Agora a energia também chega à região conhecida como Saco do Mamanguá, em Paraty (RJ), com o lançamento de cabo submarino que interliga as duas margens da enseada. Com este empreendimento do Programa Luz para Todos serão beneficiadas 180 famílias tradicionais caiçaras.
Mamanguá significa enseada e vem da derivação de termo Tupi. Trata-se de um braço de mar que entra oito quilômetros terra adentro por um quilômetro de largura. Nele está o maior e mais conservado manguezal de Ilha Grande. Lá vivem cerca de 720 pessoas que retiram grande parte de seu sustento da pesca e do artesanato.
A chegada da energia elétrica irá propiciar benefícios à comunidade, conforto e conservação de alimentos, melhorando a qualidade de vida e possibilitando geração de renda. Foto: DivulgaçãoA obra obedeceu a rigorosos critérios ambientais determinados pelos órgãos gestores da reserva da área de proteção, com o menor impacto ao meio ambiente.
A montagem do cabo submarino contou com uma balsa, três rebocadores, três lanchas, dois botes e mergulhadores para conduzir e fixar o cabo a 1,20 metro no fundo do mar. Também fez parte da equipe um oceanógrafo e mais 25 colaboradores. Foram utilizados 800 metros de cabo submarino, 23 quilômetros de cabos isolados, de média e baixa tensão, 472 postes e 17 transformadores, com investimento de R$ 4 milhões.
Luz para Todos
Até julho de 2015 as obras do Luz para Todos já atenderam a 3.227.412 famílias, beneficiando mais de 15,5 milhões de moradores no meio rural em todo o Brasil.
Os investimentos contratados pelo Programa totalizam R$ 22,7 bilhões. Deste total, R$ 17 bilhões são recursos do Governo Federal, que já liberou R$ 13,6 bilhões para as concessionárias de energia elétrica.
Informações do Ministério de Minas e Energia
http://www.pac.gov.br/noticia/1de99a43
Este blogue não concorda com o Golpe. RESISTÊNCIA JÁ A morte da Marisa, não é diferente da morte dos milhares no Iraque, invadido, na Líbia destroçada, entre outros, as mãos são as mesmas, acrescentadas dos traidores locais.
segunda-feira, 31 de agosto de 2015
Brasil que Dá Certo: avião da UFMG bate recordes de velocidade 31/08/2015
Por Carlos Cardoso
O Anequim pesa menos que a maioria dos blogueiros. Seu nome vem do tubarão, mas suas linhas são muito mais aerodinâmicas. Suas asas de fibra de carbono são construídas com precisão de 0,002 polegadas. Geram 1/3 do arrasto de um Cessna.
Ao contrário da maioria dos aviões experimentais essa beleza que deixaria Howard Hughes sexualmente excitado foi toda projetada em computador, os moldes dos painéis e as peças feitas em máquinas CNC. O motor, um Lycoming IO-360 é um dos mais comuns na aviação de pequeno porte. Lançado em 1955, é do tempo dos carburadores e magnetos, produzindo modestos 180 hp.
Ele foi modificado para funcionar com injeção eletrônica, controle de disparo, aumentaram a compressão dos cilindros e deixaram pra trás o limite de 2.700 RPM. A versão customizada e tunada entrega uma potência de 280 Harry Potters.
O objetivo do Anequim é bater os recordes da categoria, de aviões de quatro cilindros e na sua faixa de peso — 330 kg — metade disso motor. Mais de 500 km/h é uma meta respeitável, poucos aviões a pistão no mundo chegam a isso.
O Anequim existe por causa do sonho de um brasileiro voador. Não, não o Santos Dumont, está mais pra Kelly Johnson. O brasileiro em questão? Paulo Iscold, Professor de Engenharia Aeronáutica da Universidade Federal de Minas Gerais.
Mordido pelo bicho da aviação aos 10 anos de idade, Paulo direcionou sua carreira para o alto, tendo trabalhado na Red Bull (aquela empresa de energéticos que tem um programa espacial melhor que o nosso). Seu mentor foi um amigo do pai, Cláudio Barros, Professor de Engenharia da UFMG e que em 1963 construiu o primeiro planador brasileiro, usando como base o único livro de design aeronáutico que achou na biblioteca da universidade.
Paulo Iscold foi tão chato que quando Cláudio estava pra se aposentar Paulo o convenceu a ficar na UFMG até ele se formar.
Na Academia existe uma separação onde quem faz é mal-visto, mas Cláudio e Paulo não compraram esse peixe. A filosofia era aprender fazendo, e ainda estudante Cláudio desafiou Iscold a quebrar um recorde mundial atingido pelo AR-5, avião mais rápido na categoria, voando a mais de 340 km/h.
Como aqui é Brasil, Cláudio Barros entrou com US$ 500,00 do próprio bolso, um amigo do Iscold deu metade do salário (US$ 150,00) como um investimento inicial, e depois de vários anos nasceu o 308, antecessor do Anequim. Recordes foram quebrados, missão dada é missão cumprida.
Construído e projetado por alunos de mestrado e graduação da UFMG, supervisionados por Paulo Iscold, o Anequim fez seu primeiro vôo no final do ano passado, e agora foi levado ao limite. O resultado? Cinco recordes mundiais batidos:
Velocidade em percurso de 3 km com altitude restrita: 521,08 km/h
Recorde anterior: 466,83 km/h
Velocidade em percurso de 15 km: 511,19 km/h
Recorde anterior: 455,8 km/h
Velocidade em percurso fechado de 100 km: 490,14 km/h
Recorde anterior: 389,6 km/h
Velocidade em percurso fechado de 500 km: 493,74 km/h
Recorde anterior: 387,4 km/h
Tempo para atingir 3.000 m de altitude: 2 minutos e 26 segundos
Recorde anterior: 3 minutos e oito segundos
Aqui o primeiro vôo dele:
Ao contrário da maioria dos aviões experimentais essa beleza que deixaria Howard Hughes sexualmente excitado foi toda projetada em computador, os moldes dos painéis e as peças feitas em máquinas CNC. O motor, um Lycoming IO-360 é um dos mais comuns na aviação de pequeno porte. Lançado em 1955, é do tempo dos carburadores e magnetos, produzindo modestos 180 hp.
Ele foi modificado para funcionar com injeção eletrônica, controle de disparo, aumentaram a compressão dos cilindros e deixaram pra trás o limite de 2.700 RPM. A versão customizada e tunada entrega uma potência de 280 Harry Potters.
O objetivo do Anequim é bater os recordes da categoria, de aviões de quatro cilindros e na sua faixa de peso — 330 kg — metade disso motor. Mais de 500 km/h é uma meta respeitável, poucos aviões a pistão no mundo chegam a isso.
O Anequim existe por causa do sonho de um brasileiro voador. Não, não o Santos Dumont, está mais pra Kelly Johnson. O brasileiro em questão? Paulo Iscold, Professor de Engenharia Aeronáutica da Universidade Federal de Minas Gerais.
Mordido pelo bicho da aviação aos 10 anos de idade, Paulo direcionou sua carreira para o alto, tendo trabalhado na Red Bull (aquela empresa de energéticos que tem um programa espacial melhor que o nosso). Seu mentor foi um amigo do pai, Cláudio Barros, Professor de Engenharia da UFMG e que em 1963 construiu o primeiro planador brasileiro, usando como base o único livro de design aeronáutico que achou na biblioteca da universidade.
Paulo Iscold foi tão chato que quando Cláudio estava pra se aposentar Paulo o convenceu a ficar na UFMG até ele se formar.
Na Academia existe uma separação onde quem faz é mal-visto, mas Cláudio e Paulo não compraram esse peixe. A filosofia era aprender fazendo, e ainda estudante Cláudio desafiou Iscold a quebrar um recorde mundial atingido pelo AR-5, avião mais rápido na categoria, voando a mais de 340 km/h.
Como aqui é Brasil, Cláudio Barros entrou com US$ 500,00 do próprio bolso, um amigo do Iscold deu metade do salário (US$ 150,00) como um investimento inicial, e depois de vários anos nasceu o 308, antecessor do Anequim. Recordes foram quebrados, missão dada é missão cumprida.
Construído e projetado por alunos de mestrado e graduação da UFMG, supervisionados por Paulo Iscold, o Anequim fez seu primeiro vôo no final do ano passado, e agora foi levado ao limite. O resultado? Cinco recordes mundiais batidos:
Velocidade em percurso de 3 km com altitude restrita: 521,08 km/h
Recorde anterior: 466,83 km/h
Velocidade em percurso de 15 km: 511,19 km/h
Recorde anterior: 455,8 km/h
Velocidade em percurso fechado de 100 km: 490,14 km/h
Recorde anterior: 389,6 km/h
Velocidade em percurso fechado de 500 km: 493,74 km/h
Recorde anterior: 387,4 km/h
Tempo para atingir 3.000 m de altitude: 2 minutos e 26 segundos
Recorde anterior: 3 minutos e oito segundos
Aqui o primeiro vôo dele:
Escuchando a Iraq 31/08/2015
Sarah Lazare
CounterPunch.org
Traducido del inglés para Rebelión por Sinfo Fernández.
Iraq no está muerto, no es un páramo vacío, no es un mero escenario en el que emprender una invasión, una ocupación o una batalla geopolítica.
Iraq es un lugar, con un pueblo que allí vive, y una parte de ese pueblo está comprometida con una valiente y sostenida organización progresista. En medio del ascenso del Estado Islámico –y de las intervenciones regionales y occidentales-, feministas, defensores del medio ambiente y sindicalistas luchan por un futuro más esperanzador. Se merecen el reconocimiento y apoyo internacional, no la piedad ni el olvido.
Esta tesis, enérgicamente defendida en el nuevo libro de Ali Issa “Against All Odds: Voices of Popular Struggle in Iraq” [“Contra viento y marea: Voces de la lucha popular en Iraq”], debería resultar obvia. Pero es en verdad revolucionaria, al menos para gentes como yo, que nos incorporamos al movimiento antibelicista estadounidense en 2003 y continuamos inundados con las imágenes que de ese país nos ofrecen los políticos y los medios como un blanco tan sólo de muerte y destrucción y de su pueblo como víctimas desventuradas.
La tesis presentada por Issa, coordinador de la Liga de Resistentes a la Guerra, es revolucionaria porque presenta la dignidad, humanización y autodeterminación como antídotos al militarismo y la ocupación, y la aparición de las voces e historias de la resistencia iraquí encienden una luz por un mundo mejor.
Partiendo de las organizaciones de base posteriores a 2003, Issa va trazando los fascinantes movimientos de protesta de su país, tan a menudo ignorados, a través de una serie de historias y entrevistas con las personas que los integran.
Personas como Yanar Mohamed, de la Organización por la Libertad de la Mujer en Iraq (OWFI, por sus siglas en inglés), quien en medio de la “olvidada” Primavera Árabe de su propio país se tomó tiempo, en noviembre de 2011, para escribir una carta de solidaridad al movimiento Ocupa Wall Street en la que declaraba “es hora ya de irrumpir en los castillos y palacios del uno por ciento y reclamar lo que con toda justicia es vuestro y empezar una nueva era basada en la paz global, la división justa de la riqueza y la humanidad”.
En aquel momento, Iraq estaba viviendo el renacimiento de las movilizaciones masivas que llevaban siendo brutalmente reprimidas desde 2003. Organizaciones como el Movimiento Popular para Salvar Iraq y la Organización de Jóvenes y Estudiantes por un Iraq Libre organizaron sentadas ante las bases militares estadounidenses, y las protestas se extendieron por Mosul, Ramadi y Bagdad a pesar de la dura represión llevada a cabo por el gobierno. Las reivindicaciones incluían demandas de servicios sociales básicos, el fin de la ocupación estadounidense y del sistema sectario de gobierno impuesto por la misma; la liberación de los presos políticos; la soberanía económica y los derechos de los trabajadores.
Cuando EEUU llevó a cabo su tan cacareada “salida” de Iraq en 2011, si bien incompleta, más de una docena de organizaciones de base protagonizaron las protestas de los “Viernes por la Derrota de la Ocupación” para exigir la “salida de hasta el último soldado” y “un nuevo frente para resistir ante la segunda cara de la ocupación, representada por su gobierno sectario y una constitución que no hace sino crear división”.
Este llamamiento a un nuevo frente sería premonitorio.
Una nueva oleada de protestas se inició en 2012, que duraron hasta 2013 a pesar de la brutal represión del gobierno. Los manifestantes exigían la liberación de los presos políticos, especialmente de las mujeres, y el fin de las ejecuciones arbitrarias. “Desde los primeros días, los eslóganes pedían la unidad y el rechazo al sectarismo y la división”, decía Falah Alwan, presidente de la Federación de Consejos y Sindicatos de Trabajadores en Iraq, en una entrevista realizada en enero de 2013.
Hasmiya Muhsin al-Sadawi es la presidenta del Sindicato de Servicios Públicos Eléctricos en Iraq y la primera mujer vicepresidenta de la Federación General de Trabajadores Iraquíes en Basora. En mayo de 2012, describió las complejas luchas emprendidas para combatir las “semillas del sectarismo” plantadas por la ocupación estadounidense y también para defender el derecho de los trabajadores a organizarse (a pesar de las severas leyes antisindicales conservadas desde la era de Sadam Husein) y defender servicios vitales como la electricidad y la seguridad social.
Issa rastrea los hilos de las luchas de la sociedad civil, incluidos los esfuerzos de personas como Nadia al-Baghdadi, que trabaja desde Bagdad, para salvar el Tigris y las Marismas de los planes del gobierno turco para construir la presa Ilisu. Este intento formó parte de un esfuerzo más amplio para celebrar en septiembre de 2013 el primer fórum sobre suelo iraquí bajo el lema “Otro Iraq es Posible con Paz, Derechos Humanos y Justicia Social”.
Quizá el testimonio más fascinante del libro sea el de Jannat Alghezi, directora de medios de OWFI, quien se puso primero en contacto con la organización liberadora feminista buscando refugio ante las amenazas de su familia de perpetrar contra ella uno de los denominados asesinatos por honor. Ahora, en la interacción entre cuestiones de género y justicia económica, organiza casas abiertas seguras para las familias que huyen del Estado Islámico.
“Nuestro movimiento es pequeño y no puedo decir que nuestra influencia sea grande. Pero, al mismo tiempo, el impacto que logramos es como un rayo de luz”, decía en septiembre de 2013. “Mi hija, quizá mi nieta, podrían beneficiarse de lo que estoy haciendo ahora. A pesar de todo, somos optimistas”.
El concepto importante en estas luchas es que existe un desafío político, no sólo hacia quienes detentan el poder en EEUU, Iraq y otros lugares, sino también hacia quienes integran la izquierda antibelicista en Occidente. Muchos de nosotros tratamos de ser solidarios con iraquíes que no tienen conexiones con específicos movimientos sociales sobre el terreno o con quienes han encontrado vías importantes para poder incidir de forma positiva en la vida diaria. Muchos de nosotros hacemos hincapié en el papel de EEUU como arquitecto bélico y titiritero político sin subrayar también las luchas iraquíes por el empoderamiento popular, ni denunciar tampoco el papel jugado por otros países de la región, como Irán y Arabia Saudí, en su competencia y ansia de poder.
Issa no rehúye desafiar a la izquierda, incluso a escritores acreditados como Patrick Cockburn, que en 2006 y 2013 escribió una serie de artículos sobre el “fin de Iraq”. El efecto de tal proclamación, dice Issa, “es que, una y otra vez, convierte en invisibles a las personas que realmente viven en Iraq: sus comunidades, sus sueños y victorias, grandes y pequeños”.
Issa pregunta: “¿Cómo podemos entender la política, la economía, la cultura o sociedad de cualquier lugar sin el principal protagonista, el pueblo?”.
Este libro ofrece un regalo al remitir a los lectores hacia esos protagonistas. Búsquenlos. Tienen nombres, páginas en internet y demandas y análisis políticos.
Justo ahora, en medio del sofocante calor veraniego, por todo Iraq se extienden las protestas de la gente, desde Basora a Bagdad, exigiendo servicios básicos como agua y electricidad, también el fin de la corrupción del gobierno. Grupos como OWFI están trabajando para proporcionar lugares seguros a las personas que escapan de la locura del Estado Islámico, al tiempo que tratan de eludir la represión del gobierno iraquí.
Ignorada por el foco de los medios y a menudo con escasos apoyos, la lucha continúa.
Aprendamos. Y escuchemos.
Sarah Lazare es una periodista independiente y coordinadora antibelicista.
Fuente: http://www.counterpunch.org/2015/08/28/listening-to-iraq/
http://www.rebelion.org/noticia.php?id=202708
CounterPunch.org
Traducido del inglés para Rebelión por Sinfo Fernández.
Iraq no está muerto, no es un páramo vacío, no es un mero escenario en el que emprender una invasión, una ocupación o una batalla geopolítica.
Iraq es un lugar, con un pueblo que allí vive, y una parte de ese pueblo está comprometida con una valiente y sostenida organización progresista. En medio del ascenso del Estado Islámico –y de las intervenciones regionales y occidentales-, feministas, defensores del medio ambiente y sindicalistas luchan por un futuro más esperanzador. Se merecen el reconocimiento y apoyo internacional, no la piedad ni el olvido.
Esta tesis, enérgicamente defendida en el nuevo libro de Ali Issa “Against All Odds: Voices of Popular Struggle in Iraq” [“Contra viento y marea: Voces de la lucha popular en Iraq”], debería resultar obvia. Pero es en verdad revolucionaria, al menos para gentes como yo, que nos incorporamos al movimiento antibelicista estadounidense en 2003 y continuamos inundados con las imágenes que de ese país nos ofrecen los políticos y los medios como un blanco tan sólo de muerte y destrucción y de su pueblo como víctimas desventuradas.
La tesis presentada por Issa, coordinador de la Liga de Resistentes a la Guerra, es revolucionaria porque presenta la dignidad, humanización y autodeterminación como antídotos al militarismo y la ocupación, y la aparición de las voces e historias de la resistencia iraquí encienden una luz por un mundo mejor.
Partiendo de las organizaciones de base posteriores a 2003, Issa va trazando los fascinantes movimientos de protesta de su país, tan a menudo ignorados, a través de una serie de historias y entrevistas con las personas que los integran.
Personas como Yanar Mohamed, de la Organización por la Libertad de la Mujer en Iraq (OWFI, por sus siglas en inglés), quien en medio de la “olvidada” Primavera Árabe de su propio país se tomó tiempo, en noviembre de 2011, para escribir una carta de solidaridad al movimiento Ocupa Wall Street en la que declaraba “es hora ya de irrumpir en los castillos y palacios del uno por ciento y reclamar lo que con toda justicia es vuestro y empezar una nueva era basada en la paz global, la división justa de la riqueza y la humanidad”.
