quarta-feira, 2 de maio de 2012

Na Síria, entidades mundiais desmascaram hipocrisia imperialista 02/05/2012


Uma delegação do Conselho Mundial da Paz (CMP) visitou a Síria de 21 a 25 de abril, convidada pelo Conselho Nacional da Paz e pela União Nacional dos Estudantes desse país árabe. A missão do CMP foi composta por 15 organizações nacionais de luta pela paz de todos os continentes e se realizou em cooperação com a Federação Mundial da Juventude Democrática (FMJD). A delegação conjunta contou com a participação de 36 organizações de 23 países.


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Entre as organizações presentes, estavam as entidades brasileiras União da Juventude Socialista (UJS), que ocupa a vice-presidência da FMJD na América Latina, e o Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz).
O CMP se congratulou com milhões de pessoas amantes da paz na Síria e expressou sua sincera solidariedade com as mobilizações genuínas, pacíficas e sociais e com as justas demandas por mudanças econômicas, sociais e políticas no país” – diz uma nota assinada pelo Secretariado do CMP emitida ao final da viagem. Destacando que o povo sírio será o senhor dos seus destinos, o documento torna preciso que estas genuínas aspirações “nada têm a ver com as nefastas ações de grupos mercenários sírios e estrangeiros que tentam utilizar indevidamente sentimentos religiosos e problemas sociais para servir os interesses de forças imperialistas e seus aliados regionais”.
A delegação manteve encontros em Damasco e Latakia com organizações políticas, religiosas, sindicais, estudantis e visitou a Universidade, onde realizou reuniões com professores e estudantes, oportunidades em que a delegação reafirmou a “plena solidariedade” com o povo sírio em sua decisão de defender seu país das agressões imperialistas dos Estados Unidos, da Otan e da União Europeia e seus aliados regionais, como a Turquia e as monarquias do Golfo.
O documento do CMP assinala que “o processo em curso de imposição de sanções por parte dos Estados Unidos, União Europeia e Liga Árabe contra a Síria tem por objetivo desestabilizar o país, afetando o dia-a-dia e o sustento do povo”. Na opinião da organização pacifista mundial, estas ações refletem a “duplicidade típica” do imperialismo, que – denuncia o CMP – está ajudando os grupos armados em determinadas regiões do país criando uma situação de guerra civil na qual já morreram mais de seis mil pessoas, incluindo mais de dois mil soldados, 200 mulheres e 150 crianças. “O CMP expressa suas condolências às famílias das vítimas”, diz a nota.
No entendimento do Conselho Mundial da paz, a situação na Síria está relacionada com os planos estratégicos das grandes potências para o Oriente Médio: “O plano do “Grande Oriente Médio, com as contradições e antagonismos das forças imperialistas pelo controle dos recursos energéticos e esferas de influência, visa a estabelecer regimes aliados aos interesses imperialistas, por meio da ‘mudança’ violenta de regime, de guerras e intervenções, como recentemente ocorreu na Líbia”.
O CMP saúda os protestos que têm ocorrido em vários países contra a ingerência imperialista na Síria e sublinha que somente o povo sírio é capaz de decidir sobre os seus destinos e sua liderança, e considera positivos os esforços para alcançar o diálogo nacional.
Ao retornar ao Brasil, a presidente do Conselho Mundial da Paz, Socorro Gomes, que esteve à frente da delegação do CMP, declarou ao Vermelho que a “agressão à Síria fere os princípios do Direito Internacional de não ingerência e respeito à autodeterminação e soberania de cada povo para resolver os seus próprios problemas”. A ativista brasileira considera que “a ingerência e as agressões imperialistas ameaçam toda a humanidade”. Ela destaca ainda a necessidade de “vigilância, resistência e luta dos povos para impedir que o imperialismo norte-americano e a União Europeia, através dos seus instrumentos de guerra, como a Otan, sigam adiante em sua ofensiva para saquear as riquezas nacionais e concretizar planos de dominação econômica e geopolítica”. Socorro insiste em que é necessário mobilizar um amplo movimento de solidariedade ao povo sírio, “uma gente de valor, laboriosa e combativa, que defende heroicamente sua soberania contra o intervencionismo imperialista”.
A Federação Mundial da Juventude Democrática também emitiu nota ao final da visita, em que condena a “retórica hipócrita dos imperialistas sobre democracia e direitos humanos, usados como pretextos para justificar seus planos”. “A FMJD manifesta sua solidariedade ao povo sírio em sua luta contra o imperialismo. Apoiamos esta luta para que o povo sírio seja senhor do seu próprio futuro, seja a força decisiva do progresso social e político e dará fim aos planos imperialistas”, finaliza o documento.
André Tokarski, presidente da União da Juventude Socialista (UJS), também foi entrevistado pelo Vermelho no seu retorno de Damasco. “Foi proveitoso o contato com estudantes na Universidade síria, assim como com as organizações da FMJD que integraram a comitiva”, disse André. Ele conta que em todos os contatos que os dirigentes juvenis fizeram na Síria, “o que ouvimos é que não se trata de um conflito originário das contradições do povo sírio mas uma armação das forças inimigas que não querem ver a Síria prosperar como país soberano”.
O presidente da UJS informa ainda que a juventude síria está se mobilizando contra as milícias mercenárias e um grande número de jovens se alistam voluntariamente no Exército para lutar em defesa do país. André considera que é “muito importante o papel da FMJD na sensibilização e mobilização da juventude mundial na luta pela paz, luta na qual a UJS desempenha um papel destacado, sob inspiração dos princípios políticos e ideológicos que a regem – o internacionalismo e o imperialismo”. Ele finaliza dizendo que a paz é uma bandeira revolucionária principalmente para a juventude, pois esta é a primeira a sofrer com a guerra”.
 Vermelho.org.br

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