segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

O regresso do fascismo – A propósito do Charlie Hebdo 19/02/2015

por Jorge Beinstein

Como era de prever, o ataque contra o Charlie Hebdó desencadeou uma onde mediática global de condenação ao "terrorismo islâmico". Sente-se um certo fedor de "11 de Setembro à francesa" [1] . Como também era de prever, a direita ocidental capitaliza essa onda procurando orientá-la para uma combinação de islamofobia e autoritarismo, de justificação da cruzada colonial contra a periferia muçulmana e ao mesmo tempo de impulso no ocidente à discriminação interna contra as minorias de imigrantes árabes, turcos e outras. E como também era de prever, não faltaram cortesãos progressistas do sistema que – depois de abrir o guarda-chuva assinalando em primeiríssimo lugar que o "ataque terrorista"... "deve ser condenado sem atenuantes" atribuindo-o ao"fanatismo religioso" (obviamente islâmico) – passam sisudamente a enumerar algumas culpas ocidentais sem darem tempo para um mínimo de prudência e decoro diante de um assunto que cheira a podre.

O mínimo que se pode dizer é que o caso Charlie Hebdo ingressou velozmente no pântano da confusão. Os dois supostos atacantes foram liquidados dois dias depois dos ataque, ainda não se sabe bem como foram tão facilmente identificados numas poucas horas – salvo se aceitarmos a incrível versão policial de que um deles esqueceu o seu documento de identidade no automóvel utilizado no atentado. Paul Craig Roberts, ex-subsecretário do Tesouro dos Estados Unidos, assinala que "a polícia encontrou o cartão de identidade de Said Kouachi na cena do tiroteio (próximo da sede do Charlie Hebdo). Soa familiar? Recordem que as autoridades (estado-unidenses) afirmaram haver encontrado o passaporte intacto de um dos supostos sequestradores do 11 de Setembro entre as ruínas das torres gémeas. Uma vez que as autoridades descobrem que os povos ocidentais estúpidos vão acreditar em qualquer mentira transparente, vão recorrer à mentira repetidas vezes" [2] .

Não haverá julgamento, os irmãos Kouachi não desmentirão nem confessarão nada. Por outro lado, em diferentes meios jornalísticos surge a informação de que estes irmãos franceses filhos de imigrantes argelinos teriam sido recrutados há algum tempo pelo aparelho de inteligência francês que os encaminhou para o jihadismo na sua luta contra o governo sírio. Surge inclusive o nome do agente recrutador, um tal David Drugeon, assinalado desde há tempos como um personagem de alto nível do aparelho de inteligência francês – que naturalmente desmentiu a referida informação, reiterada antes e depois do desmentido por meios de comunicação estado-unidenses e europeus [3] .

E como se isto fosse pouco, um dia depois do "atentado", de modo muito marginal, deu-se a conhecer o estranho suicídio de Helric Fredou, comissão subdirector da Polícia Judiciária de Limoges que trabalhava no caso Charlie Hebdo [4] .

Guerras e bufões

Philippe Grasset assinala com razão que o ataque contra o Charlie Hebdo não é um "atentado terrorista" e sim um "acto de guerra" perfeitamente orientado para um objectivo concreto realizado por meio de uma operação tipo comando [5] .

Mas de que guerra se trata?

Uma primeira constatação é que a França tem actualmente, de maneira formal, cerca de 8 mil soldados em diferentes intervenções militares na periferia, mais de 5 mil em África e importantes contingentes na Ásia Central e no Médio Oriente, a mais recente foi no Iraque com o argumento de combater o "Estado Islâmico" [6] . A intervenção no Afeganistão, subordinada ao comando militar dos Estados Unidos, deslocava uns 4 mil soldados por volta de 2009[7] .

Ainda que a operação mais ruidosa tenha sido realizada contra a Líbia, os bombardeamentos franceses, factor decisivo na intervenção da NATO, causaram milhares de mortes entre a população civil, importantes centros urbanos foram destruídos, o estado líbio foi liquidado. Segundo diferentes avaliações a seguir ao derrube de Kadafi, cerca de dois milhões de líbios, um terço da população total, deixaram o país submerso no caos, disputado por bandos rivais. Também a França intervém activamente na operação da NATO contra a Síria, introduzindo mercenários e armas.

Dito de outro modo, o estado francês é hoje uma componente decisiva do dispositivo operacional da NATO que está empenhado numa estratégia de intervenção global destinada à recolonização ocidental do planeta. O comando supremo cabe, naturalmente, aos Estados Unidos. A estratégia operatória da referida agressão não se limita a um conjunto de acções militares do tipo clássico e sim a um leque completo de dispositivos destinados à desestruturação, à caotização de diferentes áreas do "resto do mundo", à sua transformação numa massa informe que seja presa fácil para a depredação. Assim o demonstra a longa série de intervenções ocidentais recentes na Ásia, África e América Latina, em alguns casos através de invasões militares como no Afeganistão e Iraque, em outros combinando bombardeamentos e/ou introdução de mercenários como na Líbia ou na Síria, ou ainda instalando bases militares e inflando exércitos locais e bandos paramilitares como na Colômbia – mas em todos os casos incentivando formas caóticas e ultra violentas que desarticulam o tecido social de que as realidades actuais do México, Líbia ou Iraque são um bom exemplo.

Estas acções são combinadas com um vasto desenvolvimento comunicacional destinado a controlar e arregimentar as sociedades ocidentais, bem como a degradar, desarticular, submeter o resto do mundo. É reafirmado o velho mito do ocidente como civilização verdadeira, única com legitimidade universal relegando os demais à categoria de "bárbaros" ou "semi-civilizados", conforme as circunstâncias. Mito imperial que atravessou toda a história da modernidade até chegar à sua mutação actual em delírio criminal no século XX como fascismo ou nazismo. Desse modo, o liberalismo imperialista civilizador, o cristianismo colonial redentor e o nazismo que floresceram em três momentos diferentes acabam agora em plena decadência sistémica convergindo numa mistela grotesca, expressão de sociedades privilegiadas em recuo cultural. Assim é que a Frente Nacional, abertamente neonazi convertida no primeiro partido político da França, enlaça na prática com comunicadores ou intelectuais da moda como Éric Zemmour que reivindica a colaboração com a ocupação alemã durante a segunda Guerra Mundial e a segregação das minorias muçulmanas e outras, tudo isso em nome dos "valores cristãos" da França [8] ou outros como Bernard-Henri Levy, instigador do genocídio da NATO na Líbia. A partir da sua alta posição, o presidente socialista François Hollande explica a intervenção na Síria e no Iraque e o apoio ao regime neonazi da Ucrânia como fazendo parte da sua luta pela defesa dos interesses da França.

Santiago Alba Rico elogia os assassinados do Charlie Hebdo colocando-os na categoria de bufões e explica-nos "o horror de que as suas vítimas se dedicassem a escrever e desenhar... tarefas que uma longa tradição histórica compartilhada situa no extremo oposto da violência... Em termos humanos, sempre é mais grave matar um bufão do que um rei porque o bufão diz o que todos queremos ouvir ainda que seja improcedente ou inclusive hiperbólico... O que mata um bufão, ao qual encomendámos o livre-dizer, mata a própria humanidade. Também por isso os assassinos de Paris são fascistas. Só fascistas matam bufões. Só fascistas acreditam que objectos não hilariantes ou não ridicularizáveis. Só os fascistas matam para impor seriedade" [9] .

Não creio que Hitler, ao exercer a arte de escrever, o "Mein Kampf" por exemplo, estivesse a realizar uma actividade oposta à violência e sim, muito pelo contrário, a legitimá-la. Por outro lado, é necessário destacar que grandes massacres foram acompanhados pela ridicularização das vítimas. Nesse sentido, a arte de ridicularizar surge como um complemento necessário da matança, cobri-la com um manto de humor oculta a tragédia, desculpabiliza os assassinos.

Tenho diante de mim três fotografias do "Batalhão policial 101", unidade operacional alemã famosa pela sua extrema crueldade durante a Segunda Guerra Mundial nos territórios ocupados da Europa do Leste. Numa delas vê-se um grupo de soldados-polícias alemães mortos de riso a rodearem um velho judeu barbudo, os nazis muito divertidos estão em vias de cortar-lhe a barba. Nas outras duas aparecem a custodiar um grupo de judeus na localidade de Lukov a ponto de serem enviados ao campo de extermínio de Treblinka. Numa delas um soldado nazi diverte-se à grande obrigando um velho judeu andrajoso a realizar gestos bufonescos [10] .

Os reis costumavam incluir bufões na sua corte, os quais vertiam humor burlando-se, por vezes astutamente, do rei e de alguns cortesãos – mas sobretudo dos inimigos do rei e dos vassalos mais pobres, camponeses ou humildes artesãos, ridicularizando seus gestos, sua maneira de falar e vestir, ou seja, suas culturas. Um bufão da corte não é um bufão em geral, não está ali porque sim, não é a expressão de algo bom e sim, antes, o encarregado de banalizar a tragédia, de fazê-la divertida.

Fazer palhaçadas na corte, ou seja, no ocidente, ridicularizando as crenças e costumes de muçulmanos bombardeados, invadidos, colonizados, faz parte da banalização do mal, integra a maquinaria ideológica legitimadora da tentativa ocidental de colonização da periferia. O suposto "humor libertário" do Charlie Hebdo ensina-nos que tudo pode fazer parte da festa, os fascistas realmente existentes não matam bufões em geral e sim certos bufões incómodos e em numerosos casos incorporam bufões à sua corte. A ridicularização da vítima é um aspecto significativo do humor fascista, faz parte da humilhação do martirizado.

Finalmente, nem tudo é ridicularizável. Não creio que seja um fascista quem considere que é inadmissível fazer piadas com o assassinato maciço de crianças na Palestina executado pela aviação israelense, ou com os massacres da população civil na Líbia realizados pela aviação da NATO, ou com os assassinatos de camponeses na Colômbia praticados pelos paramilitares. Quem considere que é possível, sim, converter esses factos em objectos de riso pode ou não ser ideologicamente fascista mas certamente trata-se de um canalha.