En aquel momento, Iraq estaba viviendo el renacimiento de las movilizaciones masivas que llevaban siendo brutalmente reprimidas desde 2003. Organizaciones como el Movimiento Popular para Salvar Iraq y la Organización de Jóvenes y Estudiantes por un Iraq Libre organizaron sentadas ante las bases militares estadounidenses, y las protestas se extendieron por Mosul, Ramadi y Bagdad a pesar de la dura represión llevada a cabo por el gobierno. Las reivindicaciones incluían demandas de servicios sociales básicos, el fin de la ocupación estadounidense y del sistema sectario de gobierno impuesto por la misma; la liberación de los presos políticos; la soberanía económica y los derechos de los trabajadores.
Cuando EEUU llevó a cabo su tan cacareada “salida” de Iraq en 2011, si bien incompleta, más de una docena de organizaciones de base protagonizaron las protestas de los “Viernes por la Derrota de la Ocupación” para exigir la “salida de hasta el último soldado” y “un nuevo frente para resistir ante la segunda cara de la ocupación, representada por su gobierno sectario y una constitución que no hace sino crear división”.
Este llamamiento a un nuevo frente sería premonitorio.
Una nueva oleada de protestas se inició en 2012, que duraron hasta 2013 a pesar de la brutal represión del gobierno. Los manifestantes exigían la liberación de los presos políticos, especialmente de las mujeres, y el fin de las ejecuciones arbitrarias. “Desde los primeros días, los eslóganes pedían la unidad y el rechazo al sectarismo y la división”, decía Falah Alwan, presidente de la Federación de Consejos y Sindicatos de Trabajadores en Iraq, en una entrevista realizada en enero de 2013.
Hasmiya Muhsin al-Sadawi es la presidenta del Sindicato de Servicios Públicos Eléctricos en Iraq y la primera mujer vicepresidenta de la Federación General de Trabajadores Iraquíes en Basora. En mayo de 2012, describió las complejas luchas emprendidas para combatir las “semillas del sectarismo” plantadas por la ocupación estadounidense y también para defender el derecho de los trabajadores a organizarse (a pesar de las severas leyes antisindicales conservadas desde la era de Sadam Husein) y defender servicios vitales como la electricidad y la seguridad social.
Issa rastrea los hilos de las luchas de la sociedad civil, incluidos los esfuerzos de personas como Nadia al-Baghdadi, que trabaja desde Bagdad, para salvar el Tigris y las Marismas de los planes del gobierno turco para construir la presa Ilisu. Este intento formó parte de un esfuerzo más amplio para celebrar en septiembre de 2013 el primer fórum sobre suelo iraquí bajo el lema “Otro Iraq es Posible con Paz, Derechos Humanos y Justicia Social”.
Quizá el testimonio más fascinante del libro sea el de Jannat Alghezi, directora de medios de OWFI, quien se puso primero en contacto con la organización liberadora feminista buscando refugio ante las amenazas de su familia de perpetrar contra ella uno de los denominados asesinatos por honor. Ahora, en la interacción entre cuestiones de género y justicia económica, organiza casas abiertas seguras para las familias que huyen del Estado Islámico.
“Nuestro movimiento es pequeño y no puedo decir que nuestra influencia sea grande. Pero, al mismo tiempo, el impacto que logramos es como un rayo de luz”, decía en septiembre de 2013. “Mi hija, quizá mi nieta, podrían beneficiarse de lo que estoy haciendo ahora. A pesar de todo, somos optimistas”.
El concepto importante en estas luchas es que existe un desafío político, no sólo hacia quienes detentan el poder en EEUU, Iraq y otros lugares, sino también hacia quienes integran la izquierda antibelicista en Occidente. Muchos de nosotros tratamos de ser solidarios con iraquíes que no tienen conexiones con específicos movimientos sociales sobre el terreno o con quienes han encontrado vías importantes para poder incidir de forma positiva en la vida diaria. Muchos de nosotros hacemos hincapié en el papel de EEUU como arquitecto bélico y titiritero político sin subrayar también las luchas iraquíes por el empoderamiento popular, ni denunciar tampoco el papel jugado por otros países de la región, como Irán y Arabia Saudí, en su competencia y ansia de poder.
Issa no rehúye desafiar a la izquierda, incluso a escritores acreditados como Patrick Cockburn, que en 2006 y 2013 escribió una serie de artículos sobre el “fin de Iraq”. El efecto de tal proclamación, dice Issa, “es que, una y otra vez, convierte en invisibles a las personas que realmente viven en Iraq: sus comunidades, sus sueños y victorias, grandes y pequeños”.
Issa pregunta: “¿Cómo podemos entender la política, la economía, la cultura o sociedad de cualquier lugar sin el principal protagonista, el pueblo?”.
Este libro ofrece un regalo al remitir a los lectores hacia esos protagonistas. Búsquenlos. Tienen nombres, páginas en internet y demandas y análisis políticos.
Justo ahora, en medio del sofocante calor veraniego, por todo Iraq se extienden las protestas de la gente, desde Basora a Bagdad, exigiendo servicios básicos como agua y electricidad, también el fin de la corrupción del gobierno. Grupos como OWFI están trabajando para proporcionar lugares seguros a las personas que escapan de la locura del Estado Islámico, al tiempo que tratan de eludir la represión del gobierno iraquí.
Ignorada por el foco de los medios y a menudo con escasos apoyos, la lucha continúa.
Aprendamos. Y escuchemos.
Sarah Lazare es una periodista independiente y coordinadora antibelicista.
Fuente: http://www.counterpunch.org/2015/08/28/listening-to-iraq/
http://www.rebelion.org/noticia.php?id=202708
Mentiras acerca do colapso económico em curso 31/08/2015
por Brandon Smith
É inegável: o colapso final precipita-se sobre nós , tal como economistas alternativos estiveram a advertir-nos desde a implosão inicial de 2008. Nestes anos desde o desastre dos derivativo, foi infindável a absurda e ridícula propaganda publicada pelos media financeiros de referência e à medida que a situação nos mercados piora, a propaganda só aumentará. Para muitos, isto pode parecer contra-intuitivo. Poder-se-ia pensar que quanto mais óbvio se torna o colapso económico, mais os analistas alternativos estarão justificados e mais desperta e consciente estará a pessoa média. Não necessariamente...
De facto, a máquina estonteante dos media de referência está a entrar em alta velocidade à medida em que mais dados negativos são revelados e absorvidos pelos mercados. Se conhece a nossa história, então sabe que isto é uma táctica comum da elite do establishment a fim de amarrar o público a falsas esperanças de modo a que não se prepare nem tome medidas alternativas enquanto o sistema desmorona em torno de si. No início da Grande Depressão foram utilizadas as mesmas estratégias. Verifique se tem ouvido citações semelhantes a estas nos noticiários dos media de referência durante os últimos dois meses:
John Maynard Keynes in 1927: "Não teremos mais crashes no nosso tempo".
H.H. Simmons, presidente da Bolsa de Valores de Nova York, 12/Jan/1928: "Não posso ajudar senão lançando um voz de discordância a declarações de que estamos a viver num paraíso de loucos e que a prosperidade neste país deve necessariamente diminuir e recuar no futuro próximo".
Irving Fisher, principal economista dos EUA, The New York Times, 05/Set/1929: "Pode haver uma recessão nos preços das acções, mas não qualquer coisa com a natureza de um crash". E em 17/Set/1929: "Os preços das acções atingiram o que parece um patamar permanentemente alto. Não sinto que possa haver uma quebra de 50 ou 60 pontos dos níveis actuais, tais como (os ursos) previram. Espero ver o mercado de acções em boa forma e mais elevado dentro de poucos meses".
W. McNeel, analista de mercado, citado no New York Herald Tribune, 30/Out/1929: "Este é o momento para comprar acções. Este é o momento para recordar as palavras do falecido J. P. Morgan... de que qualquer homem for pessimista (bearish) na América irá falir. Dentro de poucos dias é provável que haja um pânico urso ao invés de um pânico touro. Muitos dos baixos preços resultantes desta venda histérica provavelmente não serão alcançados outra vez em muitos anos".
Harvard Economic Society, 10/Nov/1929: "... uma depressão séria parece improvável; [esperamos] recuperação dos negócios na próxima Primavera, com nova melhoria no fim".
Eis a questão: como SEMPRE disse, o colapso económico não é um evento singular, é um processo. A economia global tem estado no processo de colapso desde 2008 e nunca abandonou esse caminho. Aqueles que eram ignorantes aceitaram estatísticas do governo pelo seu valor facial e o manipulado mercado touro como legítimo, recusando-se a reconhecer o fundamental. Agora, com mercados a sofrerem recentemente uma das maiores quedas livres desde o crash de 2008/2009, eles estão a verificar a loucura das suas suposições, mas isso não significa de modo algum que as aceitarão ou que se desculparão por elas. Se há uma lição que aprendi bem durante meu tempo no Liberty Movemente, é nunca subestimar o poder do preconceito da normalidade (normalcy bias).
Houve uma plétora de "dias altos" nos mercados durante a Grande Depressão e para uma grande percentagem da população americana isto manteve vivo e durante longos anos o sonho falso de uma recuperação rápida. Aguarde numerosas "atordoante reversões nas acções" à medida que o colapso da nossa era avança, mas recorde sempre que a TENDÊNCIA GERAL importa muito mais do que qualquer dia positivo ou negativo de transacções (a menos que se depare com uma queda de 1000 pontos como tivemos na segunda-feira, 24/Agosto/2015) e, ainda mais importante do que tendências, são os fundamentos económicos.
O establishment fez todos os esforços para ocultar os fundamentos do público através de distorções de grande alcance das estatísticas económicas. Contudo, os dias da desinformação eficaz em termos do sistema financeiro estão a chegar ao fim. Quando investidores e o público geral começa a absorver a realidade de que a economia global está na verdade a testemunhar um vasto cenário de crise e reconhece que os números reais são fraudulentos, este é o único recurso que banqueiros centrais e governos controlam a fim de convencer o público de que a crise que testemunha não é realmente uma crise. Isto equivale a dizer que o establishment tentará marginalizar os sinais de colapso que já não puder ocultar, como se tais sinais fossem de importância "mínima".
Tal como ocorreu durante o início da Grande Depressão, haverá legiões de mentiras à medida que nos aproximamos da hora zero. Aqui estão algumas das mentiras que provavelmente ouvirá com o acelerar do colapso:
A crise foi provocada pelo contágio chinês
A hipocrisia intrínseca a esta mentira é verdadeiramente espantosa, para dizer o mínimo, considerando que ela está agora a ser propalada pelos mesmos sacos de lixo dos media de referência, os quais apenas há poucos meses afirmavam que a perturbação financeira da China e os transtornos no seu mercado de acções eram inconsequentes e teriam "pouco ou nenhum efeito" sobre mercados ocidentais.
Recordo especificamente estas citações hilariantes de Barbara Rockefeller no mês de Julho:
"Outra coisa que não importa muito é o colapso das acções chinesas – mais uma vez. A China pode ser grande e poderosa, mas falta-lhe uma base de retalho e administradores de fundos experientes em variações de preços, não faz mal uma derrota verdadeira..."
"Gente do tipo "dia do juízo final" tem estado a dizer durante há muito que ficaremos com um mercado de acções destroçado quando o Fed finalmente fizer o movimento de subir as taxas. Mas como escrevemos na semana passada, a histórica não prova esta tese, não se pode realmente confiar na história quando a dimensão da amostra é um ou dois conjuntos de dados..."
Sim, isto é um bocado embaraçoso. Um ou dois conjuntos de dados? Houve muitas intervenções do banco central na história. Quando é que QUALQUER banco central ou qualquer governo alguma vez utilizou estímulos para manipular mercados através de infusões de moeda fiduciária e o juro zero alimentou recompras de acções ou deu ao governo poder para monetizar a sua própria dívida e realmente teve êxito com este esforço? Quando é que mercados viciados em estímulos, tal como um comprador de heroína, alguma vez levou a uma "recuperação"? Quando é que esta espécie de comportamento alguma vez NÃO criou bolhas orçamentais maciças, uma constante degradação da sociedade hospedeira [do parasita] ou calamidade total?
Subitamente, segundo a MSM, a economia da China não nos afecta. Não só isso, como a China é culpável por todos os males globais da estrutura económica interdependente. E a simples menção de que o Fed pode adiar o fim das taxas de juro quase zero no mês de Setembro recentemente fez subir os mercados em 600 pontos após uma semana de banho de sangue. Significa isso que o potencial para qualquer aumento da taxa de juro, não importa quão pequeno, também tem implicações mais vastas para os mercados.
A verdade é que crash nas acções globais, o qual sem dúvida continuará ao longo dos próximos meses apesar de quaisquer adiamentos da ZIRP por parte do Fed é um resultado da decadência universal na infraestrutura orçamental. Praticamente toda nação individual neste planeta, toda economia soberana, permitiu que bancos centrais e internacionais envenenassem todos os aspectos dos seus respectivos sistemas com dívida e manipulação. Isto não é um problema de "contágio", é um problema sistémico de todas as economias por todo o mundo.
O crash da China tem importância não porque esteja a levar todas as outras economias ao crash. Ele tem importância porque a China é o maior importador/exportador do mundo e é um teste ácido para a saúde financeira de todos os outros países. Se a China está em queda, isto significa que não estamos a consumir e, se não estamos a consumir, então devemos estar falidos. O crash da China anuncia as nossas próprias condições económicas muito piores. É PORQUE os mercados ocidentais estão em desintegração juntamente com o da China, apesar das presunções dos media de referência.
Cortes de taxa da China travarão o crash
Não, não travarão. A China cortou taxas cinco vezes desde Novembro último e isto nada fez para deter a maré do seu colapso do mercado. Não estou certo da razão porque alguém pensaria que um novo corte de taxa conseguiria algo mais do que talvez um alívio da continuação da avalanche.
Não é um crash, é apenas o fim de um "Ciclo de Mercado"
Esta é a mais ignorante das não explicações que já ouvi. Não existe tal coisa como um "ciclo de mercado" quando os mercados são suportados parcial ou totalmente por manipulação de moeda fiduciária. O nosso mercado não é de modo algum um mercado livre, portanto ele não pode comportar-se como um mercado livre e, assim, ele é um mercado atrofiado sem ciclos identificáveis.
Oscilações em mercados de até 5%-6% para cima ou para baixo (por vezes ambos no mesmo dia) não fazem parte de um ciclo normal. Elas são um sinal de uma volatilidade cancerosa que decorre de uma economia à beira do desastre.
Nos últimos anos houve aparentemente infindáveis euforias de mercado nos quais qualquer correctores idiotas não podiam errar desde que comprassem enquanto decorria a intervenção monetária do Fed. Isto também não é normal, mesmo na chamada "nova normal". Sim, a actual perturbação com as acções é um resultado inevitável de mercados manipulados, estatísticas falsas e esperanças deslocadas, mas é na verdade um crash tangível em formação. Não é de modo algum exemplo de um não ameaçador e previsível "ciclo de mercado" e o facto de que a conversa pretensiosa dos media de referência e das pessoas a quem eles palram não dê absolutamente nenhuma pista do que está para vir é apenas uma nova evidência disto.
O Fed nunca elevará as taxas
Não conte com isso. Declarações pública de entidades globais como o FMI, sobre a China por exemplo, têm argumentado que sua crise actual é simplesmente parte da "nova normal", um futuro no qual crescimento estagnado e padrões de vida reduzidos é o modo como as coisas serão. Espero que o Fed irá utilizar o mesmo exacto argumento para apoiar o fim das taxas de juro zero nos EUA, afirmando que o declínio da riqueza e dos padrões de vida americanos é uma componente natural da nova ordem económica mundial em que estamos a entrar.
Esteja certo, marque minhas palavras, que dentro em breve o Fed, o FMI, o BIS e outros tentarão convencer o povo americano de que a erosão da economia e a perda do status de reserva mundial é realmente uma "coisa boa". Eles afirmarão que um dólar forte é a causa de todo o nosso sofrimento económico e que é necessária uma perda de valor. Enquanto isso, naturalmente, eles minimizarão as tragédias que resultarão quando a mudança rumo à desvalorização do dólar se abater sobre as cabeças do populacho.
Uma alta da taxa pode não se verificar em Setembro. De facto, como previ no meu último artigo , o Fed já está a dar pistas de um atraso a fim de promover os mercados, ou pelo menos reduzir a actual carnificina a um nível mais administrável. Contudo, eles ELEVARÃO as taxas no futuro próximo, provavelmente antes do fim deste ano após algumas reuniões em alta tensão nas quais o mundo financeiro estará sentado à espera ansiosamente da palavra do alto. Por que elevaria taxas? Algumas pessoas não apreendem o facto simples de que a tarefa do Federal Reserve é destruir o sistema económico americano, não protegê-lo. Uma vez que se entende esta dinâmica, então tudo o que faz o banco central faz perfeito sentido.
Um aumento de taxa ocorrerá exactamente porque é o que é necessário para mais uma vez desestabilizar a psicologia do mercado estado-unidense a fim de abrir caminho para o "grande recomeço económico" que o FMI e Christine Lagarde estão tão ansiosos por promover. Além disto, muitas pessoas parecem estar esquecidas de que o ZIRP ainda está a operar, mas que a volatilidade de qualquer forma tem tendência negativa. Lembram-se de quando todos estavam prontos a ganhar seus chapéus "Dow 20.000", certos da omnipotência dos estímulos do banco central e da infinitude do QE? Sim, aquilo era claramente uma fantasia.
O ZIRP esgotou-se. Ele já não está mais a alimentar os mercados como antes e os fundamentos são demasiado óbvios para serem negados.
Os globalistas no Bank for International Settlements na Primavers consideraram abertamente a existência de políticas de baixas taxas de juro um disparador potencial para a crise . Suas declarações relacionam-se com a tendência do BIS para "prever" terríveis eventos de mercados que eles ajudaram a criar enquanto, ao mesmo tempo, deturpam as razões que estão por trás.
O ponto fundamental é que o ZIRP já fez a tarefa a que se destinava. Já não há mais qualquer razão para o Fed deixá-lo em vigor.
Esteja preparado para o QE4
Mais uma vez, não confie nele. Ou, no mínimo, não espere que um QE renovado tenha qualquer efeito duradouro sobre o mercado se for iniciado.
Não há realmente sentido em apontar para o lançamento de um quarto programa QE, excepto ficar à espera de que o Fed de vez em quando instile esta possibilidade no media para enganar investidores. Primeiro, o Fed sabe que seria uma admissão aberta de que os últimos três QEs foram um fracasso absoluto e, apesar de a sua tarefa ser desmantelar a economia estado-unidense, não penso que procurem assumir culpa imediata por toda a confusão. O QE4 seria tão desastroso quanto o último programa de estímulo do BCE foi para a Europa, sem mencionar as últimas várias acções de estímulo do PBOC [Popular Bank of China]. Direi isto mais uma vez – estímulos com moeda fiduciária têm uma vida útil limitada e essa vida útil está ultrapassada para todo o globo. Os dias de mercados suportados artificialmente estão quase acabados e nunca voltarão.
