quinta-feira, 15 de agosto de 2013

“Se soubesse o que sei sobre e-mail, deixaria de usá-lo” 15/08/2013

Esquerda.Net

Ladar Levison, que decidiu fechar o seu serviço de e-mail para proteger os clientes, abdicou de lucros anuais de 50 a cem mil dólares, e luta agora para poder pelo menos dizer porque decidiu fechar a Lavabit.
Ladar Levison, à direita, e o seu advogado.
Ladar Levison, à direita, e o seu advogado.
“Resolvi passar uns tempos sem e-mail. Se você soubesse o que eu sei acerca do e-mail, também poderia deixar de usá-lo”.
O autor destas frases não é um infoexcluído nem um tecnofóbico. É Ladar Levison, o dono de um serviço de e-mail seguro, o Lavabit, que decidiu na semana passada fechar a sua empresa, deixando sem e-mail os seus 410 mil clientes, incluindo ele mesmo. Levison foi entrevistado pela Democracy Now, e pouco pôde dizer, porque está sob uma “ordem de mordaça” por parte da Justiça americana.
Levison passou dez anos a construir a sua empresa.
“Tive de escolher entre o menor de dois males”, disse, para explicar depois que não pode dizer qual era a outra opção. “Acreditem, gostaria de poder falar. Acho que se o povo americano soubesse o que o nosso governo está a fazer, não lhe seria permitido fazê-lo nunca mais. A minha esperança é que os média possam desvendar o que está a acontecer sem o meu apoio”, disse, e “pressionem o Congresso”.
Pelo menos, Levison está decidido a denunciar a sua situação absurda: “Há informação que não posso partilhar nem com o meu advogado, muito menos com o povo americano. Se estamos a falar de secretismo, chegou realmente ao extremo, creio que está a ser usado pela atual administração para cobrir táticas de que podem vir a envergonhar-se”.
Os clientes do Lavabit tinham direito ao armazenamento seguro do seu mail. De tal forma que nem o dono da empresa tinha acesso a eles, estavam cifrados (encriptados).
Ao fechar a empresa, Levison perdeu um lucro anual de 50 mil a cem mil dólares.
O dono da ex-Lavabit está a lutar no Tribunal da Relação dos EUA pelo direito de poder tornar pública a sua história e ter o direito de ressuscitar a Lavabit.

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