Bárbaros e civilizados

Para além da questão de saber se o ataque contra o Charlie Hebdo foi uma operação montada pelo aparelho de inteligência francês, só ou em cooperação com a CIA ou outra estrutura, ou então uma acção de um grupo islâmico manipulado pelo aparelho francês ou inclusive independente e hostil ao ocidente, o certo é que uns ou outros consideraram-no um objectivo concreto da guerra globalizada em curso.

Seguindo a "hipótese 11 de Setembro" (auto-atentado), tratar-se-ia de mobilizar na cruzada imperial uma Europa esmagada pela recessão. Poderíamos fazer coincidir o acontecimento o anúncio de que a União Europeia vai entrando numa etapa de deflação que ameaça ser prolongada e está completamente submetida à estratégia global dos Estados Unidos. Isso significa que as elites dominantes precisam criar rapidamente factores de coesão social funcionais a suas aventuras militares e financeiras. O demónio islâmico pode bem justificá-lo, para fazer aceitar ou obrigar a aceitar guerras externas combinadas com repressões e empobrecimentos internos.

A quota de barbárie introduzida com o golpe de estado na Ucrânia e a tentativa posterior de depuração étnica no Sudeste desse país acompanharia a ascensão generalizada do fascismo na Europa, desde a Ucrânia e os países bálticos, até chegar à Frente Nacional em França e ao movimento Pegida na Alemanha, passando pelo Amanhecer Dourado da Grécia. O que prefigura a conformação de um fascismo muito extenso no espaço europeu a coincidir com a previsível ascensão do Partido Republicano nos Estados Unidos. Neste cenário a intensificação de actos de barbárie imperial na periferia estaria a convergir com a internalização de formas significativas de barbárie no centro imperial.

Seguindo a hipótese oposta, estaríamos na presença do início da caotização do centro imperial do mundo. O desenvolvimento da sua "Guerra de quarta geração" contra a periferia começaria a ter um efeito boomerang sobre o protagonista ocidental. O provocador ocidental do caos começa por sua vez a ser caotizado por um desenvolvimento que começa a escapar ao seu controle e que gera deslocações na sua retaguarda. A crise económica, suas derivações financeiras, ecológicas, sociais e militares iriam submergindo o espaço euro-norteamericano numa espiral descendente irreversível.

Em ambos os casos, as imponente civilização ocidental, seus pretensos "valores universais", estariam a evaporar-se – deixando a descoberto a sua barbárie profunda.

[1] Thierry Meyssan, "¿Un 11 de septiembre en París?. ¿Quién está detrás del atentado contra Charlie Hebdo?" , Voltairenet.org, 8 de enero de 2015
[2] Paul Craig Roberts: "Ataque contra 'Charlie Hebdo' fue una operación de falsa bandera" , RT, 11/01/2015
ver também: Kevin Barret, "Planted ID card exposes Paris false flag" , PRESSTV, Sat Jan 10, 2015
[3] Mitchel Prothero, "Videos show Paris gunmen were calm as they executed police officer, fled scene" , McClatchy DC, January 7, 2015
[4] Quenel+, "Le numéro 2 de l'enquête sur Charlie hebdo s'est suicidé" , 8 janvier 2015
[5] Philippe Grasset, "Un "11-septembre à la française" ?" , Dedefensa.org, 08/01/2015
[6] "De l'Irak au Mali, le casse-tête budgétaire de l'armée française" , Les Echos, 23/09/2014,
[7] "French forces in Afghanistan" , Wikipedia,
[8] Éric Zemour, "Le suicide français", Albin Michel, Paris 2014.
[9 Santiago Alba Rico, "Lo más peligroso es la islamofobia" , Rebelión, 08/01/2015,
[10] D. J. Goldhagen, "Los verdugos voluntarios de Hitler", páginas 314 e 331, Taurus, Madrid, 1997.

Ver também:

Paris Shooters Just Returned from NATO’s Proxy War in Syria

O original encontra-se em anncol.eu/...

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

http://resistir.info/franca/c_hebdo_beinstein.html

CHARLIE HEBDO 19/01/2015


18/1/2015, [*] Luis Britto García – luisbrittogarcia blog
CHARLIE HEBDO
Texto enviado pelo autor
Ilustrações: luisbrittogarcia blog




1


¿Quiénes masacraron a los humoristas de Charlie Hebdo? Los medios del fundamentalismo eurocentrista culpan de manera instantánea al fundamentalismo musulmán.


En un automóvil abandonado cerca de la escena del crimen aparece convenientemente olvidado el documento de identidad de uno de los hermanos sospechosos del delito de islamismo.


En forma todavía más oportuna, el identificado y su fraterno cómplice son exterminados a las pocas horas, de modo que no puedan confesar ni defenderse, no sin que se sepa que eran colaboradores de los servicios de seguridad francesa. Y para colmo de la conveniencia, poco después se suicida el encargado de la investigación, Helric Fredou.


El viernes 9 de enero 2015 um anónimo clérigo de la milicia terrorista Estado Islámico (EI) aseguraría que el grupo está detrás del atentado y anuncia que seguirán otros.


El 16/1/2015 la rama yemenita de Al Qaeda reivindica la responsabilidad por la masacre a través de su dirigente sunita, Nasr al-Ansi, diciendo que el asalto se produjo en venganza por la publicación de caricaturas del profeta Mahoma, consideradas un insulto al Islam, y promete más ataques contra Occidente.


Son demasiados autores. Uno o ambos mienten.


Las dos organizaciones fueron creadas y financiadas por Estados Unidos; Al Qaeda ha sido sindicada de culpable de otro célebre ataque sospechoso, el de las Torres Gemelas.


Todo es posible, pero demasiado usual se han hecho los atentados de falsa bandera como para que creamos de buenas a primeras en la versión de las autoridades.


2


Pocas ventajas podía reportar al Islam el asesinato de una decena de infieles más o menos irreverentes y de los policías que los cuidaban.


Quien insulta mi inteligencia no puede esperar que yo respete su ignorancia.


Décadas lleva en suspenso una amenaza contra Salman Rushdie, nunca ejecutada a pesar de que éste hace apariciones públicas más o menos anunciadas. En cambio, la masacre de los humoristas reporta ventajas a la derecha francesa, que al mismo tiempo que ve desaparecer la flor y nata de sus más encarnizados críticos, aprovecha el crimen para atizar el fuego de la islamofobia, promover leyes de control de la población y la inmigración musulmana y quizá desatar nuevas guerras de saqueo.


Para demostrar su tolerancia, el presidente Hollande ordena destacar un portaaviones a Medio Oriente para reforzar su la coalición con Estados Unidos en el bombardeo de sitios de Irak supuestamente ocupados por el Estado Islámico (EI).





3


A su vez, Marine le Pen, líder del derechista partido Frente Nacional, apoya reinstaurar la pena de muerte.


El ministro del Interior Bernard Cazeneuve convoca una reunión de sus homólogos de la UE y EEUU, y el presidente de la Comisión Europea, Jean Claude Juncker, propone en Riga un nuevo programa de “lucha contra el terrorismo”.


No contra el terrorismo de la UE que desencadenó 20.000 misiones de bombardeo contra Libia o permitió el genocidio de Gaza o la agresión contra Siria, no. Se trata de colecta e intercambio de informaciones en toda la UE, prevista en inocentes reuniones con el fiscal general estadounidense, Eric Holder.


No sería improbable una Ley Patriota Europea que permitiera la pena de muerte, la tortura y la detención indefinida sin acusación ni juicio de sospechosos, o sea, de musulmanes. Por lo pronto, el gobierno francés ha ordenado a sus fiscales aplicar “mano dura” contra todo lo que consideren antisemitismo, discursos de odio o apología del terrorismo.


Ya van 54 personas encarceladas por esos delitos de opinión.


4


Se rasgan las vestiduras en público quienes seguramente descorcharon champaña en privado al enterarse de la hecatombe, como los conservadores diários Le Monde, Süddeutsche Zeitung, La Stampa, Gazeta Wyborcza y El País, los políticos Obama, Sarkozy, el Consejo de Seguridad de la ONU, la directora gerente del FMI, Christine Lagarde, o Michel Houellebecq, quien había merecido varias viñetas de los humoristas por su novela Soumission, que alerta contra una supuesta toma del poder en Francia por los musulmanes en 2022.


5


Una manifestación de dos millones de personas y cuarenta estadistas cubre París con la consigna “Je suis Charlie”. Se pretende deslindar campos entre un Islam supuestamente fanático y un Occidente autoproclamado como tolerante.


Si Charlie hubiera tenido dos millones de lectores y cuatro decenas de estadistas amigos, no hubiera sido prohibido cuatro veces por las autoridades francesas en 1961, 1966, 1970 y 1992 cuando circulaba con el nombre de Harakiri, ni hubiera tenido que cambiar su nombre al deCharlie para burlar esa prohibición, ni hubiera sido demandado en 2007 por ejercer la libertad de pensamiento.





6


Quizá la mas lúcida opinión sobre esta tragedia sea la del caricaturista sobreviviente Bernardo Holtrop (Willem) quien expresa que:


(...) los nuevos amigos de Charlie Hebdo me hacen vomitar. Nos hacen vomitar todas esas personas que de repente dicen que son nuestros amigos y encabezan la manifestación en París.


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Rajatabla
Dictadura Mediática en Venezuela
La invasión paramilitar: Operación Daktari
Socialismo del Tercer Milênio
La Ciencia: Fundamentos y Método
El Imperio Contracultural: del Rock a la Postmodernidad
El pensamiento del Libertador: Economía y Sociedad



[*] Luis Britto García. Caracas, 1940. Narrador, ensayista, dramaturgo, dibujante, explorador submarino, autor de más de 60 títulos. En narrativa destacan Rajatabla (Premio Casa de las Américas 1970) Abrapalabra, (Premio Casa de las Américas 1969) Los fugitivos, Vela de armas, La orgía imaginaria, Pirata, Andanada y Arca. En teatro, La misa del Esclavo (Premio Latinoamericano de Dramaturgia Andrés Bello 1980) El Tirano Aguirre (Premio Municipal de Teatro1975) Venezuela Tuya (Premio de Teatro Juana Sujo en 1971) y La Opera Salsa, con música de Cheo Reyes. Con Me río del mundo obtuvo el Premio de Literatura Humorística Pedro León Zapata. Como ensayista publica La máscara del poder en 1989 y El Imperio contracultural: del Rock a la postmodernidad, en 1990, Elogio del panfleto y de los géneros malditos en el 2000; Investigación de unos medios por encima de toda sospecha (Premio Ezequiel Martínez Estrada 2005), Demonios del Mar: Corsarios y piratas en Venezuela 1528-1727, ganadora del Premio Municipal mención Ensayo 1999. En 2002 recibe el Premio Nacional de Literatura, y en 2010 el Premio Alba Cultural en la mención Letras .


