Por Maged El Gebaly
A greve geral já começou em todo o Egito. Ocupações massivas dos
movimentos sociais avançam para ocupar os centros do governo. Famílias
das lideranças da Irmandade Muçulmana e da elite militar do antigo
regime, que entregou o poder para a Irmandade, saíram semana passada do
Egito com sua família para Bruxelas.
O povo egípcio (90 milhões) decide sair para as ruas contra 300 mil
militantes (número da composição da Organização Internacional da
Irmandade Muçulmana). A oposição secular egípcia (Frente de Salvação do
Egito) reuniu 23 milhões de procurações, que reivindicam impeachment de
Morsi e uma constituição para um estado secular para todos os egípcios e
não somente para os islamistas. Essa oposição afirma que não perdeu a
eleição porque, simplesmente, nunca houve eleições justas, porque as
eleições foram boicotadas pelo povo por conta do assassinato sistemático
da militância juvenil egípcia nas praças durante os dias de votação. A
metade dos membros da atual câmara, chamada legislativa, foi nomeada por
Morsi e a outra metade ganhou em eleições boicotadas, nas quais
participou só 6% do eleitorado.
O Egito quer eleições justas
antecipadas com supervisão dos juízes egípcios, ONGs e a ONU, após uma
constituição com base em uma cidadania igual. Os egípcios saem para as
praças e as ruas protestar contra a perseguição da oposição, e contra o
projeto neoconservador de querer acabar com as instituições egípcias
modernas e substituí-las por um estado religioso apoiado em milícias
terroristas.
A Frente de Salvação do Egito (Rebelião) está bem
organizada para retirar Morsi e a Irmandade Muçulmana do poder a partir
do dia 30 de junho. A oposição está preparada também para ganhar as
próximas eleições, e conta com uma lista eleitoral única, com um
aparelho organizado para a observação das eleições, e um aparelho
mediático pronto para a propaganda eleitoral. Cada bairro sabe por quem
vai votar após a queda de Morsi. A oposição egípcia conta com um plano
econômico misto para um desenvolvimento autônomo no período pós-Morsi.
Esse plano foi acordado entre os diferentes partidos seculares egípcios
num congresso nacional aberto.
Enquanto isso, Morsi apela a
milícias vestidas de policiais e militares do HAMAS, braço armado da
Irmandade Muçulmana na palestina, para fazerem oposição às Forças
Armadas Egípcias e para assassinar os ativistas da juventude egípcia,
por isso houve acordo entre a oposição e as Forças Armadas Egípcias para
apoiar a movimentação dos jovens da REBELIÃO e os milhões que vão para
as ruas. Também foi comprovado por uma sentença de um tribunal egípcio
que Hamas participou da opressão da revolução dos secularistas egípcios
em 2011 e tentou criar intrigas entre as forças seculares e os militares
egípcios, para favorecer o projeto religioso de Morsi e seu grupo.
Jovens
da polícia criaram sindicatos ligados a oposição e estão nas ruas para
defender os manifestantes contra qualquer violência por parte dos
islamistas. A Juventude dos Policias está a favor da mudança democrática
e começou a deter muitos militares islamistas e confiscar seus
armamentos. Nessa situação a oposição secular conta com o apoio de
setores das forças armadas, sindicato dos policiais, grupos de black
block, comissões de defesa civil para garantir a participação massiva do
povo. O núcleo sólido do Estado Egípcio (As Forças Armadas Egípcias, a
polícia, e o judiciário) se posicionou a favor da REBELIÃO. O ministro
de defesa do Egito se comprometeu a apoiar as mobilizações das massas
nas ruas.
Além dos cristãos egípcios que apoiam a oposição
secular, Al Azhar, a maior instituição religiosa islâmica se posicionou
contra a Irmandade Muçulmana. Os Xiitas estão com raiva pelo assassinato
de um líder deles no Egito a semana passada pela Irmandade. O
assassinato foi um novo fenômeno no Egito que produziu indignação até
entre os sunitas contra a intolerância do Estado da Irmandade.
Manifestações
massivas celebraram nas ruas a sentença do Tribunal Constitucional
Egípcio que declarou a semana passada o cargo do presidente do Egito
vago e pediu eleições antecipadas e a detenção do presidente com 11
membros da Irmandade por espionagem com Estados Unidos. A sentença
afirma que Morsi se reuniu em 2007 com oficias da CIA e combinou com
eles manter as contratações de gases e petróleo sem impostos e estar a
serviço da geoestratégia descontrolada do GRANDE ORIENTE MÉDIO, que quer
reorganizar o mapa da região em estados sectários para poder controlar
melhor os povos com a religião. Para isso, Morsi colocou o aparelho de
comunicações do povo egípcio do centro do Cairo a serviço da CIA. A
Irmandade no Egito fez atos terroristas de sequestros de oficiais,
juízes e seus familiares. Egito vive sem sua gasolina, que sai todos os
dias em barcos americanos abençoados pela Irmandade.
A semana
passada o novo príncipe do Qatar expulsou os líderes da Irmandade
Muçulmana e fechou seus escritórios. Ainda falta tempo para ele
conseguir superar a velha guarda do governo. Na estratégia americana,
elaborada por elites religiosas militares conservadores, que não
contemplou as novas gerações, a Arábia Saudita e a Irmandade (Forças
sunitas) têm que estar a serviço de um plano americano de enfrentar os
xiitas do Irã. Porém, a crise dessa estratégia é a nova juventude
liberal que emerge nos países do Golfo e que é como o príncipe de Qatar,
uma revolução geracional simpatizante da juventude egípcia, e que está
aguardando o momento oportuno para explodir novas mudanças seculares nos
países do Golfo.
Manifestações em frente a Casa Branca nos
Estados Unidos apelam para o povo americano pressionar seu governo a não
violar os direitos dos outros povos de viver dignamente como seres
humanos. A administração americana gastou um bilhão e quinhentos milhões
de dólares para financiar a Irmandade Muçulmana.
O Povo egípcio
se sente indignado por causa do apoio da administração americana ao
regime da Irmandade Muçulmana com tropas americanas que estão próximas
do litoral mediterrâneo do Egito. A oposição nacional secular entendeu a
mensagem da administração americana como uma ameaça, que caso caia a
Irmandade Muçulmana, os EUA vão fazer uma intervenção militar para
manter o sistema econômico neo-liberal intacto. Por isso, setores da
oposição egípcia combinaram com tropas de jovens do exército egípcio
preparadas para a proteção das fronteiras do Egito. Esta semana,
oficiais egípcios ligados a oposição egípcia pediram aos diplomatas da
Embaixada Americana para fiarem nas suas casas no Egito até que os
jovens terminem seu plano de mudança do regime. Nesse cenário, Putin se
manifestou contra o governo de Morsi, e congelou os acordos com seu
governo.
Este blogue não concorda com o Golpe. RESISTÊNCIA JÁ A morte da Marisa, não é diferente da morte dos milhares no Iraque, invadido, na Líbia destroçada, entre outros, as mãos são as mesmas, acrescentadas dos traidores locais.
DIÁRIO DO OCUPA BRASIL link
domingo, 30 de junho de 2013
A Teoria do Caos 30/06/2013
Do site Professores UFF
Quando os gregos queriam se referir a um vazio abissal, usavam a palavra cháos.
Caos nem sempre é uma coisa ruim. No sentido de pura
desordem, realmente, pouco se pode dizer a seu favor. Mas o que o
matemático James Yorke estava querendo dizer quando tomou este termo
emprestado em 1975, era desordem ordenada - um padrão de organização
existindo por trás da aparente casualidade.
E isso é uma coisa muito boa.
A "teoria do caos" - o estudo dessa desordem organizada -
entrou em vigor somente nos anos 80, mas suas sementes foram lançadas
em 1960, quando um meteorologista do M.I.T, Edward Lorenz desenvolveu
modelos computacionais dos padrões do tempo. Como todo mundo sabe, é
muito difícil fazer uma previsão de tempo a longo prazo, ainda que
possamos isolar muitos dos fatores que causam as mudanças. Lorenz, como
outros, pensava que tudo o que era preciso para uma melhor previsão era
um modelo mais abrangente. Então, escreveu um programa baseado em doze
equações simples que em linhas gerais modelava os principais fatores que
influenciam o tempo.
Lorenz
descobriu algo surpreendente: pequenas mudanças ou pequenos erros em um
par de variáveis produziam efeitos tremendamente desproporcionais. Para
um período de uns dois dias, elas mal faziam diferença; mas
extrapolando-se para um mês ou mais, as mudanças produziam padrões
completamente diferentes. Lorenz chamou sua descoberta de "efeito
borboleta", tirado do título de artigo que ele publicou em 1979:
"Previsibilidade: pode o bater de asas de uma borboleta no Brasil desencadear um tornado no Texas?"
Em outras palavras: fatores insignificantes, distantes,
podem eventualmente produzir resultados catastróficos imprevisíveis?