Vejo pouca vantagem para o Fed em trazer o QE4 para o quadro. Se o objectivo é descarrilar o dólar, essa actuação já está a caminho quando o FMI cuidadosamente estabelece o cenário para a entrada do Yuan no cabaz global de divisas do DES [Direitos Especiais de Saque] no próximo ano, ameaçando o status do dólar como reservas mundial. A China também continua a despejar centenas de milhares de milhões em Títulos do Tesouro (treasuries) dos EUA levando a uma corrida para um despejo dos mesmos por parte de outros países. O dólar como divisa é um morto ambulante e o Fed nem mesmo terá de imprimir no estilo da Alemanha de Weimar a fim de matá-lo.
Não é tão mau quanto parece
Sim, é exactamente tão mau quanto parece se não pior. Quando o Dow pode abrir 1000 pontos abaixo na segunda-feira e a China pode perder todos os seus ganhos de 2015 no intervalo de algumas semanas apesar de medidas de estímulo institucionalizado que perduram há anos, então alguma coisa está muito errada. Isto não é um "soluço". Isto não é uma correcção que já atingiu o fundo. Isto é só o começo do fim.
As acções não são um indicador previsional. Elas não seguem os fundamentos positivos ou negativos. As acções não entram em crash antes ou durante o desenvolvimento de uma economia enferma. As acções entram em crash depois de a economia já ter entrado em coma. As acções entram em crash quando o sistema já não tem salvação. Desde 2008, nada na estrutura da finança global foi salva e agora o edifício da banca central está ou incapaz ou não desejoso (acredito que ambos) de fornecer as ferramentas que nos permitam mesmo pretender que pode ser salvo. Vamos sentir o estrago agora, enquanto o establishment nos diz que tudo isso está dentro das nossas cabeças.
28/Agosto/2015
O original encontra-se em www.alt-market.com/... e em www.zerohedge.com/...
Este artigo encontra-se em http://resistir.info/financas/mentiras_28ago15.html
É inegável: o colapso final precipita-se sobre nós , tal como economistas alternativos estiveram a advertir-nos desde a implosão inicial de 2008. Nestes anos desde o desastre dos derivativo, foi infindável a absurda e ridícula propaganda publicada pelos media financeiros de referência e à medida que a situação nos mercados piora, a propaganda só aumentará. Para muitos, isto pode parecer contra-intuitivo. Poder-se-ia pensar que quanto mais óbvio se torna o colapso económico, mais os analistas alternativos estarão justificados e mais desperta e consciente estará a pessoa média. Não necessariamente...
De facto, a máquina estonteante dos media de referência está a entrar em alta velocidade à medida em que mais dados negativos são revelados e absorvidos pelos mercados. Se conhece a nossa história, então sabe que isto é uma táctica comum da elite do establishment a fim de amarrar o público a falsas esperanças de modo a que não se prepare nem tome medidas alternativas enquanto o sistema desmorona em torno de si. No início da Grande Depressão foram utilizadas as mesmas estratégias. Verifique se tem ouvido citações semelhantes a estas nos noticiários dos media de referência durante os últimos dois meses:
John Maynard Keynes in 1927: "Não teremos mais crashes no nosso tempo".
H.H. Simmons, presidente da Bolsa de Valores de Nova York, 12/Jan/1928: "Não posso ajudar senão lançando um voz de discordância a declarações de que estamos a viver num paraíso de loucos e que a prosperidade neste país deve necessariamente diminuir e recuar no futuro próximo".
Irving Fisher, principal economista dos EUA, The New York Times, 05/Set/1929: "Pode haver uma recessão nos preços das acções, mas não qualquer coisa com a natureza de um crash". E em 17/Set/1929: "Os preços das acções atingiram o que parece um patamar permanentemente alto. Não sinto que possa haver uma quebra de 50 ou 60 pontos dos níveis actuais, tais como (os ursos) previram. Espero ver o mercado de acções em boa forma e mais elevado dentro de poucos meses".
W. McNeel, analista de mercado, citado no New York Herald Tribune, 30/Out/1929: "Este é o momento para comprar acções. Este é o momento para recordar as palavras do falecido J. P. Morgan... de que qualquer homem for pessimista (bearish) na América irá falir. Dentro de poucos dias é provável que haja um pânico urso ao invés de um pânico touro. Muitos dos baixos preços resultantes desta venda histérica provavelmente não serão alcançados outra vez em muitos anos".
Harvard Economic Society, 10/Nov/1929: "... uma depressão séria parece improvável; [esperamos] recuperação dos negócios na próxima Primavera, com nova melhoria no fim".
Eis a questão: como SEMPRE disse, o colapso económico não é um evento singular, é um processo. A economia global tem estado no processo de colapso desde 2008 e nunca abandonou esse caminho. Aqueles que eram ignorantes aceitaram estatísticas do governo pelo seu valor facial e o manipulado mercado touro como legítimo, recusando-se a reconhecer o fundamental. Agora, com mercados a sofrerem recentemente uma das maiores quedas livres desde o crash de 2008/2009, eles estão a verificar a loucura das suas suposições, mas isso não significa de modo algum que as aceitarão ou que se desculparão por elas. Se há uma lição que aprendi bem durante meu tempo no Liberty Movemente, é nunca subestimar o poder do preconceito da normalidade (normalcy bias).
Houve uma plétora de "dias altos" nos mercados durante a Grande Depressão e para uma grande percentagem da população americana isto manteve vivo e durante longos anos o sonho falso de uma recuperação rápida. Aguarde numerosas "atordoante reversões nas acções" à medida que o colapso da nossa era avança, mas recorde sempre que a TENDÊNCIA GERAL importa muito mais do que qualquer dia positivo ou negativo de transacções (a menos que se depare com uma queda de 1000 pontos como tivemos na segunda-feira, 24/Agosto/2015) e, ainda mais importante do que tendências, são os fundamentos económicos.
O establishment fez todos os esforços para ocultar os fundamentos do público através de distorções de grande alcance das estatísticas económicas. Contudo, os dias da desinformação eficaz em termos do sistema financeiro estão a chegar ao fim. Quando investidores e o público geral começa a absorver a realidade de que a economia global está na verdade a testemunhar um vasto cenário de crise e reconhece que os números reais são fraudulentos, este é o único recurso que banqueiros centrais e governos controlam a fim de convencer o público de que a crise que testemunha não é realmente uma crise. Isto equivale a dizer que o establishment tentará marginalizar os sinais de colapso que já não puder ocultar, como se tais sinais fossem de importância "mínima".
Tal como ocorreu durante o início da Grande Depressão, haverá legiões de mentiras à medida que nos aproximamos da hora zero. Aqui estão algumas das mentiras que provavelmente ouvirá com o acelerar do colapso:
A crise foi provocada pelo contágio chinês
A hipocrisia intrínseca a esta mentira é verdadeiramente espantosa, para dizer o mínimo, considerando que ela está agora a ser propalada pelos mesmos sacos de lixo dos media de referência, os quais apenas há poucos meses afirmavam que a perturbação financeira da China e os transtornos no seu mercado de acções eram inconsequentes e teriam "pouco ou nenhum efeito" sobre mercados ocidentais.
Recordo especificamente estas citações hilariantes de Barbara Rockefeller no mês de Julho:
"Outra coisa que não importa muito é o colapso das acções chinesas – mais uma vez. A China pode ser grande e poderosa, mas falta-lhe uma base de retalho e administradores de fundos experientes em variações de preços, não faz mal uma derrota verdadeira..."
"Gente do tipo "dia do juízo final" tem estado a dizer durante há muito que ficaremos com um mercado de acções destroçado quando o Fed finalmente fizer o movimento de subir as taxas. Mas como escrevemos na semana passada, a histórica não prova esta tese, não se pode realmente confiar na história quando a dimensão da amostra é um ou dois conjuntos de dados..."
Sim, isto é um bocado embaraçoso. Um ou dois conjuntos de dados? Houve muitas intervenções do banco central na história. Quando é que QUALQUER banco central ou qualquer governo alguma vez utilizou estímulos para manipular mercados através de infusões de moeda fiduciária e o juro zero alimentou recompras de acções ou deu ao governo poder para monetizar a sua própria dívida e realmente teve êxito com este esforço? Quando é que mercados viciados em estímulos, tal como um comprador de heroína, alguma vez levou a uma "recuperação"? Quando é que esta espécie de comportamento alguma vez NÃO criou bolhas orçamentais maciças, uma constante degradação da sociedade hospedeira [do parasita] ou calamidade total?
Subitamente, segundo a MSM, a economia da China não nos afecta. Não só isso, como a China é culpável por todos os males globais da estrutura económica interdependente. E a simples menção de que o Fed pode adiar o fim das taxas de juro quase zero no mês de Setembro recentemente fez subir os mercados em 600 pontos após uma semana de banho de sangue. Significa isso que o potencial para qualquer aumento da taxa de juro, não importa quão pequeno, também tem implicações mais vastas para os mercados.
A verdade é que crash nas acções globais, o qual sem dúvida continuará ao longo dos próximos meses apesar de quaisquer adiamentos da ZIRP por parte do Fed é um resultado da decadência universal na infraestrutura orçamental. Praticamente toda nação individual neste planeta, toda economia soberana, permitiu que bancos centrais e internacionais envenenassem todos os aspectos dos seus respectivos sistemas com dívida e manipulação. Isto não é um problema de "contágio", é um problema sistémico de todas as economias por todo o mundo.
O crash da China tem importância não porque esteja a levar todas as outras economias ao crash. Ele tem importância porque a China é o maior importador/exportador do mundo e é um teste ácido para a saúde financeira de todos os outros países. Se a China está em queda, isto significa que não estamos a consumir e, se não estamos a consumir, então devemos estar falidos. O crash da China anuncia as nossas próprias condições económicas muito piores. É PORQUE os mercados ocidentais estão em desintegração juntamente com o da China, apesar das presunções dos media de referência.
Cortes de taxa da China travarão o crash
Não, não travarão. A China cortou taxas cinco vezes desde Novembro último e isto nada fez para deter a maré do seu colapso do mercado. Não estou certo da razão porque alguém pensaria que um novo corte de taxa conseguiria algo mais do que talvez um alívio da continuação da avalanche.
Não é um crash, é apenas o fim de um "Ciclo de Mercado"
Esta é a mais ignorante das não explicações que já ouvi. Não existe tal coisa como um "ciclo de mercado" quando os mercados são suportados parcial ou totalmente por manipulação de moeda fiduciária. O nosso mercado não é de modo algum um mercado livre, portanto ele não pode comportar-se como um mercado livre e, assim, ele é um mercado atrofiado sem ciclos identificáveis.
Oscilações em mercados de até 5%-6% para cima ou para baixo (por vezes ambos no mesmo dia) não fazem parte de um ciclo normal. Elas são um sinal de uma volatilidade cancerosa que decorre de uma economia à beira do desastre.
Nos últimos anos houve aparentemente infindáveis euforias de mercado nos quais qualquer correctores idiotas não podiam errar desde que comprassem enquanto decorria a intervenção monetária do Fed. Isto também não é normal, mesmo na chamada "nova normal". Sim, a actual perturbação com as acções é um resultado inevitável de mercados manipulados, estatísticas falsas e esperanças deslocadas, mas é na verdade um crash tangível em formação. Não é de modo algum exemplo de um não ameaçador e previsível "ciclo de mercado" e o facto de que a conversa pretensiosa dos media de referência e das pessoas a quem eles palram não dê absolutamente nenhuma pista do que está para vir é apenas uma nova evidência disto.
O Fed nunca elevará as taxas
Não conte com isso. Declarações pública de entidades globais como o FMI, sobre a China por exemplo, têm argumentado que sua crise actual é simplesmente parte da "nova normal", um futuro no qual crescimento estagnado e padrões de vida reduzidos é o modo como as coisas serão. Espero que o Fed irá utilizar o mesmo exacto argumento para apoiar o fim das taxas de juro zero nos EUA, afirmando que o declínio da riqueza e dos padrões de vida americanos é uma componente natural da nova ordem económica mundial em que estamos a entrar.
Esteja certo, marque minhas palavras, que dentro em breve o Fed, o FMI, o BIS e outros tentarão convencer o povo americano de que a erosão da economia e a perda do status de reserva mundial é realmente uma "coisa boa". Eles afirmarão que um dólar forte é a causa de todo o nosso sofrimento económico e que é necessária uma perda de valor. Enquanto isso, naturalmente, eles minimizarão as tragédias que resultarão quando a mudança rumo à desvalorização do dólar se abater sobre as cabeças do populacho.
Uma alta da taxa pode não se verificar em Setembro. De facto, como previ no meu último artigo , o Fed já está a dar pistas de um atraso a fim de promover os mercados, ou pelo menos reduzir a actual carnificina a um nível mais administrável. Contudo, eles ELEVARÃO as taxas no futuro próximo, provavelmente antes do fim deste ano após algumas reuniões em alta tensão nas quais o mundo financeiro estará sentado à espera ansiosamente da palavra do alto. Por que elevaria taxas? Algumas pessoas não apreendem o facto simples de que a tarefa do Federal Reserve é destruir o sistema económico americano, não protegê-lo. Uma vez que se entende esta dinâmica, então tudo o que faz o banco central faz perfeito sentido.
Um aumento de taxa ocorrerá exactamente porque é o que é necessário para mais uma vez desestabilizar a psicologia do mercado estado-unidense a fim de abrir caminho para o "grande recomeço económico" que o FMI e Christine Lagarde estão tão ansiosos por promover. Além disto, muitas pessoas parecem estar esquecidas de que o ZIRP ainda está a operar, mas que a volatilidade de qualquer forma tem tendência negativa. Lembram-se de quando todos estavam prontos a ganhar seus chapéus "Dow 20.000", certos da omnipotência dos estímulos do banco central e da infinitude do QE? Sim, aquilo era claramente uma fantasia.
O ZIRP esgotou-se. Ele já não está mais a alimentar os mercados como antes e os fundamentos são demasiado óbvios para serem negados.
Os globalistas no Bank for International Settlements na Primavers consideraram abertamente a existência de políticas de baixas taxas de juro um disparador potencial para a crise . Suas declarações relacionam-se com a tendência do BIS para "prever" terríveis eventos de mercados que eles ajudaram a criar enquanto, ao mesmo tempo, deturpam as razões que estão por trás.
O ponto fundamental é que o ZIRP já fez a tarefa a que se destinava. Já não há mais qualquer razão para o Fed deixá-lo em vigor.
Esteja preparado para o QE4
Mais uma vez, não confie nele. Ou, no mínimo, não espere que um QE renovado tenha qualquer efeito duradouro sobre o mercado se for iniciado.
Não há realmente sentido em apontar para o lançamento de um quarto programa QE, excepto ficar à espera de que o Fed de vez em quando instile esta possibilidade no media para enganar investidores. Primeiro, o Fed sabe que seria uma admissão aberta de que os últimos três QEs foram um fracasso absoluto e, apesar de a sua tarefa ser desmantelar a economia estado-unidense, não penso que procurem assumir culpa imediata por toda a confusão. O QE4 seria tão desastroso quanto o último programa de estímulo do BCE foi para a Europa, sem mencionar as últimas várias acções de estímulo do PBOC [Popular Bank of China]. Direi isto mais uma vez – estímulos com moeda fiduciária têm uma vida útil limitada e essa vida útil está ultrapassada para todo o globo. Os dias de mercados suportados artificialmente estão quase acabados e nunca voltarão.
Vejo pouca vantagem para o Fed em trazer o QE4 para o quadro. Se o objectivo é descarrilar o dólar, essa actuação já está a caminho quando o FMI cuidadosamente estabelece o cenário para a entrada do Yuan no cabaz global de divisas do DES [Direitos Especiais de Saque] no próximo ano, ameaçando o status do dólar como reservas mundial. A China também continua a despejar centenas de milhares de milhões em Títulos do Tesouro (treasuries) dos EUA levando a uma corrida para um despejo dos mesmos por parte de outros países. O dólar como divisa é um morto ambulante e o Fed nem mesmo terá de imprimir no estilo da Alemanha de Weimar a fim de matá-lo.
Não é tão mau quanto parece
Sim, é exactamente tão mau quanto parece se não pior. Quando o Dow pode abrir 1000 pontos abaixo na segunda-feira e a China pode perder todos os seus ganhos de 2015 no intervalo de algumas semanas apesar de medidas de estímulo institucionalizado que perduram há anos, então alguma coisa está muito errada. Isto não é um "soluço". Isto não é uma correcção que já atingiu o fundo. Isto é só o começo do fim.
As acções não são um indicador previsional. Elas não seguem os fundamentos positivos ou negativos. As acções não entram em crash antes ou durante o desenvolvimento de uma economia enferma. As acções entram em crash depois de a economia já ter entrado em coma. As acções entram em crash quando o sistema já não tem salvação. Desde 2008, nada na estrutura da finança global foi salva e agora o edifício da banca central está ou incapaz ou não desejoso (acredito que ambos) de fornecer as ferramentas que nos permitam mesmo pretender que pode ser salvo. Vamos sentir o estrago agora, enquanto o establishment nos diz que tudo isso está dentro das nossas cabeças.
28/Agosto/2015
O original encontra-se em www.alt-market.com/... e em www.zerohedge.com/...
Este artigo encontra-se em http://resistir.info/financas/mentiras_28ago15.html
domingo, 30 de agosto de 2015
Grupo de 400 trilionários governa os EUA, afirma militar 30/08/2015
Por CdB em agosto 29, 2015
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Por Redação, com agências internacionais – de Washington
Ex-funcionário norte-americano e coronel reformado do Exército dos EUA afirmou, neste sábado, que a política do seu país é determinada por 400 pessoas cujas fortunas são superiores a vários trilhões de dólares. Na entrevista à rádio lituana Baltkom, o coronel Lawrence Wilkerson, ex-chefe de gabinete do secretário de Estado norte-americano Colin Powell, afirmou que a linha política é estabelecida por cerca de 0,001% da população norte-americana.
– São os oligarcas que chefiam todos os processos ‘nos bastidores – disse Lawrence Wilkerson.
O coronel reformado Lawrence Wilkerson critica o sistema político-econômico norte-americano
O ex-funcionário do segundo escalão do governo norte-americano também mostrou a sua indignação com este cenário:
– Nos EUA há cerca de 400 pessoas, trilionários cujas fortunas ultrapassam a casa dos 15 zeros. Esta distribuição de riqueza no país é indecente, ofensiva. A desigualdade é enorme.
Assim, enquanto os EUA impõem a democracia ao resto do mundo, parece que, com tal sistema de administração, eles não sabem realmente o que significa o “governo do povo”, afirmou.
Miséria
Enquanto isso, notícia publicada em um site de notícias especializado em destacar as reportagens que não aparecem na grande mídia norte-americana, o Political Blindspot (PB) relata que na maior nação liberal do planeta, a terra das oportunidades, onde qualquer um pode construir sua riqueza, 80% de sua população viveram próximos a pobreza ou abaixo da linha da miséria (só nessa última condição, são 49,7 milhões de pessoas).