POSTADO POR CASTOR FILHO

http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2015/01/chalie-hebdo.html

Em 2016, riqueza de 1% da população mundial será igual à dos outros 99%, diz ONG 19/01/2015


Diário Liberdade | Ferrol - 19/01/2015 - 11h56
Relatório divulgado hoje pela organização Oxfam International estima que 1% da população, cerca de 70 milhões de pessoas, controlará 50% da riqueza mundial no próximo ano, mesma porcentagem dividida entre as outras 7 bilhões

Glenn Halog / Flickr

Participante do movimento Occupy Wall Street fantasiado de investidor no distrito financeiro de São Francisco, EUA, em 2011

Daqui a um ano, o aumento da desigualdade fará com que 1% das pessoas mais ricas tenha maior riqueza do que os outros 7 bilhões de habitantes do planeta. É a previsão da organização não governamental Oxfam International em seu relatório “Wealth: Having it All and Wanting More”[“Riqueza: ter tudo e querer mais”, em tradução livre].

O estudo foi divulgado hoje (19/01) antes da próxima reunião anual do Fórum Econômico de Davos, que reúne a elite econômica mundial na cidade suíça.

A crise tem aumentado nos últimos anos a fenda da desigualdade, enriquecendo os mais ricos, com destaque para os setores farmacêutico, financeiro e de seguros, em uma concentração da riqueza sem precedentes na história humana.

Este 1% da elite mais rica do mundo é formado por 70 milhões de pessoas, cujo acúmulo de riquezas não deixa de crescer face ao empobrecimento da maioria. Concretamente, 50% da riqueza do planeta estarão em breve nas mãos deste grupo.

No relatório, afirma-se que 20% dos bilionários que aparecem na lista Forbes de 2014 têm interesses nos setores financeiro e de seguros. O valor das fortunas desta porcentagem da população aumentou 11% nos doze meses anteriores a março de 2014, quando se publicou a lista. No entanto, entre 2013 e 2014 a riqueza que experimentou um maior incremento foi a dos bilionários que, segundo a lista Forbes, desenvolvem atividades nos setores farmacêutico e de atendimento sanitário.

Ambos os setores (farmacêutico e de saúde) gastaram cerca de 500 milhões de dólares [mais de 1,3 bilhão de reais] em lobby, o que permitiu aos bilionários com interesses nestes âmbitos incrementarem sua fortuna em 47% no último ano.

A Oxfam considera necessário situar a luta contra a desigualdade como "objetivo internacional". Propõe também um "esforço fiscal justo e equitativo", aumentando a carga tributária do capital. O freio à evasão e à fraude fiscal das grandes empresas são outras propostas presentes no relatório, que não põe em causa o próprio sistema capitalista.

A defesa de serviços públicos gratuitos e universais, a fixação de salários mínimos e o apoio específico às mulheres, especialmente prejudicadas por este sistema desigual, são outras indicações da organização, assim como a defesa de programas de proteção social "adequados" para as pessoas mais pobres, incluindo sistemas de garantia de rendimentos mínimos.

Nada se diz no estudo, de resto, sobre a intrínseca tendência do capitalismo, a nível histórico, para a acumulação de capital como objetivo fundamental. O alargamento do mercado e a progressiva submissão dos valores de uso aos valores de troca, num quadro de relacionamento capital/trabalho baseado na relação de extorsão salarial, constitui a única via para garantir o incremento das mais-valias e taxas de lucro por parte da classe dominante. Uma lógica sistêmica de crescente expropriação de força de trabalho que conduz inevitavelmente para a desigualdade.

A experiência histórica e as projeções futuras indicam que não há reforma "humanizadora" possível do sistema e que a lógica capitalista mundial só pode ser retificada quebrando e ultrapassando o próprio capitalismo como sistema histórico.



Publicado originalmente no site Diário Liberdade.

http://operamundi.uol.com.br/conteudo/samuel/39197/em+2016+riqueza+de+1+da+populacao+mundial+sera+igual+a+dos+outros+99+diz+ong.shtml

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Que desfilem. Zumbis de cérebros esvaziados e hipócritas 12/01/2015


11/1/2014, The Saker, (nova) rede The Vineyard of the Saker
Brainwashed zombies and hypocrites
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu



The Saker

Quer dizer que mais de 3 milhões de pessoas tomaram as ruas de Paris, inclusive 40 chefes de estado, para denunciar o assassinato de 17 vítimas dos ataques de terroristas takfiris semana passada...


Mas... ONDE ESTAVAM TODOS ELES?


●− ONDE ESTAVAM esses três milhões e 40 chefes de estado quando o abjeto terror takfiri foi lançado contra o povo do Afeganistão? Ninguém sabe, ninguém viu. Ninguém sabe, ninguém viu?


●− ONDE ESTAVAM esses três milhões e 40 chefes de estado quando o abjeto terror takfiri foi lançado contra os xiitas da Arábia Saudita? Ninguém sabe, ninguém viu?


●− ONDE ESTAVAM esses três milhões e 40 chefes de estado quando o abjeto terror takfiri foi lançado contra os xiitas do Bahrain? Ninguém sabe, ninguém viu?


●− ONDE ESTAVAM esses três milhões e 40 chefes de estado quando o abjeto terror takfiri foi lançado contra o povo da Chechênia? Ninguém sabe, ninguém viu?


●− ONDE ESTAVAM esses três milhões e 40 chefes de estado quando o abjeto terror takfiri foi lançado contra o povo sérvio? Ninguém sabe, ninguém viu?


●− ONDE ESTAVAM esses três milhões e 40 chefes de estado quando o abjeto terror takfiri foi lançado contra o povo líbio? Ninguém sabe, ninguém viu?


●− ONDE ESTAVAM esses três milhões e 40 chefes de estado quando o abjeto terror takfiri foi lançado contra o povo sírio? Ninguém sabe, ninguém viu?


●− ONDE ESTAVAM esses três milhões e 40 chefes de estado quando o abjeto terror takfiri foi lançado contra o povo do Iraque? Ninguém sabe, ninguém viu?


●− ONDE ESTAVAM esses três milhões e 40 chefes de estado quando o abjeto terror takfiri foi lançado contra o povo do Curdistão? Ninguém sabe, ninguém viu?


●− ONDE ESTAVAM esses três milhões e 40 chefes de estado quando o abjeto terror takfiri foi lançado contra o povo do Líbano? Ninguém sabe, ninguém viu?


●− ONDE ESTAVAM esses três milhões e 40 chefes de estado quando o abjeto terror takfiri foi lançado contra o povo da Nigéria? Ninguém sabe, ninguém viu?


●− ONDE ESTAVAM esses três milhões e 40 chefes de estado quando o abjeto terror takfiri foi lançado contra o povo do Paquistão? Ninguém sabe, ninguém viu?


●− ONDE ESTAVAM esses três milhões e 40 chefes de estado quando o abjeto terror takfiri foi lançado contra o povo da Índia? Ninguém sabe, ninguém viu?


●− ONDE ESTAVAM esses três milhões e 40 chefes de estado quando o abjeto terror takfiri foi lançado contra o povo da Rússia? Ninguém sabe, ninguém viu?


●− ONDE ESTAVAM esses três milhões e 40 chefes de estado quando o abjeto terror takfiri foi lançado contra o povo da Somália? Ninguém sabe, ninguém viu?


●− ONDE ESTAVAM esses três milhões e 40 chefes de estado quando o abjeto terror takfiri foi lançado contra o povo do Quênia? Ninguém sabe, ninguém viu?


●− ONDE ESTAVAM esses três milhões e 40 chefes de estado quando o abjeto terror takfiri foi lançado contra o povo do Iêmen? Ninguém sabe, ninguém viu?


●− ONDE ESTAVAM esses três milhões e 40 chefes de estado quando o abjeto terror takfiri foi lançado contra o povo da Argélia? Ninguém sabe, ninguém viu?


●− ONDE ESTAVAM esses três milhões e 40 chefes de estado quando o abjeto terror takfiri foi lançado contra o povo da Indonésia? Ninguém sabe, ninguém viu?


●− ONDE ESTAVAM esses três milhões e 40 chefes de estado quando o abjeto terror takfiri foi lançado contra o povo do Irã? Ninguém sabe, ninguém viu?


Por que sumiram?


Place de la Republique em 11/1/2015, à tarde



Mais algumas perguntas


Não crucificaram, talvez, bebês na Argélia? Não torturaram reféns em vídeos, na Chechênia? Não varreram a tiros casamentos na Bósnia? Não explodiram bombas na Indonésia? Afegãos não foram, talvez, esfolados vivos? Não mantiveram reféns com lobos, em tocas, na Chechênia? Não torturaram até a morte e crucificaram na Síria?


Ou será que há vítimas inocentes mais vítimas inocentes que outras?


Por que, quando a Europa apoia takfiris sírios e nazistas ucranianos, não se veem 3 milhões de pessoas em protesto, pelas ruas?


Quantos daqueles 3 milhões de pessoas e 40 chefes de estado realmente não sabem que o takfirismo tem sido atenta, apaixonada e cuidadosamente cultivado, alimentado, organizado, financiado, treinado, federado, apoiado, armado e protegido pelo Império Anglo-sionista?


Quantos daqueles 3 milhões de pessoas e 40 chefes de estado realmente não sabem que otakfirismo é uma monstruosidade, com duas funções – pode ser lançado contra os que se atrevem a desobedecer o Império; e aterroriza quem, no ocidente, resista contra o estado policial?


Será que algum dia aprenderão?


