Siemens resolveu abrir a boca e mostrar as roubalheiras em São Paulo
Em maio desse ano, o governador de São Paulo, Geraldo
Alckmin (PSDB), fez um discurso em que criticou a impunidade no Brasil e
afirmou que; o "povo não sabe de um décimo do que se passa contra ele"
próprio.
Estaria o governador tucano fazendo uma
“mea-culpa” pelas CPIs abafadas durante todos os anos em que o PSDB
ocupou cargos de prefeito, governador e presidente?. Quando não
investigou a corrupção nas obras do metrô com a Siemens e Alston?.
A multinacional alemã Siemens sempre foi parceira dos
governos do PSDB e agora, denunciou ao Conselho Administrativo de Defesa
Econômica (CADE), órgão do Ministério da Justiça, formação de cartel entre
empresas para superfaturar licitações de equipamentos para o metrô de SP
com preços até 20% superiores aos de mercado.
No ano de 2010, o jornal Folha de São Paulo, publicou
diversas reportagens afirmando que, soube seis meses antes da divulgação
quem seriam os vencedores da licitação do metrô de São Paulo para
concorrência de lotes da linha 5 (Lilás)
A licitação foi aberta em outubro de 2008, quando o
governador de São Paulo era José Serra (PSDB) --ele deixou o cargo no
início de 2010 para disputar a Presidência da República.
Em seu
lugar ficou seu vice, o tucano Alberto Goldman. Na época, o Metrô, estatal do
governo paulista, e o Ministério Público Paulista, afirmaram que
investigariam o caso. Até hoje, nenhuma investigação foi aberta.
Cronologia da corrupção: O estado de São Paulo é governado
pelo PSDB desde 1995
Em 1994, Geraldo Alckmin era vice-governador de
Mário Covas. Com a morte de Covas, em 2001, assumiu o governo e se reelegeu em
2002. Foi candidato à Prefeitura de São Paulo em duas ocasiões, em 2000 e em
2008.
Concorreu à Presidência da República em 2006. Em 2009, foi empossado
secretário de Estado de Desenvolvimento. Em 2010, venceu as eleições para
governador do Estado .
2008 a Siemens foi acusada de pagar
propinas, para conseguir contrato para construção da Linha 5 (Lilás) do Metrô,
-- a mesma que o jornal afirmou ter conhecido o resultado da licitação
com antecedência -.Os contratos foram negociados com a Companhia Paulista de
Trens Metropolitanos (CPTM).
No mesmo ano, a bancada do PT na Assembleia Legislativa de
São Paulo tentou instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI)
para investigar 146 contratos firmados entre o estado de SP e a empresa
alemã Siemens entre 2000 e 2006, período em que Alckmin era o governador
paulista.
Entre outras denuncias, a CPI investigaria a
denúncia, de que a Siemens pagou, 1,3 bilhão em transações suspeitas por
obras em São Paulo.
A bancada petista alegava que alguns contratos foram feitos
em consórcio com a Alstom e tiveram um custo de R$ 2,75 bilhões. A multinacional
francesa já estava sob investigação por pagamento de propina a políticos de São
Paulo para obter vantagens em contratos com o governo do estado.
Na Assembleia paulista, a bancada é aliada dos
tucanos desde que o PSDB assumiu o governo do estado, nunca deixou que
fosse aberta uma comissão de investigação que fosse proposta pelos partidos de
oposição
Na época, o então candidato a
prefeitura Geraldo Alckmin minimizou a tentativa de CPI
afirmando; "Se houver um fato deve ser investigado.
O que não pode haver é
politicagem em véspera de eleição". Agora há fatos a serem investigados .
Teremos CPI em São Paulo?
Na época, a Siemens tinha quatro contratos com
o Metrô e a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos),
no valor total de R$ 1 bilhão
As investigações tiveram origem num inquérito que apurava
se a Alstom pagava propina para obter contratos com empresas
ligadas ao governo paulista (leia-se, José Serra e Geraldo Alckmin do PSDB).
Siemens e Alstom estavam sendo investigadas no exterior sob
suspeita de terem subornado agentes públicos e políticos para obter
contratos em três países, um desses, o Brasil
O contrato de maior valor em investigação no Brasil foi
assinado em 2000, no governo de Geraldo Alckmin (PSDB), para a construção da
linha da CPTM que liga o largo Treze ao Capão Redondo, na zona sul
(posteriormente, a linha foi transferida para o Metrô).
O valor inicial era de
R$ 527,3 milhões, segundo dados do Tribunal de Contas do Estado . Foram
assinados três acréscimos, que somavam perto de R$ 18 milhões. A Siemens
não foi a única contratada -a Alstom, a DaimlerChrysler Rail System e a CAF
espanhola também fizeram a linha.
Agora, pego em mais essa saia justa, o governador tucano
disse que vai "conduzir uma investigação própria".
Investigação
própria
O caso é para uma mega operação da Polícia Federal e para o
Ministério Público tirar o traseiro dos gabinetes refrigerados e parar de
blindar tucanos, afinal a derrubada da PEC 37 serviu para quê?
Essa investigação do CADE já é desdobramento de denúncias
de fevereiro de 2011, conforme o vídeo abaixo.
Cadê a "investigação própria" do Alckmin de 2011?
A resposta é uma enorme operação abafa para acabar em
pizza. Agora que o povo foi às ruas reclamando do transporte
urbano, a CPI da corrupção no Metrô e CPTM tem que ser desengavetada na
Assembleia Legislativa, convocando o governador para explicar qual foi o
resultado da "investigação própria" desde o escândalo da Alstom,
muito parecido com este, estourado há 5 anos atrás.
No
TCE-SP, raposas tomam conta do galinheiro
No escândalo Alstom, contas bancárias na Suíça atribuídas como sendo do
ex-deputado tucano Robson Marinho foram bloqueadas. Até hoje Robson Marinho continua comoconselheiro e vice-presidente do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo
órgão responsável por fiscalizar e aprovar as contas do governador, inclusive
no metrô.
Isso já é escárnio. Não se pede linchamento, nem condenação sem direito à
defesa. Mas nada justifica ele permanecer num cargo destes, enquanto responde à
denúncias que são totalmente incompatíveis com o exercício do cargo.
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