terça-feira, 4 de setembro de 2012

Folha de SP: EUA se afastam de ataque ao Irã, diz jornal 04/09/2012


Segundo "Yediot Ahronot", Washington informou a Teerã que não apoiará Israel em ação; Casa Branca não comenta

Falta de empatia entre o presidente dos EUA e o premiê israelense atrapalha ainda mais relação entre países

Os EUA enviaram secretamente mensagem ao Irã assegurando que não apoiarão um ataque israelense às instalações nucleares iranianas.

Em troca, Washington espera que os interesses norte-americanos no golfo Pérsico sejam poupados de uma retaliação militar de Teerã.

A suposta oferta foi manchete ontem do "Yediot Ahronot", o jornal mais lido de Israel, levando muitos a se perguntar se é o fundo do poço na relação com o tradicional aliado americano.

O governo israelense minimizou a notícia e colocou em dúvida sua veracidade.

Mas, enquanto Israel fala abertamente de um ataque ao Irã e os EUA se afastam da ideia, as diferenças tornaram-se públicas durante a campanha presidencial americana.

A falta de empatia entre o presidente dos EUA, Barack Obama, e o premiê israelense, Binyamin Netanyahu, acrescenta um tom pessoal à crise de confiança.

A clara preferência de Netanyahu por Mitt Romney, o republicano que disputa a Presidência com Obama, reforça a animosidade.

Mesmo com o histórico de atritos, a ideia de um acordo entre o principal aliado e seu maior inimigo parece difícil de acreditar para o governo de Israel. Segundo o "Yediot Ahronot", a mensagem dos EUA foi encaminhada ao Irã por intermédio de dois países europeus.

"Não é lógico", disse à Folha o porta-voz do ministério do Exterior de Israel, Yigal Palmor. "Os americanos não precisam dos europeus para passar a mensagem ao Irã."

O governo americano, em dia de feriado nacional, não reagiu. Mesmo que o contato com os iranianos não tenha ocorrido, os EUA não escondem sua insatisfação com a retórica israelense.

Na última semana, o chefe das Forças Armadas dos EUA, Martin E. Dempsey, disse que um ataque israelense pode atrasar, mas não destruir o programa nuclear iraniano. Foi além: disse que não queria ser "cúmplice" de um ataque israelense.

As promessas do Irã de que seu programa só tem fins pacíficos não convencem o governo de Israel. O último relatório da Agência Internacional de Energia Atômica apontou um aumento no número de centrífugas numa instalação subterrânea, aumentando a preocupação de Israel.

Segundo o "New York Times", para deter o ímpeto de Israel, os EUA planejam uma série de medidas para pressionar o Irã, como exercícios militares, mais sanções sobre o petróleo e um discurso mais firme de Obama.

O Informante comenta a notícia: Diferentemente do que o Yigal Palmor disse, os EUA precisam sim dos europeus para mandarem uma mensagem para Teerã. Fizeram isso por anos, afinal os EUA não têm representação diplomática no Irã. Para se ter uma ideia, é um país europeu (que eu não me recordo qual) é quem toma conta dos interesses americanos no Irã. Parece que as pessoas que acompanham o blog e que odeiam o Irã não verão os EUA atacarem o Irã. E outro não verá os reatores iranianos irem pelos ares como o reator de Osirak e o reator sírio.

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