de
São Paulo, conseguiram fazer com que a prefeitura se comprometa a
retomar a administração da unidade de saúde. O ambulatório é
administrado há quase dois anos pela Organização Social da Saúde (OSs)
da Fundação Faculdade de Medicina da USP (FFM).
Em reunião no dia 26 de julho, com a participação
dos 94 servidores da administração direta, os trabalhadores decidiram
cruzar os braços a partir do dia 29. Para impedir a greve, no mesmo dia a
prefeitura anunciou que romperia o contrato de administração da
terceirizada no prazo de 90 dias.
“É um momento histórico para a gente. Desde quando
as OSs foram implantadas no município de São Paulo, é a primeira vez
que conseguimos fazer com que uma mobilização dos trabalhadores
demonstrasse como não fazia sentido uma terceirizada ser responsável
pela administração de um serviço público”, diz João Gabriel, coordenador
regional do Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindsep).
O sindicalista afirma que, nesse tempo em que
esteve sob administração da terceirizada, o ambulatório passou por
sucateamento, que foi desde a falta de recursos humanos até a ausência
de materiais para atendimentos adequados.
“A unidade não colocou nenhum profissional da área
médica. Todos os profissionais que eles trouxeram eram profissionais
técnico-administrativos, e o único objetivo deles era fazer numeração de
dados. A população não percebia a manobra e ficava submetida a um
atendimento de fachada”, explica.
Com a conquista, o sindicato ressalta que novos
caminhos poderão ser abertos para o fim das privatizações nos serviços
públicos. “O exemplo e o momento devem ficar como instrumento de
motivação. Organizemos mais e mais companheiros para extinguirmos esse
modelo de gestão e parceria com as Organizações Sociais”, disse em nota o
Sindsep.
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