sexta-feira, 27 de julho de 2012

"Espanha discutiu resgate de € 300 bi com Alemanha" 27/07/2012



A Espanha, pela primeira vez, reconheceu que pode precisar de um resgate integral da União Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) no valor de 300 bilhões de euros se os seus custos de empréstimo continuarem altos de forma insustentável, afirmou uma autoridade da zona do euro. O ministro da Economia da Espanha, Luis de Guindos, levantou a questão ao seu contraparte alemão, Wolfgang Schaeuble, numa reunião em Berlim na última terça-feira, à medida que os custos de empréstimo do país subiram para 7,6%, de acordo com a fonte.Se necessário, o dinheiro viria além dos 100 bilhões de euros já acertados para apoiar o setor bancário da Espanha, levando os recursos da zona do euro para o limite, e Schaeuble disse a De Guindos que ele não estava disposto a considerar um resgate antes de o fundo de resgate permanente do bloco monetário, o Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira (ESM, na sigla em inglês), entrar em operação mais tarde neste ano."De Guindos falou de aproximadamente 300 bilhões de euros para um programa integral, mas a Alemanha não ficou confortável com a ideia de um resgate agora", disse a autoridade à Reuters."Nada irá acontecer até que o ESM esteja funcionando. Uma vez que este estiver operacional, nós veremos quais são os custos de empréstimo da Espanha e talvez retornaremos à questão", afirmou a autoridade.O governo da Espanha, no entanto, informou oficialmente nesta manhã que não haverá resgate ao país e que isso não é uma opção.A Espanha tem afirmado repetidamente que não precisará seguir Portugal, Irlanda e Grécia e buscar um resgate integral. Questionado sobre os comentários da fonte, uma porta-voz do governo disse nesta sexta-feira: "Nós negamos fortemente qualquer plano do tipo. Essa possibilidade (de um resgate de 300 bilhões de euros para a Espanha) não foi considerada ou discutida."Enquanto Schaeuble e De Guindos se encontravam na terça-feira, os custos de empréstimo da Espanha alcançaram o maior nível desde que o país adotou o euro, atingindo 7,64% para os títulos de dez anos - um nível com o qual a Espanha não consegue tomar empréstimos no mercado de forma sustentável.Mas na quinta-feira, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, disse que a autoridade monetária está pronta para agir a fim de diminuir os yields espanhóis, fazendo os de títulos de dez anos do país caírem para 6,88%.Uma segunda autoridade da zona do euro disse que a Espanha pode administrar a situação sem resgate, mas afirmou que o país fez erros de comunicação que preocuparam os investidores. Questionado se Madri precisa de um resgate, a autoridade disse:"Em termos de pura aritmética, não, se as taxas de juros forem proporcionais ao que eu considero uma situação sustentável."

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