sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Para combater espionagem, Brasil terá centro de certificação de equipamentos de redes 16/08/2013

DefesaNet


Emerson Alecrim
Tecnoblog

As denúncias de espionagem da NSA feitas por Edward Snowden desencadearam uma onda de desconfiança em relação ao governo dos Estados Unidos em vários países e, com o Brasil, não foi diferente. Para evitar mais ocorrências do tipo, autoridades brasileiras estão considerando uma série de medidas, entre elas, a criação de um centro de certificação de equipamentos.
A ideia foi apresentada nesta quarta-feira pelo general Sinclair Mayer, chefe do Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército Brasileiro. O centro terá a missão de avaliar equipamentos de redes e certificar como seguros aqueles que não apresentem características que abram espaço para espionagem.
De acordo com o general, a unidade deverá entrar em funcionamento já em 2014. “Temos vulnerabilidades nos roteadores, nos switches, etc, que são equipamentos importados, nos quais existe a possibilidade de haver backdoors, portas que possibilitam vazamento de informações”, disse.

Não ficou claro se o uso de equipamentos certificados será obrigatório, por exemplo, mas provavelmente não, uma vez que este tipo de controle é, senão excessivamente custoso, impossível. O ideal seria que dispositivos de rede fossem projetados em território brasileiro, sob medida, para garantir algum nível satisfatório de segurança, mas o próprio governo dá a entender que a criação deste centro é apenas uma maneira de amenizar a falta de capacidade da indústria nacional de atender às necessidades de telecomunicações do país.
O fato é que a eficiência de medidas como esta é questionável, pelo menos inicialmente. O que parece é que o governo brasileiro está tentando, de toda forma, sair do eminente clima de impotência em relação ao assunto.
A recente visita ao Brasil do secretário de Estado norte-americano, John Kerry, parece não ter melhorado em nada a situação: para Paulo Bernardo, ministro das Comunicações, as explicações dadas pelo político foram insuficientes. Para piorar, Kerry deixou claro que, como parte importante do sistema de segurança dos Estados Unidos, as atividades de monitoramento continuarão.

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