A necessidade de capital dos bancos espanhóis calculada pela
consultoria Oliver Wyman é de cerca de 60 bilhões de euros, em linha com a
primeira auditoria feita em junho, disse neste sábado o ministro da Economia
espanhol, Luis de Guindos.
A cifra está longe dos 100 bilhões de euros oferecidos por uma
linha de crédito europeia para recapitalizar o sistema financeiro espanhol, uma
ajuda que o ministro disse destinar-se estritamente às necessidades bancárias.
Quanto a um possível pedido de resgate pela Espanha a seus
parceiros europeus, ele insistiu que o governo vai agir "sem pressa",
dizendo que apesar da situação difícil, a economia espanhola não havia
registrado "deterioração significativa" no terceiro trimestre em
comparação com o anterior.
É a primeira vez que o governo espanhol quantifica resultados de
um teste de estresse que será anunciado na próxima sexta-feira. Os resultados
destes testes em 14 principais bancos espanhóis vão servir de referência para
se verificar quais instituições financeiras necessitam de dinheiro europeu e
quanto.
De Guindos disse que esses recursos serão de uso estritamente dos
bancos e que não haverá excedentes, descartando que o governo espanhol possa
vir a usar o dinheiro para estabilizar a economia.Sobre a especulação persistente de negociações entre Madrid e
Bruxelas de um resgate soberano, o ministro espanhol recordou a declaração dada
na sexta-feira pelo ministro das Finanças da Alemanha de que a Espanha não
precisa de um resgate, e reiterou o compromisso do governo espanhol em reduzir
o déficit público e reformar sua economia."Estamos a tratar disso, essa é a prioridade. Isto não é
sobre o resgate de Espanha, em última análise é o futuro do projeto do euro, é
um projecto para todos. A Espanha vai fazer tudo o que tem que fazer, sem
pressa", disse.Sobre a evolução da economia espanhola, cujo produto interno bruto
caiu 0,4% no segundo trimestre em comparação com uma contração de 0,3% no
trimestre anterior, De Guindos disse que o número do terceiro trimestre
"não foi significativamente pior do que o do segundo trimestre."
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