Iniciativa permitiria que os países reunissem recursos para obras de infraestrutura
Autoridades dizem que as iniciativas vão demorar, já que ainda precisam ser definidos os detalhes. Mas elas marcam um novo grau de ambição para o bloco que reúne cerca de metade da população mundial. O Oriente Médio e a segurança energética também serão discutidos, disseram autoridades.
Foto: Reuters
Ministro brasileiro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, cumprimenta ministros da Rússia, Índia, China e África do Sul
O anúncio mais relevante da cúpula desta semana na Índia deve ser a intenção de criar um banco de desenvolvimento nos moldes do Banco Mundial.
A iniciativa permitiria que os países reunissem recursos para obras de infraestrutura e também poderia ser usada, em longo prazo, como instrumento de crédito durante crises financeiras globais como a que assola atualmente a Europa, segundo autoridades.
O ministro brasileiro de Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, disse na semana passada a jornalistas em Brasília que os países devem assinar na cúpula um acordo para estudar a criação do banco.
Na sexta-feira, deve ser lançado um índice de referência para derivativos, a ser usado pelas bolsas dos cinco países, conforme anúncio feito neste mês pelas bolsas envolvidas. Os derivativos seriam listados em todas as bolsas, de forma que pudessem ser adquiridos nas moedas locais.
Os líderes também devem assinar acordos permitindo que seus bancos nacionais de desenvolvimento estendam crédito a outros membros em moeda local, um passo rumo à substituição do dólar como principal unidade de transações entre os emergentes.
Uma fonte de alto escalão do governo indiano disse que o Oriente Médio e a segurança energética estarão em destaque na agenda, incluindo o Irã. O embaixador russo em Nova Délhi disse nesta semana que uma discussão sobre a Síria estaria entre as principais prioridades.
Enquanto a sessão plenária da cúpula, na quinta-feira, deve se concentrar em pontos de afinidade, os encontros bilaterais paralelos podem tocar em questões mais delicadas.
A política cambial chinesa, por exemplo, tem gerado protestos de vários países, inclusive de industriais brasileiros, que acusam Pequim de manter o iuan artificialmente desvalorizado. A maioria dos países do bloco também enfrenta uma desaceleração nas suas economias.
"Por diferentes razões, cada um (dos países) tem alguma questão política séria a tratar aqui, que determinará se eles continuam no caminho com o qual todos nos animamos tanto", disse O'Neill.
Apesar dos problemas, a perspectiva de crescimento ainda é melhor do que na maior parte do mundo desenvolvido, o que significa que a influência dos Brics deve continuar crescendo. O'Neill prevê que o PIB total do bloco superará o dos EUA dentro de três anos, e que a economia chinesa, sozinha, vai se tornar a maior do mundo até 2027.
Nenhum comentário:
Postar um comentário