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Espanha, pela primeira vez, reconheceu que pode precisar de um resgate
integral da União Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI)
no valor de 300 bilhões de euros se os seus custos de empréstimo
continuarem altos de forma insustentável, afirmou uma autoridade da zona
do euro.
O ministro da Economia da Espanha, Luis de Guindos, levantou a questão
ao seu contraparte alemão, Wolfgang Schaeuble, numa reunião em Berlim na
última terça-feira, à medida que os custos de empréstimo do país
subiram para 7,6%, de acordo com a fonte.Se necessário, o dinheiro viria
além dos 100 bilhões de euros já acertados para apoiar o setor bancário
da Espanha, levando os recursos da zona do euro para o limite, e
Schaeuble disse a De Guindos que ele não estava disposto a considerar um
resgate antes de o fundo de resgate permanente do bloco monetário, o
Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira (ESM, na sigla em inglês),
entrar em operação mais tarde neste ano."De Guindos falou de
aproximadamente 300 bilhões de euros para um programa integral, mas a
Alemanha não ficou confortável com a ideia de um resgate agora", disse a
autoridade à Reuters."Nada irá acontecer até que o ESM esteja
funcionando. Uma vez que este estiver operacional, nós veremos quais são
os custos de empréstimo da Espanha e talvez retornaremos à questão",
afirmou a autoridade.O
governo da Espanha, no entanto, informou oficialmente nesta manhã que
não haverá resgate ao país e que isso não é uma opção.A Espanha tem
afirmado repetidamente que não precisará seguir Portugal, Irlanda e
Grécia e buscar um resgate integral. Questionado sobre os comentários da
fonte, uma porta-voz do governo disse nesta sexta-feira: "Nós negamos
fortemente qualquer plano do tipo. Essa possibilidade (de um resgate de
300 bilhões de euros para a Espanha) não foi considerada ou
discutida."Enquanto Schaeuble e De Guindos se encontravam na terça-feira,
os custos de empréstimo da Espanha alcançaram o maior nível desde que o
país adotou o euro, atingindo 7,64% para os títulos de dez anos - um
nível com o qual a Espanha não consegue tomar empréstimos no mercado de
forma sustentável.Mas na quinta-feira, o presidente do Banco Central
Europeu (BCE), Mario Draghi, disse que a autoridade monetária está
pronta para agir a fim de diminuir os yields espanhóis, fazendo os de
títulos de dez anos do país caírem para 6,88%.Uma segunda autoridade da
zona do euro disse que a Espanha pode administrar a situação sem
resgate, mas afirmou que o país fez erros de comunicação que preocuparam
os investidores. Questionado se Madri precisa de um resgate, a
autoridade disse:"Em termos de pura aritmética, não, se as taxas de
juros forem proporcionais ao que eu considero uma situação sustentável."
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