Luta-se nas ruas da Grécia nesse momento. Mais de 120 mil pessoas protestam nessa 4ª feira, no 1º dia da nova greve geral contra o novo pacote de arrocho arquitetado pelo governo Papandreu em parceria ou sob as ordens da troika (FMI, Comissão Européia e BCE). Não importa mais saber quem é a mão e quem é o laço: é o pescoço da sociedade que está sob garrote implacável. Chegou-se a um ponto na Grécia em que as nuances do conflito não contam mais. Luta-se pela vida.
E contra ela, dispostos a tudo, estão os bancos credores que já deram e dão provas de seu empenho para reduzir ao mínimo as perdas com títulos de uma dívida de 300 bi de euros, cujo deságio (calote) o mercado já precifica em 50%. No papel de pescoço encontram-se 80% da população, sendo que 16% já em regime de desemprego aberto; os demais em uma espiral descendente aflitiva e devastadora.
O fato incontornável é que o ajuste imposto pelos credores, longe de afastar a sociedade grega da ruína, a cada dia empurra-a mais e mais para um sangradouro material e subjetivo que o instinto obriga a rejeitar (leia entrevista especial com o deputado da Coalizão de Esquerda, Michalis Kritsotakis, nesta pág).
Dados divulgados recentemente pela prestigiada revista da área médica, Lancet, são eloquentes: a) de 2007 a 2009, o número de suicídios saltou 17% na Grécia ; de acordo com o próprio governo, a tendência acentuou-se no primeiro semestre , quando essa taxa subiu mais de 40%; b) os homicídios e roubos quase duplicaram entre 2007 e 2009; c) o consumo de droga, heroína, em especial, disparou; d) a prostituição cresceu; e) o número de infecções de HIV decolou.
A crise do neoliberalismo atingiu na Grécia seu ponto de mutação. Deixou de ser apenas uma doença econômica para se transmudar em peste social. Por isso se luta nas ruas nesse momento.
E contra ela, dispostos a tudo, estão os bancos credores que já deram e dão provas de seu empenho para reduzir ao mínimo as perdas com títulos de uma dívida de 300 bi de euros, cujo deságio (calote) o mercado já precifica em 50%. No papel de pescoço encontram-se 80% da população, sendo que 16% já em regime de desemprego aberto; os demais em uma espiral descendente aflitiva e devastadora.
O fato incontornável é que o ajuste imposto pelos credores, longe de afastar a sociedade grega da ruína, a cada dia empurra-a mais e mais para um sangradouro material e subjetivo que o instinto obriga a rejeitar (leia entrevista especial com o deputado da Coalizão de Esquerda, Michalis Kritsotakis, nesta pág).
Dados divulgados recentemente pela prestigiada revista da área médica, Lancet, são eloquentes: a) de 2007 a 2009, o número de suicídios saltou 17% na Grécia ; de acordo com o próprio governo, a tendência acentuou-se no primeiro semestre , quando essa taxa subiu mais de 40%; b) os homicídios e roubos quase duplicaram entre 2007 e 2009; c) o consumo de droga, heroína, em especial, disparou; d) a prostituição cresceu; e) o número de infecções de HIV decolou.
A crise do neoliberalismo atingiu na Grécia seu ponto de mutação. Deixou de ser apenas uma doença econômica para se transmudar em peste social. Por isso se luta nas ruas nesse momento.
Postado por Saul Leblon às 16:45
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