Lorenz se permitiu uma pequena hipérbole porque queria dramatizar seu
ponto de vista. Virtualmente todos os físicos antes dos anos 70
fixaram-se nos chamados processos "lineares" - processos em que pequenas
mudanças produziam resultados proporcionalmente pequenos. Mas um grande
número de fenômenos - não só na meteorologia e na física, como também
na biologia, ecologia, economia, e assim por diante - não obedeciam leis
lineares nem seguiam fórmulas lineares. Processos "não lineares" são
aqueles em que as equações envolvem taxas variáveis de mudança, e não
taxas fixas, em que as mudanças são multiplicadas, em vez de
adicionadas, e pequenos desvios podem ter vastos efeitos.
O próximo passo em direção à teoria do caos foi dado nos
anos 70, quando Yorke e seu amigo, o biólogo Robert May, começaram a
examinar as propriedades da assim chamada "equação logística" que, entre
outras coisas, fornece um modelo simples para o crescimento da
população. A maneira como essa equação funciona é que os resultados vão
sempre alimentando a equação de modo a se obterem novos resultados. O
interessante é que, dependendo de como você utiliza um certo fator, os
resultados podem se tornar altamente previsíveis ou altamente caóticos.
Mas até mesmo o caos da equação logística tem seu
próprio tipo de padrão. Embora você não possa sempre prever qual será o
resultado particular da equação, você sabe que ele vai cair em uma
determinada faixa. (Se você fizesse um gráfico dos resultados, veria
surgir um padrão ou uma tendência determinada.) Muitas outras equações
se comportam de forma semelhante, produzindo o caos com uma tendência
ou um modelo de organização - entre estas, estão as equações que
predizem a turbulência em líquidos ou a subida e a queda dos preços do
algodão.
Tais
equações são o reverso da fórmula do tempo de Lorenz: até onde vão
chegar os preços do algodão em um dia particular é imprevisível (ou
ficaríamos todos ricos jogando no mercado de futuros); mas a história
dos preços do algodão mostram uma certa ordem. O nome dado a essa ordem é
"fractal". Se você fizer um diagrama das flutuações de preço minuto a
minuto, semana a semana, mês a mês e ano a ano, a tendência mostrada no
diagrama mais geral (ano-a-ano) se refletirá nos diagramas mais
detalhados (de mês-a-mês para baixo). Um diagrama fractal pode ser
ampliado para qualquer magnificação que você quiser, e vai claramente
parecer, e algumas vezes reproduzir exatamente, o padrão do quadro mais
amplo.
Esse comportamento da curva do preço do algodão foi
descoberto no princípio dos anos 60 pelo eclético erudito Benoit
Mandelbrot. Nascido na Lituânia e educado na França, Mandelbrot
nacionalizou-se americano, e trabalhava para a IBM quando descobriu que
outros fenômenos também apresentavam a característica fractal dos preços
do algodão - por exemplo, a distribuição de "ruídos" (erros) nas
transmissões eletrônicas. Gradualmente, Mandelbrot achou outros exemplos
do mesmo comportamento, abordando até a geografia, no inovador artigo
"Qual a extensão da costa britânica?" A idéia básica desse artigo é que
todos os tipos de objetos naturais, a exemplo do litoral britânico, têm
um grau de imprecisão que parece o mesmo não importa o quanto você se
aproxime deles. Vista de um ponto distante ou examinada através de um
microscópio, uma costa vai parecer igualmente irregular - de modo que,
na ausência de um sinal indicador da distância em que a imagem da costa
foi obtida, seria difícil, senão impossível, discernir este aspecto.
Para descrever essa irregularidade ou imprecisão
recursiva, auto-reflexiva, Mandelbrot ampliou a noção da dimensão
matemática. Estávamos acostumados a pensar em termos de dimensões
integrais - uma linha de dimensão 1, um plano de dimensão 2, um cubo de
dimensão 3. Mas Mandelbrot introduziu o conceito de dimensões fracionais
- 1,3; 2,7; 12,2 - para descrever a recorrência ou imprecisão que
observou nos contornos do litoral e nas curvas de preço. (Pense em uma
dimensão fracional como uma medida de quanto uma linha ou uma forma
consome de uma dimensão total. Quanto mais irregular uma forma, mais
espaço ela consome.) Em 1975, ele cunhou o termo "fractal" para nomear
essa nova geometria dimensional fracional.
A geometria fractal e o caos teriam permanecido como
meras curiosidades não fosse a descoberta do físico Mitchell Feigenbaum,
nos meados da década de setenta, de que muitos sistemas não-lineares,
aparentemente não relacionados, comportam-se de modos claramente
semelhantes. Isso sugere que deveria existir uma teoria unificada para
explicar o comportamento caótico dos sistemas e equações em uma faixa
ampla de setores. E foi aí que os cientistas realmente começaram a
prestar atenção.
A teoria do caos é algo recente e ainda está sendo
refinada. Novas aplicações estão sendo descobertas ou inventadas,
artigos continuam a ser publicados, dúvidas e demonstrações alternam-se
rapidamente. Apesar disso, a teoria do caos lançou alguma luz no
comportamento dos sistemas, sistemas quintessenciais de líquidos
fluindo, os quais são propícios a sofrer mudanças rápidas de um
comportamento estável para um comportamento aparentemente caótico, no
modo como a água passa de líquido fixo a líquido em ebulição, à medida
que a temperatura é ligeiramente aumentada. (A 99,5 °C, a água é apenas
água quente; a 100,5 °C, ela passa a mudar de estado, tornando-se
gasosa.) O jargão pode ser intimidante - coisas do tipo "estranhos
atratores" são difíceis de explicar. (Eles são basicamente formas que
restringem curvas não reprodutíveis, se é que isso ajuda.) E idéias tais
como "dimensões fracionais" tendem a parecer bizarras ou inutilmente
abstratas - mas na realidade a geometria fractal tem muitas aplicações
práticas.
Como salienta James Gleick em seu "popular" livro sobre o
caos, medir a dimensão fractal de uma superfície metálica pode nos
fornecer uma informação a respeito de sua resistência. A superfície da
terra tem uma dimensão fractal, da mesma forma que os vasos sangüíneos
em nosso corpo. Até o cérebro humano e sua consciência podem ter formas
fractais.
Geometria fractal tem sido adotada em setores tais como
General Electric, Esso e estúdios de Hollywood, na Engenharia Civil na
análise de Instabilidade paramétricas de estruturas e em outras áreas.
bibliografia: http://www.geocities.com/~esabio e Applied Nonlinear Dynamics, Ali H. Nayfeh
Lula: "feliz é o país que tem o povo querendo mais" 30/06/2013
O elogio à conduta de Dilma diante da crise vem num momento importante. Dias atrás, a Folha de S. Paulo atribuiu ao ex-presidente uma declaração, desmentida por ele, em que Lula classificaria como "barbeiragem" a convocação de uma constituinte. Além disso, a pesquisa Datafolha apontou números melhores para Lula do que para Dilma na sucessão presidencial – o que alimentou especulações sobre sua eventual volta em 2014 (leia mais aqui).
Na oposição, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) afirmou que a popularidade de Lula também será atingida, assim como a da presidente Dilma. "O impacto inicial é sobre a presidente, porque é ela que está na vitrine, mas chega nele indiscutivelmente, porque isso é progressivo e a reflexão das pessoas leva à origem dos problemas, que é o modelo implantado por ele", disse ele. "O desgaste será inevitável."
Manifestação na porta da Globo exigirá mostrar o DARF da sonegação 30/06/2013
https://www.facebook.com/events/562115547160522/ |
O protesto agora é também contra a sonegação fiscal, uma forma de corrupção que surrupia dinheiro da saúde e da educação.
Confirme sua presença na manifestação aqui.
Segundo a coluna de Ricardo Feltrin, a TV Globo admitiu que foi autuada e multada pela Receita Federal por ter comprado direitos de transmissão da Copa de 2002, sem recolher os impostos devidos, através de uma operação com empresa "offshore" no paraíso fiscal da Ilhas Virgens Britânicas.
Segundo processo administrativo na Receita Federal, divulgado pelo jornalista Miguel do Rosário, a emissora fez uma simulação para sonegar impostos, e o ato, em tese, é crime contra a ordem tributária. Nesta documentação, informa que o valor original do Imposto de Renda sonegado era de R$ 183 milhões. Com multa e juros alcançava R$ 615 milhões em outubro de 2006.
Ainda segundo a coluna de Feltrin, a emissora disse ter pago a multa de R$ 270 milhões e que "não existe nenhuma pendência tributária da empresa com a Receita Federal referente à aquisição dos direitos de transmissão da Copa do Mundo de Futebol de 2002".
Porém, no sistema COMPROT, disponível na internet, os dois processos da Receita Federal citados na documentação divulgada por Miguel do Rosário, aparecem com situação "Em trânsito", o que levanta dúvidas se está de fato quitado.