Nada daquilo foi novidade. Dia 11/9, o povo dos EUA foi literalmente adestrado para reagir com medo e histeria. Funcionou perfeitamente, e todos sabemos como acabou: com grandes guerras e milhões de (iraquianos) mortos. Muitos norte-americanos simplesmente pararam de pensar, onde havia análise cuidadosa foi substituída por reação de pânico. Hoje, a Europa está fazendo exatamente o mesmo. Mesmas causas sempre levam aos mesmos resultados. Será que algum dia aprenderão?


E quem, afinal, é o inimigo?


Ah, sim, eles têm sido muito “vagos” quanto a isso. “Não somos contra o Islã!!”, “o Islã é religião de paz!!”, “nada temos contra muçulmanos!”.


Ah, sim, sim, claro!


A verdade é que, enquanto “eles” nada têm contra “o Islã” e contra “bons muçulmanos”, “eles” TAMBÉM, como quem nada quer, pensam que “o multiculturalismo falhou” e que “o Islã é incompatível com as sociedades ocidentais”. Não só isso, mas também, dado que “maus muçulmanos” tendem a esconder-se entre “bons muçulmanos”, o melhor é ficarmos todos no “lado seguro” e manter “olho bem vivo” sobre todos “os muçulmanos”, para o caso de algum deles de repente, sem aviso, virar suicida-bomba jihadista doido. Correto?


ERRADO!


Já perceberam como TODOS aqueles doidos takfiris “por acaso” têm MUITOS contatos com todos os tipos de serviços ocidentais de segurança? É como congresso da Ku Klux Klan nos EUA: de cada dez participantes, dois são débeis mentais e oito são agentes federais trabalhando disfarçados. O mesmo acontece nos grupos takfiris. Então, os dois débeis mentais fazem alguma coisa realmente péssima, e os oito agentes federais evanescem “sem deixar rastros” (ou se suicidam). E isso teria algo a ver com o Islã? Claro que não.


Isso só tem a ver com o estado profundo e com a manipulação, por agentes infiltrados, de provavelmente todos os grupos terroristas em ação no planeta.


Eis a pergunta que realmente faz muito melhor sentido: deve-se temer mais os muçulmanos, ou deve-se temer mais os serviços ocidentais de segurança que cuidadosamente manipulam os doidos takfiri?


A verdade é que as mesmas agências ocidentais de segurança que controlam os doidos takfiriquerem que nós todos odiemos os muçulmanos. Por quê? Simplesmente para criar uma atmosfera de caos social, confronto entre civis e, mesmo, guerra civil. Assim, enquanto todos nos ocupamos na caçada aos “muçulmanos do mal”, as mesmas agências ocidentais de segurança podem continuar o próprio trabalhinho.



... E os 40 Chefes de Estado!



Assim sendo, o que podemos fazer?


Simples! Nossos mestres & senhores imperiais querem que façamos exatamente três coisas:


●– que nos aterrorizemos;
●– que sejamos tomados pelo ódio;
●– que paremos de pensar.


Assim sendo, tudo que temos de fazer é:


●– não temer;
●– amar; e
●– pensar.


É realmente muito simples. Se nos deixarmos aterrorizar, se odiarmos e se pararmos de pensar – eles vencem. Se não nos deixarmos aterrorizar, se amarmos cada vez mais e se pensarmos sempre mais e melhor – nós vencemos. O Império deles foi construído de medo, de ódio e de estupidez. Podemos derrubá-lo com coragem, amor e inteligência.


O que se viu [ontem] em Paris foram 3 milhões e 40 chefes de estado em passeata, por duas razões básicas: alguns já estão descerebrados, sofreram lavagem cerebral pelo frenesi “midiático”; outros foram à rua por razões políticas. 3 milhões de zumbis de cérebros esvaziados e hipócritas. Que desfilem.


Quanto a nós, temos de declarar alto e em bom som que NÃO FOMOS apanhados naquela mesma armadilha, que eles NÃO ESTÃO poluindo com ódio a nossa alma, e com estupidezes, o nosso cérebro. Que, se há milhões de zumbis de cérebros esvaziados e hipócritas, há bilhões de pessoas capazes de ler através da tela de mentiras, e que rejeitam totalmente essa “paisagem mental” de ódio, medo e estupidez.


The Saker

POSTADO POR CASTOR FILHO


http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2015/01/que-desfilem-zumbis-de-cerebros.html

sábado, 10 de janeiro de 2015

Terroristas armados pela França atacam Paris 10/01/2015




7/1/2015, [*] Tony Cartalucci, Land Destroyer
France Armed Terrorists that Struck Paris
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu



OTAN - Organização do Tratado do Atlântico Norte

A França, parte de uma coalizão comandada pela OTAN, armou, financiou, ajudou e, por esses e outros meios, perpetua, há anos, os terroristas da Al Qaeda, a começar oficialmente na Líbia, com a derrubada do coronel Muammar Gaddafi; e prossegue há anos, até hoje, com a OTAN, que arma e protege e garante apoio aos terroristas da Al-Qaeda inclusive ao chamado “Estado Islâmico” (ISIS/ISIL) em território sírio e ao longo das fronteiras sírias.


No recente ataque em Paris, como no trabalho dos próprios terroristas que a França armou e apoiou no norte da África e no Oriente Médio, o responsável pela violência é o próprio governo francês, culpado de manter apoio material a uma organização terrorista que já assassinou cidadãos franceses, inclusive dois oficiais de Polícia, não apenas em solo francês, mas dentro da própria capital da França.


Artigo no New York Times, “Terror Attack on Charlie Hebdo Newspaper in Paris Kills 12”, noticia que:


Homens mascarados e armados com armas automáticas abriram fogo no escritório de um jornal satírico francês na 4ª-feira, em Paris, segundo informação da Polícia, matando 12 pessoas e, na sequência, escapando num carro.


O presidente François Hollande disse que o ataque contra o semanário Charlie Hebdo foi “sem dúvida” ato de terrorismo e obriga a subir ao nível máximo o nível do alerta nacional contra terroristas. Disse também que vários ataques terroristas foram abortados nas últimas semanas.



Atacantes usaram um Citroen bem francês

De fato, apesar da preocupação “cenográfica” e do fingido sentimento de ultraje que Hollande exibia, fato é que o governo francês nunca parou de pregar e defender ataques terroristas e de armar grupos terroristas em todo o Mundo Árabe, acompanhando o empenho do “ocidente” para derrubar governos, um depois do outro, tentando reordenar toda a região segundo os seus próprios interesses geopolíticos e econômicos, e desde a “Primavera Árabe” em 2011.


O Washington Post noticiou em 2011, em artigo que levava o título de “França enviou armas a rebeldes líbios”, que:


Enquanto o antecessor de Hollande, Nicolas Sarkozy, foi o homem que pôs coturnos franceses em solo na Líbia já dizimada, no início da intervenção da OTAN naquele país – ação que incluiu entregar armas francesas a terroristas, com aviões franceses garantindo cobertura àqueles terroristas enquanto cometiam genocídio e outras atrocidades –, Hollande deu continuidade às mesmas políticas iniciadas por Sarkozy, primeiro na Líbia, agora também na Síria. Funcionários franceses anunciaram na 4ª-feira que entregaram armas a rebeldes na Líbia, marcando a primeira vez que um país da OTAN ofereceu ajuda militar direta a opositores do governo, em conflito que durou mais tempo do que muitos políticos esperavam que durasse.(30/6/2011).


O ataque foi executado por operadores profissionais, estilo “Gladio


O vídeo que já se conhece do recente ataque em Paris mostra militantes pesadamente armados, manejando com perfeita intimidade e disciplina suas armas de nível militar: não há dúvidas de que são agentes que receberam treinamento militar. Digam o que disserem sobre os terroristas terem “informado” os presentes, que “Somos a Al-Qaeda”, a verdade é que são produto da rede de terrorismo que o ocidente criou e perpetua até hoje, para conseguir manter uma guerra de terror contra seus próprios cidadãos, além de várias guerras “por procuração”, em terras distantes, contra inimigos do outro lado do mundo.



Massacre de Bolonha, um dos atentados da Operação Gladio

A cumplicidade dos franceses ao armarem inimigos do estado sírio, tem sido ponto de discussão e causa de temor entre críticos e especialistas, que há anos alertam para o risco de “revide”. É, portanto, bem pouco crível que a França e seus parceiros nessa vasta rede de terror global patrocinado por estados nunca tivessem previsto que o “revide” viria.


Parece simplesmente inacreditável que não teriam conseguido impedir esses atentados terroristas, se desejassem impedi-los.


Em outras palavras, os ataques em Paris parecem ser novos ataques contra a população europeia, ao estilo da “Operação Gladio” da OTAN, ação insidiosa para manipular as percepções públicas, tanto quanto a paisagem política regional.


Financiados pelos EUA, treinados na Grã-Bretanha e mantidos como grupos extremistas paramilitares por toda a Europa durante a Guerra Fria, as “redes de retaguarda” da OTAN, como eram chamadas, foram criadas, supostamente, para serem ativadas no caso de invasão massiva da Europa Ocidental, pelos soviéticos. Mas sempre foram usadas para ataques a serem atribuídos a outros agentes, e que sempre matavam e feriam centenas de europeus. – Imediatamente, as atrocidades eram atribuídas à União Soviética ou a seus simpatizantes na Europa. A OTAN usava os ataques e assassinatos para manipular as percepções entre os cidadãos e gerar ganhos políticos para grupos que operavam sob controle da OTAN.



Assim também, a Al-Qaeda e suas várias franquias, inclusive a mais recente e famosa, o ISIS, estão sendo usadas como ameaça doméstica e como força mercenária expedicionária estrangeira.



Jihadistas da al-Qaeda, armados pelos franceses e aliados, desfilam alegremente em Raqqa, Síria

Verdade é que com um canto da boca o presidente Hollande condena os ataques em Paris; e, com o outro canto da boca, continua a exigir cada vez mais armamentos e mais apoio para as próprias redes das quais saíram os mesmos ataques, com o objetivo de manter a campanha de terror e violência contra a Síria.


Independente do que se venha a descobrir em quaisquer investigações que se façam, o fato de que a OTAN já engendrou ataques exatamente iguais aos que agora se viram em Paris – e ataques contra os mesmos povos que a OTAN diz que existiria para proteger – faz da OTAN e dos vários líderes políticos que estão hoje no governo dos países-membros da OTAN os principais suspeitos dos crimes.


