Em Israel, não se fala em outra coisa: o país pode atacar o Irã em setembro ou outubro, antes das eleições americanas, marcadas para 6 de novembro. Enquanto a mídia divulga os preparativos das autoridades para proteger os civis, analistas se questionam sobre um provável blefe do premiê israelense, Benjamin Netanyahu. Estaria Netanyahu instaurando um clima de medo entre a população somente para chamar atenção do governo americano?Sem ter como saber, a população se pergunta quais seriam os lugares mais seguros em caso de um ataque iraniano, para onde correr quando as bombas começarem a cair, se os aeroportos serão fechados ou quanto tempo demora para chegar um míssil do Irã a Tel Aviv, considerado o alvo principal em caso de uma guerra com o país vizinho. A prefeitura da cidade firmou acordos com 60 estacionamentos subterrâneos particulares, que serão transformados em bunkers se a guerra começar. Espalhados pela cidade, eles têm capacidade para abrigar cerca de 850 mil pessoas.O Comando da Retaguarda, braço do Exército para a defesa dos civis, também firmou um acordo com as empresas de telefonia móvel, que cederão serviços de mensagens de texto caso comece a guerra. Nesse caso, os residentes receberão alertas para correr para o bunker se forem detectados mísseis disparados contra a região onde se encontra.De acordo com o Comando da Retaguarda, desde que aumentaram os rumores, duplicou o número de pessoas que recorrem aos centros de distribuição de máscaras de gás. O serviço telefônico de assistência psicológica (Eran) também informa que houve um "aumento significativo" do número de chamadas nas últimas semanas, diretamente decorrente da crescente tensão na qual os habitantes de Israel se encontram.Embora o medo seja uma realidade, analistas preferem trabalhar apenas com probabilidades. Para o veterano jornalista Uri Avnery, acostumado a cobrir questões controversas do Oriente Médio, Israel "não ousará" atacar o Irã sem a concordância dos Estados Unidos; segundo ele, os rumores vazados pelo governo têm o objetivo de "amedrontar o público"."Netanyahu tem interesse em manter o público em um estado constante de medo", disse Avnery. "Desde que aumentaram os rumores sobre uma guerra iminente, os protestos sociais se esvaziaram, o governo aumentou os impostos e não se fala mais sobre a questão palestina", acrescentou.Já o analista Yossi Melman afirma que um ataque israelense contra o Irã antes das eleições americanas "poderia derrubar Obama". A crise econômica e diplomática que se criaria em decorrência de uma guerra entre Israel e o Irã teria consequências desastrosas para as chances de reeleição do atual presidente americano.Real ou não, a possibilidade de guerra em setembro ou outubro criou um clima de tensão. Muitos israelenses se perguntam como devem agir se tal guerra começar, pois o risco de um bombardeio seria grande. Não só do Irã, mas de seus aliados. Uma represália do Hezbollah, milícia xiita libanesa financiada e armada pelo governo iraniano, seria um desdobramento óbvio.Mas o medo não chegou a paralisar a população. Com o aumento dos rumores, crescem também iniciativas que tentam frear um possível conflito. Entre eles está um apelo aos pilotos responsáveis por bombardear o Irã. O apelo, assinado por centenas de israelenses, pede que eles se recusem a cumprir a ordem de atacar o país persa.Outra é uma campanha de israelenses e iranianos no Facebook. Vários internautas postaram fotos com os dizeres "não estou disposto a morrer em sua guerra". Centenas de pessoas também se manifestam diariamente em frente à casa do ministro da Defesa, Ehud Barak, no centro de Tel Aviv, com o slogan "Don't bomb, talk" ("não bombardeie, negocie").No entanto, Barak já deixou claro que considera os riscos de um ataque preventivo inferiores ao perigo de que o Irã tenha uma bomba atômica. "Se o Irã tiver armas nucleares, a situação será muito mais complexa, complicada e perigosa", disse.
Este blogue não concorda com o Golpe. RESISTÊNCIA JÁ A morte da Marisa, não é diferente da morte dos milhares no Iraque, invadido, na Líbia destroçada, entre outros, as mãos são as mesmas, acrescentadas dos traidores locais.
