A expectativa de o Brasil receber parte dos 529 bilhões de euros emprestados pelo Banco Central Europeu (BCE) para instituições financeiras forçou uma rodada dupla de intervenções do BC brasileiro ontem no mercado de câmbio local. A operação feita na Europa fez com que o dólar abrisse o dia em firme tendência de queda. Com a moeda na casa do R$ 1,68, o BC voltou a agir. As operações deram resultado e a moeda encerrou os negócios em alta de 0,82%, a R$ 1,7160, maior valor em duas semanas.Poucas horas após o BCE anunciar que injetou mais de meio trilhão de euros nos bancos, os negócios abriram no Brasil com forte demanda pelo real. O interesse pela moeda brasileira era, segundo analistas, apenas uma amostra da avalanche de recursos que podem ingressar no País na esteira da superinjeção de liquidez nos bancos europeus. Isso porque parte dos recursos emprestados pelo BCE pode rumar para mercados emergentes atrás dos juros. Para evitar o derretimento das cotações no câmbio brasileiro, o BC anunciou hoje, antes das 10h, uma intervenção no mercado futuro com a oferta de contratos de swap cambial reverso - operação que equivale à compra de dólares. Na operação, o BC comprou o equivalente a US$ 1,52 bilhão. Pouco antes do meio-dia, nova intervenção, desta vez no mercado à vista."A tendência é de que o BC fique ainda mais atuante. Acho que a frequência das ações do governo deve voltar ao que era no primeiro semestre do ano passado com, por exemplo, compras mais próximas à frequência diária", diz o economista da Rosenberg & Associados, Rafael Bistafa.Para o Brasil, o transtorno causado pela operação europeia é que muitos agentes tomam emprestado o dinheiro barato oferecido por Frankfurt para, além de resolver problemas de liquidez, investir em ativos rentáveis, já que o dinheiro extra aumenta a propensão ao risco. Nessa escolha por rentabilidade, aplicações brasileiras têm sido uma opção frequente.Além disso, em uma segunda etapa, o aumento de dinheiro "sobrando" nas mãos de investidores tende a elevar o preço das commodities, o que também beneficia o ingresso de dólares via valor das exportações, explica Bistafa.Dados apresentados ontem pelo BC mostram que a entrada de dólares no Brasil em fevereiro, até sexta-feira passada, ultrapassou as saídas em US$ 5,25 bilhões. O movimento das últimas duas semanas, porém, foi inverso: a remessa para o exterior superou o ingresso em US$ 2,37 bilhões. "A superlativa presunção de que estão sobrando dólares e que o BC está em uma queda-de-braço com o mercado para sustentar o preço da moeda perde fundamento quando se verifica essa saída", diz o diretor-executivo da NGO Corretora de Câmbio, Sidnei Nehme.Operadores, porém, argumentam que a saída recente de dólares coincide com os dias antecedentes e posteriores ao Carnaval. Portanto, o movimento pode ser considerado atípico e boa parte do mercado prevê a retomada do ingresso mais forte de dólares, exatamente como visto no início do mês.
Este blogue não concorda com o Golpe. RESISTÊNCIA JÁ A morte da Marisa, não é diferente da morte dos milhares no Iraque, invadido, na Líbia destroçada, entre outros, as mãos são as mesmas, acrescentadas dos traidores locais.
quinta-feira, 1 de março de 2012
"Operação na Europa faz BC intervir no mercado de câmbio" 29.02.12
A expectativa de o Brasil receber parte dos 529 bilhões de euros emprestados pelo Banco Central Europeu (BCE) para instituições financeiras forçou uma rodada dupla de intervenções do BC brasileiro ontem no mercado de câmbio local. A operação feita na Europa fez com que o dólar abrisse o dia em firme tendência de queda. Com a moeda na casa do R$ 1,68, o BC voltou a agir. As operações deram resultado e a moeda encerrou os negócios em alta de 0,82%, a R$ 1,7160, maior valor em duas semanas.Poucas horas após o BCE anunciar que injetou mais de meio trilhão de euros nos bancos, os negócios abriram no Brasil com forte demanda pelo real. O interesse pela moeda brasileira era, segundo analistas, apenas uma amostra da avalanche de recursos que podem ingressar no País na esteira da superinjeção de liquidez nos bancos europeus. Isso porque parte dos recursos emprestados pelo BCE pode rumar para mercados emergentes atrás dos juros. Para evitar o derretimento das cotações no câmbio brasileiro, o BC anunciou hoje, antes das 10h, uma intervenção no mercado futuro com a oferta de contratos de swap cambial reverso - operação que equivale à compra de dólares. Na operação, o BC comprou o equivalente a US$ 1,52 bilhão. Pouco antes do meio-dia, nova intervenção, desta vez no mercado à vista."A tendência é de que o BC fique ainda mais atuante. Acho que a frequência das ações do governo deve voltar ao que era no primeiro semestre do ano passado com, por exemplo, compras mais próximas à frequência diária", diz o economista da Rosenberg & Associados, Rafael Bistafa.Para o Brasil, o transtorno causado pela operação europeia é que muitos agentes tomam emprestado o dinheiro barato oferecido por Frankfurt para, além de resolver problemas de liquidez, investir em ativos rentáveis, já que o dinheiro extra aumenta a propensão ao risco. Nessa escolha por rentabilidade, aplicações brasileiras têm sido uma opção frequente.Além disso, em uma segunda etapa, o aumento de dinheiro "sobrando" nas mãos de investidores tende a elevar o preço das commodities, o que também beneficia o ingresso de dólares via valor das exportações, explica Bistafa.Dados apresentados ontem pelo BC mostram que a entrada de dólares no Brasil em fevereiro, até sexta-feira passada, ultrapassou as saídas em US$ 5,25 bilhões. O movimento das últimas duas semanas, porém, foi inverso: a remessa para o exterior superou o ingresso em US$ 2,37 bilhões. "A superlativa presunção de que estão sobrando dólares e que o BC está em uma queda-de-braço com o mercado para sustentar o preço da moeda perde fundamento quando se verifica essa saída", diz o diretor-executivo da NGO Corretora de Câmbio, Sidnei Nehme.Operadores, porém, argumentam que a saída recente de dólares coincide com os dias antecedentes e posteriores ao Carnaval. Portanto, o movimento pode ser considerado atípico e boa parte do mercado prevê a retomada do ingresso mais forte de dólares, exatamente como visto no início do mês.
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