domingo, 29 de janeiro de 2012

Tropas entram nos arredores da capital da Síria 29/01/2012

Segundo dissidentes sírios, 62 pessoas morreram durante o fim de semana, 27 só neste domingo


Tropas sírias apoiadas por dezenas de tanques e veículos blindados entraram neste domingo, 29, nos arredores de Damasco, que haviam sido ocupados nos últimos dias por forças de oposição ao regime do presidente Bashar Al Assad. Segundo dissidentes sírios, 62 pessoas morreram em confrontos durante o fim de semana em diferentes pontos do país, 27 delas neste domingo.
Já a agência de notícias oficial Sana disse que seis soldados morreram e outros seis ficaram feridos com a explosão de uma bomba em Sahnaya, um subúrbio ao sul de Damasco.
A ofensiva das forças do governo nos arredores de Damasco sugere que o governo teme que as forças oposicionistas, formadas em grande parte por desertores das Forças Armadas, levem a violência para dentro da capital, que se manteve relativamente calma nos dez meses desde que começou o levante armado contra o regime de Assad.
"As batalhas que estão sendo travadas em damasco e em seus arredores podem não levar à derrubada do regime, mas a ilusão de normalidade que os Assad têm lutado para manter na capital parece ter-se tornado mais difícil de manter", disse o ativista de oposição residente nos EUA Ammar Abdulhamid.
"Há confrontos pesados acontecendo em todos os subúrbios de Damasco. As tropas entraram em algumas áreas, mas estão enfrentando resistência dura em outras", afirmou Rami Abdul-Rahman, diretor do Observatório Sírio de Direitos Humanos, sediado em Londres.
"Os bombardeios e as balas não pararam desde ontem. É terrível, não há eletricidade, nem água. É uma guerra de verdade", disse pelo telefone um morador de Ein Tarma que fugiu para Damasco com sua família neste domingo.
Em Adis Abeba (Etiópia), o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, exortou o presidente Assad a "deter o derramamento de sangue imediatamente". No Cairo (Egito), o secretário-geral da Liga Árabe, Nabil Elaraby, disse estar em contato com os governos da Rússia e da China, buscando um consenso em torno de um projeto de resolução do Conselho de Segurança da ONU sobre a Síria (Rússia e China têm poder de veto no Conselho e são aliadas do regime de Assad).  

As informações são da Associated Press.

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