terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Grandes bancos lucram quase R$ 50 bi; taxação do setor: R$ 35 bi 07/02/2012


Banco do Brasil, Caixa Econômica, Itaú, Bradesco e Santander ganharam no ano passado R$ 48 bi, valor que subirá quando BB fechar resultado do último trimestre. Alta do volume de empréstimos, que atingem meio PIB, do juro e do spread garante recordes. Para governo, reduzir juro final ao cliente é desafio. Setor bancário pagou R$ 35 bi em quatro tributos federais.

nullBrasília – O Itaú anunciou nesta terça-feira (7) o maior lucro da história bancária no Brasil, R$ 14,6 bilhões em 2011, 9% mais do que em 2010. Juntas, as cinco maiores instituições – três privadas (Itaú, Bradesco e Santander) e duas públicas (Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal) – em operação no país embolsaram R$ 48 bilhões, ganho que deve ultrapassar os R$ 50 bilhões, pois o BB só divulgará o resultado do último trimestre no dia 15.

Os lucros sistema financeiro engordaram no ano passado, o primeiro do governo Dilma, devido ao aumento da quantidade de operações de crédito, que atingiram 49% do total de riquezas produzidas no país (PIB) - eram 45% no fim de 2010. Mas, também, por causa também do tradicional apetite bancário.

A taxa média de juros cobrada pelas instituições em empréstimos aos clientes fechou o ano em 37%, dois pontos mais do que em 2010 (35%), segundo dados divulgados recentemente pelo Banco Central (BC).

Essa elevação pode ser explicada pelo juro básico do BC, um dos fatores que entram no cálculo da taxa final dos empréstimos comuns. Em 2011, o BC manteve sua taxa mais alto do que em 2010 durante boa parte do tempo.

O juro final cobrado dos clientes tem ainda um segundo fator a influenciar sua calibragem, e esse depende só da gula bancária. É dessa parcela, chamada spread, que as instituições tiram seus lucros, além de obter dinheiro para pagar funcionários e impostos. Em 2011, o spread subiu acima da taxa final, 3,4 pontos, para 27%.

Em novembro do ano passado, enquanto os bancos anunciavam seu lucros obtidos até o terceiro trimestre, o Banco Central divulgava um anuário sobre o setor no qual expunha claramente que considerava que a fatia “margem de lucro” dentro do spread estava alta demais. Para o BC, haveria “espaço para redução” da margem.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, tem dito que considera que o juro final cobrado pelos bancos é de excessivo e que o governo precisa enfrentar o desafio de barateá-lo, embora não esteja seria a ação oficial nesse sentido, além do uso dos bancos públicos como concorrentes.

O que o setor bancário lucrou no ano passado supera o que teve de pagar em tributos ao governo federal. Segundo dados da Receita Federal, em 2011, as entidades financeiras recolheram R$ 35 bilhões em IRPJ, CSLL, Cofins e PIS.

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