O perfil dos investimentos brasileiros na Argentina está mudando. A afirmação é do secretário de Comércio e Relações Internacionais argentino, embaixador Luis Kreckler.Segundo ele, nos últimos anos os investimentos que envolvem projetos novos, os chamados "greenfield", têm crescido entre os aportes de empresas brasileiras no país vizinho.Se entre 2002 e 2003 os investimentos brasileiros na Argentina eram direcionados principalmente a operações de fusões e aquisições, nos anos subsequentes esse quadro mudou e hoje essas operações são complementadas por investimentos em projetos novos, destinados a ampliar a capacidade produtiva das companhias no país vizinho, mas que refletem também a chegada de novas empresas brasileiras à Argentina.Entre 2003 e 2010, a Argentina foi o país que teve mais anúncios de projetos novos de empresas brasileiras na América Latina. Foram 62 projetos, somando 29% dos projetos do Brasil na região.
Um exemplo foi o anúncio feito pela Camargo Corrêa em agosto. O grupo promete investir US$ 404 milhões até 2014 para ampliar a produção de cimento no país."A importância do Brasil como país investidor na Argentina é um fenômeno de crescente relevância", afirma Kreckler. "Desde 2002 registra-se uma tendência ascendente dos investimentos brasileiros na Argentina", complementa.Quadro que, para ele, é resultado da rápida recuperação da economia daquele país após a crise de 2001 e também do forte crescimento da economia brasileira nos últimos anos.
O Brasil é o quarto país com maior volume de investimentos externos diretos na Argentina. Em 2009, o Brasil investiu US$ 4 bilhões no país vizinho e foi responsável por 5,4% do total do IED na Argentina --os investimentos da Espanha, o maior parceiro, somaram 28,3% do total.O mercado argentino é o sexto destino para investimentos externos diretos do Brasil e o maior na América Latina e entre os emergentes. Segundo Kreckler, hoje há um estoque total de US$ 86 bilhões de empresas estrangeiras na Argentina.A Argentina cresceu 7,4% entre 2003 e 2009. Em 2011, o crescimento previsto pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) para o país é de 8%.
Por outro lado, segundo Kreckler, também "o Brasil é um mercado de relevância para os investimentos argentinos". Entre 2004 e 2011, 20 empresas argentinas anunciaram projetos greenfield no Brasil.
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