O primeiro processo é o auto de infração em si, e consta "em trânsito", o que coloca em dúvida se foi pago e se o assunto está encerrado:
O segundo processo, é a Representação Fiscal p/ Fins penais, e também ainda consta a situação "em trânsito":
EUA espiaram representantes e altos cargos da União Europeia 30/06/2013
Esquerda.Net
Documentos na posse de Edward Snowden provam que a
Agência de Segurança Nacional norte americana (NSA) infiltrou-se na
rede informática dos escritórios da UE em Washington, segundo divulga o
Der Spiegel. A sede da UE em Bruxelas também foi alvo de ataques.
Artigo |
29 Junho, 2013 - 22:09
Foto de Scott Beale, flickr.
Nos comunicados classificados como “ultra secretos”, nos quais os espiões norte americanos classificam a UE como um “objetivo” para os seus ataques informáticos, não há qualquer indicação de que as escutas na sede de Washington tenham sido retiradas, bem como que tenha sido interrompido o acesso à sua rede informática.
O artigo do Der Spiegel, citado pelo El País, refere ainda que, há cinco anos, os peritos de segurança da UE detectaram inúmeros ataques informáticos na sua sede do edifício Justus-Lipsius, que terão tido origem na sede da Nato, ambas em Bruxelas.
O vice conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Ben Rhodes, não quis comentar a notícia, que qualificou de “informações não autorizadas”.
Maiores fortunas portuguesas engordam os seus cofres no primeiro semestre do ano 30/06/2013
Esquerda.Net
As sete maiores fortunas de Portugal – de Soares
dos Santos, Isabel dos Santos, Américo Amorim, Belmiro de Azevedo, José
de Mello, Joe Berardo e António Mota – cresceram 621,14 milhões de euros
apenas à custa das participações que detêm em várias empresas cotadas
no PSI20.
Foto de Nuno André Ferreira/Lusa
Tendo apenas em conta as participações que detêm em várias empresas cotadas no PSI20, as sete maiores fortunas do país aumentaram, no total, 621,14 milhões de euros, estando actualmente as suas posições na Bolsa avaliadas em 11,62 mil milhões de euros, contra os 10,99 mil milhões auferidos no final do ano passado.
Os cofres da família Soares dos Santos foram aqueles que, segundo noticia o Dinheiro Vivo, mais engordaram, mediante a valorização de 561 milhões de euros (11%) dos títulos da Jerónimo Martins, que valem agora 5,7 mil milhões.
No segundo lugar do pódio está Belmiro de Azevedo, que viu a sua fortuna aumentar em quase 63 milhões de euros no espaço de seis meses, graças à valorização de 6% da SGPS e de 3% da Sonae Indústria.
A família José de Mello obteve, por sua vez, ganhos de 31,4 milhões de euros, decorrentes da sua participação de 4,6% na EDP.
Joe Berardo viu as suas aplicações no BCP, Zon e Sonae SGPS valorizar em quase 28 milhões de euros. Já ações da Mota-Engil dispararam 49%, o que se traduziu no aumento, em quatro milhões de euros, da fortuna de António Mota.
A empresária angolana Isabel dos Santos foi outra das afortunadas, com uma valorização das suas posições a ascender a 1,3 milhões de euros.
Américo Amorim foi o único que viu o valor das suas participações nas empresas cotadas no PSI20 diminuir em 67 milhões de euros no primeiro semestre, principalmente devido à desvalorização das acções da Galp. Amorim continua, contudo, a ser listado como o homem mais rico de Portugal.
"Dilma é a primeira líder mundial a ouvir ruas" 30/06/2013
IstoÉ
Manuel Castells
"Dilma é a primeira líder mundial a ouvir as ruas"
Maior especialista contemporâneo em movimentos sociais nascidos na internet, o sociólogo espanhol diz que a condução da crise no Brasil mostra que há esperanças de se reconectar instituições e cidadãos
por Daniela Mendes
PROTESTOS NA AMÉRICA LATINA
“Há um movimento estudantil forte no Chile, embriões
surgindo na Colômbia, no México e no Uruguai”, diz Castells
O sociólogo espanhol Manuel Castells, 68 anos, estava no Brasil participando de uma série de conferências quando os protestos pela redução das tarifas de ônibus começaram, ainda tímidos, em São Paulo. Um dos maiores especialistas da atualidade em movimentos sociais na era da internet, nem ele podia imaginar que o País todo seria tomado por uma onda de passeatas que se transformaria na mais importante manifestação política da sociedade brasileira em 20 anos. “Se querem mudanças, não bastam somente as críticas na internet. É preciso tornar-se visível, desafiar a ordem estabelecida e forçar um diálogo”, afirma o sociólogo. Castells analisou outros movimentos semelhantes, como a Primavera Árabe, o Occupy, nos Estados Unidos, os Indignados, na Espanha, e agora também acompanha a defesa da Praça Taksim, na Turquia. Com extenso e respeitado trabalho sobre o papel das novas tecnologias de informação e comunicação, o sociólogo diz que a grande força desses movimentos é a ausência de líderes e enxerga um esgotamento do modelo atual de representatividade. Autor de 23 livros, ele lança em breve “Redes de Indignação e Esperança – Movimentos Sociais na Era da Internet” (Zahar Editora). Castells foi professor da Universiade de Berkeley, na Califórnia, por 24 anos. Atualmente, vive em Barcelona, na Espanha, de onde falou à ISTOÉ por e-mail, e é professor da Universidade Aberta da Catalunha e da Universidade do Sul da Califórnia, em Los Angeles, nos Estados Unidos.
“As críticas de José Serra (às iniciativas de Dilma) são típicas da
incompreensão dos políticos sobre o direito das pessoas de decidir”
“A grande força desses movimentos é que eles
são espontâneos, livres, uma celebração da liberdade.
O Occupy deixou novos valores para os americanos”
Fotos: Marcelo Justo/Folhapress; EPITáCIO PESSOA/AE; Stan HONDA/afp
ISTOÉ - O sr. estava no Brasil quando ocorreram os primeiros protestos em São Paulo. Podia imaginar que eles tomariam essa proporção?
MANUEL CASTELLS - Ninguém podia. Mas o que eu imaginava, e pesquisei durante vários anos, é que a crise de legitimidade política e a capacidade de se comunicar através da internet e de dispositivos móveis levam à possibilidade de que surjam movimentos sociais espontâneos a qualquer momento e em qualquer lugar. Porque razões para indignação existem em todos os lugares.
ISTOÉ - O Brasil reduziu muito a desigualdade social nos últimos anos e tem pleno emprego. Como explicar tamanho descontentamento?
MANUEL CASTELLS - A juventude em São Paulo foi explícita: “Não é só sobre centavos, é sobre os nossos direitos.” É um grito de “basta!” contra a corrupção, arrogância, e às vezes a brutalidade dos políticos e sua polícia.
ISTOÉ - Faz sentido continuar nas ruas se os problemas da saúde e da educação não podem ser resolvidos rapidamente, como o das passagens de ônibus?
MANUEL CASTELLS - Em primeiro lugar, o movimento quer transporte gratuito, pois afirma que o direito à mobilidade é um direito universal. Os problemas de transporte que tornam a vida nas cidades uma desgraça são consequência da especulação imobiliária, que constrói o município irracionalmente, e de planejamento local ruim, por causa da subserviência dos prefeitos e suas equipes aos interesses do mercado imobiliário, não dos cidadãos. Além disso, por causa da mobilização, a presidenta Dilma Rousseff também está propondo novos investimentos em saúde e educação. Como leva muito tempo para obter resultados, é hora de começar rapidamente.
ISTOÉ - A presidenta Dilma agiu corretamente ao falar na tevê à nação, convocar reuniões com governadores, prefeitos e manifestantes para propor um pacto?
MANUEL CASTELLS - Com certeza, ela é a primeira líder mundial que presta atenção, que ouve as demandas de pessoas nas ruas. Ela mostrou que é uma verdadeira democrata, mas ela está sendo esfaqueada pelas costas por políticos tradicionais. As declarações de José Serra (o ex-governador tucano criticou as iniciativas anunciadas pela presidenta) são típicas de falta de prestação de contas dos políticos e da incompreensão deles sobre o direito das pessoas de decidir. Os cargos políticos não são de propriedade de políticos. Eles são pagos pelos cidadãos que os elegem. E os cidadãos vão se lembrar de quem disse o quê nesta crise quando a eleição chegar.
ISTOÉ - Como comparar o movimento brasileiro com os que ocorreram no resto do mundo?
MANUEL CASTELLS - Houve milhões de pessoas protestando dessa forma durante semanas e meses em países de todo o mundo. Nos Estados Unidos, por exemplo, mais de mil cidades foram ocupadas entre setembro de 2011 e março de 2012. A diferença no Brasil é que uma presidenta democrática como Dilma Rousseff e um punhado de políticos verdadeiramente democráticos, como Marina Silva, estão aceitando o direito dos cidadãos de se expressar fora dos canais burocráticos controlados. Esse é o verdadeiro significado do movimento brasileiro: ele mostra que ainda há esperança de se reconectar instituições e cidadãos, se houver boa vontade de ambos os lados.