No mínimo, são os mesmos estados e governantes que não farão investigação imparcial sobre os ataques recentes, tanto quanto já se mostraram incapazes de impedir os ataques.


O mais provável é que os ataques não tenham sido concebidos e executados por inimigos que viveriam longe das fronteiras europeias, mas por inimigos excepcionalmente perigosos que vivem dentro daquelas fronteiras.



[*] Tony Cartalucci é pesquisador de geopolítica e escritor sediado em Bangkok, Tailândia. Seu trabalho visa cobrir os eventos mundiais a partir de uma perspectiva do Sudeste Asiático, bem como promover a auto-suficiência como uma das chaves para a verdadeira liberdade.

POSTADO POR CASTOR FILHO


http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2015/01/terroristas-armados-pela-franca-atacam.html

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

PETROBRAS ANUNCIA DESCOBERTA NA BACIA DE SERGIPE 09/01/2015



Segundo a empresa, o óleo da área de Farfan, em águas ultraprofundas do bloco marítimo Sergipe/Alagoas 11, é de boa qualidade (petróleo leve), entre 37 e 40 graus API – medida que determina a qualidade; resultados ratificam o comunicado feito ao mercado no dia 9 de agosto de 2013

9 DE JANEIRO DE 2015 ÀS 08:48


Nielmar de Oliveira - Repórter da Agência Brasil - A Petrobras anunciou, na noite dessa quinta-feira (8), a descoberta de óleo leve e gás natural na área de Farfan, em águas ultraprofundas do bloco marítimo Sergipe/Alagoas 11, localizado na Bacia de Sergipe.

A descoberta se deu a partir de um dos poços pioneiros que a estatal vem perfurando na região. Segundo a empresa, o óleo é de boa qualidade (petróleo leve), entre 37 e 40 graus API – medida que determina a qualidade.

Os resultados ratificam a descoberta de óleo leve e gás na área de Farfan, conforme comunicado feito ao mercado no dia 9 de agosto de 2013.

Essa perfuração também constatou a presença de nova acumulação de óleo leve em reservatório mais profundo, com espessura de 28 metros.
Localizado a 107 quilômetros (km) da cidade de Aracaju, a 5,7 km do poço descobridor e em profundidade de água de 2.492 metros, o poço alcançou a profundidade final de 5.900 metros e, no momento, encontra-se em avaliação.

A empresa informou ainda que essa acumulação integra o projeto exploratório da Bacia Sergipe-Alagoas em águas profundas, conforme previsto no Plano de Negócios e Gestão da Petrobras para o período 2014-2018.

A Petrobras informou que dará continuidade ao Plano de Avaliação da Descoberta, conforme aprovado pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. A estatal brasileira é a operadora do consórcio (60%) em parceria com a IBV-BRASIL (40%).

https://www.brasil247.com/pt/247/sergipe247/166049/Petrobras-anuncia-descoberta-na-Bacia-de-Sergipe.htm

Pepe Escobar: Quem se beneficia com o assassinato de Charlie? 09/01/2015

Só os interessados em demonizar o Islã


8/1/2015, [*] Pepe Escobar, Asia Times Online − The Roving Eye
Who profits from killing Charlie?
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu

Revide anti-império. Uma mini-Damasco. Mas a coisa toda fede. Como é possível que os assassinos fossem tão eficientes? E como conseguiram escapar? [Russia insider]


Charlie Hebdo - os mortos, os suspeitos e a polícia

Putin é culpado. Desculpe, mas não foi Putin. Afinal de contas: quem atacou no coração da Europa não foi a Rússia. Foi um comando de estilo pró-jihadi. A quem o crime beneficia? Cui bono?


Planejamento e preparação cuidadosos; Kalashnikovs; foguetes lançadores de granadas; balaclavas; coletes à prova-de-balas estampados com camuflagem de deserto e estofados com revistas velhas; botas de uso do exército; fuga, que parece a cereja do bolo: num Citroen preto. E o toque final no bolo mortal: apoio logístico perfeito, sem falhas para a execução do ataque, em Paris. Um ex-comandante militar francês, Frederic Gallois, chamou atenção para a aplicação perfeita da “técnica de guerrilha urbana” (onde se metem aqueles notórios “especialistas” ocidentais em contraterrorismo, quando se precisa deles?).


Para uns, falavam francês perfeito; para outros, francês arrevesado. Seja como for, o que interessa é que pronunciaram a palavra mágica: “Somos a Al-Qaeda”. Melhor ainda: disseram a um homem na rua: “Diga à mídia que é a Al-Qaeda no Iêmen”, o que significa, na terminologia do terror norte-americano, Al-Qaeda na Península Árabe [orig. al-Qaeda in the Arab Peninsula (AQAP)], que mantinha o cartunista e editor de Charlie Hebdo, Stephane Charbonnier (“Charb”), numa lista de alvos devidamente promovida pela revista Inspire, publicada em papel caríssimo, da AQAP. Acusação: “Insultar o Profeta Maomé”.


E para garantir que todos ficassem com os perpetradores bem impressos na memória, os assassinos também disseram “Allahu Akbar”, “Matamos Charlie Hebdo” e “Vingamos o Profeta”.


Caso resolvido? Ora, em apenas poucas horas a Polícia francesa já havia identificado dois suspeitos (de sempre?): os irmãos franco-argelinos Said e Cherif Kouachi. O terceiro homem – o suspeito de dirigir o Citroen preto, 18 anos, Hamyd Mourad – logo se apresentou à polícia com um álibi indestrutível. Significa que o terceiro homem permanece não identificado.



Os irmãos Cherif Kouachi, 32 (E) e Said Kouachi, 34

Todos usavam balaclavas. Os irmãos Kouachi não foram capturados. Mas a Polícia parece saber muito bem quem são. Porque encontraram um documento de identidade esquecido no Citroen preto (é a correria de executar atentado terrorista bem na hora do rush). Como é possível que ninguém soubesse de nada antes da carnificina?


Não demorou para a biografia de Cherif Kouachi aparecer em todos os jornais e telas. Estava numa lista global de procurados. Com seis outros, foi condenado em maio de 2008 a três anos de prisão por “terrorismo”. De fato, entregou uma dúzia de jovens franceses, através demadrassas no Egito e na Síria, a ninguém menos que Abu Musab al-Zarqawi, o ex-chefe da Al-Qaeda no Iraque morto por um míssil dos EUA e pai espiritual do Estado Islâmico/ Daesh/ ISIS/ ISIL.


Também imediatamente, já havia uma narrativa completa, pronta para consumo de massas. O ponto-chave: a Polícia francesa privilegia a hipótese de “terrorismo islâmico”. Segundo “especialistas” da Polícia, pode ter sido ataque “ordenado do exterior e executado por jihadistas que retornaram da Síria e escaparam à Polícia”, ou podem ser “idiotas da periferia que se autorradicalizaram e conceberam esse ataque militar em nome da Al-Qaeda”.


Esqueçamos a opção dois, por favor: é claro que foi serviço de profissionais. E se se considera a opção um, a coisa aponta – e que mais poderia ser? – para revide. Sim. Podem ter sido mercenários do Daesh/ISIS/ISIL treinados pela OTAN (detalhe crucialmente importante: a mesma OTAN da qual a França é membro) na Turquia e/ou na Jordânia. Mas a coisa pode também ser ainda mais imunda, porque pode, sim, ser operação “doméstica”, mascarada sob falsa bandeira, obra de agentes passados ou atuais de Forças Especiais francesas.


Culpe o Islã!


Como se podia prever, os divulgadores-promotores do islamofascismo estão em altíssima rotação, aproveitando o dia/semana/mês/ano. Para trolls/hordas e imbecis em geral, que se orgulham do próprio QI abaixo de protozoários, se há dúvidas, demonize o Islã. É tão conveniente esquecer que milhões nunca contabilizados nas áreas tribais do Paquistão e pelos mercados de rua no Iraque continuam a padecer a mesma dor devastadora nos corações e mentes, porque também são vítimas descartáveis do pensamento jihadista – “cultura de Kalashnikov”, como se diz no Paquistão – que beneficia sempre diretamente ou indiretamente o “ocidente”, já há décadas. Pensem nos drones norte-americanos que dronam ritualmente, sem parar, civis paquistaneses, iemenitas, sírios e líbios. Pensem em Sadr City, que conheceu carnificinas mais de dez vezes piores que a de Paris.



François Hollande no Charlie Hbdo

O que o presidente francês François Hollande definiu como “ato de barbarismo excepcional” – e é – não se aplica quando o “ocidente, com a França na linha de frente, do rei Sarkô ao general Hollande em pessoa, arma, treina e controla por controle remoto degoladores/ mercenários que “operam” sem parar, da Líbia à Síria. Ah, sim! Matar civis em Trípoli ou Aleppo é perfeitamente normal. Atrevimento é matar civis em Paris.


Por tudo isso, e no coração da Europa, é revide. As pessoas nos Waziristõessentem-se exatamente assim, quando uma festa de casamento é incinerada por um míssil Hellfire. Paralelamente, é absolutamente impossível que a oh-tão-sofisticada rede ocidental de inteligência não tenha sabido que o revide estava sendo preparado – e que nada tenha feito para impedir que se consumasse (como é possível que os bodes expiatórios da hora, os irmãos Kouachi, não estivessem presos?).


É claro que a ultra-complexa e elaborada rede ocidental de contraterrorismo – tão eficiente para nos pôr nus em todos os aeroportos – sabia que a coisa estava sendo preparada; mas na guerra-de-sombras, a “al-Qaeda” é organização guarda-chuva, com miríades de nomes derivados, inclusive o “renegado” Daesh/ ISIS/ ISIL, todos usados como exército mercenário e conveniente ameaça doméstica ativa “contra nossas liberdades”.


Quem lucra mais?


A think-tank-lândia norte-americana, também previsivelmente, está ocupadíssima divulgando o drama de uma “divisão intra-muçulmanos” que dá muito espaço geopolítico a ser explorado pelos jihadistas – e, isso, para sugar o mundo ocidental para dentro de uma guerra civil muçulmana. É ideia absolutamente ridícula.



