1. Maior população prisional do mundo
Elevando-se desde os anos 80, a surreal taxa de
encarceramento dos EUA é um negócio e um instrumento de controle social:
à medida que o negócio das prisões privadas alastra-se como uma
gangrena, uma nova categoria de milionários consolida seu poder
político. Os donos destas carcerárias são também, na prática, donos de
escravos, que trabalham nas fábricas do interior das prisões por
salários inferiores a 50 cents por hora. Este trabalho escravo é tão
competitivo, que muitos municípios hoje sobrevivem financeiramente
graças às suas próprias prisões, aprovando simultaneamente leis que
vulgarizam sentenças de até 15 anos de prisão por crimes menores como
roubar chicletes. O alvo destas leis draconianas são os mais pobres,
mas, sobretudo, os negros, que representando apenas 13% da população
norte-americana, compõem 40% da população prisional do país.
2. 22% das crianças americanas vive abaixo do limiar da pobreza.
Calcula-se que cerca de 16 milhões de crianças
norte-americanas vivam sem “segurança alimentar”, ou seja, em famílias
sem capacidade econômica para satisfazer os requisitos nutricionais
mínimos de uma dieta saudável. As estatísticas provam que estas crianças
têm piores resultados escolares, aceitam piores empregos, não vão à
universidade e têm uma maior probabilidade de, quando adultos, serem
presos.
3. Entre 1890 e 2012, os EUA invadiram ou bombardearam 149 países.
O número de países nos quais os EUA intervieram
militarmente é maior do que aqueles em que ainda não o fizeram. Números
conservadores apontam para mais de oito milhões de mortes causadas pelo
país só no século XX. Por trás desta lista, escondem-se centenas de
outras operações secretas, golpes de Estado e patrocínio de ditadores e
grupos terroristas. Segundo Obama, recipiente do Nobel da Paz, os EUA
conduzem neste momente mais de 70 operações militares secretas em vários
países do mundo. O mesmo presidente criou o maior orçamento militar
norte-americano desde a Segunda Guerra Mundial, superando de longe
George W. Bush.
4. Os EUA são o único país da OCDE que não oferece qualquer tipo de subsídio de maternidade.
Embora estes números variem de acordo com o Estado e
dependam dos contratos redigidos por cada empresa, é prática corrente
que as mulheres norte-americanas não tenham direito a nenhum dia pago
antes ou depois de dar à luz. Em muitos casos, não existe sequer a
possibilidade de tirar baixa sem vencimento. Quase todos os países do
mundo oferecem entre 12 e 50 semanas pagas em licença maternidade. Neste
aspecto, os Estados Unidos fazem companhia à Papua Nova Guiné e à
Suazilândia.
5. 125 norte-americanos morrem todos os dias por não poderem pagar qualquer tipo de plano de saúde.
Se não tiver seguro de saúde (como 50 milhões de
norte-americanos não têm), então há boas razões para temes ainda mais a
ambulância e os cuidados de saúde que o governo presta. Viagens de
ambulância custam em média o equivalente a 1300 reais e a estadia num
hospital público mais de 500 reais por noite. Para a maioria das
operações cirúrgicas (que chegam à casa das dezenas de milhar), é bom
que possa pagar um seguro de saúde privado. Caso contrário, a América é a
terra das oportunidades e, como o nome indica, terá a oportunidade de
se endividar e também a oportunidade de ficar em casa, torcendo para não
morrer.
6. Os EUA foram fundados sobre o genocídio de 10 milhões de
nativos. Só entre 1940 e 1980, 40% de todas asmulheres em reservas
índias foram esterilizadas contra sua vontade pelo governo
norte-americano.
Esqueçam a história do Dia de Ação de Graças com índios e
colonos partilhando placidamente o mesmo peru em torno da mesma mesa. A
História dos Estados Unidos começa no programa de erradicação dos
índios. Tendo em conta as restrições atuais à imigração ilegal, ninguém
diria que os fundadores deste país foram eles mesmos imigrantes ilegais,
que vieram sem o consentimento dos que já viviam na América. Durante
dois séculos, os índios foram perseguidos e assassinados, despojados de
tudo e empurrados para minúsculas reservas de terras inférteis, em
lixeiras nucleares e sobre solos contaminados. Em pleno século XX, os
EUA iniciaram um plano de esterilização forçada de mulheres índias,
pedindo-lhes para colocar uma cruz num formulário escrito em idioma que
não compreendiam, ameaçando-as com o corte de subsídios caso não
consentissem ou, simplesmente, recusando-lhes acesso a maternidades e
hospitais. Mas que ninguém se espante, os EUA foram o primeiro país do
mundo oficializar esterilizações forçadas como parte de um programa de
eugenia, inicialmente contra pessoas portadoras de deficiência e, mais
tarde, contra negros e índios.
7. Todos os imigrantes são obrigados a jurar não ser comunistas para poder viver nos EUA.
Além de ter que jurar não ser um agente secreto nem um
criminoso de guerra nazi, vão lhe perguntar se é, ou alguma vez foi
membro do Partido Comunista, se tem simpatias anarquista ou se defende
intelectualmente alguma organização considerada terrorista. Se responder
que sim a qualquer destas perguntas, será automaticamente negado o
direito de viver e trabalhar nos EUA por “prova de fraco carácter
moral”.
8. O preço médio de uma licenciatura numa universidade pública é 80 mil dólares.
O ensino superior é uma autêntica mina de ouro para os
banqueiros. Virtualmente, todos os estudantes têm dívidas astronômicas,
que, acrescidas de juros, levarão, em média, 15 anos para pagar. Durante
esse período, os alunos tornam-se servos dos bancos e das suas dívidas,
sendo muitas vezes forçados a contrair novos empréstimos para pagar os
antigos e assim sobreviver. O sistema de servidão completa-se com a
liberdade dos bancos de vender e comprar as dívidas dos alunos a seu bel
prazer, sem o consentimento ou sequer o conhecimento do devedor. Num
dia, deve-se dinheiro a um banco com uma taxa de juros e, no dia
seguinte, pode-se dever dinheiro a um banco diferente com nova e mais
elevada taxa de juro. Entre 1999 e 2012, a dívida total dos estudantes
norte-americanos cresceu à marca dos 1,5 trilhões de dólares,
elevando-se assustadores 500%.
9. Os EUA são o país do mundo com mais armas: para cada dez norte-americanos, há nove armas de fogo.
Não é de se espantar que os EUA levem o primeiro lugar na
lista dos países com a maior coleção de armas. O que surpreende é a
comparação com outras partes do mundo: no restante do planeta, há uma
arma para cada dez pessoas. Nos Estados Unidos, nove para cada dez. Nos
EUA podemos encontrar 5% de todas as pessoas do mundo e 30% de todas as
armas, algo em torno de 275 milhões. Esta estatística tende a se elevar,
já que os norte-americanos compram mais de metade de todas as armas
fabricadas no mundo.
10. Há mais norte-americanos que acreditam no Diabo do que os que acreditam em Darwin.
A maioria dos norte-americanos são céticos. Pelo menos no
que toca à teoria da evolução, já que apenas 40% dos norte-americanos
acreditam nela. Já a existência de Satanás e do inferno soa
perfeitamente plausível a mais de 60% dos norte-americanos. Esta
radicalidade religiosa explica as “conversas diárias” do ex-presidente
Bush com Deus e mesmo os comentários do ex-pré-candidato republicano
Rick Santorum, que acusou acadêmicos norte-americanos de serem
controlados por Satã.
Artigo originalmente publicado no portal galego Diário Liberdade
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