ISTOÉ - O que é determinante para o sucesso desses movimentos convocados pela internet?
MANUEL CASTELLS - Que as demandas ressoem para um grande número de pessoas, que não haja políticos envolvidos e que não haja líderes manipulando. Pessoas que se sentem fortes apoiam umas às outras como redes de indivíduos, não como massas que seguem qualquer bandeira. Cada um é seu próprio movimento. A brutalidade policial também ajuda a espalhar o movimento através de imagens na internet difundidas por telefones celulares.
ISTOÉ - Por que tantos protestos acabam em saques e depredações? Como evitar que marginais se aproveitem do movimento?
MANUEL CASTELLS - Há violência e vandalismo na sociedade. É impossível preveni-los, embora os movimentos em toda parte tentem controlá-los porque eles sabem que a violência é a força mais destrutiva de um movimento social. Às vezes, em alguns países, provocadores apoiados pela polícia criam a violência para deslegitimar o movimento.
ISTOÉ - Como a polícia deve agir?
MANUEL CASTELLS - Intervir de forma seletiva, com cuidado, profissionalmente, apenas contra os provocadores e os grupos violentos. Nunca, nunca disparar armas letais, e se conter para não bater indiscriminadamente em manifestantes pacíficos. A polícia é uma das razões pelas quais as pessoas protestam.
ISTOÉ - A ausência de líderes enfraquece o movimento?
MANUEL CASTELLS - Pelo contrário, este é o vigor do movimento. Todo mundo é o seu próprio líder.
ISTOÉ - Mas isso não inviabiliza a negociação com a elite política?
MANUEL CASTELLS - Não, a prova disso é que a presidenta Dilma Rousseff se reuniu com alguns representantes do movimento.
ISTOÉ - Qual é a grande força e a grande fraqueza desses movimentos?
MANUEL CASTELLS - A grande força é que eles são espontâneos, livres, festivos, é uma celebração da liberdade. A fraqueza não é deles, a fraqueza são a estupidez e a arrogância da classe política que é insensível às demandas autônomas de cidadãos.
ISTOÉ - No Brasil, partidos políticos foram banidos das manifestações e há quem enxergue nisso o perigo de um golpe. Faz sentido essa preocupação?
MANUEL CASTELLS - Não há perigo de um golpe de Estado. Os corruptos e antidemocráticos já estão no poder: eles são a classe política.
ISTOÉ - Como resolver a crise de representatividade da classe política?
MANUEL CASTELLS - Com reforma política, com uma Assembleia Constituinte e um referendo. A presidenta Dilma Rousseff está absolutamente certa, mas, nesse sentido, ela será destruída por sua própria base.
ISTOÉ - Essas manifestações articuladas através das redes sociais demandam uma nova forma de participação dos cidadãos nos processos de decisão do Estado? Qual?
MANUEL CASTELLS - Sim, esta é a nova forma de participação política emergente em toda parte. Analisei este mundo em meu livro mais recente.
ISTOÉ - O que há em comum entre os movimentos sociais contemporâneos?
MANUEL CASTELLS - Redes na internet, presença no espaço urbano, ausência de liderança, autonomia, ausência de temor, além de abrangência de toda a sociedade e não apenas um grupo. Em grande parte os movimentos são liderados pela juventude e estão à procura de uma nova democracia.
ISTOÉ - O movimento Occupy, nos EUA, foi derrotado pela chegada do inverno. Que legado deixou?
MANUEL CASTELLS - Deixou novos valores, uma nova consciência para a maioria dos americanos.
ISTOÉ - Os Indignados espanhóis conseguiram alguma vitória?
MANUEL CASTELLS - Muitas vitórias, especialmente em matéria de direito de hipoteca e despejos de habitação e uma nova compreensão completa da democracia na maioria da população.
ISTOÉ - Que paralelos o sr. vê entre o movimento turco e o brasileiro?
MANUEL CASTELLS - São muito similares. São igualmente poderosos, mas a Turquia tem um primeiro-ministro fundamentalista islâmico semifascista e o Brasil, uma presidenta verdadeiramente democrática. Isso faz toda a diferença.
ISTOÉ - Acredita que essa onda de protestos se espalhará para outros países da América Latina?
MANUEL CASTELLS - Há um movimento estudantil forte no Chile, e embriões surgindo na Colômbia, no México e no Uruguai.
ISTOÉ - Países que controlam a internet, como a China, estão livres dessas manifestações?
MANUEL CASTELLS - Não, isso é um erro da imprensa ocidental. Há muitas manifestações na China, também organizadas na internet, como a da cidade de Guangzhou (no sul do país), em janeiro passado, pela liberdade de imprensa (o editorial de um jornal foi censurado e isso motivou as primeiras manifestações pela liberdade de expressão na China em décadas. Pelo menos 12 pessoas foram detidas, acusadas de subversão).
ISTOÉ - Como o sr. vê o futuro?
MANUEL CASTELLS - Eu não gosto de falar sobre o futuro, mas acredito que ele será mais brilhante agora porque as sociedades estão despertando através desses movimentos sociais em rede.
Sobre os jatinhos, a elite se protege: Barcos e aviões não devem pagar IPVA, decide STF 30/06/2013
Direito do EstadoBarcos e aviões não devem pagar IPVA, decide STF12/4/2007 |
O recurso foi interposto contra decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), que havia julgado válidos os artigo 5º, II, da Lei estadual 948/85 e o artigo 1º, parágrafo único do Decreto 9146/86. Estes dispositivos faziam incidir o IPVA sobre proprietários de veículos automotores, incluindo embarcações e aviões. No início do julgamento, na sessão de 20 de setembro de 2006, o relator, ministro Gilmar Mendes, votou para negar provimento ao recurso, rememorando os julgamentos dos RE 134509 e 255111. As decisões desses recursos foram no sentido de considerar incabível a cobrança do IPVA para embarcações e aeronaves, afirmando que este imposto sucedeu a Taxa Rodoviária Única, que historicamente exclui embarcações e aeronaves. Naquela ocasião, acompanharam o relator os ministros Ricardo Lewandowski, Eros Grau, Carlos Ayres Britto e Sepúlveda Pertence. O ministro Joaquim Barbosa abriu divergência por entender que “a expressão ‘veículos automotores’ seria suficiente para abranger embarcações, ou seja, veículos de transporte aquático”. O julgamento foi suspenso com o pedido de vista dos autos pelo ministro Cezar Peluso. Voto Vista Ao retomar o julgamento do RE na sessão plenária de hoje, o ministro Cezar Peluso afirmou ter ficado convencido do acerto dos precedentes lembrados pelo relator durante seu voto. Por isso, votou também no sentido de dar provimento ao recurso, sendo acompanhado pelo ministra Cármen Lúcia. O ministro Marco Aurélio votou acompanhando a divergência, para negar provimento ao recurso. Dessa forma, por maioria, seguindo o voto do relator, ministro Gilmar Mendes, o Plenário do STF deu provimento ao Recurso Extraordinário (RE) 379572. |
MEC: Bolsas de residência médica tem reajuste de 24,8% 30/06/2013
Os ministérios da Saúde e da Educação reajustaram em 24,8% o valor da bolsa paga aos profissionais que estão cursando residência médica. Os residentes passarão a receber R$ 2.976,26 por mês a partir do dia 1º de julho. A medida vai beneficiar 23.134 residentes em todo o país. As informações foram publicadas nesta sexta-feira (28) no portal do Ministério da Educação (MEC).
A ação faz parte de uma série de medidas que vêm sendo adotadas pelo governo federal para estimular a formação de especialistas no país. Também de acordo com o MEC, o reajuste vai impactar em R$ 133,05 milhões no Orçamento Geral da União.
Além do reajuste, o governo garantiu a criação de 12 mil novas vagas de residência até 2017, das quais 4 mil para os próximos dois anos. Além disso, está previsto incentivo de R$ 100 milhões aos hospitais para ampliação e oferta de novas bolsas.
Fonte: Agência Brasil
Globo: pagar o que deve, não pode, mas expulsar pessoas, pode 30/06/2013
Viomundo
Contra remoção, moradores denunciam Globo
publicado em 29 de junho de 2013 às 19:52
por Luiz Carlos Azenha e Adilson Filho (Rio de Janeiro)
Há algum tempo vem sendo travada uma batalha em torno da remoção de cerca de 500 famílias que vivem no Horto Florestal do Rio de Janeiro. De um lado, os moradores. De outro, autoridades e as Organizações Globo. Eles alegam, como aparece no trecho acima da reportagem do Brasil de Fato, que o jornal O Globo produz reportagens para jogar a população do Rio contra a comunidade, dando cobertura política para a remoção.
Aqui, o Facebook da turma do Horto.
Hoje, diante da possibilidade concreta de remoção, fizeram uma passeata pelas ruas do Jardim Botânico. Aproveitaram para um pit stop ali na Lopes Quintas, fotografado pelo Adilson Filho.