Império do Caos



O Império do Caos, já durante os anos 1970s, andou ocupadíssimo cultivando a cultura jihadi/ Kalashnikov, para lutar contra qualquer coisa, da URSS a movimentos nacionalistas em todo o Sul Global. “Divide e governa” sempre foi usado para soprar as chamas das guerras “intra-islâmicas”, desde o governo Clinton tornando-se íntimo dos Talibã, até o governo Cheney – ajudado pelos vassalos do Golfo Persa – trabalhando para inflar o cisma sectário que separaria sunitas e xiitas.


Cui Bono – quem mais se beneficia? – com o assassinato de Charlie? Só todos cuja agenda é a demonização do Islã. Nem os fanáticos mais descerebrados encenariam aquela carnificina na redação de uma revista francesa, só para mostrar às pessoas que os acusam de ser bárbaros que eles são, sim, bárbaros. A inteligência francesa, pelo menos, já concluiu que não foi coisa de explosivos grudados na cueca: foi trabalho de profissionais. E acontece exatamente poucos dias depois de a França reconhecer o estado palestino. E poucos dias depois de o general Hollande exigir o fim das sanções contra a “ameaça” russa.


Os Masters of the Universe que movimentam as alavancas reais do Império do Caos estão enlouquecendo ante o caos sistêmico que já está generalizado e que eles, até há bem pouco tempo, ainda tinham a ilusão de que controlavam. Que ninguém se engane: o Império do Caos fará o que puder para explorar o ambiente pós-Charlie – e seja revide ou operação ‘'interna'’ clandestina.


O governo Obama já está mobilizando o Conselho de Segurança da ONU. O FBI está “ajudando” os investigadores franceses.


Como disse, em formulação memorável, um analista italiano, os jihadistas não invadiram a sede de um fundo-abutre: atacaram a sede de uma revista de sátiras. É claro que não se trata de religião: trata-se de geopolítica linha duríssima. Faz-me lembrar David Bowie:“This is not rock'n roll. This is suicide” [Não é rock’n roll. É suicídio].


O governo Obama já está mobilizado para oferecer “proteção” – à moda máfia – a uma Europa Ocidental que já está começando (só começando) a divergir da ideia pré-fabricada da tal “ameaça” russa. E bem nesse instante, quando o Império do Caos mais precisa, eis que o maligno “terô” [“terror”, como Bush pronuncia a palavra (NTs)] mais uma vez ergue a cabeçorra.



Torre Eiffel apagada em homenagem as vítimas

Mas, sim, #souCharlie. Não só porque eles nos faziam rir, mas porque foram usados como cordeiros sacrificiais numa imunda, muita imunda, suja, terrível, infindável, guerra de sombras.






[*] Pepe Escobar (1954) é jornalista, brasileiro, vive em São Paulo, Hong Kong e Paris, mas publica exclusivamente em inglês. Mantém coluna (The Roving Eye) no Asia Times Online; é também analista de política de blogs e sites como: Sputinik, Tom Dispatch, Information Clearing House, Red Voltaire e outros; é correspondente/ articulista das redes Russia Today, The Real News Network Televison e Al-Jazeera. Seus artigos podem ser lidos, traduzidos para o português pelo Coletivo de Tradutores da Vila Vudu e João Aroldo, no blog redecastorphoto.
Livros:
Globalistan: How the Globalized World is Dissolving into Liquid War, Nimble Books, 2007.
Red Zone Blues: A Snapshot of Baghdad During the Surge, Nimble Books, 2007.
Obama Does Globalistan, Nimble Books, 2009.
− Adquira seu novo livro, Empire of Chaos, que acaba de ser publicado pela Nimble Books.


POSTADO POR CASTOR FILHO


http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2015/01/pepe-escobar-quem-se-beneficia-com-o.html

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Petrobras supera Exxon e vira a número 1 do mundo. No Brasil 247. 08/01/2015


Petrobras supera Exxon e vira a número 1 do mundo É isso mesmo: em meio ao mais intenso bombardeio midiático a que uma empresa já foi submetida, a Petrobras acaba de anunciar um recorde histórico; no terceiro trimestre do ano passado, a empresa se tornou a maior produtora de petróleo do mundo, entre as empresas de capital aberto, com uma média de 2,2 milhões de barris/dia; nesse período, a Petrobras superou a Exxon, que era líder, e produziu uma média diária de 2,1 milhões de barris/dia; no pregão desta quinta-feira, as ações da Petrobras subiram mais de 6%.

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras tornou-se a maior produtora de petróleo entre as empresas de capital aberto no mundo, após superar a norte-americana ExxonMobil no terceiro trimestre de 2014, informou a petroleira estatal nesta quinta-feira.
A ExxonMobil produziu 2,065 milhões de barris de petróleo por dia (bpd) no terceiro trimestre, segundo o balanço da companhia, enquanto a Petrobras produziu 2,209 milhões de barris/dia no mesmo período.
Quando somadas as produções de óleo e gás, a Petrobras ainda ocupa a quarta posição no ranking, ponderou a estatal.
A notícia positiva acontece em um momento em que o preço do petróleo atingiu mínima de diversos anos no mercado internacional, reduzindo a receita com a venda do produto no exterior, enquanto a companhia ainda é alvo de acusações de envolvimento em esquemas de desvio de dinheiro.
Apesar do cenário ruim, que tem feito as ações da Petrobras sofrerem na bolsa, a empresa comemora um bom momento de resultados operacionais, após diversos atrasos na entrada em operação de plataformas.
De acordo com a petroleira, ela também foi a empresa que mais aumentou a sua produção de óleo, tanto em termos percentuais quanto absolutos, em 2014 até setembro.
"Nos nove primeiros meses de 2014, a Petrobras e a ConocoPhillips foram as únicas empresas de capital aberto que registraram aumento de produção de petróleo", afirmou a estatal. "No caso da Petrobras, esse aumento foi de 3,3 por cento e, da Conoco, de 0,4 por cento."
A Petrobras destacou ainda que bateu novo recorde de produção, de 2,286 mil bpd de óleo, em 21 de dezembro, e frisou que atingiu no pré-sal do Brasil, junto com outras petroleiras, o recorde de 700 mil bpd em 16 de dezembro.
Segundo a companhia, em 2014 foram adicionados 500 mil bpd de capacidade, com a entrada em operação de quatro novas unidades de produção.
"Esse volume será gradativamente incorporado à produção, garantindo que em 2015 a empresa continue aumentando a produção de óleo e gás", afirmou.
Entretanto, a P-61, uma das plataformas programadas para o ano passado, que inicialmente entraria em operação em 2013 no campo de Papa-Terra, na Bacia de Campos, não havia começado a produzir até o final de dezembro.
O crescimento na produção em 2014, após pesados investimentos nos últimos anos, ocorreu depois de dois anos de recuo na extração no Brasil.
Em sua última previsão, a estatal previu elevar a produção de petróleo no país entre 5,5 e 6 por cento em 2014, abaixo da meta de 7,5 por cento traçada inicialmente no ano passado, em meio a atrasos na entrega de equipamentos.
A empresa ainda não divulgou a produção fechada de dezembro.
(Por Marta Nogueira)
http://aposentadoinvocado1.blogspot.com.br/

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

2014: Ano em que o capitalismo conduzido pelos EUA foi exposto como principal inimigo da paz 06/01/2015



3/1/2014, [*] Finian CUNNINGHAM, Strategic Culture
The Year US-led Capitalism Became Exposed as Root of Global Conflict
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu




Em vez de se mostrarem capazes de resgatar-se do lodaçal de problemas econômicos profundos e bem conhecidos associados ao declínio do capitalismo ocidental, as potências “ocidentais” do século passado tentam desesperadamente, resolver os próprios dilemas recriando velhos conflitos com a Rússia. A expansão da aliança EUA-OTAN contra o território russo é o corolário. A guerra parece ser, mais uma vez, o último refúgio dos canalhas.


(...) Em 2015, a batalha por verdade, justiça e paz será terrível... mas já é batalha que se pode vencer. O desafio está exposto, visível, em nível global de consciência e clareza. A causa-raiz das guerras e conflitos afinal emergiu, perfeitamente clara, ao longo do ano passado: o inimigo da paz é o capitalismo ocidental “conduzido” pelos EUA.





Bases Militares dos EUA pelo mundo
(clique no título para aumentar)

Historiadores provavelmente verão 2014 como ano de eventos-calamidades decisivos, ano em que ficou exposto o limite do poder dos EUA como entidade que se vai evanescendo e raiz contemporânea da guerra global.


São 100 anos da Iª Guerra Mundial, quando as Grandes Potências de então foram, do mesmo modo, expostas nos seus esforços para servir-se da guerra para adiar o descarte inevitável. No início do século XX, a Grã-Bretanha era o hegemon agonizante, acossado por rivalidades de uma Alemanha emergente e pela perda do próprio Império. Os EUA não passavam, então, de vigorosa nova potência, à qual a Grã-Bretanha foi felizmente capaz de amarrar-se, como potência agonizante. Cem anos depois, os EUA são o que então eram os britânicos, esperneando para manter a antiga glória como principal potência do mundo.


A Rússia reemergiu como nova potência no cenário global, ao lado da China e de outros países BRICS. 2014 foi o ano em que Rússia e China firmaram uma parceria comercial e estratégica para a administração da energia global que promete, por meios legais e legítimos, acertar golpe mortal ao decrépito dólar norte-americano como moeda mundial de reserva – o último engate ainda ativo, provavelmente − permitindo que Washington ainda se apresente como potência global, além do poderio militar já esgarçado pela exagerada expansão.


Parece que ninguém conseguirá deter o potencial natural para uma economia multipolar global, com Rússia e China liderando a marcha. A formação, também em 2014, de um novo banco de desenvolvimento dos BRICS e o surgimento de um polo eurasiano para comércio, energia e finanças é ameaça mortal ao “consenso de Washington”, que comandou a economia global nos últimos 43 anos, desde que o dólar substituiu o padrão ouro – movimento que foi apenas o primeiro sinal de que o poder dos EUA não voltaria a ser o que fora, tentativa para adiar o descarte. Hoje, o descarte do dólar dos EUA já parece inegável.



BRICS

Com o poder dos EUA em jogo, ante a iminência do fim do sistema do dólar, não surpreende que Washington mova-se sempre agressivamente para confrontar a emergente dinâmica multipolar que a Rússia, de modo especial, encarna.


