A Eletrobras negocia a compra da participação da espanhola Iberdrola na Neoenergia, informaram três fontes à Reuters. As conversas estão em estágio inicial e podem ter sido estimuladas pelo governo como alternativa para evitar que a chinesa State Grid assuma o controle do negócio.A State Grid, que já tem ativos de transmissão no Brasil, teria apresentado proposta de R$ 9 bilhões pela fatia de 39% que a Iberdrola detém na Neoenergia, companhia que comanda três distribuidoras na região Nordeste (Coelba, Celpe e Cosern) e tem participação de 10% na hidrelétrica de Belo Monte, no Estado do Pará, dentre outros ativos.No entanto, segundo essas fontes, o governo teria se oposto à entrada da chinesa no negócio por considerar estratégico o segmento de distribuição de energia - que está sob os efeitos do terceiro ciclo de revisão tarifária.Além disso, haveria uma preocupação com o fato de as tarifas de energia influenciarem a inflação, criando o interesse em manter o negócio nas mãos de uma empresa estatal.Uma das fontes disse ainda que "dinheiro não é problema", referindo-se aos recursos necessários para a entrada da estatal na Neoenergia.Ainda não houve discussão sobre como seria feita a aquisição, mas há a possibilidade do BNDESPar, braço de participações do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), entrar no negócio em sociedade com fundos de pensão de estatais, como Petros (Petrobras), Funcef (Caixa Econômica Federal) e Previ (Banco do Brasil).Banco do Brasil e Previ já compõem, junto com a Iberdrola, o bloco de controle da Neoenergia.O presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto, disse na segunda-feira que estuda uma parceria com a State Grid em leilões futuros de transmissão elétrica, em especial os de interligação da usina de Belo Monte ao sistema nacional, um investimento bilionário que deve demandar tecnologia de corrente contínua de alta tensão que só foi utilizada na China.Carvalho Neto destacou que a Eletrobras assinou um memorando de entendimentos com a State Grid."Estamos retomando esse acordo", afirmou, acrescentando que há possibilidade de parceria já no próximo leilão de linhas de transmissão."Daqui a pouco, virão leilões de linhas e subestações maiores, e estudamos com eles algo específico para esses casos. Eles têm grande tecnologia e participação importante no país. Não há impedimento por serem chineses".O executivo, no entanto, evitou comentar sobre negociações envolvendo a Iberdrola e a Neoenergia. A Neoenergia também não quis comentar o assunto. Já a State Grid não pôde ser imediatamente contatada para comentar a respeito.Em maio, o presidente da Eletrobras disse à Reuters que a estatal "não está fechada" para avaliar uma participação na Neoenergia, caso seja convidada a fazê-lo.Dias antes, a Previ havia afirmado que o fundo de pensão avaliaria a opção de comprar uma fatia adicional da Neoenergia, mas que a empresa elétrica precisa de um sócio operador que tenha experiência no setor.Em 2011, a Iberdrola tinha tentado assumir o controle da Neoenergia, mas as negociações com Previ e BB não avançaram. Em dezembro, o presidente da Iberdrola, Ignacio Sánchez Galán, afirmou que a empresa espanhola queria ser majoritária na companhia.Mais recentemente, devido à deterioração econômica da Espanha, a Iberdrola preferiu se desfazer de ativos no Brasil. Em maio, a Iberdrola afirmou que estava analisando "alternativas estratégicas diferentes" para o capital da Neoenergia.No ano passado, outra chinesa esteve no caminho da Eletrobras. A China Three Gorges venceu a Eletrobras na disputa pela fatia detida pelo governo português na EDP, correspondente a cerca de 21% do capital da companhia.A operação levou a China Three Gorges a deter indiretamente participação na Energias do Brasil, empresa que possui distribuidoras no Brasil (Escelsa e Bandeirante).A aquisição da fatia da Iberdrola na Neoenergia estaria ainda dentro de um contexto mais amplo, de um processo de consolidação das empresas de distribuição no país. No Brasil, a Eletrobras tem seis distribuidoras e está perto de assumir o controle da Celg Distribuição, estatal goiana, e ainda pode ter o comando da CEA, distribuidora do Amapá.O processo ocorre num momento em que revisões tarifárias demandam mais escala das empresas como forma de evitar perda de receita. Além disso, a proximidade da renovação de concessões, que deve afetar 37 empresas, e a crise do grupo Rede Energia também concorrem para uma consolidação.
Este blogue não concorda com o Golpe. RESISTÊNCIA JÁ A morte da Marisa, não é diferente da morte dos milhares no Iraque, invadido, na Líbia destroçada, entre outros, as mãos são as mesmas, acrescentadas dos traidores locais.