Para abrir caixa preta das tarifas, manifestantes ocupam Câmara de BH 30/06/2013
publicado em 29 de junho de 2013 às 19:23
por Ninja, no Facebook
Durante essa manhã o 6º Grande Ato de Belo Horizonte se concentrou na Câmara Municipal para acompanhar a votação de duas ementas da PL – 147/13 que propunham a redução da tarifa de ônibus e a abertura das planilhas das empresas que fazem o transporte público.
Impedidos de entrar para a Sessão Extraordinária marcada para as 8 da manhã, centenas de manifestantes ficaram para fora da Câmara e provocaram intervenções poéticas nos escudos da Guarda Municipal presente.
Globo, sonega,diz que pagou, mas não confirma pagamento, típico 30/06/2013
Feltrin: Globo não admite crime, diz que pagou multa e que operação nas ilhas Virgens foi legal
publicado em 29 de junho de 2013 às 20:40
Parecer da Receita falou em simulação, sonegação e crime “em tese”.
Globo pagou multa de R$ 274 mi à Receita por causa da Copa 2002
Ricardo Feltrin, colunista do UOL
29/06/201317h50
Em comunicado oficial, a Globo Comunicação e Participações confirmou neste sábado (29) que pagou multa de mais de R$ 270 milhões à Receita Federal em 2006. O motivo da multa foi — no entendimento da Receita — irregularidades na operação de compra dos direitos exclusivos de transmissão da Copa do Mundo de 2002. A notícia sobre o auto de infração lavrado contra a emissora foi dado pelo repórter e blogueiro Miguel do Rosário.
No total, a emissora teve de desembolsar entre multa (R$ 274 milhões) , juros de mora (R$ 157 mi) e imposto não pago (R$ 183 milhões) um total de mais de R$ 615 milhões. A emissora “disfarçou” a compra dos direitos sobre a rubrica “investimentos e participação societária no exterior”, utilizando para esse fim um paraíso fiscal, as Ilhas Virgens. O Fisco discordou da estratégia contábil e aplicou a multa, que já foi paga, segundo a emissora.
O processo correu em sigilo até então.
Usando de eufemismo, a assessoria que responde pela Globo nesse assunto (uma assessoria particular, e não a CGCom) tentou a princípio tergiversar.
“A Globo Comunicação e Participações esclarece que não existe nenhuma pendência tributária da empresa com a Receita Federal referente à aquisição dos direitos de transmissão da Copa do Mundo de Futebol de 2002. Os impostos devidos foram integralmente pagos.”
Ao ser novamente questionada pelo fato de que não havia respondido à pergunta inicial e fundamental desta coluna — a Globo foi multada ou não pela Receita? –, a assessoria enviou uma nova nota esclarecendo que, sim, a TV Globo fora multada.
“Todos os procedimentos de aquisição de direitos de transmissão da Copa do Mundo de 2002 pela TV Globo deram-se de acordo com as legislações aplicáveis, segundo nosso entendimento. Houve entendimento diferente por parte do Fisco. Este entendimento é passível de discussão, como permite a lei, mas a empresa acabou optando pelo pagamento”, informava uma segunda nota oficial enviada neste sábado.
A Receita Federal entendeu que houve erro ou sonegação, não aceitou as justificativas contábeis e fez a cobrança.
“A pessoa jurídica realizou operações simuladas, ocultando as circunstâncias materiais do fato gerador de imposto de renda na fonte”, afirma página do processo 0719000/0409/2006, obtida pelo blog de Rosário.
França planeja fazer cortes de gastos de 14 bi de euros 30/06/2013
O governo francês pretende cortar o orçamento federal em 14 bilhões de euros no próximo ano, segundo reportagem publicada neste sábado pelo Le Monde, que diz ter tido acesso a documentos relacionados ao assunto. Em 2014, a França tem a meta de reduzir seu déficit em cerca de 20 bilhões de euros, 70% dos quais por meio de cortes de gastos e os 30% restantes através da elevação da receita, informou o jornal francês.De acordo com o Le Monde, a maior parte da economia virá com medidas de controle para salários de funcionários públicos, que representam 80,2 bilhões de euros do orçamento deste ano. O plano é reduzir o ritmo do aumento salarial em 2014 e manter o número de funcionários no mesmo nível deste ano.O presidente da França, François Hollande, tem sofrido pressões em relação ao déficit do país em 2013 e diz que é muito cedo para estimá-lo porque o crescimento fraco da economia está prejudicando a arrecadação de impostos.Hollande afirma que não planeja adotar novos impostos este ano para tentar atingir a meta de déficit equivalente a 3,7% do Produto Interno Bruto (PIB), já que isso poderia afetar ainda mais a economia e comprometer o objetivo de reduzir o próprio déficit.O PIB francês teve contração por dois trimestres seguidos, o que significa, segundo a definição de vários economistas, que o país está em recessão.
sábado, 29 de junho de 2013
Estruturas eólicas criativas, mas funcionais 29/06/2013
Por Vaas
Esculturas eólicas cinéticas por Anthony Howe. São feitas de aço inoxidável, sensíveis a ventos ultraleves. O efeito visual é lindo!
In Cloud Light http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=N-1LpikCSR4 Imagem ilustrativa
.......................................................................................................................................... OCTO
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=HQsx7sgshlM#! Imagem ilustrativa
............................................................................................................................................ In-Out Quociente
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=C0cZ0Dc_UdU Imagem Ilustrativa
O escultor cinético Anthony Howe vive e trabalha em uma área rural em Eastsound, Washington, cercado por árvores, vento e outros elementos naturais que inspiram suas esculturas cinéticas. Muitos de seus trabalhos originais estão disponíveis para venda e podem ser vistos em seu site. http://www.howeart.net/
Esculturas eólicas cinéticas por Anthony Howe. São feitas de aço inoxidável, sensíveis a ventos ultraleves. O efeito visual é lindo!
In Cloud Light http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=N-1LpikCSR4 Imagem ilustrativa
.......................................................................................................................................... OCTO
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=HQsx7sgshlM#! Imagem ilustrativa
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http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=C0cZ0Dc_UdU Imagem Ilustrativa
O escultor cinético Anthony Howe vive e trabalha em uma área rural em Eastsound, Washington, cercado por árvores, vento e outros elementos naturais que inspiram suas esculturas cinéticas. Muitos de seus trabalhos originais estão disponíveis para venda e podem ser vistos em seu site. http://www.howeart.net/
BNDES apoia com R$ 40,7 milhões construção de centro médico em SP 29/06/2013
BNDES
• Empreendimento, da Associação de Beneficência e Filantropia São Cristóvão, será erguido na Zona Leste da capital paulista
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento de R$ 40,7 milhões à Associação de Beneficência e Filantropia São Cristóvão para a construção de um centro médico na Zona Leste de São Paulo. O financiamento representa 71% dos recursos a serem investidos no projeto.
O novo centro médico expandirá em 250% a oferta de consultas e exames pela entidade, fundada em 1911 e que hoje tem como principal atividade a administração de planos de saúde para seus 88 mil associados.
Desde 1965, a associação possui unidade hospitalar própria, o Hospital e Maternidade São Cristóvão, que dispõe de 225 leitos, hospital-dia, pronto-socorro adulto e infantil, clínica de fisioterapia, serviços de diagnósticos e dois centros ambulatoriais compostos de 34 especialidades médicas. O grupo busca expandir a estrutura atual para fazer frente à demanda dos seus beneficiários.
Com 15,8 mil metros quadrados de área construída, distribuídos em 15 pavimentos, a nova unidade será especializada em ambulatório médico, diagnóstico clínico e internação pediátrica, com foco estratégico nos cuidados e na prevenção da saúde da mulher.
O projeto contempla, entre outros serviços, diagnósticos e exames (tais como mamografia, ultrassom e raios X), consultórios médicos (ginecologia, mastologia, cardiologia, clínica geral, dermatologia, endocrinologia e pediatria), fisioterapia, pilates, terapia ocupacional, UTI pediátrica, enfermarias e quartos para internação.
O prédio adotará soluções sustentáveis, como a captação de água pluvial para sanitários e jardinagem e uso de energia solar. Durante a execução, está prevista a geração de 324 empregos diretos. Após a conclusão, a estimativa é que sejam criados 559 postos de trabalho diretos.
• Empreendimento, da Associação de Beneficência e Filantropia São Cristóvão, será erguido na Zona Leste da capital paulista
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento de R$ 40,7 milhões à Associação de Beneficência e Filantropia São Cristóvão para a construção de um centro médico na Zona Leste de São Paulo. O financiamento representa 71% dos recursos a serem investidos no projeto.
O novo centro médico expandirá em 250% a oferta de consultas e exames pela entidade, fundada em 1911 e que hoje tem como principal atividade a administração de planos de saúde para seus 88 mil associados.
Desde 1965, a associação possui unidade hospitalar própria, o Hospital e Maternidade São Cristóvão, que dispõe de 225 leitos, hospital-dia, pronto-socorro adulto e infantil, clínica de fisioterapia, serviços de diagnósticos e dois centros ambulatoriais compostos de 34 especialidades médicas. O grupo busca expandir a estrutura atual para fazer frente à demanda dos seus beneficiários.