A reportagem fala ainda do aumento cada vez maior do abismo que separe ricos e pobres daquela nação e de como o governo estadunidense, em vez de aumentar a rede de proteção social dos 80% da população que sofre com os efeitos da pobreza, está discutindo os cortes dos poucos programas assistenciais que estão ajudando alguns estadunidenses a se manterem pouco acima da linha da pobreza.
“Se você vive nos Estados Unidos, há uma boa chance que você esteja agora vivendo na pobreza ou muito próximo a ela. Aproximadamente 50 milhões de estadunidenses, (49,7 milhões), estão vivendo abaixo da linha da pobreza com 80% de todos os habitantes dos Estados Unidos vivendo próximo a linha da pobreza ou abaixo dela”, afirma o Political Blindspot.
Essa estatística da “quase pobreza” é mais surpreendente do que os 50 milhões de estadunidenses vivendo abaixo da linha da pobreza, pois ela remete a um total de 80% da população lutando contra a falta de emprego, a quase pobreza ou a dependência de programas assistenciais do governo para ajudar a fazer face às despesas.
Número confiável
A miséria atinge a maioria do povo norte-americano, nas classes mais atingidas pela crise
Em setembro de 2013, a Associated Press apontou para o levantamento de dados que falavam de uma lacuna cada vez mais crescente entre ricos e pobres, bem como a perda de empregos bem remunerados na área de manufatura que costumavam fornecer as oportunidades para a “classe trabalhadora” para explicar a crescente tendência em direção à pobreza nos EUA.
Mas os números daqueles que vivem abaixo da linha da pobreza não refletem apenas o número de estadunidenses desempregados. Ao contrário, de acordo com os números de um censo revisado lançado na última quarta-feira, o número – 3 milhões acima daquele imaginado pelas estatísticas oficiais do governo – também são devidos a despesas médicas imprevistas e gastos relacionados com o trabalho.
O novo número é geralmente “considerado mais confiável por cientistas sociais por que ele se baseia no custo de vida, bem como nos efeitos dos auxílios do governo, tais como selos de comida e créditos fiscais,” segundo o relatório da Hope Yen para a Associated Press.
Enquanto isso, o governo dos Estados Unidos parece pensar que a resposta é cortar mais daqueles serviços que estão ajudando a manter 80% da população minimamente acima da linha da pobreza, cortaram os selos de comida desde o começo do mês. Democratas e Republicanos estão negociando apenas quanto mais desses programas devem ser cortados, mas nenhum dos partidos estão discutindo que eles sequer deveriam ser tocados.
http://correiodobrasil.com.br/grupo-de-400-trilionarios-governa-os-eua-afirma-militar/
sábado, 29 de agosto de 2015
O crash no mercado de acções – Sintoma da decadência capitalista 29/08/2015
por Deirdre Griswold
Se há algo que mostre dramaticamente a irracionalidade do sistema económico capitalista, é um crash do mercado financeiro. Isto acontece após um período de euforia nos mercados que conduziu os preços a alturas nunca vistas e a enormes somas de dinheiro que mudaram de mãos – nos dias actuais, habitualmente de modo electrónico.
Então chega o dia do ajuste de contas. O que parecia riqueza sólida no dia anterior subitamente transforma-se em tinta vermelha. Isto é o que começou a acontecer na terceira semana de Agosto aos mercados de todo o mundo.
Em tais tempos, só aquele com bolsos fundos podem permanecer no "jogo" e manter seus investimentos, à espera de uma alta renovada. Se os bilionários são capazes de comprar quando os preços afundaram e outros estão em bancarrota, eles posicionam-se para fazer uma "matança" real no mercado – se ele reagir em algum momento.
Na segunda-feira, 24 de Agosto, algumas estimativas colocam as perdas à escala mundial num total de US$10 milhões de milhões. Isto é um milhar, vezes outro milhar, vezes outro milhar, vezes um milhar mais uma vez, vezes 10. US$10.000.000.000.000 – só para por as coisas em perspectiva.
Como é que se pode "perder" US$10 milhões de milhões de riqueza? Ou será que ela realmente existia?
Presumivelmente, este número de US$10 milhões de milhões representa vagamente o valor real de commodities – carvão, aço, veículos, alimentos, abrigo, linhas aéreas, gasolina – que teriam sido produzidos para venda em algum tempo futuro, se o processo de produção e acumulação capitalista tivesse continuado numa rota ascendente.
Que tanto possa ser "perdido" tão rapidamente mostra a natureza precária do capitalismo. Isto ilustra do modo mais absoluto como o sistema do lucro vai contra qualquer planeamento racional da actividade económica humana nesta era de alta tecnologia – quando o fosso entre ricos e pobres, entre classes sociais e entre todos os países se expande na medida em que a produtividade dá saltos em frente.
Quando isto está a ser escrito, os media e muitos sabichões económicos estão a tentar falar com entusiasmo ao mercado, enfatizando sua recuperação parcial dos recordes baixistas de ontem. Ninguém nos media quer fazer previsões tipo profeta da desgraça, sabendo que poderiam ser considerados responsáveis por causar um pânico e mais um mergulho para baixo.
O jogo da culpa
Seja como for, os lançadores de culpas já escolheram o seu alvo. Quase todos os órgãos de propaganda das classes dominantes imperialistas apontaram o dedo para quem atribuem responsabilidade: a China. O mercado de acções da China, após uma grande ascensão de preços baseada em esperanças de futura expansão económica igual ao seu crescimento fenomenal da década passada, tomou um melhor a partir de meados de Junho, de acordo com o Shanghai Composite Index.
Havia então uma concordância geral em que as acções chinesas, especialmente no imobiliário, estavam com preços demasiado altos e o declínio era considerado uma "correcção". Mas agora redactores financeiros estado-unidenses começam a descrever a queda continuada das acções chinesas como uma "praga" que de certo modo infectou mercados ocidentais. A suposição aqui é que as condições económicas subjacentes nos países imperialistas do Ocidente eram saudáveis antes de este agente patogénico chinês se infiltrar nos mercados de todo o globo.
Façamos uma pausa.
O que há de saudável acerca dos salários dos trabalhadores nos EUA que hoje compram menos do que o faziam em 1967? O que há de saudável acerca da economia de um país onde um polícia pode prender e matar um homem negro pelo "crime" de sobreviver vendendo cigarros na rua? Como aconteceu com Eric Garner em Staten Island, N.Y. O que há de saudável acerca de um pai ter de trabalhar em duas ocupações a tempo parcial, empregos de baixo salário, só para alimentar seus filhos?
E por falar em salários, não vamos por na média os poucos executivos corporativos que administram actos criminosos deste sistema cão-come-cão e obtém assim lindos prémios com "salários" na casa dos milhões.
Crash das acções, ascensão e crash outra vez
Os crashes no mercado de acções capitalista não têm nada de novo. A China era um país empobrecido, semi-feudal, dominado por senhores da terra quando no século XIX o primeiro grande colapso do mercado começou a sacudir o povo na Europa e nos EUA. A China ainda estava naquelas condições quando em 1929 aconteceu no Ocidente o crash global do mercado, levando a uma década de extrema pobreza para os trabalhadores – a Grande Depressão.
Desde então tem havido crashes do mercado a cada sete ou oito anos. Alguns investidores ganharam, muitos mais perderam. Mas aconteceu uma coisa interessante com o crash de 2008-09. Neste, desde então, nunca houve uma "recuperação" capitalista real.
O desemprego permaneceu alto, mesmo nos países capitalistas desenvolvidos – especialmente na Europa, mas também nos EUA. Milhões de trabalhadores simplesmente cessaram de procurar um emprego e milhões mais ainda tentam entrar no mercado de empregos pela primeira vez.
Os trabalhadores estão sobrecarregados de dívidas que se tornam cada vez mais impagáveis. Hipotecas de casas, hipotecas de carros, dívidas de cartões de crédito, empréstimos a estudantes – são agora vistas como as próximas bolhas a estourarem.
Quando os super-ricos atenuarem seu domínio apertado sobre o seu dinheiro e investirem na produção, é provável que uma fábrica super-automatizada que custa milhares de milhões empregue no máximo uma pequena centena de trabalhadores.
Isto foi o que nos trouxe o capitalismo e não há nenhuma saída fácil
Deitar abaixo o sistema!
Todas as gloriosas expectativas criadas pelos enormes feitos científicos e tecnológicos do último século e meio reduziram-se a isto. Os ricos ficaram inacreditavelmente mais ricos, os pobres estão a ficar mais pobres enquanto são batidos por polícias e guerras. E o ambiente, o planeta em que vivemos, está a ser arruinado por um sistema económico baseado na cobiça e na exploração.
Isso não é uma falha da China. Esperançosamente, as lições deste colapso do mercado incentivarão aqueles na China que querem reorientar seus planos de desenvolvimento afastando-se da utilização do mercado capitalista para estimular a economia. Esta é um estimulante que demasiado rapidamente pode tornar-se um deprimente. E também rompe a solidariedade das massas – a qual tornou possível a transformação da China para o primeiro lugar.
A China não causou esta crise. Ao contrário, foi o êxito do desenvolvimento admiravelmente rápido da China ao longo das últimas décadas que manteve a flutuar as economias capitalistas no resto do mundo. Elas afluíram à China para explorar trabalho barato e permaneceram devido à moderna infraestrutura em expansão rápida e à disponibilidade de milhões de trabalhadores jovens, educados e qualificados. Mas estas coisas vieram da capacidade da China para planear o seu desenvolvimento – o resultado da sua revolução socialista.
Agora verifica-se como o impulso temporário que o crescimento da China deu ao capitalismo ocidental após o crash de 2008 não foi suficiente para manter este sistema em andamento. Todas as leis do desenvolvimento social dizem que é tempo de organizar e combater aqui por um derrube total do sistema – de baixo para cima.
25/Agosto/2015
Ver também:
Behind stock market swings: World capitalist slowdown looms
What's going on among the filthy rich
Slowing world capitalist economy puts workers in danger
China, rising wages and worker militancy
Europe anti-labor law threatens U.S. workers too
O original encontra-se em www.workers.org/articles/2015/08/25/stock-market-crash/
Este artigo encontra-se em http://resistir.info/
sexta-feira, 28 de agosto de 2015
Os bancos centrais engendraram este colapso financeiro 28/08/2015
por James Corbett [*]
Boas notícias para toda a gente! Os mercados estão a subir outra vez ! Sim, tivemos apenas um pequeno solavanco na estrada, mas não se preocupem, agora tudo voltou ao normal . Deveremos esquecer o fim da semana passada e a Segunda-feira Negra desta semana? Não prestem atenção às desconfortáveis luzes mortiças dos destroços das acções globais:
Os estarrecedores US$5 milhões de milhões em promessas de "riqueza" representadas por contrafacções de dinheiro (funny money) desde que começou a deflação do yuan ( US$2,7 milhões de milhões só na segunda-feira ).
O recorde de todos os tempos do índice de volatilidade (também conhecido como "Índice do Medo").
O mergulho de 1000 pontos do Dow logo que tocou o sino de abertura na manhã de segunda-feira.
A suspensão de todos os índices importantes dos EUA durante a desordem do mercado.
Os 4500 eventos de mini-crashes que forçaram índices de todo o mundo a serem suspensos e des-suspensos a um ritmo vertiginoso.
O admirável acto de levitação mágica , cortesia dos nossos amigo do Plunge Protection Team , que provocou a maior viragem no mesmo dia da história do Dow.
Não, não há nada a ver aqui. E agora que este aumento temporário no preço das acções (dead cat bounce) está a caminho, certamente não haverá mais deflação das commodities ou redução da actividade económica global ou guerra de divisas à escala mundial ou bolhas de títulos historicamente sem precedentes que causem preocupação, certo?
Basta, chega de sarcasmo. Os leitores desta coluna saberão que a conversa fiada dos mercados de acções, manipulados como são desde o topo até a base e activados como são pela heroína da Quantitative Easing (QE) do Fed, já não reflectem mais a realidade económica. A única pergunta é quão longe o aumento temporário deste mercado perdurará e se ele será ajudado por mais doses de heroína do Fed.
Mas já há uma conclusão vitalmente importante a retirar destes acontecimentos. Os media independentes devem articulá-la desde já, antes que seja demasiado tarde. Nomeadamente: esta crise foi engendrada pelos bancos centrais. É por culpa deles.
Deixe-me repetir isso outra vez caso não tenha prestado atenção: Esta crise foi engendrada pelos bancos centrais.
Este ponto nem sequer é controverso. Tem havido consenso universal de instituições que vão desde o Bank for International Settlements ao Official Monetary and Financial Institutions Forum e a responsáveis da OCDE até antigos governadores do Fed e mesmo o próprio Alan "Bolhas" Greenspan .
De facto, analista após analista e sabichão após sabichão – incluindo a mais reputada das publicações de referência – estiveram a tocar o alarme acerca da bolha no mercado de acções durante grande parte do ano passado.
Isto nos conta duas coisas: a actual destruição do mercado era perfeitamente previsível (e prevista) e os bancos centrais não só mantiveram a rota como realmente duplicaram-na com mais e mais injecções de QE.
Foram os bancos centrais que criaram esta desordem e, mais ainda, eles criaram esta desordem com pleno conhecimento de que as suas actuações levariam ao desastre. E agora, podemos estar certos, os mesmos banqueiros centrais e os políticos fantoches seus porta-vozes utilizarão esta crise para continuar a construção da " Nova Ordem Mundial " que haviam pedido na sequência do colapso de 2008.
Alguém que não possa ver agora a finalidade do jogo – governo global pelos banqueiros, dos banqueiros e para os banqueiros – ou é cego ou deliberadamente ignorante.
É especialmente importante declarar estas verdades óbvias agora, porque já podemos ver que uma falsa narrativa está a caminho. Esta narrativa tem dois impulsos principais: um é pintar a China como a culpada pela retracção global e a outra é assumir que apenas bancos centrais podem salvar a situação (com ainda maiores injecções de liquidez e cortes de taxas ainda mais profundos).
A narrativa da China-como-vilão-económico vai desde a versão suave (" China's 'Black Monday' sends markets reeling across the globe ") até a desavergonhada (" Chinese Economy Causes Markets to Fall ") e à imbecil (" Don Yuan Causes Heartbreak "), mas todas elas transportam a mesma mensagem: a China causou isto ao mundo por si mesma. Não se trata da China a reagir ao ambiente monetário global criado pelo Fed e promovido por outros bancos centrais, ou de uma retracção económica global que está a agarrar com os dentes uma economia fortemente orientada para a exportação, ou de pressões conflituosas sobre o país quando ele tenta navegar rumo ao status de divisa de reserva global. Nada disso, trata-se apenas de um touro numa loja chinesa (ou será que a China está num bull market? ) a golpear coisas e provocar desordem ( Trump estava certo !).
A narrativa de que só-bancos-centrais-nos-podem-salvar é ainda mais infantil, mas também mais perigosa. Dizem-nos que o crash aconteceu porque o banco central da China deixou de actuar . Dizem-nos que é agora o banco central da Turquia a promover a lira em perigo . Dizem-nos que o colapso do Lehman verificou-se devido à demasiado pequena intervenção do banco central . Dizem-nos que só o Banco Central Europeu é capaz de "montar o resgate" e impedir um descalabro do mercado.
Por outras palavras, as mesmas instituições que engendraram esta crise são as únicas que podem nos salvar.
Isto constitui tamanha insanidade que ninguém acreditaria neste contra-senso, mas por outro lado o mundo aceitou esta ideia após o Lehman e provavelmente a aceitaria outra vez. A menos que divulguemos as palavras correctas.
Os bankster fizeram isto. Se não descarrilarmos a sua agenda farão o mesmo outra vez.
25/Agosto/2015
Ver também:
A desvalorização do yuan , Prabhat Patnaik
O capital fictício, como a finança se apropria do nosso futuro , resenha do livro de Cédric Durand
Economic Destabilization, Financial Meltdown and the Rigging of the Shanghai Stock Market? , Michel Chossudovsky
Where is Neo When We Need Him , Paul Craig Roberts
[*] Editor do Corbett Report .
O original encontra-se em www.corbettreport.com/...
Este artigo encontra-se em http://resistir.info/
Boas notícias para toda a gente! Os mercados estão a subir outra vez ! Sim, tivemos apenas um pequeno solavanco na estrada, mas não se preocupem, agora tudo voltou ao normal . Deveremos esquecer o fim da semana passada e a Segunda-feira Negra desta semana? Não prestem atenção às desconfortáveis luzes mortiças dos destroços das acções globais:
Os estarrecedores US$5 milhões de milhões em promessas de "riqueza" representadas por contrafacções de dinheiro (funny money) desde que começou a deflação do yuan ( US$2,7 milhões de milhões só na segunda-feira ).
O recorde de todos os tempos do índice de volatilidade (também conhecido como "Índice do Medo").
O mergulho de 1000 pontos do Dow logo que tocou o sino de abertura na manhã de segunda-feira.
A suspensão de todos os índices importantes dos EUA durante a desordem do mercado.
Os 4500 eventos de mini-crashes que forçaram índices de todo o mundo a serem suspensos e des-suspensos a um ritmo vertiginoso.
O admirável acto de levitação mágica , cortesia dos nossos amigo do Plunge Protection Team , que provocou a maior viragem no mesmo dia da história do Dow.
Não, não há nada a ver aqui. E agora que este aumento temporário no preço das acções (dead cat bounce) está a caminho, certamente não haverá mais deflação das commodities ou redução da actividade económica global ou guerra de divisas à escala mundial ou bolhas de títulos historicamente sem precedentes que causem preocupação, certo?
Basta, chega de sarcasmo. Os leitores desta coluna saberão que a conversa fiada dos mercados de acções, manipulados como são desde o topo até a base e activados como são pela heroína da Quantitative Easing (QE) do Fed, já não reflectem mais a realidade económica. A única pergunta é quão longe o aumento temporário deste mercado perdurará e se ele será ajudado por mais doses de heroína do Fed.
Mas já há uma conclusão vitalmente importante a retirar destes acontecimentos. Os media independentes devem articulá-la desde já, antes que seja demasiado tarde. Nomeadamente: esta crise foi engendrada pelos bancos centrais. É por culpa deles.
Deixe-me repetir isso outra vez caso não tenha prestado atenção: Esta crise foi engendrada pelos bancos centrais.
Este ponto nem sequer é controverso. Tem havido consenso universal de instituições que vão desde o Bank for International Settlements ao Official Monetary and Financial Institutions Forum e a responsáveis da OCDE até antigos governadores do Fed e mesmo o próprio Alan "Bolhas" Greenspan .
De facto, analista após analista e sabichão após sabichão – incluindo a mais reputada das publicações de referência – estiveram a tocar o alarme acerca da bolha no mercado de acções durante grande parte do ano passado.
Isto nos conta duas coisas: a actual destruição do mercado era perfeitamente previsível (e prevista) e os bancos centrais não só mantiveram a rota como realmente duplicaram-na com mais e mais injecções de QE.
