quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Reino Unido deve retirar ameaça contra Equador, afirma chanceler 22/08/2012


O chanceler equatoriano, Ricardo Patiño, afirmou nesta segunda-feira (20) que o Reino Unido deverá retirar oficialmente a ameaça contra seu país de uma eventual invasão de sua Embaixada em Londres para prender Julian Assange.



Em uma entrevista dada em Quito transmitida pela televisão, Patiño assinalou que é indispensável um pronunciamento sobre esta situação por parte da Organização de Estados Americanos (OEA), depois das reuniões no fim de semana de dois blocos integracionistas da região.
No sábado e no domingo ocorrerem duas sessões extraordinárias, uma da União de Nações Sul-americanas (Unasul) e outra da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (ALBA), a fim de analisar a solicitação equatoriana de uma posição comum a respeito.
Ambos os fóruns emitiram um contundente apoio à defesa da soberania do Equador e em rejeição às advertências britânicas de invadir a sede diplomática para prender Assange com o argumento de extraditá-lo à Suécia.
No entanto, em Londres existem pronunciamentos de que o governo não concederá o salvo-conduto para que o fundador do Wikileaks abandone a Embaixada e viaje para o Equador, país que lhe concedeu asilo político no último dia 16.
"Acreditamos que, em um caso como este, é indispensável que tenha uma reação, não por nós, mas pela OEA, que reivindique por um país que está sendo ameaçado", expressou o ministro de Relações Exteriores deste país sul-americano.
Tais declarações de Patiño antecedem uma sessão convocada no seio da OEA, em Washington na próxima sexta-feira, para tratar o tema, a pedido do Equador e com o respaldo majoritário dos países membros.
O chanceler Patiño reiterou a abertura ao diálogo com o Reino Unido, mas insistiu que primeiro deve retirar oficialmente o comunicado enviado a seu governo, mensagem esta que contém uma ameaça de agressão à embaixada.
As autoridades britânicas alegaram que sua atuação estaria fundamentada em uma lei nacional que contradiz a Convenção de Viena de 1961 sobre as relações diplomáticas.
O Equador avalia a possibilidade de prosseguir as negociações na busca de uma saída à crise desatada pelo caso Assange e, não se encontrando uma reposta, então se iria a instâncias judiciais internacionais.
"Preferimos continuar com um trabalho de diálogo com a Grã-Bretanha. Recorrer à Corte Internacional de Justiça de Haia é o caminho que nos restaria depois", detalhou.
O governo equatoriano argumentou com 11 pontos suas razões para conceder o status de asilado ao jornalista australiano e depois de comprovar indícios de que este poderia ser extraditado da Suécia aos Estados Unidos, onde lhe esperaria inclusive a pena capital acusado de espionagem.
Tanto o presidente Rafael Correa como Patiño afirmaram que em nenhum momento do processo de diálogo nem Suécia nem o Reino Unido deram garantias de que não entregariam Assange aos Estados Unidos.
 Prensa Latina

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