Com 15,8 mil metros quadrados de área construída, distribuídos em 15 pavimentos, a nova unidade será especializada em ambulatório médico, diagnóstico clínico e internação pediátrica, com foco estratégico nos cuidados e na prevenção da saúde da mulher.
O projeto contempla, entre outros serviços, diagnósticos e exames (tais como mamografia, ultrassom e raios X), consultórios médicos (ginecologia, mastologia, cardiologia, clínica geral, dermatologia, endocrinologia e pediatria), fisioterapia, pilates, terapia ocupacional, UTI pediátrica, enfermarias e quartos para internação.
O prédio adotará soluções sustentáveis, como a captação de água pluvial para sanitários e jardinagem e uso de energia solar. Durante a execução, está prevista a geração de 324 empregos diretos. Após a conclusão, a estimativa é que sejam criados 559 postos de trabalho diretos.
Brasil desenvolve tecnologia inédita com fibra de carbono 29/06/2013
Flávia Villela
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Brasil desenvolveu uma tecnologia inédita com fibra de carbono, mais barata e tão resistente quanto às comercializadas no mercado internacional. A pesquisa foi desenvolvida pelo Exército Brasileiro, em parceria com a Petrobras, e usa o piche de petróleo para a criação do material. Muito usada na indústria da aeronáutica e automobilística a fibra de carbono diminui o peso dos materiais sem perder a resistência.
A fibra de carbono de piche já é produzida comercialmente no Japão e nos EUA, porém com piche de alcatrão ou sintético (substâncias químicas puras), e com o preço de comercialização variando entre US$ 50 e US$ 1 mil o quilo. O alto custo faz com que o material, que substitui sobretudo o aço e alumínio, seja mais usado em carros de Fórmula-1, veículos de luxo, em aviões e foguetes.
De acordo com o gerente do Projeto Carbono do Núcleo de Competência para o Desenvolvimento de Tecnologia de Carbono (NCDTC) do Centro Tecnológico do Exército (CTEx), Major Alexandre Taschetto, a vantagem da invenção brasileira é que os derivados do petróleo ou “fundo do barril de petróleo” não têm mercado significativo, o que ajuda a baratear a fibra de carbono brasileira e viabilizar o uso em larga escala.
“Avaliamos que a fibra de carbono de piche de petróleo brasileira pode custar entre US$ 10 a US$ 15 por quilo. A indústria automobilística avalia que se o custo da fibra estiver abaixo de US$15 por quilo já compensa substituir o aço por fibra em maiores quantidades”, explicou o major ao salientar que carros com peças de fibra de carbono têm mais eficiência energética e emitem menos poluentes que os carros com peças de aço.
Taschetto explicou ainda que, para o Exército, a nova tecnologia também é muito útil na fabricação de materiais mais leves para os soldados, “desde equipamentos individuais como capacete, armamento leve, como pistola e fuzil, até armamento pesado, como metralhadora, morteiro, além de peças para viaturas mais leves”.
A produção em escala industrial do material ainda está em estudo na Petrobas. O produto produzido em escala semi-industrial será apresentado no Congresso Mundial de Pesquisadores da Área de Carbono (Carbon 2013), entre os dias 15 e 19 de julho, no Rio de Janeiro e pela primeira vez na América do Sul. As fibras de carbono estão presentes em vários produtos como nas bicicletas, nos celulares e laptops.
Edição: Talita Cavalcante
Governo organiza agenda para ampliar debate com movimentos sociais, diz ministro 29/06/2013
Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse hoje (29) que o governo pretende conversar com mais representantes de movimentos sociais na próxima semana. A finalidade é continuar a debater as reivindicações defendidas nos protestos que ocorrem em todo o país. Ele esteve neste sábado com a presidenta no Palácio da Alvorada.
“Achamos que o governo colocou uma agenda para o país e essa agenda vai ser desdobrada para a próxima semana, tanto a parte econômica, a questão da agenda de transporte urbano público, que é importante, e a agenda política do plebiscito. Na verdade, está sendo organizada uma agenda para a presidenta conversar com mais entidades e atores políticos esta semana”, disse.
Sobre o plebiscito que definirá uma reforma política para o país, ele disse que diante da “magnitude” das manifestações a reforma política é um dos pontos a serem dados como resposta à sociedade. “É urgente fazer uma reforma política. O congresso não tem conseguido avançar, até por um motivo muito simples, porque divide a classe política, portanto chamar o povo para opinar num ponto como esse é importante e urgente.”
O governo conseguiu consenso em torno da proposta do plebiscito na quinta-feira (27), após dia intenso de reuniões entre a presidenta Dilma, presidentes de partidos e líderes da base aliada na Câmara e no Senado. No entanto, a data da consulta popular, questões e validade das mudanças ainda serão debatidas.
"O plebiscito é uma responta para um quadro de incerteza política, de um quadro onde você não consegue fazer avançar uma reforma política. Então estamos dando uma saída, que achamos que viabiliza uma reforma política, que é um dos pontos que deve ser dado como resposta a esta conjuntura", enfatizou Paulo Bernardo.
Edição: Talita Cavalcante//Matéria ampliada às 15h36.
No sonegômetro, os valores roubados pela elite,que "querem" o fim da corrupção 29/06/2013
SONEGÔMETRO: Valores sonegados pela elite brasileira
2011: R$ 415 bilhões;
2012: R$ 425 bilhões;
2013, até hoje: 204 bilhões.
Teletransporte tem novo impulso com reciclagem quântica 29/06/2013
Com informações da Universidade de Cambridge - 25/06/2013
O atual recorde de teletransporte quântico foi batido usando lasers conectando dois observatórios astronômicos.[Imagem: IQOQI-Vienna]
Nos últimos dez anos, físicos teóricos têm mostrado que as intensas conexões geradas entre partículas, pelo fenômeno quântico do entrelaçamento - ou "emaranhamento" - podem ser a chave para o teletransporte de informações quânticas.
É bem sabido que Einstein detestava a teoria do entrelaçamento quântico, descartando-o como uma "ação fantasmagórica à distância". Mas já se comprovou que o entrelaçamento é uma característica muito real no nosso universo, e que tem um potencial extraordinário para fazer avançar todos os tipos de atividade científica.
Agora, pela primeira vez, pioneiros nesse campo descobriram como o entrelaçamento pode ser "reciclado" para aumentar a eficiência dessas "ligações fantasmagóricas" entre as partículas.
A equipe também desenvolveu uma forma generalizada de teletransporte, que permite uma grande variedade de aplicações potenciais em física quântica.
O resultado nos coloca um passo mais próximo do estilo do teletransporte da ficção científica, embora esta pesquisa esteja ainda em um estágio puramente teórico.
Teletransporte quântico
Por muito tempo considerado algo impossível, finalmente, em 1993, uma equipe de cientistas calculou que o teletransporte poderia funcionar, em princípio, usando as leis da mecânica quântica.
O teletransporte quântico aproveita o entrelaçamento para transmitir blocos de informação do tamanho de partículas através de distâncias potencialmente enormes, de forma potencialmente instantânea.
O entrelaçamento envolve um par de partículas quânticas, como elétrons ou fótons, que estão intrinsecamente ligadas entre si, retendo a sincronização que prende as partículas, estejam elas próxima uma da outra ou em lados opostos de uma galáxia.
Através dessa conexão, bits quânticos de informação - qubits - podem ser transmitidos usando apenas as formas tradicionais de comunicação clássica.
Os protocolos de teletransporte desenvolvidos até agora ficavam em um de dois campos - aqueles que só podem enviar informações embaralhadas, exigindo correção pelo receptor, ou, mais recentemente, o teletransporte "baseado em porta", que não necessita de uma correção, mas precisa de uma quantidade impraticável de entrelaçamento, já que cada objeto enviado poderia destruir o estado entrelaçado.
Um dos frutos mais surpreendentes desta área emergente de pesquisas foi o incrível teletransporte do magnetismo. [Imagem: Navau et al./PRL]
Agora, físicos britânicos e poloneses desenvolveram um protocolo para fornecer uma solução ótima em que o estado entrelaçado é "reciclado", de forma que a ligação entre as partículas se mantém para o teletransporte de múltiplos objetos.
Eles elaboraram também um protocolo em que vários qubits podem ser transportados simultaneamente, embora o estado entrelaçado degrade proporcionalmente à quantidade de qubits enviados em ambos os casos.
"O primeiro protocolo consiste em estados de teletransporte sequenciais, e o segundo teletransporta-os em bloco," explica Sergii Strelchuck (Universidade de Cambridge), que realizou a pesquisa com seus colegas Jonathan Oppenheim (da Universidade de Londres, que descobriu uma conexão surpreendente entre fenômenos quânticos) e Michal Horodecki (da Universidade de Gdansk, responsável por demonstrar a criptografia quântica na prática pela primeira vez).
