segunda-feira, 26 de março de 2012

“Não ataquem o Irã!” – Britânicos protestam contra os EUA e Israel 26/03/2012

Na semana de aniversário da invasão ao Iraque, britânicos realizam atos públicos contra ação militar no país persa



Pelos menos 50 pessoas se reuniram na Trafalgar Square, em Londres, para repudiar a hipótese de uma intervenção militar no Irã
Uma série de ações em protesto contra um possível ataque militar ao Irã aconteceu em várias localidades do Reino Unido neste sábado (24/03). Vigílias com velas, banquinhas com materiais anti-guerra, atos de rua e eventos sobre a cultura iraniana estavam na agenda do dia. As ações foram convocadas pela organização pacifista Stop The War Coalition, e ocorreram sob o slogan “Don't Iraq Iran”, em referência à invasão do Iraque em 2003. O último dia 19 marcou o nono aniversário do início da invasão do território iraquiano pelas tropas da coalização liderada pelos Estados Unidos.
Em Londres, o protesto reuniu cerca de 50 pessoas na Trafalgar Square. Diversos ativistas discursaram, houve declamações de poesias pacifistas, e no final os manifestantes promoveram um "die-in", em que simularam estarem mortos, aludindo aos efeitos de uma intervenção militar.
Mark Bergfeld, membro da executiva da União Nacional dos Estudantes, do Reino Unido, disse que os propósitos de uma intervenção no Irã hoje são os mesmos que os da invasão ao Iraque no passado.  “A grande razão dessa guerra anunciada não é o de levar a democracia ao Oriente Médio. Se assim o fosse, por que eles não buscam atacar outros países com regimes ditatoriais? A grande a razão para se intervir no Irã é a mesma que a da invasão ao Iraque: petróleo.”
J.R. Penteado/Opera Mundi

Convocada pela organização pacifista Stop The War Coalition, a manifestação em Londres fez referência ao anarquista "V"
Já o ativista político Matthew Houliham tratou em sua fala da necessidade da erradicação dos armamentos nucleares no Oriente Médio. “Eles alegam que o Irã quer construir armas nucleares. Mas é preciso lembrar que o Irã é signatário do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, enquanto Israel se rejeita a assiná-lo. A única forma de se manter a paz no Oriente Médio é a criação de uma zona livre de armas nucleares, na qual todos os países devem participar. Inclusive Israel.”
Questionado sobre os motivos para a realização dos protestos, Alistair Cartwright, membro da Stop The War Coalition, lembrou a recente visita do primeiro-ministro israelense Benjamim Netanyahu a Washington. “Vários fatos recentes justificam os protestos de hoje. No início do mês, Netanyahu foi aos Estados Unidos buscar apoio diplomático para uma intervenção no Irã. Há também os navios de guerra que foram enviados para o estreito de Ormuz, além do nono aniversário da invasão ao Iraque nesta semana.”

 Em Chicago (EUA), também houve passeatas contra a guerra
Outras datas simbólicas, segundo Cartwright, foram o aniversário de um ano do ataque militar à Líbia (dia 20) e o ano novo persa (dia 21).
Opera mundi

Nenhum comentário:

Postar um comentário