DIÁRIO DO OCUPA BRASIL link
quarta-feira, 20 de junho de 2012
"Eletrobras pode comprar parte da Neoenergia para evitar controle chinês" 20.06.12
A Eletrobras negocia a compra da participação da espanhola Iberdrola na Neoenergia, informaram três fontes à Reuters. As conversas estão em estágio inicial e podem ter sido estimuladas pelo governo como alternativa para evitar que a chinesa State Grid assuma o controle do negócio.A State Grid, que já tem ativos de transmissão no Brasil, teria apresentado proposta de R$ 9 bilhões pela fatia de 39% que a Iberdrola detém na Neoenergia, companhia que comanda três distribuidoras na região Nordeste (Coelba, Celpe e Cosern) e tem participação de 10% na hidrelétrica de Belo Monte, no Estado do Pará, dentre outros ativos.No entanto, segundo essas fontes, o governo teria se oposto à entrada da chinesa no negócio por considerar estratégico o segmento de distribuição de energia - que está sob os efeitos do terceiro ciclo de revisão tarifária.Além disso, haveria uma preocupação com o fato de as tarifas de energia influenciarem a inflação, criando o interesse em manter o negócio nas mãos de uma empresa estatal.Uma das fontes disse ainda que "dinheiro não é problema", referindo-se aos recursos necessários para a entrada da estatal na Neoenergia.Ainda não houve discussão sobre como seria feita a aquisição, mas há a possibilidade do BNDESPar, braço de participações do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), entrar no negócio em sociedade com fundos de pensão de estatais, como Petros (Petrobras), Funcef (Caixa Econômica Federal) e Previ (Banco do Brasil).Banco do Brasil e Previ já compõem, junto com a Iberdrola, o bloco de controle da Neoenergia.O presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto, disse na segunda-feira que estuda uma parceria com a State Grid em leilões futuros de transmissão elétrica, em especial os de interligação da usina de Belo Monte ao sistema nacional, um investimento bilionário que deve demandar tecnologia de corrente contínua de alta tensão que só foi utilizada na China.Carvalho Neto destacou que a Eletrobras assinou um memorando de entendimentos com a State Grid."Estamos retomando esse acordo", afirmou, acrescentando que há possibilidade de parceria já no próximo leilão de linhas de transmissão."Daqui a pouco, virão leilões de linhas e subestações maiores, e estudamos com eles algo específico para esses casos. Eles têm grande tecnologia e participação importante no país. Não há impedimento por serem chineses".O executivo, no entanto, evitou comentar sobre negociações envolvendo a Iberdrola e a Neoenergia. A Neoenergia também não quis comentar o assunto. Já a State Grid não pôde ser imediatamente contatada para comentar a respeito.Em maio, o presidente da Eletrobras disse à Reuters que a estatal "não está fechada" para avaliar uma participação na Neoenergia, caso seja convidada a fazê-lo.Dias antes, a Previ havia afirmado que o fundo de pensão avaliaria a opção de comprar uma fatia adicional da Neoenergia, mas que a empresa elétrica precisa de um sócio operador que tenha experiência no setor.Em 2011, a Iberdrola tinha tentado assumir o controle da Neoenergia, mas as negociações com Previ e BB não avançaram. Em dezembro, o presidente da Iberdrola, Ignacio Sánchez Galán, afirmou que a empresa espanhola queria ser majoritária na companhia.Mais recentemente, devido à deterioração econômica da Espanha, a Iberdrola preferiu se desfazer de ativos no Brasil. Em maio, a Iberdrola afirmou que estava analisando "alternativas estratégicas diferentes" para o capital da Neoenergia.No ano passado, outra chinesa esteve no caminho da Eletrobras. A China Three Gorges venceu a Eletrobras na disputa pela fatia detida pelo governo português na EDP, correspondente a cerca de 21% do capital da companhia.A operação levou a China Three Gorges a deter indiretamente participação na Energias do Brasil, empresa que possui distribuidoras no Brasil (Escelsa e Bandeirante).A aquisição da fatia da Iberdrola na Neoenergia estaria ainda dentro de um contexto mais amplo, de um processo de consolidação das empresas de distribuição no país. No Brasil, a Eletrobras tem seis distribuidoras e está perto de assumir o controle da Celg Distribuição, estatal goiana, e ainda pode ter o comando da CEA, distribuidora do Amapá.O processo ocorre num momento em que revisões tarifárias demandam mais escala das empresas como forma de evitar perda de receita. Além disso, a proximidade da renovação de concessões, que deve afetar 37 empresas, e a crise do grupo Rede Energia também concorrem para uma consolidação.
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