domingo, 2 de outubro de 2011

Renalt/Nissan quer dobrar participação no mercado brasileiro até 2016 o1/10/2011


O Brasil atualmente é o terceiro maior mercado para a Renault no mundo, e pode chegar à segunda posição este ano, perdendo apenas para a França


BRASÍLIA - O presidente mundial da Renault/Nissan, Carlos Ghosn, afirmou nesse sábado, dia 1º, que as companhias pretendem dobrar sua participação conjunta no mercado brasileiro até 2016, chegando a 13%. Segundo ele, as empresas têm 10% do mercado mundial, mas no Brasil a fatia de marcado atual é de cerca de 6,5%.
Após encontro com a presidente Dilma Rousseff para anunciar investimentos na ampliação da fábrica da Renault no Paraná e a construção de uma planta da Nissan no Estado do Rio de Janeiro, Ghosn acrescentou que as companhias também pretendem aumentar o porcentual de conteúdo nacional nos veículos das duas marcas. "Nós consideramos o Brasil um dos mercados mais estratégicos em desenvolvimento de quantidade, mas também de tecnologia", afirmou o executivo.
Atualmente, a Renault tem 5,5% do mercado nacional, enquanto a Nissan possui 1%. De acordo com Ghosn, o objetivo é levar a Renault para um patamar acima de 8% e a Nissan para mais de 5%. "Pretendemos investir no desenvolvimento tecnológico não só do flex fuel, mas também de carros elétricos e híbridos. Temos liderança em termos de desenvolvimento do carro elétrico a nível mundial", concluiu.
Ghosn garantiu que a lucratividade dessas montadoras no Brasil não apresenta nenhum porcentual "excepcional" ante a média obtida pelo grupo nos demais países em que atua. Segundo ele, as margens da Nissan, inclusive, estão abaixo da média, enquanto as da Renault, um pouco acima, mas "nada significativo". "O Brasil é um País atrativo para investimentos, mas não acho que nenhuma montadora está obtendo uma lucratividade muito alta ante Rússia, China e Índia", disse, citando os demais países dos Brics como referência.
Ele acrescentou que o Brasil atualmente é o terceiro maior mercado para a Renault no mundo, e pode chegar à segunda posição este ano, perdendo apenas para a França. Para a Nissan, porém, o País ainda figura apenas como um mercado em potencial. "O objetivo é manter o Brasil como mercado estratégico para Renault, mas também permitir que Nissan contribua mais para desenvolvimento do mercado brasileiro", disse o executivo.
Mercado automotivo
O ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, afirmou que as companhias estão sintonizadas com o que deve ser a relação do Brasil com as montadoras automotivas. "Queremos aqueles que vêm para ficar, para gerar emprego. Para disputar o mercado, mas gerando desenvolvimento, emprego e tecnologia", afirmou Mercadante durante entrevista coletiva no Palácio do Planalto.
As empresas vão investir nos Estados do Paraná e do Rio de Janeiro. "São investimentos de grande porte, que mostram o potencial do mercado brasileiro, que é hoje um dos principais da indústria automotiva internacional", considerou o ministro. Segundo ele, os investimentos no Brasil revelam a tendência de mercado que o País representa.
"O presidente da Renault/Nissan (Carlos Ghosn) disse que o Brasil tem hoje 250 veículos para cada mil habitantes. Na União Europeia, essa relação é de 580 por mil habitantes e, nos Estados Unidos, de 800", comparou. "Olhando as condições macroeconômicas do País, a perspectiva de vendas de veículos é muito promissora", acrescentou, salientando que o mercado hoje conta com 3,8 milhões de automóveis. "Não só o posicionamento no mercado internacional, mas a perspectiva de crescimento a médio prazo é absolutamente promissora."
A presidente pediu ao ministro um estudo sobre a viabilidade da participação de carros elétricos na matriz de transporte brasileira. "Ainda não há decisão de governo". Ele lembrou, no entanto, que Itaipu já vem fazendo alguns estudos.
O ministro salientou que essas empresas são líderes mundiais nesse novo segmento de veículos e que a China começa a entrar forte nessa nova condução. "Nossa matriz energética é renovável e o etanol é um êxito como fonte de energia. O carro elétrico ajuda a reduzir emissões nas cidades, mas depende da fonte de energia utilizada. Quem utiliza carvão, acaba emitindo mais carbono", comparou o ministro. Ele acrescentou que o Brasil está "ampliando fortemente" sua matriz energética e eólica.
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, destacou que o Brasil hoje é o quarto maior mercado consumidor de automóveis do mundo, perdendo apenas para Estados Unidos, China e Japão. "Acredito que os investimentos são uma relação de valor recíproco: uma grande marca de um lado e do outro, a grande marca Brasil."

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