"Nós também descobrimos uma técnica de teletransporte generalizada que esperamos encontrar aplicações em áreas como a computação quântica.
Existe uma ligação estreita entre o teletransporte e os computadores quânticos, que são dispositivos que exploram a mecânica quântica para realizar cálculos que não seriam possíveis em um computador clássico. Construir um computador quântico é um dos grandes desafios da física moderna, e espera-se que o novo protocolo de teletransporte leve a avanços nessa área," prosseguiu Strelchuck.
Embora o novo protocolo seja inteiramente teórico, no ano passado uma equipe de cientistas chineses conseguiu teletransportar fótons a mais de 143 quilômetros de distância, quebrando recordes anteriores, e o entrelaçamento quântico é cada vez mais visto como uma importante área de investigação científica.
O teletransporte de informações por meio de átomos individuais já é possível com as tecnologias atuais - e implementar o novo protocolo na prática deverá ser uma questão de tempo - mas o teletransporte de objetos grandes - como o Capitão Kirk - permanece no reino da ficção científica.
Celso Lungaretti: UM IDEAL QUE ME INSPIRA: A 'SOCIEDADE ALTERNATIVA' DO RAULZITO 29/06/2013
Celso Lungaretti
No início dos anos 80, quando trabalhava em revistas de música, tive uma breve amizade com o Raul Seixas.
O que nos aproximou foi termos ambos 1968 como referencial maior de nossas existências.
Músicas tipo "Metamorfose Ambulante", “Tente Outra Vez”, "Cachorro
Urubu" e "Sociedade Alternativa" lavavam minha alma, num momento em que a
velha esquerda rabugenta se reconstruía, passando como um rolo
compressor sobre os sonhos da geração das flores.
De papos sóbrios e etílicos que tive então com o Raulzito, posso dizer
que o lance da sociedade alternativa era, basicamente, o de agruparmos
as pessoas com boa cabeça em comunidades que estivessem, ao mesmo tempo,
dentro do sistema (fisicamente) e fora dele (espiritualmente).
Essas comunidades existiram no Brasil, de 1968 até meados da década
seguinte. Nelas praticávamos um estilo solidário de vida, buscando
reconciliar trabalho e prazer. Procurávamos ter e compartilhar o
necessário, evitando a ganância e o luxo.
Acreditávamos que um homem novo só afloraria com uma prática de vida
nova; quem quisesse mudar o mundo dentro das estruturas podres, acabaria
sendo, isto sim, mudado pelo mundo.
Então, em vez de conquistar o governo para tomar o poder e tentar
implantar uma sociedade mais justa de cima para baixo, nós queríamos
deslocar o eixo para o sentido horizontal: acreditávamos em ir
praticando uma vida não-competitiva em comunidades que se entrelaçariam e
cresceriam aos poucos, até engolirem a sociedade antiga.
As teses e posturas da chamada Nova Esquerda dos anos 60 continuam sendo
uma das melhores tentativas que podemos fazer para sairmos deste inferno pamonha que
o capitalismo globalizado engendrou. Daí o empenho dos conservadores de
direita e de esquerda (eles existem, sim!) em relegá-las ao
esquecimento. 1968 ainda é tabu.
O NÉO-ANARQUISMO
Se, como todo mundo diz, a Sociedade Alternativa proposta pelo Raulzito tinha muito a ver com os livros do bruxo Aleister Crowley (que ele e o Paulo Coelho andaram traduzindo do original), também se inspirava nas barricadas parisienses, nas comunidades hippies e na contracultura, o que poucos apontam.
Ele e eu conversamos muito sobre isso; éramos ambos saudosos dos tempos
em que tentávamos nos tornar homens novos na convivência solidária com
os irmãos de fé, em nossos territórios livres.
A referência ao maio/1968 francês é óbvia, por exemplo, na segunda
estrofe de "Cachorro Urubu": "E todo jornal que eu leio/ me diz que a
gente já era,/ que já não é mais primavera./ Oh, baby, a gente ainda nem
começou."
Os conservadores sempre tentaram reduzir a obra do Raulzito a uma
provocação artística, sem maiores conseqüências políticas e sociais.
Mas, ele não era meramente um gênio de comportamento anárquico, como
tentam retratá-lo, folclorizando-o para torná-lo inofensivo.
Era, isto sim, um homem sintonizado com o néo-anarquismo que esteve em
evidência na Europa e EUA na virada dos anos 60 para os 70. E só não
dizia isso de forma mais explícita em suas canções porque o Brasil era
um estado policial, submetido a uma censura rígida, embora burra.
Este não era, claro, o único aspecto de sua multifacetada personalidade –
talvez nem o principal. Mas é o que mais tem sido omitido pelos que
querem fazer dele apenas um monumento do passado, não um guia para a
ação no hoje e agora.
LIKE A ROLLING STONE
Eu vivi na estrada e em comunidade alternativa, em 1971/72. Foi uma experiência riquíssima, num momento em que eu precisava extravasar as emoções represadas no cárcere e me reconstruir, já que o sonho de uma sociedade de liberdade e justiça social ficara adiado por décadas e eu, esperançoso como qualquer adolescente, não me preparara psicologicamente para suportar a sociedade unidimensional que a contra-revolução erigiu.
Atrapalhava muito, naquela terrível Era Médici, a tensão entre a
liberdade que queríamos vivenciar em recinto fechado e o terror e o medo
que grassavam lá fora.
Vivíamos acuados, os cidadãos comuns nos olhavam com receio ou rancor
por causa de nossas cabeleiras e roupas extravagantes. Enquanto isso, a
economia deslanchava e alguns sentiam-se tentados a ir buscar também o
seu quinhão do milagre brasileiro.
Hoje, quem tem olhos para ver já pode aquilatar o que é a sociedade de
consumo e a posição de país periférico na economia globalizada:
parafraseando Conrad, "o horror, o horror!".
Acostumado aos tempos em que se trabalhava para viver, eu não consigo
aceitar que atualmente as pessoas vivam para trabalhar, mobilizadas por
objetivos profissionais umas 14 horas por dia (expediente, horas extras
que dificilmente são pagas, cursos e mais cursos de atualização
profissional, etc.).
E tudo isso para quê? Para poderem comprar um monte de objetos
supérfluos e quase nunca encontrarem relacionamentos gratificantes no
dia-a-dia, pois já não sabem mais interagir – querem apenas usar umas às
outras.
Então, fico pensando que, em lugar de levarmos vida de cão dentro do
sistema, poderíamos todos estar nos agrupando em casarões da cidade e
sítios no campo, criando pequenos negócios para subsistência, plantando,
levando uma vida simples mas solidária. Reaprendendo a ter no outro um
irmão e não um competidor.
Com as facilidades de comunicação atuais (que fizeram muita falta há
quatro décadas), essas comunidades urbanas e rurais se entrelaçariam,
ajudando umas às outras, trocando o que produzissem, prescindindo dos
bancos, escapando dos impostos e das formas de controle do Estado. Em
suma, praticando criativamente, adaptados aos dias de hoje, os
ensinamentos de Thoreau em A Desobediência Civil.
Seria um ponto de partida. E, conforme os territórios livres fossem
crescendo, poderiam até virar algo mais sério – uma alternativa para
toda a sociedade.
COMO FAZER
Nas comunidades de 1968/72, o que se fazia era reviver a velha democracia grega: reuniões para se decidir os assuntos mais importantes, para nos conhecermos melhor, para sonharmos e brincarmos.
Podia começar num debate acirrado e terminar com todo mundo nu dançando
ao som de "Let the sun shine in" (com inocência, pois não éramos dados
ao sexo grupal).
Enfim, tentávamos existir plenamente como grupo, esforçando-nos para superar o egoísmo e a possessividade.
Enfim, tentávamos existir plenamente como grupo, esforçando-nos para superar o egoísmo e a possessividade.
Havia problemas, claro. Emprestávamos ao outro o que ele estava
precisando mais, numa boa; só que, às vezes, descobríamos na enésima
hora que alguém tinha levado sem pedir aquilo que a gente ia usar. Dava
discussão e os limites tinham de ser depois definidos na reunião
coletiva da nossa comuna.
Também não era fácil administrarmos o jogo das paixões. Minha amizade
com um ótimo companheiro andou estremecida por uns tempos quando a
namorada rompeu com ele e iniciou uma relação comigo. Por mais que
quiséssemos nos colocar acima de sentimentos menores como o ciúme, eles
existiam e nos machucavam.
O importante, entretanto, era essa vontade que todos tínhamos de superar
as limitações de nossa educação pequeno-burguesa e viver de forma
generosa e solidária.
Quando alguém tinha um problema, era de todos. Quando alguém estava
triste, logo um companheiro ia perguntar o motivo. Tudo que podíamos
fazer pelo outro, fazíamos.
Onde erramos? Duas vaciladas fatais implodiram nossa comuna. Uma foi
deixarmos a droga correr solta – LSD e maconha, principalmente, pois o
propósito era abrirmos as portas da percepção, no dizer de
Huxley. Isto, entretanto, trouxe à tona facetas da personalidade
reprimida que o grupo não conseguia administrar. Acabaram ocorrendo
conflitos, separações.