Foram os bancos centrais que criaram esta desordem e, mais ainda, eles criaram esta desordem com pleno conhecimento de que as suas actuações levariam ao desastre. E agora, podemos estar certos, os mesmos banqueiros centrais e os políticos fantoches seus porta-vozes utilizarão esta crise para continuar a construção da " Nova Ordem Mundial " que haviam pedido na sequência do colapso de 2008.
Alguém que não possa ver agora a finalidade do jogo – governo global pelos banqueiros, dos banqueiros e para os banqueiros – ou é cego ou deliberadamente ignorante.
É especialmente importante declarar estas verdades óbvias agora, porque já podemos ver que uma falsa narrativa está a caminho. Esta narrativa tem dois impulsos principais: um é pintar a China como a culpada pela retracção global e a outra é assumir que apenas bancos centrais podem salvar a situação (com ainda maiores injecções de liquidez e cortes de taxas ainda mais profundos).
A narrativa da China-como-vilão-económico vai desde a versão suave (" China's 'Black Monday' sends markets reeling across the globe ") até a desavergonhada (" Chinese Economy Causes Markets to Fall ") e à imbecil (" Don Yuan Causes Heartbreak "), mas todas elas transportam a mesma mensagem: a China causou isto ao mundo por si mesma. Não se trata da China a reagir ao ambiente monetário global criado pelo Fed e promovido por outros bancos centrais, ou de uma retracção económica global que está a agarrar com os dentes uma economia fortemente orientada para a exportação, ou de pressões conflituosas sobre o país quando ele tenta navegar rumo ao status de divisa de reserva global. Nada disso, trata-se apenas de um touro numa loja chinesa (ou será que a China está num bull market? ) a golpear coisas e provocar desordem ( Trump estava certo !).
A narrativa de que só-bancos-centrais-nos-podem-salvar é ainda mais infantil, mas também mais perigosa. Dizem-nos que o crash aconteceu porque o banco central da China deixou de actuar . Dizem-nos que é agora o banco central da Turquia a promover a lira em perigo . Dizem-nos que o colapso do Lehman verificou-se devido à demasiado pequena intervenção do banco central . Dizem-nos que só o Banco Central Europeu é capaz de "montar o resgate" e impedir um descalabro do mercado.
Por outras palavras, as mesmas instituições que engendraram esta crise são as únicas que podem nos salvar.
Isto constitui tamanha insanidade que ninguém acreditaria neste contra-senso, mas por outro lado o mundo aceitou esta ideia após o Lehman e provavelmente a aceitaria outra vez. A menos que divulguemos as palavras correctas.
Os bankster fizeram isto. Se não descarrilarmos a sua agenda farão o mesmo outra vez.
25/Agosto/2015
Ver também:
A desvalorização do yuan , Prabhat Patnaik
O capital fictício, como a finança se apropria do nosso futuro , resenha do livro de Cédric Durand
Economic Destabilization, Financial Meltdown and the Rigging of the Shanghai Stock Market? , Michel Chossudovsky
Where is Neo When We Need Him , Paul Craig Roberts
[*] Editor do Corbett Report .
O original encontra-se em www.corbettreport.com/...
Este artigo encontra-se em http://resistir.info/
quarta-feira, 26 de agosto de 2015
¿Cómo que Cuba aceptó ceder la base de Guantánamo? 26/08/2015
La distorsión de la historia convertida en información
José Manzaneda
Cubainformación
La sección de televisión del diario español El País visitaba la base naval de Guantánamo (1). Pero no para acercarse a los horrores de su prisión de alta seguridad, sino para entrevistar a las cubanas y cubanos que, hace décadas, decidieron quedarse a vivir en la base y romper con su país.
Pero lo más llamativo del reportaje es cómo el periodista Carlos de Vega (2) –quien fuera, no por casualidad, siete años corresponsal de CNN Plus en Washington (3)- transmitía sin pestañear la historia oficial de la base de Guantánamo escrita… por sus ocupantes.
“Técnicamente alquilamos este territorio a Castro a cambio de una cantidad mensual”, oímos a una militar estadounidense. Lo que matiza el periodista: “un alquiler de 4.000 dólares al año que Castro siempre rechaza, pero el contrato sigue ahí”.
Pero, ¿qué contrato? ¿Hay un contrato de alquiler de Cuba a EEUU por este terreno? Y si hay un contrato, ¿por qué rechaza La Habana el cobro del alquiler?
El País, lejos de dar respuesta informativa a estas preguntas, se limita a recitar la propaganda oficial de la Casa Blanca: “Los americanos usaron la base durante la guerra con España y después el gobierno cubano aceptó cederles estos 120 km2 de forma permanente”.
Increíble: primero, se equivoca al decir que “los americanos usaron la base en la guerra con España”, porque la base fue creada después de dicha guerra (4).
Segundo, el supuesto “contrato de alquiler” por el que –asegura- “el gobierno cubano aceptó ceder” los terrenos “de forma permanente” fue –en realidad- una imposición del Gobierno de EEUU al primer Gobierno cubano. Recordemos: en 1898, EEUU interviene en la guerra que libraban los independentistas cubanos contra España, y derrota militarmente a esta en pocos meses. Se firma el Tratado de París, y la Isla es ocupada militarmente por EEUU hasta el 20 de mayo de 1902, en que se declara la independencia formal de la Isla (5).
Cuba pasa entonces, de ser una colonia española, a ser una neocolonia de EEUU. Porque en su primera Constitución, el Gobierno de Washington, como condición para retirar su tropas, obliga al Gobierno cubano a incluir 8 artículos, la llamada Enmienda Platt, que daban a EEUU el derecho a intervenir militarmente en la Isla y a ocupar tierras “para carboneras o estaciones navales” en el territorio de Guantánamo y Bahía Honda (6).
Por eso existe una base naval en Guantánamo. No porque el primer gobierno cubano aceptase “ceder” sus terrenos “de forma permanente”, sino porque fue obligado a ello por un ejército de ocupación.
Las intenciones de dominación de la Isla quedaban clarísimas en una carta confidencial del entonces gobernador militar norteamericano en Cuba Leonard Wood, enviada al Presidente Theodore Roosevelt: “A Cuba se le ha dejado poca o ninguna independencia con la Enmienda Platt y lo único indicado ahora es buscar la anexión. (...). Con el control que sin duda pronto se convertirá en posesión, en breve controlaremos el comercio de azúcar en el mundo. La isla se americanizará gradualmente”, podemos leer en ella (7).
El actual Gobierno de Cuba reclama la devolución de la Bahía de Guantánamo amparándose en el artículo 52 de la Convención de Viena de 1969, que declara abolido un tratado si se ha usado para él la fuerza o la intervención militar (8).
Pero toda una historia de imposición, robo de territorio e intervención en la soberanía de un país es secuestrada a la opinión pública gracias a medios como El País.
Notas
(1) http://elpais.com/elpais/2015/07/23/videos/1437644995_773678.html
(2) http://www.huffingtonpost.es/carlos-de-vega/
(3) http://www.elconfidencialdigital.com/medios/Antonio-Cano-Carlos-Vega-Pais_0_2447155265.html
(4) https://es.wikipedia.org/wiki/Base_Naval_de_la_Bah%C3%ADa_de_Guant%C3%A1namo
(5) http://www.ecured.cu/index.php/Base_Naval_de_Guant%C3%A1namo
(6) http://www.ecured.cu/index.php/Enmienda_Platt
(7) https://lastorresdemarcos.wordpress.com/2015/05/22/la-base-naval-de-guantanamo-algo-de-historia-y-poco-de-ddhh-uscuba/
(8) http://laotramiradasur.com.ar/2015/02/guantanamo-112-anos-de-ilegalidad/
Fuente original: http://www.cubainformacion.tv/index.php/lecciones-de-manipulacion/64229-%C2%BFComo-que-Cuba-acepto-ceder-la-Base-de-Guantanamo?-La-distorsion-de-la-Historia-convertida-en-informacion
José Manzaneda
Cubainformación
La sección de televisión del diario español El País visitaba la base naval de Guantánamo (1). Pero no para acercarse a los horrores de su prisión de alta seguridad, sino para entrevistar a las cubanas y cubanos que, hace décadas, decidieron quedarse a vivir en la base y romper con su país.
Pero lo más llamativo del reportaje es cómo el periodista Carlos de Vega (2) –quien fuera, no por casualidad, siete años corresponsal de CNN Plus en Washington (3)- transmitía sin pestañear la historia oficial de la base de Guantánamo escrita… por sus ocupantes.
“Técnicamente alquilamos este territorio a Castro a cambio de una cantidad mensual”, oímos a una militar estadounidense. Lo que matiza el periodista: “un alquiler de 4.000 dólares al año que Castro siempre rechaza, pero el contrato sigue ahí”.
Pero, ¿qué contrato? ¿Hay un contrato de alquiler de Cuba a EEUU por este terreno? Y si hay un contrato, ¿por qué rechaza La Habana el cobro del alquiler?
El País, lejos de dar respuesta informativa a estas preguntas, se limita a recitar la propaganda oficial de la Casa Blanca: “Los americanos usaron la base durante la guerra con España y después el gobierno cubano aceptó cederles estos 120 km2 de forma permanente”.
Increíble: primero, se equivoca al decir que “los americanos usaron la base en la guerra con España”, porque la base fue creada después de dicha guerra (4).
Segundo, el supuesto “contrato de alquiler” por el que –asegura- “el gobierno cubano aceptó ceder” los terrenos “de forma permanente” fue –en realidad- una imposición del Gobierno de EEUU al primer Gobierno cubano. Recordemos: en 1898, EEUU interviene en la guerra que libraban los independentistas cubanos contra España, y derrota militarmente a esta en pocos meses. Se firma el Tratado de París, y la Isla es ocupada militarmente por EEUU hasta el 20 de mayo de 1902, en que se declara la independencia formal de la Isla (5).
Cuba pasa entonces, de ser una colonia española, a ser una neocolonia de EEUU. Porque en su primera Constitución, el Gobierno de Washington, como condición para retirar su tropas, obliga al Gobierno cubano a incluir 8 artículos, la llamada Enmienda Platt, que daban a EEUU el derecho a intervenir militarmente en la Isla y a ocupar tierras “para carboneras o estaciones navales” en el territorio de Guantánamo y Bahía Honda (6).
Por eso existe una base naval en Guantánamo. No porque el primer gobierno cubano aceptase “ceder” sus terrenos “de forma permanente”, sino porque fue obligado a ello por un ejército de ocupación.
Las intenciones de dominación de la Isla quedaban clarísimas en una carta confidencial del entonces gobernador militar norteamericano en Cuba Leonard Wood, enviada al Presidente Theodore Roosevelt: “A Cuba se le ha dejado poca o ninguna independencia con la Enmienda Platt y lo único indicado ahora es buscar la anexión. (...). Con el control que sin duda pronto se convertirá en posesión, en breve controlaremos el comercio de azúcar en el mundo. La isla se americanizará gradualmente”, podemos leer en ella (7).
El actual Gobierno de Cuba reclama la devolución de la Bahía de Guantánamo amparándose en el artículo 52 de la Convención de Viena de 1969, que declara abolido un tratado si se ha usado para él la fuerza o la intervención militar (8).
Pero toda una historia de imposición, robo de territorio e intervención en la soberanía de un país es secuestrada a la opinión pública gracias a medios como El País.
Notas
(1) http://elpais.com/elpais/2015/07/23/videos/1437644995_773678.html
(2) http://www.huffingtonpost.es/carlos-de-vega/
(3) http://www.elconfidencialdigital.com/medios/Antonio-Cano-Carlos-Vega-Pais_0_2447155265.html
(4) https://es.wikipedia.org/wiki/Base_Naval_de_la_Bah%C3%ADa_de_Guant%C3%A1namo
(5) http://www.ecured.cu/index.php/Base_Naval_de_Guant%C3%A1namo
(6) http://www.ecured.cu/index.php/Enmienda_Platt
(7) https://lastorresdemarcos.wordpress.com/2015/05/22/la-base-naval-de-guantanamo-algo-de-historia-y-poco-de-ddhh-uscuba/
(8) http://laotramiradasur.com.ar/2015/02/guantanamo-112-anos-de-ilegalidad/
Fuente original: http://www.cubainformacion.tv/index.php/lecciones-de-manipulacion/64229-%C2%BFComo-que-Cuba-acepto-ceder-la-Base-de-Guantanamo?-La-distorsion-de-la-Historia-convertida-en-informacion
terça-feira, 25 de agosto de 2015
A desvalorização do yuan 25/08/2015
por Prabhat Patnaik [*]
A decisão do banco central da China na semana passada de deixar o yuan depreciar ao longo de três etapas em quase 4 por cento contra o US dólar foi explicada oficialmente como um movimento rumo a maior definição do mercado da sua taxa de câmbio. Embora esta explicação pacificasse mercados de acções por todo o mundo, a desvalorização da divisa chinesa anuncia um sério agravamento da crise capitalista mundial.
Para examinar esta desvalorização no seu contexto próprio temos de recordar que a Taxa de câmbio ponderada pelo comércio (Trade Weighted Exchange Rate, TWER) do yuan (isto é, a taxa de câmbio contra um cabaz de divisas cuja composição é determinada pela importância daquela divisa no comércio da China), foi valorizada em até 50 por cento desde 2005. Mesmo em comparação com o ano de 2009, no qual se deu uma grande valorização, a TWER da China valorizou-se em mais 20 por cento até recentemente, o que significa que mercadorias de outros países estavam a tornar-se relativamente mais baratas em comparação com mercadorias chinesas, sem que o governo chinês nada fizesse acerca disto. Isto permitiu a outros países, incluindo mesmo os EUA, experimentarem um crescimento mais alto do que normalmente aconteceria, ao passo que a própria economia chinesa não experimentou qualquer desaceleração significativa na sua taxa de crescimento, uma vez que a sua procura interna tem estado a ascender devido a uma bolha no mercado de activos. A apreciação do yuan, por outras palavras, contribuiu para transmitir algum grau de estímulo às economias do resto do mundo.
A economia da China agora começa a desacelerar; a bolha do mercado de activos na China entrou em colapso; e a China agora procura um impulso na exportação para promover a sua taxa de crescimento, razão pela qual desvalorizou sua divisa. Tudo isto significa que o estímulo que a economia mundial estava a obter até agora de um yuan valorizado não mais perdurará doravante. E isto pressagia um dano para a crise económica mundial. Na verdade, a extensão da depreciação do yuan verificada na semana passada ainda é pequena; mas vindo após um intervalo de aproximadamente 20 anos durante os quais não houve depreciação do yuan, ela mostra uma nova viragem na política económica chinesa. Portanto a actual depreciação é provável que seja uma precursora de outras semelhantes no futuro próximo.
REACÇÕES PROVÁVEIS DE OUTROS PAÍSES
Mas ainda mais significativo do que a acção chinesa em si representaria para a economia mundial são as reacções prováveis a serem geradas nos outros países. Já várias divisas do mundo, incluindo a rupia indiana, depreciaram em relação ao US dólar na sequência da depreciação do yuan. Isto acontece porque quando o yuan deprecia os especuladores esperam que outros países também sejam forçados a depreciar suas divisas a fim de proteger suas exportações contra a competição chinesa e defender a sua produção interna contra importações chinesas. Portanto eles afastam-se daquelas divisas na antecipação de tal depreciação e com isso precipitam uma depreciação real . Os governos destes países não intervêm para defender o valor da suas divisas porque, eles também, no seu desejo de repelir a competição chinesa, querem uma tal depreciação. O que isto significa é que o grosso das divisas mundiais tende a depreciar-se em relação ao US dólar quando a divisa chinesa deprecia, como na verdade já está a acontecer.
Agora, no que se refere aos EUA, se o valor da sua divisa aprecia-se em relação a outras divisas, então isso afecta adversamente as exportações líquidas estado-unidenses e portanto sua actividade interna e emprego. Ultimamente tem havido muita pressão sobre o US Federal Reserve Board para aumentar sua taxa de juro a qual actualmente está tão baixa quanto poderia estar, em quase zero, uma vez que se supunha que a sua economia interna estivesse a "levantar-se". E toda a gente esperava que o Fed elevasse suas taxas de juro em Setembro. Isto, contudo, agora terá de ser adiado uma vez que um aumento da taxa de juro, ao tornar a posse do US dólar mais atraente, teria o efeito de mais uma vez elevar o seu valor em relação às divisas mundiais e portanto reduzir ainda mais o nível de actividade da economia estado-unidense, mesmo abaixo do que a actual depreciação do dólar (a taxas de juro quase zero) causaria.
Contudo, o problema com os EUA é que muito embora possa adiar uma alta da taxa de juro, pouco pode fazer para impedir uma apreciação do dólar. Os EUA não podem reduzir suas taxas de juro ainda mais, uma vez que já estão no mínimo. Excepto através da imposição de controles de importação, por meios abertos ou clandestinos, os EUA descobrirão que é difícil impedir um rebaixamento do seu nível de actividade e emprego.
Isto explica porque os EUA, que durante todos estes anos esteve a pressionar a China para que permitisse maior definição de mercado da sua taxa de câmbio, estão tão irritados quando a China afirma ter feito precisamente isso. O cálculo estado-unidense era que "maior definição de mercado" da taxa de câmbio da China produziria uma apreciação da divisa chinesa em relação ao US dólar e portanto seria benéfico para os EUA pois ampliaria seu mercado. Na verdade, uma vez que a "maior definição de mercado" resultou na depreciação da divisa chinesa, muitos legisladores dos EUA começaram agora a criticar este desfecho.
Examinando as coisas de um modo diferente, com a China a desejar uma fatia maior do mercado mundial como meio de estímulo ao seu crescimento interno, o qual foi atingido pelo colapso da sua bolha do mercado de activos, a competição entre países por uma maior fatia de um mercado mundial mais ou menos em estagnação está a ficar intensificada. Por um lado não há factores que operem rumo a uma expansão do mercado mundial e o colapso da bolha de activos chinesa removeu o último dos tais factores expansionistas; por outro lado, todo país, incluindo a China, está agora a aderir à corrida para obter um bocado maior deste mercado mundial não em expansão. Não surpreendentemente, isto só pode agravar a recessão, uma vez que constitui um caso clássico de uma política do "prejudico meu vizinho" ("beggar-my-neighbour"), tal como aquela que caracterizou a depressão da década de 1930.
VALORIZAÇÃO DO DÓLAR
É provável que dois outros factores actuem na mesma direcção. Um é o colapso da já débil "indução a investir" dos capitalistas. Até agora, por exemplo, a capacidade de vender para a China havia actuado como uma espécie de um estímulo ao investimento para países capitalistas avançados; isto agora está a ser removido. Além disso, as flutuações no preço das divisas, as quais não se movem para cima ou para baixo de modo sincrónico, torna os cálculos de lucratividade muito mais difíceis e, portanto, aumenta os riscos de investimento. Por estas razões, mais uma vez como na década de 1930, quando as políticas do "empobreço meu vizinho" eram desenfreadas, a "indução a investir" dos capitalistas seria afectada negativamente, agravando a recessão.
