O quadro é negro: Governo PSD-CDS vai privatizar mais de quatro mil milhões de euros de activos em 2012, o dobro do previsto inicialmente com a troika. Com os planos de Passos Coelho, em 2014, a Caixa-Geral de Depósitos será o último reduto do Estado na economia.
Em 2012, o Governo PSD-CDS irá privatizar cerca de quatro mil milhões de euros em ativos estratégicos, cerca de 70 por cento do total do plano de privatizações, orçamentado em 5,5 mil milhões, segundo os documentos da segunda revisão do memorando da troika. Foto de Paulete Matos
Segundo adianta o jornal Sol,esta alteração irá tornar 2012 ‘o ano das privatizações’ em Portugal e marcará a saída quase total do Estado da economia. Em meados de 2014, para quando se supõe o término do acordo com a troika, a única posição relevante do Estado na economia será a Caixa Geral de Depósitos, na banca. Mas energia, águas, telecomunicações, transportes ou comunicação social estarão nas mãos de privados, tal como a vidas das pessoas estarão ainda mais austeras, com a qualidade e o acesso aos serviços públicos ameaçados e à mercê da vontade dos mercados.
Em 2012, o Governo PSD-CDS irá privatizar cerca de quatro mil milhões de euros em ativos estratégicos, cerca de 70 por cento do total do plano de privatizações, orçamentado em 5,5 mil milhões, segundo os documentos da segunda revisão do memorando da troika.
O plano inicial, assinado em Junho, contemplava receitas de privatizações de dois mil milhões de euros este ano e em 2012. O atraso nas operações e a falta de condições de mercado levaram o Governo a concentrar as vendas em 2012. No plano original da troika, o Executivo propunha-se privatizar a REN e a TAP até final de 2011. Nenhuma destas operações se concretizou.
Para além da conclusão da venda dos 21 por cento da EDP já em Janeiro, o Governo quer alienar a REN até Julho e a TAP no quarto trimestre de 2012. Em 2012 avança também a venda de um dos canais da RTP e da Águas de Portugal.
Nos últimos 20 anos, o Estado vendeu quase 30 mil milhões de euros em empresas públicas e participações em sectores estratégicos. Nos primeiros anos, foram as empresas portuguesas as principais compradoras, seguidas das europeias. Com a crise da dívida soberana, são agora países emergentes, como a China, o Brasil ou Angola, os principais candidatos a adquirir posições que abrem portas ao controlo de sectores como a energia, águas e transporte aéreo. A Three Gorges ‘ganhou’ a EDP e outras empresas chinesas já revelaram interesse na REN, por exemplo, adianta o Sol.
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