A outra foi recebermos de braços abertos todos os pirados que apareciam,
vendo um amigo em cada pessoa que parecesse estar fora do sistema. Como
sempre, apareceram os aproveitadores, os parasitas, os pequenos
marginais. E a polícia veio atrás.
Mas, as experiências que vivenciamos foram tão intensas que aquele ano
valeu por uns cinco. Foi com imenso pesar que vimos aqueles laços se
romperem, sendo obrigados a voltar, cada um por si, à luta inglória pela
sobrevivência. É uma tortura ser obrigado a correr de novo atrás do
ouro de tolo, quando não se tem mais aquela velha opinião formada sobre tudo...
Com algumas correções de rumo e numa conjuntura menos repressiva, as
comunidades ainda poderão ser viabilizadas. Há que se tentar outra vez.
Mesmo porque, como disse o Raul, "basta ser sincero e desejar profundo/
você será capaz de sacudir o mundo".
O NOVO DESAFIO
A tentativa de irmos engendrando uma alternativa ao sistema dentro do próprio sistema tem muito mais a ver agora do que no tempo do Raul, pois os homens precisarão unir-se para enfrentar a crise das alterações climáticas.
Na segunda metade deste século, o planeta será fustigado por terremotos,
maremotos, furacões, tufões, tsunamis, inundações, fome e seca. As
perdas poderão ser diminuídas se os homens se ajudarem mutuamente, sem o
egoísmo e a competitividade capitalistas; caso contrário, até mesmo o
fim da espécie humana não estará descartado.
O futuro da humanidade não pode ficar à mercê da ganância, sob pena de interesses mesquinhos acabarem destruindo o planeta.
Os homens têm de encontrar formas de organizar-se para a produção em
termos solidários, visando o bem comum e não o lucro. Cooperarem em vez
de competirem.
Mas, isso não pode ser imposto por uma burocracia. Chega de ditadura do
proletariado, estatização compulsória da economia e outras experiências
que tiveram maus resultados!
É uma mudança de cultura que teremos de efetuar voluntariamente, se
quisermos legar aos nossos descendentes algo além de uma Terra arrasada.
Teremos de construir algo novo a partir da cooperação voluntária dos
cidadãos. Mostrar que o bem comum deve prevalecer sobre os interesses
individuais. Convencer os recalcitrantes ou mantê-los fora da nova
sociedade que estivermos criando. Mas, fazer o possível e o impossível
para evitar que ela também descambe para a coerção e a repressão.
E não serão os podres poderes atuais que vão encabeçar essa luta. A
união de que necessitamos deve ser forjada a partir de agora, como uma
rede a ser montada pelas pessoas de boa cabeça, independentemente de
governos e partidos políticos.
Se o enfrentamento da maior ameaça com que os homens já se depararam não
propiciar o surgimento de uma sociedade melhor, nada mais o fará.
ANARQUISTAS - Nossa bandeira é a revolução 29/06/2013
Quem são e o que pensam os militantes que vestem negro e pregam a mais radical forma de militância ideológica durante os protestos que tomaram conta das ruas de Porto Alegre e do país nas últimas semanas
Humberto Trezzi
Quem são e o que pensam os militantes que vestem negro e pregam a mais radical forma de militância ideológica durante os protestos que tomaram conta das ruas de Porto Alegre e do país nas últimas semanas.
Eles não são apenas contra o governo, muito menos contra um projeto de lei. São é contra o Estado, como o conhecemos. Desdenham da luta contra a corrupção ou outras bandeiras reformistas. Não querem reestruturação da sociedade e sim revolução: pacífica, para alguns, violenta, para outros. Pregam contra o Deus religioso e o deus capitalista (o cartão de crédito). São a pura expressão daquele cartaz que pulula nas manifestações, “contra tudo que está aí”. Eles são os anarquistas, a mais radical forma de militância ideológica nas manifestações que tomaram conta do país – excetuados os saqueadores, que parecem não ter motivação política.
A Polícia Civil está convencida de que anarquistas de diversos matizes estão por trás da onda de depredações que acompanha os protestos, mas ainda busca provas. Alguns não escondem suas táticas. Na manifestação de quinta-feira, um grupo de jovens com bandeiras negras ornamentadas com um A (de anarquismo) tomou conta do miolo da Praça da Matriz, na Capital. Magro, com rosto coberto e usando óculos escuros, um jovem sentado sobre o monumento a Júlio de Castilhos despontava como organizador. Conversava com militantes, orientando como deveriam se infiltrar na multidão.
Após falharem na tentativa de tomar conta do protesto, alguns anarquistas começaram a atirar pedras em direção ao Palácio da Justiça. Logo foram imitados por gangues infiltradas no protesto, que passaram a vandalizar e saquear, dando origem ao conflito que se alastraria para várias ruas da cidade.
Por que a violência? É uma estratégia. Em especial, dos Black Blocs, que vestem negro e usam lenços sobre o rosto, como os mascarados que atuaram na Matriz. São grupos antiglobalização e anticapitalismo. Ao contrário de outros movimentos, pacifistas, os Black Blocs usam táticas de destruição pontual de símbolos capitalistas.
Entrevista - Nossa bandeira é a revolução”
Léo Cardoso
Vestido de preto dos pés à cabeça, óculos escuros e lenço camuflado no rosto, o rapaz berra palavras de ordem na Praça da Matriz, na Capital. Ele aceita falar. “Não esquece que a mídia também é alvo”, ressalta. Confira a conversa, no início da noite de quinta-feira: Zero Hora – O que vocês desejam? Militante – Nossa bandeira é a luta pela revolução, contra toda a opressão criada pelo poder de todos os tempos. O poder corrompe, nós somos contra o poder. O poder sempre vai te manipular. A mídia sempre vai te manipular. Estamos lutando contra essa m. aí. Tarso, nós vamos tocar fogo no teu palácio... ZH – Violência para mudar? Militante – A violência é reflexo da fome do brasileiro. Se o brasileiro não tivesse fome, se todo o brasileiro tivesse educação, ninguém roubava, ninguém assaltava nada. Se a polícia não jogasse bomba de gás em nós, não jogasse bala de borracha, ninguém quebrava nada. Se todo mundo ganhasse R$ 3 mil de salário mínimo, ninguém precisava protestar. Motivo para protestar não falta no Brasil. E a mídia sempre vai te incriminar. ZH – Vocês querem revolução? Militante – Somos a favor da revolução armada. Só tocando o terror no olho do burguês e do poderoso é que eles vão ficar com medo do poder da população. E a guerra de classes um dia vai vir. Um dia tu vai ser ser degolado, rapaz. |
Ação é investigada
Existem outras linhas anarquistas em Porto Alegre. Uma delas é a dos punks (ou anarcopunks), grupos de jovens que protestam contra o capitalismo e beiram o nomadismo. Em 2005, 43 deles foram presos em um sobrado do Bom Fim, onde havia mais de 30 molotov – que não chegaram a ser usados. Todo esse pessoal foi investigado pelo delegado Paulo Cesar Jardim, da 1ª Delegacia de Polícia Civil. Foi dele a ação contra os anarcopunks em 2005.
Agora a Polícia Civil está às voltas com outra onda de radicalismo, e o encarregado de investigar o que está por trás da violência dos protestos é o delegado Marco Antônio de Souza, do Departamento de Polícia Metropolitana (DPM). Ele comandou busca realizada semana passada na sede da Federação Anarquista Gaúcha (FAG), no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre. Foram encontradas em uma sala garrafas de vidro, além de uma substância suspeita, acondicionada em garrafas Pet. Este produto foi encaminhado para perícia. A operação no local foi motivada por uma denúncia anônima. O delegado diz que as garrafas poderiam servir para artefatos explosivos.
Outro foco de checagem da polícia são os adversários tradicionais dos anarquistas, os grupos de “Carecas” ou radicais de extrema direita. Eles também usam preto, cabeças raspadas e flertam com o nazifascismo. A investigação sobre extremistas de direita foi solicitada pelo próprio Bloco de Lutas, condutor dos protestos, ao governador Tarso Genro. São investigados 50 dos 106 detidos até agora. Uma tarefa difícil, desabafa o delegado Antônio Vicente Vargas Nunes, diretor do DPM:
– Quando pegos, os vândalos não confessam sequer esse crime, muito menos sua ideologia.
A FAG diz que os agentes não apresentaram mandado judicial e ressalta que funciona há 18 anos sem esconder as atividades.
– O governador Tarso Genro faz coro com a direita ao nos criminalizar. Não somos responsáveis pelos conflitos: nossas armas são as ideias e os livros. Não somos uma organização criminosa – afirma Guilherme, um representante da FAG, ao criticar a ação policial.
O fato é que, até agora, não existem provas de ligação da FAG com o vandalismo dos últimos dias nas ruas da capital gaúcha
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