O segundo factor é que a apreciação do valor do dólar torna mais atraente para os especuladores possuírem dólares ao invés de commodities primárias, razão porque os preços das mesmas, já numa tendência cadente (o que a propósito explica a inflação "negativa" na Índia de acordo com o Índice de Preço por Grosso), caíram ainda mais drasticamente após a desvalorização do yuan. Isto é ainda mais agravado pelo facto de que a procura da China em certa media havia escorado os preços das commodities primárias e agora a expectativa dos especuladores é de que já não se verificasse isso. Isto também contribuiria para um colapso dos preços das commodities primárias.
Esta queda nos preços das commodities tem três efeitos: Primeiro, vários países, como a Austrália, Brasil, Rússia e Chile, os quais são exportadores significativos de commodities primárias e cujas fortunas portanto estão ligadas aos preços das mesmas, agora experimentarão um colapso da sua taxas de crescimento. Segundo, países devedores como a Grécia agora descobrirão que o fardo real da sua dívida subiu, o que os empurraria ainda mais rumo à insolvência e faria com que países e instituições credoras lhes impusessem medidas ainda mais duras de "austeridade". Isto, ao reduzir a procura agregada naqueles países numa extensão ainda maior e, portanto, por implicação, ao fazer isso por todo o mundo, agravará ainda mais a crise.
O terceiro efeito verifica-se através do que o economista americano Irving Fisher – o qual foi professor em Yale e perdeu toda a sua fortuna pessoal na Grande Depressão da década de 1930 – chamou "dívida-deflação". Não são apenas os países, mas todos os devedores a descobrirem que o fardo real da dívida sobe quando há uma queda no nível de preços. Portanto, para poderem reembolsar descobrirão que serão forçados a vender activos, o que reduz o preço dos activos ainda mais, elevando o fardo real da sua dívida mais uma vez – e assim cumulativamente.
"Dívida-deflação", por outras palavras, é uma síndrome, a qual pode resultar em crises agudas e depressões. Esta é a razão porque capitalistas ficam sempre aterrorizados com "inflação negativa" ou com "preços absolutamente cadentes". Uma vez que uma economia começa a enfrentar declínios de preços em termos absolutos, ela pode deslizar rapidamente colina abaixo através do desencadeamento do processo "dívida-deflação" e seu governo e banco central pouco podem fazer para travar um tal deslizamento.
A economia capitalista mundial tem estado a pairar próximo de um tal cenário, de "deflação" ou preços absolutamente cadentes, desde há algum tempo. (Sabemos pela nossa própria experiência que a economia indiana está a enfrentar uma "deflação" em termos do Índice de Preços por Grosso em grande medida devido a desenvolvimentos internacionais). Com a depreciação do yuan chinês e as expectativas que isto gera quanto ao futuro crescimento chinês e ao futuro crescimento nos preços das commodities primárias, há uma probabilidade real do início de uma "deflação" na economia mundial – e portanto do início da síndrome "dívida-deflação". Portanto, por todas estas vias os desenvolvimentos na China provavelmente agravarão a crise capitalista. Estamos em suma no patamar de uma nova fase da crise capitalista mundial a qual testemunharia seu agravamento significativo.
23/Agosto/2015
[*] Economista, indiano, ver Wikipedia
O original encontra-se em peoplesdemocracy.in/2015/0823_pd/devaluation-yuan . Tradução de JF.
Este artigo encontra-se em http://resistir.info/
A decisão do banco central da China na semana passada de deixar o yuan depreciar ao longo de três etapas em quase 4 por cento contra o US dólar foi explicada oficialmente como um movimento rumo a maior definição do mercado da sua taxa de câmbio. Embora esta explicação pacificasse mercados de acções por todo o mundo, a desvalorização da divisa chinesa anuncia um sério agravamento da crise capitalista mundial.
Para examinar esta desvalorização no seu contexto próprio temos de recordar que a Taxa de câmbio ponderada pelo comércio (Trade Weighted Exchange Rate, TWER) do yuan (isto é, a taxa de câmbio contra um cabaz de divisas cuja composição é determinada pela importância daquela divisa no comércio da China), foi valorizada em até 50 por cento desde 2005. Mesmo em comparação com o ano de 2009, no qual se deu uma grande valorização, a TWER da China valorizou-se em mais 20 por cento até recentemente, o que significa que mercadorias de outros países estavam a tornar-se relativamente mais baratas em comparação com mercadorias chinesas, sem que o governo chinês nada fizesse acerca disto. Isto permitiu a outros países, incluindo mesmo os EUA, experimentarem um crescimento mais alto do que normalmente aconteceria, ao passo que a própria economia chinesa não experimentou qualquer desaceleração significativa na sua taxa de crescimento, uma vez que a sua procura interna tem estado a ascender devido a uma bolha no mercado de activos. A apreciação do yuan, por outras palavras, contribuiu para transmitir algum grau de estímulo às economias do resto do mundo.
A economia da China agora começa a desacelerar; a bolha do mercado de activos na China entrou em colapso; e a China agora procura um impulso na exportação para promover a sua taxa de crescimento, razão pela qual desvalorizou sua divisa. Tudo isto significa que o estímulo que a economia mundial estava a obter até agora de um yuan valorizado não mais perdurará doravante. E isto pressagia um dano para a crise económica mundial. Na verdade, a extensão da depreciação do yuan verificada na semana passada ainda é pequena; mas vindo após um intervalo de aproximadamente 20 anos durante os quais não houve depreciação do yuan, ela mostra uma nova viragem na política económica chinesa. Portanto a actual depreciação é provável que seja uma precursora de outras semelhantes no futuro próximo.
REACÇÕES PROVÁVEIS DE OUTROS PAÍSES
Mas ainda mais significativo do que a acção chinesa em si representaria para a economia mundial são as reacções prováveis a serem geradas nos outros países. Já várias divisas do mundo, incluindo a rupia indiana, depreciaram em relação ao US dólar na sequência da depreciação do yuan. Isto acontece porque quando o yuan deprecia os especuladores esperam que outros países também sejam forçados a depreciar suas divisas a fim de proteger suas exportações contra a competição chinesa e defender a sua produção interna contra importações chinesas. Portanto eles afastam-se daquelas divisas na antecipação de tal depreciação e com isso precipitam uma depreciação real . Os governos destes países não intervêm para defender o valor da suas divisas porque, eles também, no seu desejo de repelir a competição chinesa, querem uma tal depreciação. O que isto significa é que o grosso das divisas mundiais tende a depreciar-se em relação ao US dólar quando a divisa chinesa deprecia, como na verdade já está a acontecer.
Agora, no que se refere aos EUA, se o valor da sua divisa aprecia-se em relação a outras divisas, então isso afecta adversamente as exportações líquidas estado-unidenses e portanto sua actividade interna e emprego. Ultimamente tem havido muita pressão sobre o US Federal Reserve Board para aumentar sua taxa de juro a qual actualmente está tão baixa quanto poderia estar, em quase zero, uma vez que se supunha que a sua economia interna estivesse a "levantar-se". E toda a gente esperava que o Fed elevasse suas taxas de juro em Setembro. Isto, contudo, agora terá de ser adiado uma vez que um aumento da taxa de juro, ao tornar a posse do US dólar mais atraente, teria o efeito de mais uma vez elevar o seu valor em relação às divisas mundiais e portanto reduzir ainda mais o nível de actividade da economia estado-unidense, mesmo abaixo do que a actual depreciação do dólar (a taxas de juro quase zero) causaria.
Contudo, o problema com os EUA é que muito embora possa adiar uma alta da taxa de juro, pouco pode fazer para impedir uma apreciação do dólar. Os EUA não podem reduzir suas taxas de juro ainda mais, uma vez que já estão no mínimo. Excepto através da imposição de controles de importação, por meios abertos ou clandestinos, os EUA descobrirão que é difícil impedir um rebaixamento do seu nível de actividade e emprego.
Isto explica porque os EUA, que durante todos estes anos esteve a pressionar a China para que permitisse maior definição de mercado da sua taxa de câmbio, estão tão irritados quando a China afirma ter feito precisamente isso. O cálculo estado-unidense era que "maior definição de mercado" da taxa de câmbio da China produziria uma apreciação da divisa chinesa em relação ao US dólar e portanto seria benéfico para os EUA pois ampliaria seu mercado. Na verdade, uma vez que a "maior definição de mercado" resultou na depreciação da divisa chinesa, muitos legisladores dos EUA começaram agora a criticar este desfecho.
Examinando as coisas de um modo diferente, com a China a desejar uma fatia maior do mercado mundial como meio de estímulo ao seu crescimento interno, o qual foi atingido pelo colapso da sua bolha do mercado de activos, a competição entre países por uma maior fatia de um mercado mundial mais ou menos em estagnação está a ficar intensificada. Por um lado não há factores que operem rumo a uma expansão do mercado mundial e o colapso da bolha de activos chinesa removeu o último dos tais factores expansionistas; por outro lado, todo país, incluindo a China, está agora a aderir à corrida para obter um bocado maior deste mercado mundial não em expansão. Não surpreendentemente, isto só pode agravar a recessão, uma vez que constitui um caso clássico de uma política do "prejudico meu vizinho" ("beggar-my-neighbour"), tal como aquela que caracterizou a depressão da década de 1930.
VALORIZAÇÃO DO DÓLAR
É provável que dois outros factores actuem na mesma direcção. Um é o colapso da já débil "indução a investir" dos capitalistas. Até agora, por exemplo, a capacidade de vender para a China havia actuado como uma espécie de um estímulo ao investimento para países capitalistas avançados; isto agora está a ser removido. Além disso, as flutuações no preço das divisas, as quais não se movem para cima ou para baixo de modo sincrónico, torna os cálculos de lucratividade muito mais difíceis e, portanto, aumenta os riscos de investimento. Por estas razões, mais uma vez como na década de 1930, quando as políticas do "empobreço meu vizinho" eram desenfreadas, a "indução a investir" dos capitalistas seria afectada negativamente, agravando a recessão.
O segundo factor é que a apreciação do valor do dólar torna mais atraente para os especuladores possuírem dólares ao invés de commodities primárias, razão porque os preços das mesmas, já numa tendência cadente (o que a propósito explica a inflação "negativa" na Índia de acordo com o Índice de Preço por Grosso), caíram ainda mais drasticamente após a desvalorização do yuan. Isto é ainda mais agravado pelo facto de que a procura da China em certa media havia escorado os preços das commodities primárias e agora a expectativa dos especuladores é de que já não se verificasse isso. Isto também contribuiria para um colapso dos preços das commodities primárias.
Esta queda nos preços das commodities tem três efeitos: Primeiro, vários países, como a Austrália, Brasil, Rússia e Chile, os quais são exportadores significativos de commodities primárias e cujas fortunas portanto estão ligadas aos preços das mesmas, agora experimentarão um colapso da sua taxas de crescimento. Segundo, países devedores como a Grécia agora descobrirão que o fardo real da sua dívida subiu, o que os empurraria ainda mais rumo à insolvência e faria com que países e instituições credoras lhes impusessem medidas ainda mais duras de "austeridade". Isto, ao reduzir a procura agregada naqueles países numa extensão ainda maior e, portanto, por implicação, ao fazer isso por todo o mundo, agravará ainda mais a crise.
O terceiro efeito verifica-se através do que o economista americano Irving Fisher – o qual foi professor em Yale e perdeu toda a sua fortuna pessoal na Grande Depressão da década de 1930 – chamou "dívida-deflação". Não são apenas os países, mas todos os devedores a descobrirem que o fardo real da dívida sobe quando há uma queda no nível de preços. Portanto, para poderem reembolsar descobrirão que serão forçados a vender activos, o que reduz o preço dos activos ainda mais, elevando o fardo real da sua dívida mais uma vez – e assim cumulativamente.
"Dívida-deflação", por outras palavras, é uma síndrome, a qual pode resultar em crises agudas e depressões. Esta é a razão porque capitalistas ficam sempre aterrorizados com "inflação negativa" ou com "preços absolutamente cadentes". Uma vez que uma economia começa a enfrentar declínios de preços em termos absolutos, ela pode deslizar rapidamente colina abaixo através do desencadeamento do processo "dívida-deflação" e seu governo e banco central pouco podem fazer para travar um tal deslizamento.
A economia capitalista mundial tem estado a pairar próximo de um tal cenário, de "deflação" ou preços absolutamente cadentes, desde há algum tempo. (Sabemos pela nossa própria experiência que a economia indiana está a enfrentar uma "deflação" em termos do Índice de Preços por Grosso em grande medida devido a desenvolvimentos internacionais). Com a depreciação do yuan chinês e as expectativas que isto gera quanto ao futuro crescimento chinês e ao futuro crescimento nos preços das commodities primárias, há uma probabilidade real do início de uma "deflação" na economia mundial – e portanto do início da síndrome "dívida-deflação". Portanto, por todas estas vias os desenvolvimentos na China provavelmente agravarão a crise capitalista. Estamos em suma no patamar de uma nova fase da crise capitalista mundial a qual testemunharia seu agravamento significativo.
23/Agosto/2015
[*] Economista, indiano, ver Wikipedia
O original encontra-se em peoplesdemocracy.in/2015/0823_pd/devaluation-yuan . Tradução de JF.
Este artigo encontra-se em http://resistir.info/
segunda-feira, 24 de agosto de 2015
A era das guerras imperiais 24/08/2015
– Das guerras regionais, às "mudança de regime" e à guerra global
por James Petras
O ano de 2015 está a ser vivido em meio a grandes perigos.
As guerras estão a propagar-se por todo o globo.
As guerras estão a escalar quando novos países são bombardeados e os velhos são devastados com intensidade cada vez maior.
Países onde se haviam verificado mudanças relativamente pacíficas através de eleições recentes estão agora à beira de guerras civis.
Trata-se de guerras sem vitoriosos, mas plenas de perdedores; guerras que não acabam; guerras onde ocupações imperiais são confrontadas com resistência prolongada.
Há infindáveis torrentes de refugiados de guerra a atravessarem fronteiras. Pessoas desesperadas são detidas, degradadas e criminalizadas por serem os sobreviventes e as vítimas de invasões imperiais.
Agora grandes potências nucleares confrontam-se directamente na Europa e na Ásia: NATO versus Rússia, EUA-Japão versus China. Será que estes fluxos de sangue e de guerras convergirão numa irradiação selvagem esvaziada do seu precioso sangue vital?
A viver perigosamente: A ascensão da maré de conflitos violentos
Não há dúvida de que guerras e ameaças militares substituíram a diplomacia, negociações e eleições democráticas como os meios principais de resolução de conflitos políticos. Ao longo deste ano (2015) as guerras propagaram-se ultrapassando fronteiras e escalaram em intensidade.
Os aliados da NATO, EUA, Turquia e UE atacaram abertamente a Síria com incursões aéreas e tropas terrestres. Há planos para ocupar o sector Norte daquele país devastado, criando o que o regime Erdogan chama uma "zona amortecedora" ("buffer zone") com limpeza do seu povo e das suas aldeias.
Sob o pretexto de "combater o ISIS", o governo turco está a bombardear os curdos (civis e combatentes da resistência) e seus aliados sírios. Na fronteira Sul da Síria, Forças Especiais dos EUA aceleraram e expandiram operações a partir das suas bases na Jordânia no interesse dos terroristas mercenários – financiados pelos Estados monárquicos do Golfo.
Mais de 4 milhões de sírios tiveram de fugir dos seus lares e tornaram-se refugiados, mais de 200 mil foram mortos desde que a guerra patrocinada pelos EUA-UE-Turquia-Arábia Saudita contra o governo laico sírio foi lançada há quatro anos atrás.
Dúzias de terroristas, mercenários e grupos sectários dilaceraram a Síria em feudos rivais, pilharam seus recursos económicos e culturais e reduziram a economia em mais de 90 por cento.
A intervenção militar EUA-UE-Turquia estende a guerra ao Iraque, ao Líbano e... à Turquia – atacando governos laicos, grupos étnicos minoritários e a sociedade civil laica.
As monarquias feudais da Arábia Saudita e da União dos Emirados Árabes invadiram o Iémen com tanques, lançaram ataques aéreos contra um país sem quais defesas anti-aéreas. Grandes cidades são devastadas. Tropas terrestres sauditas e veículos blindados estão a matar e ferir milhares de pessoas – principalmente civis. O brutal bloqueio aéreo e marítimo saudita aos portos do Iémen levou a uma crise humanitária, pois dezenas de milhões de iemenitas enfrentam a fome imposta deliberadamente por uma grotesca e obscena monarquia rica.
Os combatentes da resistência iemenita, expulsos das principais cidades, estão a preparar-se para uma guerra de guerrilha contra os monstros sauditas e seus fantoches. Sua resistência já se estende por cima das fronteiras da ditadura absolutista saudita.
As brutais tropas israelenses de ocupação, em colaboração com "povoadores" armados colonialistas, aceleraram sua violenta captura de terras palestinas. Eles avançaram a limpeza étnica de habitantes palestinos, beduínos, drusos e cristãos substituindo suas comunidades por colonatos racistas "só de judeus".
Assaltos diários contra os enormes "campos de concentração" de Gaza acompanham um bloqueio armado da terra, do ar e da água, impedindo a reconstrução das dezenas de milhares de lares, escolas, hospital, fábrica e infraestrutura destruídos no ano passado pela guerra relâmpago israelense.
A contínua anexação e a limpeza étnica israelenses de território palestino eliminam qualquer processo diplomático; guerras coloniais têm sido e continuam a ser a política preferencial de Israel ao tratar com seus vizinhos árabes e populações cativas.
Guerras na África, resultantes de anteriores intervenções dos EUA-UE, continuam a devastar o continente. A Somália, o Sudão e a Líbia são dilacerados por conflitos sangrentos entre regime apoiados pelos EUA-UE e movimentos armados islâmicos e de resistência nacionalista.
Por toda a África do Norte e subsaariana, regimes apoiados pelos EUA-UE provocaram levantamentos armados na Líbia, Nigéria (Boko Harem), Egipto (ISIS, Fraternidade Muçulmana et al:), Chat, Níger, Sudão do Sul, Somália e outros lugares.
Ditadores de clientes imperiais egípcios e etíopes dominam com mãos de ferro – financiados e armados pelos patrocinadores da UE e dos EUA.
Furiosas guerras imperiais por todo o Médio Oriente e Sul da Ásia. Centenas de experientes oficiais militares iraquianos baathistas, que foram expulsos ou encarcerados e torturados pelo exército de ocupação estado-unidense, fizeram agora causa comum com combatentes islâmicos para constituir o ISIS e efectivamente ocupar um terço do Iraque e uma porção estratégica da Síria.
Há explosões diárias de bombas em Bagdad, minando este cliente dos EUA. Avanços estratégicos do ISIS estão a forçar os EUA a retomar e escalar seu papel de combate directo.
O recuso dos EUA-Bagdad e a derrota dos militares iraquianos treinados pelos EUA face à ofensiva baathista-islamista é a abertura de uma guerra a longo prazo e em grande escala no Iraque e na Síria. A guerra aérea turca contra os curdos no Iraque escalará a guerra no Norte do Iraque e a estenderá ao Sudeste da Turquia.
