As urnas se abriram neste domingo (26) para 14 milhões e meio de sírios no referendo nacional que decidirá a sorte da nova Constituição, com a qual se prevê encaminhar o país pelo caminho do pluralismo e da democracia.
Silenciado pelos meios de comunicação e governos que hoje agridem a Síria, este plebiscito é transcendental na vida da nação árabe, porque define uma nova Carta Magna, vista como pedra angular do pacote de reformas integrais que o presidente Bashar Assad impulsiona.
O projeto é em si uma das principais reformas do pacote de medidas que estão sendo implementadas e legitimará outras novidades como a criação de partidos - já foram autorizados sete -, a separação dos poderes do Estado, a realização de eleições presidenciais e a descentralização das administrações locais, entre outras propostas.
Na noite deste sábado, o Ministério do Interior informou que as autoridades tiveram que aumentar a 14.185 as mesas de votação em todo o país, ou seja 350 a mais que as 13.835 planejadas inicialmente.
Também foram instaladas urnas nos centros e postos fronteiriços, nos aeroportos e no deserto, a fim de facilitar a votação, explicaram as autoridades.
O ministro adjunto do Interior para Assuntos Civis, general de brigada Hassan Jalali, manifestou que a instituição adotou todas as medidas para garantir um referendo honesto e transparente.
Entre as novidades deste processo estão as urnas móveis que estarão disponíveis no deserto para que as comunidades nômades de beduínos possam votar.
As cláusulas do anteprojeto foram divulgadas pela imprensa desde há mais de uma semana, e a população em geral o aceitou, embora o artigo 3 da proposta tenha suscitado reservas e críticas.
Também o estado de crise que o país tem vivido devido à violência armada e terrorista tem diminuído o entusiasmo da população.
O artigo 3 estipula que o presidente do país deve ser muçulmano, proposta que foi mal recebida, inclusive entre os próprios muçulmanos, pois as pessoas consideram que não há por que especificar de que religião ou fé deve ser o líder de um país onde também há cristão e drusos. Inclusive houve uma vigília em frente ao Parlamento para exigir que esse artigo seja emendado.
O ministro adjunto Jalali assinalou que se algum cidadão tem qualquer objeção sobre o referendo, pode se dirigir ao responsável da mesa de votação e ao encarregado da circunscrição que integra um comitê com um juiz e apresentar sua queixa, que serão recolhidas e avaliadas.
O anúncio oficial dos resultados será feito nesta segunda-feira (27).
O general de brigada acrescentou que o pessoal das forças de segurança interna guardará as urnas e os centros de votação em cada povoado e terão também a missão de transportar as urnas com os votos e os informes de cada mesa de votação para entregá-las às autoridades provinciais, que realizarão a contagem em cada uma de suas comarcas.
Esse resultado será enviado ao Ministério do Interior, órgão central designado para cuidar da segurança do referendo e seus resultados.
Prensa Latina
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