DIÁRIO DO OCUPA BRASIL link
domingo, 26 de agosto de 2012
"Ameaças ao Irã fazem israelenses se prepararem para guerra" 26/08/2012
Em Israel, não se fala em outra coisa: o país pode atacar o Irã em setembro ou outubro, antes das eleições americanas, marcadas para 6 de novembro. Enquanto a mídia divulga os preparativos das autoridades para proteger os civis, analistas se questionam sobre um provável blefe do premiê israelense, Benjamin Netanyahu. Estaria Netanyahu instaurando um clima de medo entre a população somente para chamar atenção do governo americano?Sem ter como saber, a população se pergunta quais seriam os lugares mais seguros em caso de um ataque iraniano, para onde correr quando as bombas começarem a cair, se os aeroportos serão fechados ou quanto tempo demora para chegar um míssil do Irã a Tel Aviv, considerado o alvo principal em caso de uma guerra com o país vizinho. A prefeitura da cidade firmou acordos com 60 estacionamentos subterrâneos particulares, que serão transformados em bunkers se a guerra começar. Espalhados pela cidade, eles têm capacidade para abrigar cerca de 850 mil pessoas.O Comando da Retaguarda, braço do Exército para a defesa dos civis, também firmou um acordo com as empresas de telefonia móvel, que cederão serviços de mensagens de texto caso comece a guerra. Nesse caso, os residentes receberão alertas para correr para o bunker se forem detectados mísseis disparados contra a região onde se encontra.De acordo com o Comando da Retaguarda, desde que aumentaram os rumores, duplicou o número de pessoas que recorrem aos centros de distribuição de máscaras de gás. O serviço telefônico de assistência psicológica (Eran) também informa que houve um "aumento significativo" do número de chamadas nas últimas semanas, diretamente decorrente da crescente tensão na qual os habitantes de Israel se encontram.Embora o medo seja uma realidade, analistas preferem trabalhar apenas com probabilidades. Para o veterano jornalista Uri Avnery, acostumado a cobrir questões controversas do Oriente Médio, Israel "não ousará" atacar o Irã sem a concordância dos Estados Unidos; segundo ele, os rumores vazados pelo governo têm o objetivo de "amedrontar o público"."Netanyahu tem interesse em manter o público em um estado constante de medo", disse Avnery. "Desde que aumentaram os rumores sobre uma guerra iminente, os protestos sociais se esvaziaram, o governo aumentou os impostos e não se fala mais sobre a questão palestina", acrescentou.Já o analista Yossi Melman afirma que um ataque israelense contra o Irã antes das eleições americanas "poderia derrubar Obama". A crise econômica e diplomática que se criaria em decorrência de uma guerra entre Israel e o Irã teria consequências desastrosas para as chances de reeleição do atual presidente americano.Real ou não, a possibilidade de guerra em setembro ou outubro criou um clima de tensão. Muitos israelenses se perguntam como devem agir se tal guerra começar, pois o risco de um bombardeio seria grande. Não só do Irã, mas de seus aliados. Uma represália do Hezbollah, milícia xiita libanesa financiada e armada pelo governo iraniano, seria um desdobramento óbvio.Mas o medo não chegou a paralisar a população. Com o aumento dos rumores, crescem também iniciativas que tentam frear um possível conflito. Entre eles está um apelo aos pilotos responsáveis por bombardear o Irã. O apelo, assinado por centenas de israelenses, pede que eles se recusem a cumprir a ordem de atacar o país persa.Outra é uma campanha de israelenses e iranianos no Facebook. Vários internautas postaram fotos com os dizeres "não estou disposto a morrer em sua guerra". Centenas de pessoas também se manifestam diariamente em frente à casa do ministro da Defesa, Ehud Barak, no centro de Tel Aviv, com o slogan "Don't bomb, talk" ("não bombardeie, negocie").No entanto, Barak já deixou claro que considera os riscos de um ataque preventivo inferiores ao perigo de que o Irã tenha uma bomba atômica. "Se o Irã tiver armas nucleares, a situação será muito mais complexa, complicada e perigosa", disse.
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