O Brasil vai terminar o ano como o maior mercado consumidor de biodiesel do mundo, passando a Alemanha. 
Segundo projeções da Aprobio (Associação dos Produtores de Biodiesel do  Brasil), o país vai produzir e consumir 2,8 bilhões de litros do  combustível, 17% a mais do que no ano passado. 
No país europeu, o consumo deve passar de 2,4 bilhões de litros para 2,6  bilhões de litros. A Alemanha também perderá a posição de maior  produtor, mas para a Argentina. A produção argentina vai saltar de 2,1  bilhões de litros para 3,2 bilhões de litros. 
"Temos capacidade ociosa, mas não conseguimos ser o maior produtor", diz  o presidente da Aprobio, Erasmo Battistella, que também preside a  BSBios, empresa que se associou recentemente a Petrobras Biocombustível. 
Segundo Battistella, os principais entraves são o tamanho do mercado  doméstico Ða mistura do biodiesel ao diesel é limitada a 5%Ð e a falta  de competitividade para exportar (devido a tributos, câmbio e outros  custos). 
O setor defende a adoção de um novo plano nacional de biodiesel, com um  aumento gradual da participação do produto renovável na mistura final do  diesel, para 20% até 2020. 
"O ideal seria aumentarmos 1,5 ponto percentual por ano", diz Battistella. 
"O setor já está maduro e em condições de atender um aumento de demanda pois estamos trabalhando com 50% de capacidade ociosa." 
Desde o lançamento do plano nacional de biodiesel no governo Lula, em  dezembro de 2004, o setor investiu US$ 4 bilhões, atingindo uma  capacidade de processar 6,1 bilhões de litros neste ano. 
A previsão inicial do programa era chegar a 2013 com uma participação de  5% de mistura de biodiesel. "O governo antecipou a medida para 2010,  para diminuir a importação de diesel", afirma Battistella. 
A Aprobio estima que a ampliação da mistura para 20% poderá levar o setor a investir R$ 28 bilhões até 2020. 
"Precisamos de uma sinalização do governo para planejarmos o  investimento", diz Battistella, que participou da articulação para a  criação, na semana passada em Brasília, da Frente Parlamentar em Defesa  do Biodiesel, com a participação de 280 parlamentares. 
Além do aumento do mercado doméstico, o setor quer a adoção de uma  política de exportação, com redução de impostos, e uma política para  estimular novas fontes de matéria-prima.
Atualmente, 85% da produção é feita a partir da soja. 
Por conta de incentivos previstos no programa, 109 mil famílias de  agricultores fornecem grãos para a indústria brasileira. A previsão é  que esse número passe para 531 mil até 2020.
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