A crise da dívida acentua-se apesar do novo corte
orçamental de 65 mil milhões de euros, imposto por Mariano Rajoy, já
ter sido ratificado no congresso. Os juros das obrigações espanholas a
10 anos continuam acima dos 7%, enquanto o prémio de risco espanhol
atinge recorde de 610 pontos básicos.
Foto de Javier Lizon, Lusa.
Esta sexta feira foi tornado público que a comunidade de Valência, governada por Alberto Fabra, do PP, será a primeira a solicitar financiamento ao governo central, aderindo ao Fundo de Liquidez. Este fundo, criado em Conselho de Ministros a 13 de julho, e que conta com o montante de 18.000 milhões de euros, consiste num mecanismo temporário e voluntário ao qual podem aderir as comunidades que necessitem de liquidez ou de quantidades adicionais para financiar o seu endividamento. A adesão a este mecanismo, condicionada à aprovação do Ministério das Finanças, pressupõe a aceitação do controlo financeiro e fiscal por parte do governo central.
Também esta sexta feira, o governo espanhol anunciou um aumento da despesa pública de 9,2% em 2013. Este acréscimo resulta do aumento da despesa com os juros da dívida e com as despesas com Segurança Social. A despesa com os juros da dívida crescerá 9.114 milhões de euros no próximo ano, tornando-se no principal gasto para o erário público espanhol.
O executivo de Mariano Rajoy anunciou ainda um decréscimo do PIB para o próximo ano na ordem dos 0,5%, em vez de um crescimento de 0,2%, como anteriormente previsto.
Estes anúncios contribuíram fortemente para o aumento dos juros das obrigações espanholas a 10 anos e do prémio de risco espanhol.
Os juros das obrigações espanholas a 10 anos atingiram hoje 7,269%, valor muito próximo do máximo histórico atingido a 18 de junho de 2012 (7,284%).
O prémio de risco (diferencial em relação aos juros dos títulos alemães) alcançou, por sua vez, um novo recorde. Nunca se registou uma diferença tão grande entre a rendibilidade que os investidores pedem para trocar dívida espanhola e a que solicitam para negociar a dívida alemã. O prémio de risco ficou hoje em 610 pontos básicos, tendo chegado a atingir durante o dia os 612 pontos básicos, avança o El País.
O Ibex 35 registou uma quebra de 5,82%, a maior desde maio de 2010. Todos os valores cotados no Ibex 35 tiveram resultados negativos, como é o caso do Bankia SA (-10,43%); BBVA (-7,8%); Telefónica (-7,44%); Santander (-7,32%); Iberdrola (-6,97%); Inditex (-3,52%) e Repsol (-3,01).
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