Escolas fechadas, lojas encerradas, transportes apenas a funcionar para os locais das manifestações contra mais um pacote de austeridades, serviços públicos paralisados. Enquanto o governo grego e a troika se arrastam em negociações, a greve geral paralisou hoje a Grécia. O grito, nas ruas, é claro e cada vez mais audivel: “não aguentamos mais”.
Escolas fechadas, lojas encerradas, transportes apenas a funcionar para os locais das manifestações contra mais um pacote de austeridades, serviços públicos paralisados. Com um país a meio gás, milhares de manifestantes encheram as ruas em frente ao Parlamento protestando contra o eminente "sim" do Governo grego a mais um duro pacote de medidas de austeridade. Fontes do Governo de Atenas, que mantiveram o anonimanto, puseram a circular pela imprensa internacional que o acordo com a "troika" deve estar finalizado hoje.
Ilias Iliopoulos, dirigente da central ADEDY, que representa os trabalhadores da função pública, sublinhou: “Não queremos saber se eles são forçados a aceitar estas medidas; o facto é que 500 mil famílias já não recebem um euro por semana e um milhão mais já só conseguem algum trabalho esporádico”.
“O povo grego não pode carregar o fardo de quaisquer novas medidas. Se os nossos políticos são suficientemente loucos para aceitar o que os chamados salvadores dizem, se forem em frente com mais cortes e desemprego haverá uma explosão, a reacção será incontrolável”, acrescentou Iliopoulos.
Segundo a imprensa grega, todos os partidos envolvidos na “solução Papademos” admitem o princípio do reforço da austeridade mas não aceitam alguns “pormenores”, considerados essenciais para o acordo. “Os dirigentes políticos querem saber o que vão assinar”, assinala uma fonte partidária citada pelo britânico The Guardian.
Theodore Pelagidis, professor de economia da Universidade do Pireu citado pelo mesmo jornal, afirmou que “o lado grego não tem cartas na manga; a questão não é sobre aceitar o resgate mas sobre o facto de os políticos quererem convencer os gregos de que não se submeteram às exigências dos credores estrangeiros e fizeram tudo para conseguir o melhor acordo possível. É verdade que existem pormenores dolorosos que têm de ser discutidos mas todos estes atrasos são realmente parte do espectáculo”.
O primeiro ministro continuou a insistir com os dirigentes políticos durante o dia de terça-feira para que assinem imediatamente o acordo. Entretanto, segundo o mesmo jornal britânico, Lucas Papademos pediu ao seu ministro das Finanças para elaborar um cenário sobre as consequências sociais e políticas de uma eventual bancarrota. Um funcionário citado pelo jornal declarou que tal situação faria do que se passou na Argentina “um piquenique”.
Com BE Internacional, o site do Grupo Parlamentar Europeu do Bloco de Esquerda.
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