Foto: REUTERS
Marinha iraniana testou hoje novo míssil com avançado potencial de destruição; insistência do Irã no programa nuclear já provocou resposta dos EUA neste início de ano; Obama assinou nova lei de defesa, destinando US$ 662 bi para armamentos; novo confronto armado está próximo?
"O altamente avançado míssil Ghader recebeu atualizações no sistema de radar, comunicação com satélite e precisão quanto ao alvo de destruição, assim como no alcance e mecanismo de evasão de radar", disse o contra-almirante Mahmoud Mousavi, porta-voz do governo iraniano para os exercícios militares. De acordo com a TV estatal, o míssil pode atingir alvo a centenas de quilômetros de distância.
Os exercícios militares iranianos continuam e expõem à comunidade internacional o poder de fogo do país. Não é por acaso que, pouco depois da virada do ano, o presidente dos EUA, Barack Obama, assinou a nova lei de defesa americana. A legislação prevê que o Pentágono tenha à sua disposição US$ 662 bilhões para gastar com armamentos. Esse orçamento bastante expressivo com preparo para conflito militares representa 27,5% do PIB brasileiro. É um investimento que soa muito mais ofensivo que preventivo.
De acordo com a nova lei de defesa, os militares norte-americanos poderão empreender operações para prender suspeitos de terrorismo e inclusive torturar – antes de haver qualquer processo judicial. Essas regras que inclusive destoam do discurso mais ameno que elegeu Obama em relação à “guerra ao terrorismo” são uma resposta às sucessivas demonstrações de força dos iranianos.
Como o Irã não desiste de seu programa nuclear e testes de armamentos, os contornos de uma guerra lamentavelmente se desenham no horizonte internacional. Mas, desta vez, o mundo poderá sentir mais forte os efeitos do que durante a “guerra ao terror” no Iraque e no Afeganistão.
Afinal, o conflito nesses países foi muito mais uma invasão dos EUA que um confronto equilibrado de rivais. Diferente de um conflito armado e estruturado pelas duas partes – como este que se desenha entre Irã e Estados Unidos.
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