Como antigamente, o Oriente Médio continua como um caldeirão no qual se manifestam as rivalidades entre as grandes potência. Para olho atento e bem informado, ali se revelam também os limites dos falsos poderes, de poderes apenas alardeados. 2014 deveria ter sido o ano quando se coroaria o grande feito da diplomacia dos EUA, quando, afinal, se acertariam as diferenças de décadas de guerra entre Israel e Palestina. O prazo final para que se firmasse um acordo de paz negociado pelo Secretário de Estado dos EUA, John Kerry, veio e passou e foi esquecido. O tão dito e repetido derradeiro prazo, em abril, para impor a paz na região acabou “marcado” por mais um massacre de palestinos violentados pelos israelenses, e umablitzkrieg de Israel contra a Faixa de Gaza, que matou mais de 2 mil palestinos. E nos últimos dias do ano, Washington ainda bloqueava tentativas, na ONU, para restaurar direitos nacionais aos palestinos – movimento que, mais uma vez, expôs os EUA como negociador de fraudes, não de qualquer acordo de paz; e protetores perpétuos dos sionistas e da ocupação territorial ilegal de terras palestinas, por Israel.



Em outro ponto, no Oriente Médio, o legado dos norte-americanos imperialistas geradores de guerra voltou como morto-vivo para assombrar o mundo. A avançada de terroristas da chamada rede do Estado Islâmico no Iraque e na Síria (ISIS/ISIL) lá está, para que ninguém jamais esqueça como os EUA, com seus aliados na OTAN sempre plantaram sementes de morte e de destruição naquela região, com suas ações e políticas clandestinas, criminosas, golpistas, de “mudança de regime”. Aquelas políticas clandestinas foram como combustível para o crescimento do terrorismo na Síria e no Iraque, como na Líbia, primeiro como ferramentas de “mudança de regime” e, na sequência, com as tragédias dos revides, como se tem visto com cidadãos ocidentais vitimados em macabras execuções públicas por degola. Graças a veículos alternativos de mídia, os laços históricos que unem Washington e seus procuradores dentro da Al-Qaeda, que emergiram no Afeganistão e dali se espalharam para todo o Oriente Médio, são hoje mais bem conhecidos e compreendidos pelos públicos globais.



Terroristas do ISIS-ISIL, treinados e mantidos pelos EUA e aliados, degolam prisioneiros

Essas conexões apontam para a farsa perversa que une Washington, seus vassalos na OTAN e os mais brutais ditadores árabes, os mesmos que hoje atacam o Iraque e a Síria, sob o pretexto de que assim estariam “varrendo” o monstro do terrorismo. O monstro do terrorismo, aquele, o mesmo que essas mesmas potências ocidentais inventaram.


2014 foi o ano em que a “mudança-de-regime” orquestrada pelos EUA enlouqueceu completamente. Não satisfeitos com fazer do Oriente Médio o matadouro para suas experiências de “democracia”, EUA e seus aliados europeus ampliaram a ilegalidade e o crime até a Ucrânia.


O golpe organizado em fevereiro pela CIA para derrubar o governo eleito na Ucrânia implantou um regime fascista em Kiev, que abertamente propaga uma ideologia neonazista. A ex-secretária política da União Europeia, Catherine Ashton, deixou escapar exatamente essa avaliação numa conversa telefônica, sobre como a CIA articulou a matança de mais de 80 pessoas em Kiev, com atiradores profissionais atacando cidadãos que protestavam na Praça Maidan. Aquela conversa telefônica confirmou o que Victoria Nuland, alta funcionária do Departamento de Estado dos EUA também já dissera – que o golpe em Kiev foi golpe orquestrado pela CIA.



Yatseniuk e Poroshenko, membros da Junta de Kiev

O objetivo da operação de mudança de regime na Ucrânia, apoiada por EUA-EU, logo ficou visível, quando o fantoche Arseniy Yatsenyuk lá instalado pelos golpistas e Petro Poroshenko lançaram sua campanha de terror militar e massacre de russos nas regiões leste da Ucrânia – campanha de assassinatos que continua, apesar de ter sido declarado um cessar-fogo.


Com a Ucrânia já governada por golpistas neonazistas, os falantes de russo que vivem na Crimeia organizaram referendo histórico, pelo qual o povo da Crimeia solicitou a reintegração daquela região à Federação Russa. Movimentos de secessão similares estão em curso nas regiões de Donetsk e Lugansk, nas áreas leste do Donbass.


Washington e seus servis aliados europeus inverteram de pés para cima a realidade e puseram-se a culpar Moscou por ter “anexado” a Crimeia e pelo conflito no Donbass, no qual já morreram quase 5 mil pessoas e que gerou um milhão de refugiados que buscam segurança em território russo, do outro lado da fronteira. Crimes contra a humanidade cometidos pelo regime de Kiev apoiado por EUA - União Europeia (UE) são ignorados em Washington e em Bruxelas, enquanto obram para fazer da Ucrânia neonazista estado-membro da UE e da OTAN.


A crise na Ucrânia que Washington e seus aliados em Bruxelas precipitaram resultou também no ataque que derrubou um avião malaio, dia 17 de julho/2014, e matou todos os 298 homens e mulheres e crianças que viajam naquela aeronave. Apesar do violento movimento de propaganda que EUA-UE tentaram, servindo-se da imprensa-empresa pró-ocidente, para inculpar a Rússia por aquele crime, todas as provas mostram que o regime neonazista de Kiev está envolvido na derrubada do avião – seja por horrível incompetência militar ou, ainda pior, em ato deliberado de sabotagem e assassinato, para inculpar a Rússia. Sem conseguir provar qualquer envolvimento dos russos naquela catástrofe, a investigação conduzida por “especialistas” dominados pelo ocidente parece ter sido embalsamada, para que nunca, em tempo algum, se demonstre que o verdadeiro responsável por aquelas mortes é o regime neonazista apoiado por EUA-UE de Kiev.



MH17 abatido por um Su 25 da Ucrânia

A campanha odiosa para inculpar a Rússia pelo assassinato dos passageiros do jato MH17 “evoluiu” para campanha de deslavada propaganda para impor sanções a Moscou. A UE desistiu de qualquer ambição que ainda tivesse a alguma independência política e seguiu caninamente as ordens de Washington, para impor sanções econômicas e diplomáticas contra a Rússia, por causa da crise ucraniana. O vice-presidente dos EUA, Joe Biden – um dos “mentores” do regime de Kiev – revelou em detalhes vergonhosos o que Washington fez para forçar os líderes europeus a adotar a política norte-americana de sanções contra Moscou. Com isso, se criou separação sem precedentes entre Europa e Rússia – e a mais grave deterioração nas relações desde o fim formal da Guerra Fria, há mais de 20 anos.


Estupidamente, a Europa carrega hoje o peso do crescimento das tensões. Sanções e contrassanções acabaram por ferir mais fundamente a já debilitada economia europeia, ferimentos que já atingiram até a Alemanha.


Como nos EUA, a economia europeia permanece presa em dura recessão (que não desaparece, por mais que os norte-americanos repitam a conversa da “recuperação”), com miséria social crescente e explosiva, e a pobreza atingindo altas recordes. Quanto mais se aprofunda o conflito absolutamente desnecessário com a Rússia, mais a União Europeia vê-se empurrada para a beira do abismo econômico. A miséria social que cresce e se espalha por toda a União Europeia levou, esse ano, ao crescimento de partidos políticos contrários à própria União Europeia e às políticas de Bruxelas em várias eleições nacionais. Partidos como a Frente Nacional, na França, e o Independence Party britânico já questionam a viabilidade do bloco europeu.


Esse desenvolvimento nada tem de surpreendente, dado que os líderes europeus só fazem manifestar o mais irrestrito servilismo à política externa de Washington e àquelas doutrinas econômicas neoliberais pró bancarrota nacional geral, de “austeridade” para os trabalhadores e o mais grotesco enriquecimento para as elites endinheiradas e a oligarquia financeira.


A reunião anual do G20 no final do ano na Austrália foi prova clara de que Washington e seus aliados na União Europeia não têm o que oferecer como solução política aproveitável contra o colapso econômico que começou em 2007 e persistiu inalterado por sete anos!


Em resumo, 2014 foi o ano em que o eixo Washington-Bruxelas foi exposto como força global exaurida. As “mudanças de regime” no Oriente Médio e na Ucrânia, cerebradas em Washington, levaram o mundo a uma crise que se aprofunda a cada dia.



O blefe das sanções

Em vez de se mostrarem capazes de resgatar-se do lodaçal de problemas econômicos profundos e bem conhecidos associados ao declínio do capitalismo ocidental, as potências ocidentais do século passado tentam desesperadamente resolver os próprios dilemas aprofundando, cada vez mais, velhos conflitos com a Rússia. A expansão da aliança EUA-OTAN contra o território russo é o corolário. A guerra parece ser, mais uma vez, o último refúgio dos canalhas.


Há um século, as potências sempre podiam safar-se das provocações mais alucinadas, porque elas tinham monopólio completo, total e inabalável da informação e da propaganda.


No novo mundo das comunicações globais multipolares e dos sempre novos canais alternativos de informações, a tendência à guerra inerente às potências ocidentais podem ainda ser perigo mortal – mas cada dia mais − está aí, exposta, desmascarada, para que todos a vejam. Em 2015, a batalha por verdade, justiça e paz será terrível... mas já é batalha que se pode vencer.


O desafio está exposto, visível, em nível global de consciência e clareza. A causa-raiz das guerras e conflitos afinal emergiu, perfeitamente clara, ao longo do ano passado: o inimigo da paz é o capitalismo ocidental “conduzido” pelos EUA.





[*] Finian Cunningham nasceu em Belfast, Irlanda do Norte, em 1963. Especialista em política internacional. Autor de artigos para várias publicações e comentarista de mídia. Recentemente foi expulso do Bahrain (em 6/2011) por seu jornalismo crítico no qual destacou as violações dos direitos humanos por parte do regime barahini apoiado pelo Ocidente. É pós-graduado com mestrado em Química Agrícola e trabalhou como editor científico da Royal Society of Chemistry, Cambridge, Inglaterra, antes de seguir carreira no jornalismo. Também é músico e compositor. Por muitos anos, trabalhou como editor e articulista nos meios de comunicação tradicionais, incluindo os jornais Irish Times e The Independent. Atualmente está baseado na África Oriental, onde escreve um livro sobre o Bahrain e a Primavera Árabe.