Mais perto de "casa", o golpe apoiado pela UE-EUA em Kiev ("mudança de regime" e a tentativa de impor o domínio oligárquico e ditatorial favorável ao Ocidente na Ucrânia detonaram uma prolongada guerra civil-nacional que devasta o país e contrapõe proxies da NATO contra aliados apoiados pela Rússia no Donbas.
Os EUA, Inglaterra, Polónia e outras potências da NATO estão profundamente comprometidos a empurrarem a guerra até as fronteiras da Rússia.
Há uma nova Guerra-fria, com a imposição de sanções económicas de grande amplitude dos EUA-UE contra a Rússia e a organização de grandes exercícios militares da NATO às portas da Rússia. Não é de surpreender que estas provocações deparem-se com uma grande contra-resposta – a acumulação de forças militares russas. A captura do poder na Ucrânia pela NATO, a qual primeiro levou a uma guerra local étnica, agora escala para uma confrontação global e pode avançar rumo a uma confrontação nuclear no momento em que a Rússia absorve centenas de milhares de refugiados da carnificina na Ucrânia.
O regime fantoche dos EUA no Afeganistão tem confrontado um grande avanço do Talibã em todas as regiões, incluindo a capital, Cabul.
A guerra afegã está a intensificar-se e o regime de Cabul apoiado pelos EUA está em retirada. As tropas estado-unidenses mal podem avançar para além dos seus bunkers.
No momento dos avanços militares dos Talibãs, seus líderes pedem a rendição total dos fantoches de Cabul e a retirada das tropas dos EUA. A resposta dos EUA será uma prolongada escalada da guerra.
O Paquistão, eriçado com armas estado-unidenses, enfrenta um grande conflito junto às suas fronteiras com a Índia e uma guerra permanente nos seus semi-autónomos estados do Noroeste fronteiriços com movimentos de guerrilha islamistas e de etnia pachtun apoiados por partidos políticos regionais de massa. Estes partidos exercem controle de facto sobre a região Noroeste proporcionando santuário e armas para militares Talibãs que operam no Afeganistão e no Paquistão.
Conflitos armados étnico-religiosos persistem na China ocidental, na Birmânia e no Norte da Índia. Há movimentos populares de resistência em grande escala no militante Nordeste da Tailândia que se opõem à actual ditadura militar-monárquica em Bangkok.
No século XXI, no Sul e Sudeste da Ásia, tal como no resto do mundo, guerras e conflitos armados tornaram-se centrais na resolução de diferenças étnicas, sociais, tribais e regionais com estados centrais: diplomacia e eleições democráticas foram tornadas obsoletas e ineficientes.
América Latina – à beira
Explosivos movimentos violentos da direita extra-parlamentar tencionam derrubar ou "impedir" governos eleitos latino-americanos de centro-esquerda através de grandes confrontações com o estado e a massa dos seus apoiantes.
No Equador, Venezuela e Brasil, grupos de oposição apoiados pelos EUA estão empenhados em manifestações violentas, destinadas a derrubar os regimes eleitos. No caso do Equador, "sectores populares", incluindo alguns líderes indígenas e sectores do movimento sindical, apelaram a um "levantamento" para o derrube do Presidente Correa. Eles parecem inconscientes do facto de que os oligarcas da extrema-direita que agora controlam postos chave nas três principais cidades (Guaiaquil, Quito e Cuenca) serão os beneficiários reais dos seus "levantamentos".
A Direita ressurgente encara a "mudança de regime" violenta como o primeiro passo rumo à "liquidação total" de uma década de reformas sociais, organizações regionais independentes e política externa independente.
"Guerra civil" pode ser uma expressão demasiado forte para a situação na América Latina neste momento – mas esta é a direcção para a qual a oposição apoiada pelos EUA está a apontar. Confrontados com a confusão e dificuldade em desalojar regimes em vigor através de eleições, os EUA e seus proxies locais optaram pela coreografia da violência de rua, sabotagem, lei marcial e golpes – a serem seguidos por eleições desinfectadas – com candidatos examinados pelos EUA.
Guerra e violência correm desenfreadas por todo o México e na maior parte da América Central. Nas Honduras, um golpe militar apoiado pelos EUA derrubou o independente Presidente Zelaya eleito pelo voto popular. O regime proxy dos EUA que se seguiu tem assassinado e encarcerado centenas de dissidentes pró democracia e conduzido milhares a fugirem à violência.
Os "Acordos de Paz" negociados na década de 1990 pelos EUA em El Salvador e na Guatemala efectivamente bloquearam qualquer reforma agrária e redistribuição de rendimento que pudessem ter levado à reconstrução das suas sociedades civis. Isto levou a mais de duas décadas de insatisfação em massa, à ascensão de gangs armadas cujo número ultrapassa os 100 mil membros e uma média de seis a dez milhares de homicídios por ano com El Salvador a tornar-se a "capital do crime do hemisfério" em termos per capita. O número de assassinatos anuais sob os "Acordos de Paz" intermediados pelos EUA agora excede o número de mortos a cada ano durante a guerra civil.
A "capital da carnificina" real do hemisfério é o México. Mais de 100 mil pessoas foram assassinados durante a "guerra às drogas" apoiada pelos EUA que perdura há uma década – uma guerra que se tornou uma guerra patrocinada pelo estado contra o povo mexicano.
A guerra interna tem permitido ao governo mexicano privatizar e vender as jóias da coroa da economia nacional – a indústria petrolífera. Enquanto milhares de mexicanos são aterrorizados e massacrados, as companhias de petróleo dos EUA e da UE estão curiosamente blindadas em relação aos senhores da guerra. O mesmo governo mexicano, sua polícia, oficiais e militares, que colaboram com os senhores da droga na divisão dos milhares de milhões de dólares da droga, protegem as companhias petrolíferas e seus executivos. Afinal de contas, os narco-dólares são lavados por bancos em Nova York, Miami, Los Angeles e Londres para ajudar a alimentar a especulação!
Das guerras regionais à nuclear
Guerras regionais e locais propagam-se sob a sombra de uma guerra mundial que assoma. Os EUA movem suas armas, aviões, bases e operações para as fronteiras russa e chinesa.
Nunca tantas tropas e aviões de guerra estado-unidenses foram colocados em tantas localizações estratégicas, muitas vezes a menos de uma hora de viagem de grandes cidades russas.
Nem mesmo durante as alturas da Guerra-fria os EUA impuseram tantas sanções económicas contra empresas russas.
Na Ásia, Washington está a organizar grandes tratados comerciais, militares e diplomáticos destinados a excluir e minar o crescimento da China como competidor comercial. Washington empenha-se em actividades provocatórias comparáveis ao boicote e bloqueio do Japão que levou à Segunda Guerra Mundial na Ásia.
A abertura da "guerra por intermediários" ("warfare by proxy") na Ucrânia é talvez o tiro de partida da Terceira Guerra Mundial na Europa. O golpe patrocinado pelos EUA-UE em Kiev levou à anexação da Ucrânia Ocidental. Em resposta à ameaça de violência para com a maioria de etnia russa na Crimeia e a perda da sua base naval estratégica no Mar Negro, a Rússia anexou a Crimeia.
No período que antecedeu a Segunda Guerra Mundial, a Alemanha anexou a Áustria. De maneira semelhante dos EUA-UE instalaram um regime fantoche em Kiev através de um putsch violento, o qual faz parte dos seus passos iniciais rumo a tomadas de poder na Ásia Central. A acumulação militar inclui a instalação de grandes bases militares avançadas, com carácter ofensivo, na Polónia.
O regime de direita recém-eleito em Varsóvia, do presidente Andrzej Duda, pediu que a Polónia se tornasse a base de operações militares central da NATO e a linha de frente numa guerra contra a Rússia.
Guerra e mais guerra e as torrentes de refugiados que nunca acabam
As guerras imperiais dos EUA e da UE devastaram as vidas e condições de sustento de milhões de pessoas no Sul da Ásia, na África do Norte e ao Sul do Saara, na América Central, no México, no Balcãs e agora na Ucrânia.
Quatro milhões de refugiados sírios juntaram-se aos milhões de refugiados afegãos, paquistaneses, iraquianos, iemenitas, somalis, líbios, palestinos e sudaneses que fogem das bombas dos EUA-UE, dos drones e de mercenários ao seu serviços que devastam seus países.
Milhões de refugiados de guerra escapam rumo à segurança na Europa Ocidental, juntando-se aos milhões de refugiados económicos que fugiram da privação do mercado livre na Lituânia, Letónia, Estónia, Bulgária, Roménia, Polónia, Balcãs e outros satélites da UE.
Começa o pânico entre a população civil da Europa Ocidental quando centenas de milhares cruzam o Mediterrâneo, o Egeu e os Balcãs.
Multidões de refugiados perecem a cada dia. Dezenas de milhares apinham-se em centros de detenção. Os mercados de trabalho locais estão saturados. Os serviços sociais são esmagados.
Os EUA constroem muralhas e campos de detenção para os milhões que tentam escapar às duras consequências dos mercados livres centralizados pelo império no México, ao narco-terror e ao "acordo de paz" fraudulento que induz violência na América Central.
Quando as guerras ocidentais avançam, os refugiados desesperados multiplicam-se. Os pobres e indigentes escalam os portões imperiais a gritarem: "Vossas bombas e vossa destruição das nossa terras conduziram-nos aqui, agora deveis tratar connosco na vossa pátria ".
Fomentar a guerra de classe entre os refugiados e os "nativos" no Ocidente imperial pode não estar na agenda ... por agora, mas o futuro da sociedade "civil" na Europa e nos EUA é negro.
Enquanto isso, mais e mesmo maiores guerras estão no horizonte e milhões de civis adicionais serão desenraizados e enfrentarão a escolha de morrer de fome, fugir com suas famílias ou combater o império. As fileiras de combatentes experientes e enfurecidos estão a inchar no Afeganistão, Iraque, Líbia, Iémen, Ucrânia e alhures.
Os EUA e a UE estão a tornar-se fortalezas armadas. A polícia estado-unidense trata a cidadania marginalizada como um exército ocupante, assaltando afro-americanos, imigrantes e dissidentes – enquanto saqueia comunidades pobres ... e protege os ricos...
Conclusão
A guerra está por toda parte e a expandir-se. Nenhum continente ou região, grande ou pequeno, está livre do contágio da guerra.
Guerras imperiais geraram guerras locais ... ateando fugas em massa num ciclo que nunca acaba. Não há histórias diplomáticas com êxito real! Não há acordos de paz duradouros e viáveis!
Alguns sabichões podem protestar contra esta análise: Eles apontam a recente aproximação EUA-Cuba como um "êxito". Mas convenientemente esquecem que os EUA ainda estão a subverter o maior parceiro comercial de Cuba , a Venezuela; que os principais proxies regionais de Washington estão a pedir mudança de regime entre aliados de Cuba no Equador, Brasil e Bolívia e que Washington está a ameaçar cada vez mais mercados alternativos de Cuba na Rússia e na China. A visão da bandeira estado-unidense a flutuar ao vento do lado de fora da sua embaixada em Havana pouco faz para encobrir o punho de ferro de Washington que ameaça aliados de Cuba.
Outros mencionam o acordo de paz EUA-Irão como um grande "êxito". Eles ignoram que os EUA estão a apoiar a sangrenta invasão saudita do vizinho Iémen e o massacre de comunidades xiitas; que os EUA proporcionaram a Israel um mapa pormenorizando todo o sistema de defesa do Irão e que o EUA e a UE estão a bombardear o aliado sírio do Irão sem piedade.
Quanto aos acordos dos EUA com Cuba e o Irão, serão eles duradouros e estratégicos ou apenas movimentos tácticos imperiais que preparam para assaltos ainda maiores?
A epidemia da guerra não está a retroceder.
Refugiados de guerras estão ainda a fugir; eles já não têm lares ou comunidades.
A desordem e a destruição estão em aumento, não em diminuição; não há reconstrução para sociedades estilhaçadas, nem em Gaza, nem Faluja, nem no Donbas, nem em Guerrero, nem em Aleppo.
A Europa sente os tremores de uma grande conflagração.
Há americanos que ainda acreditam que dois oceanos os protegerão. Dizem-lhes que colocar mísseis da NATO nas fronteiras da Rússia e estacionar navios de guerra ao largo das costas da China e construir muralhas electrificadas com arame farpado ao longo do Rio Grande os protegerão. Tal é a sua fé nos seus líderes e propagandistas.
Que pacote de mentiras! Mísseis inter-continentais podem "chover" sobre Nova York, Washington e Los Angeles.
É tempo de acordar!
É tempo de travar a impetuosa corrida dos EUA-UE para a III Guerra Mundial!
Onde começar? A Líbia foi irreversivelmente destruída; é demasiado tarde ali! A Síria, Iraque e Afeganistão estão em chamas. Estamos a ser mergulhados cada vez mais profundamente na guerra enquanto nos dizem que estamos retirar! A Ucrânia absorve mais armas e mais tropas!
Podemos realmente ter paz com o Irão se não pudermos controlar nosso próprio governo quando ele dança ao ritmo israelense? E Israel insiste na guerra – que nós travemos a guerra para eles! Como o criminoso de guerra general e primeiro-ministro Ariel Sharon certa vez disse a alguns preocupados americanos sionistas: "Perturbação com os EUA? Nós os levamos pelo nariz...!"
Olhe simplesmente para as famílias aterrorizadas que fogem da carnificina no Médio Oriente ou no México.
O que fazer?
Quando eliminaremos nossas baixas e nos livraremos dos grilhões destes fabricantes de guerra – estrangeiros e internos?
22/Agosto/2015
Ver também:
"Os EUA financiam a imigração maciça para a Europa"
Guerras híbridas, novo instrumento dos EUA
O original encontra-se em www.globalresearch.ca/the-age-of-imperial-wars/5470957
Este artigo encontra-se em http://resistir.info/
por James Petras
O ano de 2015 está a ser vivido em meio a grandes perigos.
As guerras estão a propagar-se por todo o globo.
As guerras estão a escalar quando novos países são bombardeados e os velhos são devastados com intensidade cada vez maior.
Países onde se haviam verificado mudanças relativamente pacíficas através de eleições recentes estão agora à beira de guerras civis.
Trata-se de guerras sem vitoriosos, mas plenas de perdedores; guerras que não acabam; guerras onde ocupações imperiais são confrontadas com resistência prolongada.
Há infindáveis torrentes de refugiados de guerra a atravessarem fronteiras. Pessoas desesperadas são detidas, degradadas e criminalizadas por serem os sobreviventes e as vítimas de invasões imperiais.
Agora grandes potências nucleares confrontam-se directamente na Europa e na Ásia: NATO versus Rússia, EUA-Japão versus China. Será que estes fluxos de sangue e de guerras convergirão numa irradiação selvagem esvaziada do seu precioso sangue vital?
A viver perigosamente: A ascensão da maré de conflitos violentos
Não há dúvida de que guerras e ameaças militares substituíram a diplomacia, negociações e eleições democráticas como os meios principais de resolução de conflitos políticos. Ao longo deste ano (2015) as guerras propagaram-se ultrapassando fronteiras e escalaram em intensidade.
Os aliados da NATO, EUA, Turquia e UE atacaram abertamente a Síria com incursões aéreas e tropas terrestres. Há planos para ocupar o sector Norte daquele país devastado, criando o que o regime Erdogan chama uma "zona amortecedora" ("buffer zone") com limpeza do seu povo e das suas aldeias.
Sob o pretexto de "combater o ISIS", o governo turco está a bombardear os curdos (civis e combatentes da resistência) e seus aliados sírios. Na fronteira Sul da Síria, Forças Especiais dos EUA aceleraram e expandiram operações a partir das suas bases na Jordânia no interesse dos terroristas mercenários – financiados pelos Estados monárquicos do Golfo.
Mais de 4 milhões de sírios tiveram de fugir dos seus lares e tornaram-se refugiados, mais de 200 mil foram mortos desde que a guerra patrocinada pelos EUA-UE-Turquia-Arábia Saudita contra o governo laico sírio foi lançada há quatro anos atrás.
Dúzias de terroristas, mercenários e grupos sectários dilaceraram a Síria em feudos rivais, pilharam seus recursos económicos e culturais e reduziram a economia em mais de 90 por cento.
A intervenção militar EUA-UE-Turquia estende a guerra ao Iraque, ao Líbano e... à Turquia – atacando governos laicos, grupos étnicos minoritários e a sociedade civil laica.
As monarquias feudais da Arábia Saudita e da União dos Emirados Árabes invadiram o Iémen com tanques, lançaram ataques aéreos contra um país sem quais defesas anti-aéreas. Grandes cidades são devastadas. Tropas terrestres sauditas e veículos blindados estão a matar e ferir milhares de pessoas – principalmente civis. O brutal bloqueio aéreo e marítimo saudita aos portos do Iémen levou a uma crise humanitária, pois dezenas de milhões de iemenitas enfrentam a fome imposta deliberadamente por uma grotesca e obscena monarquia rica.
Os combatentes da resistência iemenita, expulsos das principais cidades, estão a preparar-se para uma guerra de guerrilha contra os monstros sauditas e seus fantoches. Sua resistência já se estende por cima das fronteiras da ditadura absolutista saudita.
As brutais tropas israelenses de ocupação, em colaboração com "povoadores" armados colonialistas, aceleraram sua violenta captura de terras palestinas. Eles avançaram a limpeza étnica de habitantes palestinos, beduínos, drusos e cristãos substituindo suas comunidades por colonatos racistas "só de judeus".
Assaltos diários contra os enormes "campos de concentração" de Gaza acompanham um bloqueio armado da terra, do ar e da água, impedindo a reconstrução das dezenas de milhares de lares, escolas, hospital, fábrica e infraestrutura destruídos no ano passado pela guerra relâmpago israelense.
A contínua anexação e a limpeza étnica israelenses de território palestino eliminam qualquer processo diplomático; guerras coloniais têm sido e continuam a ser a política preferencial de Israel ao tratar com seus vizinhos árabes e populações cativas.
Guerras na África, resultantes de anteriores intervenções dos EUA-UE, continuam a devastar o continente. A Somália, o Sudão e a Líbia são dilacerados por conflitos sangrentos entre regime apoiados pelos EUA-UE e movimentos armados islâmicos e de resistência nacionalista.
Por toda a África do Norte e subsaariana, regimes apoiados pelos EUA-UE provocaram levantamentos armados na Líbia, Nigéria (Boko Harem), Egipto (ISIS, Fraternidade Muçulmana et al:), Chat, Níger, Sudão do Sul, Somália e outros lugares.
Ditadores de clientes imperiais egípcios e etíopes dominam com mãos de ferro – financiados e armados pelos patrocinadores da UE e dos EUA.
