A economia de Israel poderia perder US$ 42 bilhões em caso de uma declaração de guerra ao Irã devido ao programa nuclear desenvolvido por Teerã. A informação é de uma pesquisa do grupo BDI-Coface, divulgada nesta terça-feira.
De acordo com a entidade, o dano direto econômico chegaria a US$ 11 bilhões, o equivalente a 5,4% do PIB do Estado judeu em 2011. O país ainda perderia US$ 6 bilhões por ano em prejuízos indiretos decorrentes do confronto, o que poderia levar ao colapso de empresas.
O instituto baseou suas estimativas nas perdas econômicas obtidas pelo país durante os 32 dias da guerra com o Líbano, em que houve 0,5% de retração econômica no país durante o ano de 2006. Em virtude do confronto, Israel teve que gastar 1,3% do PIB na recuperação de infraestrutura e propriedades civis.
No documento final, o grupo BDI ainda diz que a guerra poderia chegar à área central do país, mais produtiva, em oposição ao conflito com o Líbano, que atingiu apenas a parte norte. Na semana passada, o diretor do Banco de Israel, Stanley Fischer, alertou para uma possível crise em caso de embate com o Irã.
ATAQUE
A pesquisa é liberada em meio a declarações de membros do governo israelense que preveem um ataque ao Irã ainda neste ano. Israel acusa Teerã de ser o responsável pelo terrorismo contra judeus e de planejar a construção de uma bomba atômica, o que o país persa nega.
Há duas semanas, os jornais israelenses aumentaram as especulações, dizendo que a guerra seria iminente.
"Se dependesse de Binyamin Netanyahu e Ehud Barak, um ataque militar israelense sobre as instalações nucleares do Irã aconteceria nos próximos meses de outono, antes da eleição de novembro nos Estados Unidos", afirmou o "Yedioth", em um artigo de seus dois comentaristas mais experientes.
Porta-vozes do primeiro-ministro Netanyahu e Barak recusaram-se a comentar.
O jornal disse que os líderes israelenses não conseguiram conquistar outros ministros de segurança para um ataque contra o Irã agora, dado os grandes obstáculos táticos e estratégicos que tal operação teria de enfrentar.
"O respeito que no passado formou uma aura em torno de primeiros-ministros e ministros da Defesa e ajudou a reunir uma maioria para decisões militares, se foi, não há mais", disse o jornal. "Ou as pessoas estão diferentes, ou a realidade é diferente."
Israel há muito tempo ameaça atacar o Irã, e considera uma ameaça mortal seus avanços nucleares.
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