POSTADO POR CASTOR FILHO
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domingo, 4 de janeiro de 2015

Crise interna e mundial 04/01/2015


30.12.2014 – [*] Adriano Benayon
Texto enviado pelo autor
Ilustrações: redecastorphoto





Crise Financeira Internacional

1. O ano termina sob o espectro de perspectivas preocupantes no âmbito nacional e no poder mundial.


2. Isso recomenda que os povos assumam atitude engajada e participativa, livre das falsas lideranças que iludem tanta gente, e, assim, se libertem de um sistema que os despoja e aliena.


3. No Brasil persiste o assédio para que se desnacionalizem as poucas grandes empresas públicas e privadas sob controle nacional que ainda lhe restam.


4. Historicamente, os agentes das campanhas nesse sentido valeram-se sempre, como ocorre atualmente, da retórica moralista para atingir seu real objetivo.


5. Vivemos sob um sistema político em que os aspirantes aos cargos eletivos dependem de exposição na TV – um espaço fechado aos não comprometidos com os reais donos e beneficiários desse sistema. Dependem também de dinheiro grosso para as campanhas eleitorais, num país em que a economia é concentradíssima e desnacionalizada.


6. Nessas condições, ainda que o Executivo estivesse nas mãos de titular solidamente apoiado pela maioria da sociedade, ele não teria como colocar os interesses dela acima dos grupos que concentram o poder real.


7. Estes elegem a grande maioria do Congresso e, sustentando-se na grande mídia, exercem ascendência ideológica sobre o Judiciário, o Ministério Público, a Polícia, os quadros técnicos e administrativos da Fazenda, Banco Central etc..


8. Além disso, a autonomia dada pela Constituição a esses órgãos e a instituição das agências independentes permitem ações e iniciativas descoordenadas, em que preferências pessoais substituem políticas coerentes orientadas pelo interesse público.


9. Ademais, cargos na Administração, nas agências do Estado e nas grandes empresas e bancos estatais são usados pelos chefes do Executivo, inclusive os do PT − pois lhes falta maioria no Congresso - onde prevalece o toma-lá-dá-cá como moeda de barganha com partidos políticos, em nome da “governabilidade”.


10. Isso não significa que a corrupção tenha aumentado em relação a Collor e FHC, mais claramente engajados com a oligarquia financeira mundial - e cujas eleições foram por ela patrocinadas.



O povo e os oligarcas

11. Os casos de corrupção nos entes públicos e nas estatais servem como instrumentos de chantagem operados por revistas de opinião - tradicionalmente amparadas por serviços secretos estrangeiros – e como munição para alvejar as estatais e fazer com que o Brasil as entregue a troco de nada.


12. De qualquer forma, os petistas no Executivo são, de há muito, acuados para cederem mais espaço aos quadros da confiança da oligarquia, e, quanto mais fazem concessões, mais ficam vulneráveis, e mais são alvo de ataques desestabilizadores.


13. Desde antes da eleição presidencial, o epicentro da crise tem sido os escândalos nas encomendas da Petrobrás, com ou sem licitações.


14. A presidente ficou na defensiva, pois a Administração não se antecipou nas investigações à Polícia Federal e ao Ministério Público. Enfraqueceu-se, assim, em face das pressões que têm por obter mais concessões em favor das grandes transnacionais do petróleo: mais leilões e abertura ao óleo do pré-sal, mais ampla e favorecida do que a que já lhes tem sido proporcionada pela ANP.


15. No mesmo impulso de tornar a Petrobrás um butim da onda privatizante, as transnacionais aproveitam para colocar em cheque as empreiteiras, conglomerados de capital nacional, atuantes em numerosas indústrias e serviços tecnológicos. Seja sob o atual governo, manipulado para ceder mais, seja sob políticos mais intimamente vinculados ao império anglo-americano, como os do PSDB, trama-se a culminação do processo de desnacionalização da economia e de destruição completa da soberania nacional.


16. Na economia, a desnacionalização e demais defeitos estruturais geraram mais uma crise tendo - mesmo com baixo crescimento do PIB - o déficit de transações correntes com o exterior aumentado em mais de 12% em 2014, após crescer de US$ 28,2 bilhões em 2008 para U$ 81 bilhões em 2013.


17. Enquanto a sociedade não forma um movimento para construir modelo econômico e social viável, é importante entender que só isso a poderá salvar. Golpe parlamentar, judiciário − ou do tipo que for − para trocar presidente, partido no governo ou mesmo “mudança de regime” através de “revolução colorida”, certamente patrocinada por agentes no exterior, apenas agravaria a situação.


18. O futuro ministro da Fazenda, Joaquim Levy - não nestes termos − declarou-se favorável a medidas macroeconômicas ao gosto do “mercado financeiro”, isto é, dos grandes bancos mundiais e locais. É, pois, desse modo que a presidenta espera enfrentar mais uma crise recorrente causada pelas estruturas políticas e econômicas do modelo dependente.


19. Essas estruturas são: a primarização e perda de qualidade relativa do que sobrou da indústria; a concentração de renda; a desnacionalização da economia. Elas implicam que o Brasil está mal posicionado diante das dificuldades, sem falar no desastre estrutural derivado, que é a Dívida Pública.


20. Esta já cresceu demais, devido aos juros compostos a taxas absurdas, e crescerá mais, mesmo com a volta do superávit primário para pagar juros, uma vez que os feiticeiros incumbidos de sanar a crise não pretendem baixar as taxas. Muito pelo contrário...



Taxa SELIC



21. Completando o conjunto de fatores − incuráveis sem mudança de sistema político e econômico − estão aí as infra-estruturas deterioradas, desde há decênios, como as da energia e dos transportes.


22. Vejamos algumas das ideias de Levy externadas em entrevista ao “Valor”, na qual defendeu o consenso dos banqueiros e economistas “liberais”, em versão moderada, isto é, sem o radicalismo das propostas dos candidatos que se opuseram à presidente.


23. Levy não tem como escapar às contradições e aos impasses a que conduzem seus planos. Ele pretende, por exemplo, aumentar a abertura no comércio exterior.


24. No quadro de retração econômica em quase todo o Mundo, não é provável obter concessões significativas em troca de maior abertura do Brasil às importações. Ademais, o objetivo de conter a inflação dos preços importando mais bens e serviços, sem conseguir exportar mais, implica fazer crescer o crítico déficit nas transações correntes.


25. Levy fala também de corrigir preços relativos. Mas o que quer dizer com isso? Se os subsídios que deseja suprimir são os do crédito dos bancos públicos, as empresas mais prejudicadas serão as de capital nacional, já que as transnacionais dispõem de crédito baratíssimo no exterior.


26. Certamente, Levy não visa cortar os privilégios fiscais do sistema financeiro, nem os dos carteis industriais transnacionais, como as montadoras, nem intervir em seus mercados através do fomento a concorrentes independentes. E, sem isso, os preços relativos que mais se precisa corrigir não serão alterados.


27. Ou o preço que, na visão dos macroeconomistas oficiais, estaria precisando ser reduzido seriam os salários?



Cartel de Bancos no Brasil

28. O futuro comandante da economia propugna, em especial, por acabar com a dualidade das taxas de juros, aproximando as taxas dos bancos públicos e as dos bancos privados.


29. O liberalismo é, sobre tudo, um rótulo, pois os concentradores usam a palavra mágica “mercado” como álibi para ocultar a identidade de quem exatamente manipula o mercado.


30. Então os que se filiam aos interesses dos carteis, proclamam que não cabe ao governo intervir no mercado, que deve ser competitivo, isto é, governado pela concorrência, embora ele o faça para elevar, por exemplo, as taxas de juros.


31. Não se informa que os preços nos mercados cartelizados não são dirigidos pela concorrência, mas, sim, pelo consenso dos concentradores. Os bancos são favorecidos pela Constituição, cujo artigo 164 veda ao Banco Central financiar o Tesouro, e este é proibido de emitir moeda. Além disso, só um número limitado de bancos é autorizado a comprar e vender títulos do Tesouro.


32. Está claro, portanto, que a equalização das taxas recomendada por Levy só pode ser feita determinando aos bancos públicos elevar suas taxas.


33. Passando ao contexto mundial, no império anglo-americano, satélites europeus e outros, têm prevalecido a degeneração estrutural: financeirização e retração da economia real.




34. O centro do poder mundial fez meia pausa na escalada de intervenções armadas, planejadas desde 2001, visando, pelo menos, até ao Irã, depois de ter arrasado, entre outros, Líbia e Iraque, e se ter apossado de suas imensas reservas de petróleo e de seu ouro.



Cartel Internacional de Bancos

35. Isso decorreu de ter sido a ocupação da Síria contida pela Rússia, que se tornou o alvo primordial da agressão econômica e do cerco militar imperiais, intensificado com o golpe de estado na Ucrânia e a ocupação do governo desta por prepostos dos EUA.


36. China, principalmente, e Índia são as maiores exceções ao panorama de retração econômica, no momento em que a Rússia busca sobreviver à pressão imperial intensificando suas relações com seus parceiros asiáticos.


37. Há que seguir de perto a evolução do jogo de poder mundial, cujo equilíbrio constitui condição fundamental, embora não suficiente, para que o Brasil construa estruturas essenciais a seu progresso.





[*] Adriano Benayon: Consultor em finanças e em biomassa. Doutor em Economia, pela Universidade de Hamburgo, Bacharel em Direito, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ. Diplomado no Curso de Altos Estudos do Instituto Rio Branco, Itamaraty. Diplomata de carreira, postos na Holanda, Paraguai, Bulgária, Alemanha, Estados Unidos e México. Delegado do Brasil em reuniões multilaterais nas áreas econômica e tecnológica. Consultor Legislativo da Câmara dos Deputados e do Senado Federal na área de economia. Professor da Universidade de Brasília (Empresas Multinacionais; Sistema Financeiro Internacional; Estado e Desenvolvimento no Brasil). Autor de Globalização versus Desenvolvimento, 2ª ed. Editora Escrituras, São Paulo.


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