Furiosas guerras imperiais por todo o Médio Oriente e Sul da Ásia. Centenas de experientes oficiais militares iraquianos baathistas, que foram expulsos ou encarcerados e torturados pelo exército de ocupação estado-unidense, fizeram agora causa comum com combatentes islâmicos para constituir o ISIS e efectivamente ocupar um terço do Iraque e uma porção estratégica da Síria.
Há explosões diárias de bombas em Bagdad, minando este cliente dos EUA. Avanços estratégicos do ISIS estão a forçar os EUA a retomar e escalar seu papel de combate directo.
O recuso dos EUA-Bagdad e a derrota dos militares iraquianos treinados pelos EUA face à ofensiva baathista-islamista é a abertura de uma guerra a longo prazo e em grande escala no Iraque e na Síria. A guerra aérea turca contra os curdos no Iraque escalará a guerra no Norte do Iraque e a estenderá ao Sudeste da Turquia.
Mais perto de "casa", o golpe apoiado pela UE-EUA em Kiev ("mudança de regime" e a tentativa de impor o domínio oligárquico e ditatorial favorável ao Ocidente na Ucrânia detonaram uma prolongada guerra civil-nacional que devasta o país e contrapõe proxies da NATO contra aliados apoiados pela Rússia no Donbas.
Os EUA, Inglaterra, Polónia e outras potências da NATO estão profundamente comprometidos a empurrarem a guerra até as fronteiras da Rússia.
Há uma nova Guerra-fria, com a imposição de sanções económicas de grande amplitude dos EUA-UE contra a Rússia e a organização de grandes exercícios militares da NATO às portas da Rússia. Não é de surpreender que estas provocações deparem-se com uma grande contra-resposta – a acumulação de forças militares russas. A captura do poder na Ucrânia pela NATO, a qual primeiro levou a uma guerra local étnica, agora escala para uma confrontação global e pode avançar rumo a uma confrontação nuclear no momento em que a Rússia absorve centenas de milhares de refugiados da carnificina na Ucrânia.
O regime fantoche dos EUA no Afeganistão tem confrontado um grande avanço do Talibã em todas as regiões, incluindo a capital, Cabul.
A guerra afegã está a intensificar-se e o regime de Cabul apoiado pelos EUA está em retirada. As tropas estado-unidenses mal podem avançar para além dos seus bunkers.
No momento dos avanços militares dos Talibãs, seus líderes pedem a rendição total dos fantoches de Cabul e a retirada das tropas dos EUA. A resposta dos EUA será uma prolongada escalada da guerra.
O Paquistão, eriçado com armas estado-unidenses, enfrenta um grande conflito junto às suas fronteiras com a Índia e uma guerra permanente nos seus semi-autónomos estados do Noroeste fronteiriços com movimentos de guerrilha islamistas e de etnia pachtun apoiados por partidos políticos regionais de massa. Estes partidos exercem controle de facto sobre a região Noroeste proporcionando santuário e armas para militares Talibãs que operam no Afeganistão e no Paquistão.
Conflitos armados étnico-religiosos persistem na China ocidental, na Birmânia e no Norte da Índia. Há movimentos populares de resistência em grande escala no militante Nordeste da Tailândia que se opõem à actual ditadura militar-monárquica em Bangkok.
No século XXI, no Sul e Sudeste da Ásia, tal como no resto do mundo, guerras e conflitos armados tornaram-se centrais na resolução de diferenças étnicas, sociais, tribais e regionais com estados centrais: diplomacia e eleições democráticas foram tornadas obsoletas e ineficientes.
América Latina – à beira
Explosivos movimentos violentos da direita extra-parlamentar tencionam derrubar ou "impedir" governos eleitos latino-americanos de centro-esquerda através de grandes confrontações com o estado e a massa dos seus apoiantes.
No Equador, Venezuela e Brasil, grupos de oposição apoiados pelos EUA estão empenhados em manifestações violentas, destinadas a derrubar os regimes eleitos. No caso do Equador, "sectores populares", incluindo alguns líderes indígenas e sectores do movimento sindical, apelaram a um "levantamento" para o derrube do Presidente Correa. Eles parecem inconscientes do facto de que os oligarcas da extrema-direita que agora controlam postos chave nas três principais cidades (Guaiaquil, Quito e Cuenca) serão os beneficiários reais dos seus "levantamentos".
A Direita ressurgente encara a "mudança de regime" violenta como o primeiro passo rumo à "liquidação total" de uma década de reformas sociais, organizações regionais independentes e política externa independente.
"Guerra civil" pode ser uma expressão demasiado forte para a situação na América Latina neste momento – mas esta é a direcção para a qual a oposição apoiada pelos EUA está a apontar. Confrontados com a confusão e dificuldade em desalojar regimes em vigor através de eleições, os EUA e seus proxies locais optaram pela coreografia da violência de rua, sabotagem, lei marcial e golpes – a serem seguidos por eleições desinfectadas – com candidatos examinados pelos EUA.
Guerra e violência correm desenfreadas por todo o México e na maior parte da América Central. Nas Honduras, um golpe militar apoiado pelos EUA derrubou o independente Presidente Zelaya eleito pelo voto popular. O regime proxy dos EUA que se seguiu tem assassinado e encarcerado centenas de dissidentes pró democracia e conduzido milhares a fugirem à violência.
Os "Acordos de Paz" negociados na década de 1990 pelos EUA em El Salvador e na Guatemala efectivamente bloquearam qualquer reforma agrária e redistribuição de rendimento que pudessem ter levado à reconstrução das suas sociedades civis. Isto levou a mais de duas décadas de insatisfação em massa, à ascensão de gangs armadas cujo número ultrapassa os 100 mil membros e uma média de seis a dez milhares de homicídios por ano com El Salvador a tornar-se a "capital do crime do hemisfério" em termos per capita. O número de assassinatos anuais sob os "Acordos de Paz" intermediados pelos EUA agora excede o número de mortos a cada ano durante a guerra civil.
A "capital da carnificina" real do hemisfério é o México. Mais de 100 mil pessoas foram assassinados durante a "guerra às drogas" apoiada pelos EUA que perdura há uma década – uma guerra que se tornou uma guerra patrocinada pelo estado contra o povo mexicano.
A guerra interna tem permitido ao governo mexicano privatizar e vender as jóias da coroa da economia nacional – a indústria petrolífera. Enquanto milhares de mexicanos são aterrorizados e massacrados, as companhias de petróleo dos EUA e da UE estão curiosamente blindadas em relação aos senhores da guerra. O mesmo governo mexicano, sua polícia, oficiais e militares, que colaboram com os senhores da droga na divisão dos milhares de milhões de dólares da droga, protegem as companhias petrolíferas e seus executivos. Afinal de contas, os narco-dólares são lavados por bancos em Nova York, Miami, Los Angeles e Londres para ajudar a alimentar a especulação!
Das guerras regionais à nuclear
Guerras regionais e locais propagam-se sob a sombra de uma guerra mundial que assoma. Os EUA movem suas armas, aviões, bases e operações para as fronteiras russa e chinesa.
Nunca tantas tropas e aviões de guerra estado-unidenses foram colocados em tantas localizações estratégicas, muitas vezes a menos de uma hora de viagem de grandes cidades russas.
Nem mesmo durante as alturas da Guerra-fria os EUA impuseram tantas sanções económicas contra empresas russas.
Na Ásia, Washington está a organizar grandes tratados comerciais, militares e diplomáticos destinados a excluir e minar o crescimento da China como competidor comercial. Washington empenha-se em actividades provocatórias comparáveis ao boicote e bloqueio do Japão que levou à Segunda Guerra Mundial na Ásia.
A abertura da "guerra por intermediários" ("warfare by proxy") na Ucrânia é talvez o tiro de partida da Terceira Guerra Mundial na Europa. O golpe patrocinado pelos EUA-UE em Kiev levou à anexação da Ucrânia Ocidental. Em resposta à ameaça de violência para com a maioria de etnia russa na Crimeia e a perda da sua base naval estratégica no Mar Negro, a Rússia anexou a Crimeia.
No período que antecedeu a Segunda Guerra Mundial, a Alemanha anexou a Áustria. De maneira semelhante dos EUA-UE instalaram um regime fantoche em Kiev através de um putsch violento, o qual faz parte dos seus passos iniciais rumo a tomadas de poder na Ásia Central. A acumulação militar inclui a instalação de grandes bases militares avançadas, com carácter ofensivo, na Polónia.
O regime de direita recém-eleito em Varsóvia, do presidente Andrzej Duda, pediu que a Polónia se tornasse a base de operações militares central da NATO e a linha de frente numa guerra contra a Rússia.
Guerra e mais guerra e as torrentes de refugiados que nunca acabam
As guerras imperiais dos EUA e da UE devastaram as vidas e condições de sustento de milhões de pessoas no Sul da Ásia, na África do Norte e ao Sul do Saara, na América Central, no México, no Balcãs e agora na Ucrânia.
Quatro milhões de refugiados sírios juntaram-se aos milhões de refugiados afegãos, paquistaneses, iraquianos, iemenitas, somalis, líbios, palestinos e sudaneses que fogem das bombas dos EUA-UE, dos drones e de mercenários ao seu serviços que devastam seus países.
Milhões de refugiados de guerra escapam rumo à segurança na Europa Ocidental, juntando-se aos milhões de refugiados económicos que fugiram da privação do mercado livre na Lituânia, Letónia, Estónia, Bulgária, Roménia, Polónia, Balcãs e outros satélites da UE.
Começa o pânico entre a população civil da Europa Ocidental quando centenas de milhares cruzam o Mediterrâneo, o Egeu e os Balcãs.
Multidões de refugiados perecem a cada dia. Dezenas de milhares apinham-se em centros de detenção. Os mercados de trabalho locais estão saturados. Os serviços sociais são esmagados.
Os EUA constroem muralhas e campos de detenção para os milhões que tentam escapar às duras consequências dos mercados livres centralizados pelo império no México, ao narco-terror e ao "acordo de paz" fraudulento que induz violência na América Central.
Quando as guerras ocidentais avançam, os refugiados desesperados multiplicam-se. Os pobres e indigentes escalam os portões imperiais a gritarem: "Vossas bombas e vossa destruição das nossa terras conduziram-nos aqui, agora deveis tratar connosco na vossa pátria ".
Fomentar a guerra de classe entre os refugiados e os "nativos" no Ocidente imperial pode não estar na agenda ... por agora, mas o futuro da sociedade "civil" na Europa e nos EUA é negro.
Enquanto isso, mais e mesmo maiores guerras estão no horizonte e milhões de civis adicionais serão desenraizados e enfrentarão a escolha de morrer de fome, fugir com suas famílias ou combater o império. As fileiras de combatentes experientes e enfurecidos estão a inchar no Afeganistão, Iraque, Líbia, Iémen, Ucrânia e alhures.
Os EUA e a UE estão a tornar-se fortalezas armadas. A polícia estado-unidense trata a cidadania marginalizada como um exército ocupante, assaltando afro-americanos, imigrantes e dissidentes – enquanto saqueia comunidades pobres ... e protege os ricos...
Conclusão
A guerra está por toda parte e a expandir-se. Nenhum continente ou região, grande ou pequeno, está livre do contágio da guerra.
Guerras imperiais geraram guerras locais ... ateando fugas em massa num ciclo que nunca acaba. Não há histórias diplomáticas com êxito real! Não há acordos de paz duradouros e viáveis!
Alguns sabichões podem protestar contra esta análise: Eles apontam a recente aproximação EUA-Cuba como um "êxito". Mas convenientemente esquecem que os EUA ainda estão a subverter o maior parceiro comercial de Cuba , a Venezuela; que os principais proxies regionais de Washington estão a pedir mudança de regime entre aliados de Cuba no Equador, Brasil e Bolívia e que Washington está a ameaçar cada vez mais mercados alternativos de Cuba na Rússia e na China. A visão da bandeira estado-unidense a flutuar ao vento do lado de fora da sua embaixada em Havana pouco faz para encobrir o punho de ferro de Washington que ameaça aliados de Cuba.
Outros mencionam o acordo de paz EUA-Irão como um grande "êxito". Eles ignoram que os EUA estão a apoiar a sangrenta invasão saudita do vizinho Iémen e o massacre de comunidades xiitas; que os EUA proporcionaram a Israel um mapa pormenorizando todo o sistema de defesa do Irão e que o EUA e a UE estão a bombardear o aliado sírio do Irão sem piedade.
Quanto aos acordos dos EUA com Cuba e o Irão, serão eles duradouros e estratégicos ou apenas movimentos tácticos imperiais que preparam para assaltos ainda maiores?
A epidemia da guerra não está a retroceder.
Refugiados de guerras estão ainda a fugir; eles já não têm lares ou comunidades.
A desordem e a destruição estão em aumento, não em diminuição; não há reconstrução para sociedades estilhaçadas, nem em Gaza, nem Faluja, nem no Donbas, nem em Guerrero, nem em Aleppo.
A Europa sente os tremores de uma grande conflagração.
Há americanos que ainda acreditam que dois oceanos os protegerão. Dizem-lhes que colocar mísseis da NATO nas fronteiras da Rússia e estacionar navios de guerra ao largo das costas da China e construir muralhas electrificadas com arame farpado ao longo do Rio Grande os protegerão. Tal é a sua fé nos seus líderes e propagandistas.
Que pacote de mentiras! Mísseis inter-continentais podem "chover" sobre Nova York, Washington e Los Angeles.
É tempo de acordar!
É tempo de travar a impetuosa corrida dos EUA-UE para a III Guerra Mundial!
Onde começar? A Líbia foi irreversivelmente destruída; é demasiado tarde ali! A Síria, Iraque e Afeganistão estão em chamas. Estamos a ser mergulhados cada vez mais profundamente na guerra enquanto nos dizem que estamos retirar! A Ucrânia absorve mais armas e mais tropas!
Podemos realmente ter paz com o Irão se não pudermos controlar nosso próprio governo quando ele dança ao ritmo israelense? E Israel insiste na guerra – que nós travemos a guerra para eles! Como o criminoso de guerra general e primeiro-ministro Ariel Sharon certa vez disse a alguns preocupados americanos sionistas: "Perturbação com os EUA? Nós os levamos pelo nariz...!"
Olhe simplesmente para as famílias aterrorizadas que fogem da carnificina no Médio Oriente ou no México.
O que fazer?
Quando eliminaremos nossas baixas e nos livraremos dos grilhões destes fabricantes de guerra – estrangeiros e internos?
22/Agosto/2015
Ver também:
"Os EUA financiam a imigração maciça para a Europa"
Guerras híbridas, novo instrumento dos EUA
O original encontra-se em www.globalresearch.ca/the-age-of-imperial-wars/5470957
Este artigo encontra-se em http://resistir.info/
sábado, 22 de agosto de 2015
Dois protótipos brasileiros de veículos reconfiguráveis
Com informações da Agência Fapesp - 10/08/2015
Projeto Opal, carro desenvolvido por alunos da Politécnica da USP em parceria com colegas de outras quatro universidades estrangeiras.[Imagem: Agência Fapesp/Divulgação]
Educação de engenharia
O Brasil sediou pela primeira vez o programa PACE (Partners for the Advancement of Collaborative Engineering Education), programa liderado pela General Motors para a educação de engenharia.
A 4ª edição do fórum, realizada em São Bernardo do Campo, em São Paulo, reuniu 350 estudantes de 58 instituições, tendo como tema Repensando a Mobilidade.
A programação incluiu uma competição de veículos desenvolvidos por estudantes das instituições participantes.
Os alunos da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) e de mais quatro universidades estrangeiras apresentaram um projeto de veículo reconfigurável e de uso compartilhado para a cidade de São Paulo (SP).
Batizado com o nome de Opal, o projeto do veículo modelo hatch, de duas portas, amplia a capacidade de passageiros, de três para cinco assentos por meio de atuadores eletrônicos.
Projeto Revo, da FEI, que possui um sistema de sanfona para aumentar o tamanho do veículo. [Imagem: FEI/Divulgação]
Carro reconfigurável
"A reconfiguração, ainda uma novidade, consiste em adequar o veículo para mais de uma aplicação, como, por exemplo, transformando o veículo de passageiros em veículo de carga. Esse é um modo de atender demandas específicas e variadas, usando a mesma frota", explica Marcelo Alves, do Centro de Engenharia Automotiva da Poli-USP.
O Centro Universitário da FEI, em parceria com a Universidade Iberoamaricana (México), Universidade de Porto Rico (Porto Rico) e Faculdade de Estudos Criativos (Estados Unidos), apresentou o protótipo do Revo, equipado com uma sanfona entre a parte da frente e de trás, que permite expandir a cabine e reconfigurar o veículo.
Os projetos têm prazo de dois anos para serem concluídos. Nesta primeira etapa são avaliados os protótipos e projetos do veículo e, na segunda, que ocorrerá no próximo ano, serão analisados o conceito e o alinhamento do projeto aos critérios do programa.
http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=prototipos-brasileiros-veiculos-reconfiguraveis&id=010170150810
Projeto Opal, carro desenvolvido por alunos da Politécnica da USP em parceria com colegas de outras quatro universidades estrangeiras.[Imagem: Agência Fapesp/Divulgação]
Educação de engenharia
O Brasil sediou pela primeira vez o programa PACE (Partners for the Advancement of Collaborative Engineering Education), programa liderado pela General Motors para a educação de engenharia.
A 4ª edição do fórum, realizada em São Bernardo do Campo, em São Paulo, reuniu 350 estudantes de 58 instituições, tendo como tema Repensando a Mobilidade.
A programação incluiu uma competição de veículos desenvolvidos por estudantes das instituições participantes.
Os alunos da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) e de mais quatro universidades estrangeiras apresentaram um projeto de veículo reconfigurável e de uso compartilhado para a cidade de São Paulo (SP).
Batizado com o nome de Opal, o projeto do veículo modelo hatch, de duas portas, amplia a capacidade de passageiros, de três para cinco assentos por meio de atuadores eletrônicos.
Projeto Revo, da FEI, que possui um sistema de sanfona para aumentar o tamanho do veículo. [Imagem: FEI/Divulgação]
Carro reconfigurável
"A reconfiguração, ainda uma novidade, consiste em adequar o veículo para mais de uma aplicação, como, por exemplo, transformando o veículo de passageiros em veículo de carga. Esse é um modo de atender demandas específicas e variadas, usando a mesma frota", explica Marcelo Alves, do Centro de Engenharia Automotiva da Poli-USP.
O Centro Universitário da FEI, em parceria com a Universidade Iberoamaricana (México), Universidade de Porto Rico (Porto Rico) e Faculdade de Estudos Criativos (Estados Unidos), apresentou o protótipo do Revo, equipado com uma sanfona entre a parte da frente e de trás, que permite expandir a cabine e reconfigurar o veículo.
Os projetos têm prazo de dois anos para serem concluídos. Nesta primeira etapa são avaliados os protótipos e projetos do veículo e, na segunda, que ocorrerá no próximo ano, serão analisados o conceito e o alinhamento do projeto aos critérios do programa.
http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=prototipos-brasileiros-veiculos-reconfiguraveis&id=010170150810