Encravada no solo, pedra atinge profundidade de 100m
Notícia
publicada na edição de 18/04/2012 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 7
do caderno A - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado
diariamente após as 12h.
Carlos Araújo
carlos.araujo@jcruzeiro.com.br
Uma rocha gigante com até 100 metros de profundidade encravada no solo serve como base de sustentação para o prédio de um novo laboratório do Centro Experimental de Aramar, em Iperó, a 15 quilômetros de Sorocaba, onde a Marinha do Brasil executa as pesquisas para a construção do primeiro submarino nuclear brasileiro. A rocha foi mostrada pela primeira vez durante visita em Aramar de convidados e militares da Marinha em Santos. O registro foi veiculado pela TV Tribuna de Santos na primeira quinzena deste mês.
O prédio está em construção. De acordo com a TV Tribuna, engenheiro naval e capitão-de-corveta Danilo Grosso falou sobre a solidez da construção em cima da rocha: "Para que a gente possa construir um prédio que tenha uma classificação nuclear, ele tem que cumprir requisitos de projeto, como resistir a sismos, terremotos. Ela (a rocha) funciona como um leito estável, que possa absorver essas vibrações e não deixar essas vibrações passarem para o prédio. E este local foi escolhido porque ele tem um leito de rocha que, em sondagens que foram feitas, nós chegamos a até 100 metros de profundidade com leito de rocha sã. Isso favorece a construção do prédio nesta rocha para atender estes requisitos de projeto."
Desde o início do projeto em 1979, que culminou com a construção do conjunto de edificações que compõem Aramar, a segurança sempre alvo de atenção, tanto pela Marinha quanto por movimentos populares que nos primeiros anos se manifestaram contra o empreendimento da Marinha. Nas várias vezes em que foi perguntada sobre este aspecto, a Marinha esclareceu que a escolha do local em Iperó, entre outras razões, teve relação com a firmeza do solo e a possibilidade muito rara de ocorrerem abalos sísmicos na região. Outras razões foram a proximidade com os grandes centros urbanos, como São Paulo e Rio, e a oferta de infraestrutura em aeroportos e rodovias.
A preocupação com a segurança voltou a se manifestar no ano passado, quando um terremoto no Japão atingiu a magnitude de 8,9 da escala Richter. Seguiu-se uma tsunami que destruiu cidades, causou milhares de mortes e provocou um acidente em central nuclear da cidade de Fukushima. Vazamentos radioativos na central nuclear assustaram o mundo e mobilizaram a comunidade internacional.
Resistência
Segundo a Marinha, as unidades em Aramar que concentrarão trabalhos com material radioativo são projetadas e construídas para resistir a terremotos equivalentes até o grau 4 na escala Richter. A conclusão é baseada em levantamentos estatísticos da região de Sorocaba. Segundo a Marinha, os ventos de elevada intensidade também são considerados no projeto e na construção dos prédios, como tornados típicos da região de Itu/Salto.
Na visita, o almirante Pagano Júnior, supervisor de programa nuclear, descreveu o perfil do submarino movido a propulsão nuclear: "O submarino nuclear quando sai do porto ele passa meses debaixo d"água sem se saber onde ele está exatamente. O que significa que ele pode fazer um ataque em qualquer lugar do planeta a qualquer momento." O instrumento sempre foi apresentado pela Marinha como função estratégica para a defesa da costa brasileira.
carlos.araujo@jcruzeiro.com.br
Uma rocha gigante com até 100 metros de profundidade encravada no solo serve como base de sustentação para o prédio de um novo laboratório do Centro Experimental de Aramar, em Iperó, a 15 quilômetros de Sorocaba, onde a Marinha do Brasil executa as pesquisas para a construção do primeiro submarino nuclear brasileiro. A rocha foi mostrada pela primeira vez durante visita em Aramar de convidados e militares da Marinha em Santos. O registro foi veiculado pela TV Tribuna de Santos na primeira quinzena deste mês.
O prédio está em construção. De acordo com a TV Tribuna, engenheiro naval e capitão-de-corveta Danilo Grosso falou sobre a solidez da construção em cima da rocha: "Para que a gente possa construir um prédio que tenha uma classificação nuclear, ele tem que cumprir requisitos de projeto, como resistir a sismos, terremotos. Ela (a rocha) funciona como um leito estável, que possa absorver essas vibrações e não deixar essas vibrações passarem para o prédio. E este local foi escolhido porque ele tem um leito de rocha que, em sondagens que foram feitas, nós chegamos a até 100 metros de profundidade com leito de rocha sã. Isso favorece a construção do prédio nesta rocha para atender estes requisitos de projeto."
Desde o início do projeto em 1979, que culminou com a construção do conjunto de edificações que compõem Aramar, a segurança sempre alvo de atenção, tanto pela Marinha quanto por movimentos populares que nos primeiros anos se manifestaram contra o empreendimento da Marinha. Nas várias vezes em que foi perguntada sobre este aspecto, a Marinha esclareceu que a escolha do local em Iperó, entre outras razões, teve relação com a firmeza do solo e a possibilidade muito rara de ocorrerem abalos sísmicos na região. Outras razões foram a proximidade com os grandes centros urbanos, como São Paulo e Rio, e a oferta de infraestrutura em aeroportos e rodovias.
A preocupação com a segurança voltou a se manifestar no ano passado, quando um terremoto no Japão atingiu a magnitude de 8,9 da escala Richter. Seguiu-se uma tsunami que destruiu cidades, causou milhares de mortes e provocou um acidente em central nuclear da cidade de Fukushima. Vazamentos radioativos na central nuclear assustaram o mundo e mobilizaram a comunidade internacional.
Resistência
Segundo a Marinha, as unidades em Aramar que concentrarão trabalhos com material radioativo são projetadas e construídas para resistir a terremotos equivalentes até o grau 4 na escala Richter. A conclusão é baseada em levantamentos estatísticos da região de Sorocaba. Segundo a Marinha, os ventos de elevada intensidade também são considerados no projeto e na construção dos prédios, como tornados típicos da região de Itu/Salto.
Na visita, o almirante Pagano Júnior, supervisor de programa nuclear, descreveu o perfil do submarino movido a propulsão nuclear: "O submarino nuclear quando sai do porto ele passa meses debaixo d"água sem se saber onde ele está exatamente. O que significa que ele pode fazer um ataque em qualquer lugar do planeta a qualquer momento." O instrumento sempre foi apresentado pela Marinha como função estratégica para a defesa da costa brasileira.
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