segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Corrente de comércio acima de US$ 300 bi é histórica 02/01/2012

É a primeira vez que a soma das exportações e importações passa desse montante, segundo o MDIC  


Célia Froufe, da Agência Estado
BRASÍLIA - O secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), Alessandro Teixeira, destacou nesta segunda-feira, 2, ao divulgar os resultados da balança comercial de 2011, que é histórico o fato de a corrente de comércio ter ultrapassado a marca de US$ 300 bilhões no ano passado. Segundo dados divulgados pelo MDIC, a corrente de comércio do ano passado ficou em US$ 482,292 bilhões, um aumento de 25,7% em relação a 2010. Na realidade, a corrente de 2010 ficou em US$ 383,675 bilhões.
"É a primeira vez que passamos dos US$ 300 bilhões. Tivemos um resultado esplêndido", comemorou. O secretário enfatizou também que o saldo comercial do ano ficou quase 48% maior do que o verificado em 2010. "Os números não só surpreenderam todos os cenários internos, como também os externos", disse. "Todas as previsões do mercado nós ultrapassamos e ultrapassamos bem", salientou.
Comércio mundial
A fatia brasileira no comércio mundial deve  ter sido 1,42% em 2011, na avaliação de Teixeira. Segundo ele, o market share das vendas brasileiras em 2010 chegou a 1,36% de todas as negociações internacionais. Ele afirmou que a estimativa para o resultado de 2011 pode ser até maior, já que a maior parte dos países não divulgou os resultados de suas balanças até o momento.
Teixeira também disse que pela primeira vez a pasta não apresentará metas para a balança comercial no início do ano. Isto porque, segundo ele, o cenário para o mercado internacional está "muito complicado" para ser elaborado. Para justificar essa decisão do governo, secretário-executivo do MDIC citou que existe uma "total diferenciação" das projeções para as exportações do mercado. O Banco Central, por exemplo, prevê expansão de 4,3%, para o US$ 267 bilhões.
A CNI projeta alta de 7,4%, para R$ 275 bilhões. Já a AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil) prevê uma queda de 7,4%, para US$ 237 bilhões. "Mostro isso para vocês verem que existe total discrepância sobre a meta de exportação a ser atingida. Estamos conversando com todo o setor privado para termos uma leitura melhor", afirmou Teixeira. Ele acrescentou que certamente o ano será mais difícil para a indústria brasileira e que em três meses o governo deverá apresentar suas metas para a balança comercial.
Ao comentar a dificuldade de elaboração do cenário internacional, o secretário  citou pontos positivos e negativos para o comércio exterior este ano. Segundo ele, o perfil do câmbio certamente será melhor em 2012 do que foi em 2011. Ele também disse acreditar que as commodities estarão menos sujeitas a queda de preços neste ano. "A demanda deve seguir aquecida e os estoques mundiais estão baixos", afirmou. Para o secretário, 2012 também será um ano em que as economias em desenvolvimento ultrapassarão os países já desenvolvidos, na questão do Produto Interno Bruto (PIB).
Entre os pontos negativos para a balança comercial em 2012, Teixeira mencionou a expectativa de baixo crescimento dos Estados Unidos, da União Europeia e a menor expansão da China. "Isso nos preocupa muito", resumiu, acrescentando que a China é o principal mercado brasileiro e os Estados Unidos são o segundo.
Outra preocupação do secretário é a escassez do crédito internacional. "Isso ocorre em um cenário de desaquecimento da demanda e coloca as exportações brasileiras em uma situação difícil", afirmou. "Todos os países do mundo estão procurando novos mercados, o que aumenta a competição entre países e produtos". O que mais preocupa o ministério, segundo Teixeira, é a guerra cambial. Apesar disso, ele destacou que o governo brasileiro tem sido um forte combatente dessa prática no mundo.
Exportações

Alessandro Teixeira garantiu que o governo não tem preocupação com uma possível queda das exportações, em 2012. Ele salientou que em momentos de crise sempre aparecem medidas protecionistas de países importadores. Teixeira disse que na avaliação do governo o País atingiu a meta das exportações no ano passado. O objetivo era vender US$ 257 bilhões em produtos brasileiros para o exterior, em 2011 e o resultado fechado do ano foi de US$ 256,041 bilhões, o que mesmo assim foi um recorde.
Teixeira lembrou que as projeções para as exportações foram crescendo ao longo do ano. "Nunca fizemos uma redução", destacou. No começo de 2011 a meta para os embarques externos brasileiros era de US$ 228 bilhões, depois foi elevada para US$ 245 bilhões e, em agosto do ano passado, a meta foi corrigida para os atuais US$ 257 bilhões.
A secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres, atribuiu o saldo menor da média diária das importações da última semana do ano, de US$ 552,2 milhões, ao período de fim de ano, de férias e aos estoques existentes no mercado brasileiro.

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