quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Hoje na História: 1848 - Morre Jöns Jacob Berzelius, um dos fundadores da química moderna 07/08/2013


 
  Max Altman

Em dez anos estudou cerca de 2 mil compostos químicos, descrevendo elementos desconhecidos e isolando tantos outros



Wikimedia Commons
Jöns Jacob Berzelius, químico sueco, um dos fundadores da química moderna, formulando alguns dos seus conceitos fundamentais, morre em Estocolmo em 7 de agosto de 1848.

Em um período de dez anos estudou cerca de 2 mil compostos químicos, descrevendo vários elementos até então desconhecidos: o cério (1803), o selênio (1817) e o tório (1828). Isolou pela primeira vez o silício (1823), o zircônio (1824) e o titânio (1825). Deve-se a Berzelius a estruturação da atual notação química e a introdução dos conceitos de isomeria, halogênios, ação catlítica e radical orgânico o que faz dele, ao lado de John Dalton, Antoine Lavoisier e Robert Boyle, um dos pais das química moderna.

Órfão desde cedo, foi criado por parentes que logo perceberam seu interesse pela ciência, em especial a medicina, disciplina com a qual se licenciou em 1802 pela Universidade de Uppsala. Seu professor de química, J. Afzelius, exerceu notável influência e despertou seu interesse pelas experiências químicas.

Em 1806 passa a formar parte do corpo docente da Academia de Guerra de Karlberg. Em 1807 assume a cátedra de medicina e farmacología de Estocolmo, com grande orçamento devido à necessidade que o país tinha de cirurgiões militares para suas confrontações com a França em 1805-1809 e 1812-1814. Em 1808 ingressa na Academia Sueca de Ciências, sendo nomeado secretário vitalício em 1818.

A partir de 1832, catedrático de química no Instituto Médico Cirúrgico Karolinska de Estocolmo, passa a viver imerso em suas investigações. Casa-se em 1835, aos 56 anos, com uma jovem de 24. Durante a cerimônia, o rei da Suécia Carlos XIV lhe concede o título de barão.

Berzelius foi uma personalidade única no campo da química. Suas idéias condicionaram trabalhos nesta área durante quase todo o século XIX e sua influência chega à atualidade.Um verdadeiro exército de discípulos em muitos lugares fizeram da química a disciplina científica de mais rápido desenvolvimento naquele século.

Seu primeiro trabalho versou sobre uma análise da água: "Nova analysis aquarum Medeviensium (1800)". Pouco depois e em decorrência do descobrimento de Alessandro Volta se ocupou dos efeitos químicos da corrente elétrica. No Ensaio sobre o galvanismo (1802) demonstrou pela primeira vez a ação dos eletrodos nos ácidos e nas bases, o que marcou o início da eletroquímica.

Trabalhador incansável, num período de dez anos estudou ao redor de 2 mil compostos químicos. Tomando o oxigênio como base de referência (100) determinou o peso atômico dos demais elementos. Os resultados foram publicados em 1818 numa tabela de pesos atômicos de 42 elementos.

Na época de Berzelius, John Dalton e outros químicos haviam começado a empregar uma série de símbolos para representar os átomos dos elementos: o oxigênio, por exemplo, estava indicado por um pequeno círculo, que no hidrogênio levava um ponto no centro e no nitrogênio um raio vertical. No entanto, o descobrimento de tantos novos elementos levaria, a persistir o uso desse sistema, a uma grande confusão. Berzelius resolveu o problema propondo que os elementos fossem representados com a inicial ou as duas primeiras letras do seu nome em latim. A esta racional simbologia deve a química grande parte de seu amplo desenvolvimento.

A obra de Berzelius tendeu principalmente a determinar o peso atômico dos elementos e as proporções exatas segundo as quais esses se combinam, ou seja, a fórmula dos compostos. Sua capacidade de análise lhe permitiu realizar grandes progressos nesse campo. No entanto, tal labor era árduo porquanto os critérios acerca da combinação dos elementos eram necessariamente arbitrários e amiúde errôneos. Dalton, apesar de ter obtido quase exatamente as proporções de peso dos componentes da água, imaginava a molécula da água integrada por um átomo de hidrogênio e outro de oxigênio. Berzelius levou a cabo numerosas análises, porém seu intento só se concretizou em meados do século XIX com a obra de Cannizzaro.

Os textos que balizam o caminho seguido por Berzelius são Ensaio sobre as Proporções Determinadas com Ajuste às quais Se Encontram Reunidos os Elementos da Natureza Inorgânica (1810) e Ensaio sobre a Teoria das Proporções Químicas e a Influência Química da Eletricidade (1819). Entretanto, a obra que resume a atividade de Berzelius, redigida paralelamente ao desenvolvimento da química é o Tratado de Química (1808-1818), traduzido em vários idiomas e que mais que um tratado é um texto que contém a concepção do autor acerca da Química.

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