Dados preliminares divulgados
pela comissão eleitoral de Angola indicam que o presidente José Eduardo
dos Santos, do MPLA (Movimento Popular para a Libertação de Angola),
confirmou seu favoritismo e se elegeu para um novo mandato de cinco
anos.
Às 17h30 locais (13h30 de Brasília), com cerca
de 70% das urnas apuradas, Dos Santos tinha 74% dos votos e já não podia
mais ser alcançado pelo segundo colocado, Isaías Samakuva, da Unita
(União Nacional para a Independência Total de Angola), com 18%.A Casa-CE (Convergência Ampla para a Salvação de Angola – Coligação Eleitoral), partido fundado há quatro meses após um racha na Unita, ocupava a terceira posição, com 5%.
Na eleição, nove partidos concorreram com listas fechadas de candidatos.
O primeiro da lista do partido mais votado se tornará presidente, e a proporção dos votos determinará a composição da Assembleia Nacional.
A ampla vantagem do MPLA em algumas províncias gerou críticas entre ativistas contrários ao governo, que denunciaram a ocorrência de fraudes.
No Cunene, região sul do país, a sigla obtinha mais de 90% dos votos, contra 5% da Unita. Em dois municípios da província (Cahama e e Curoca), o MPLA recebeu mais de 96% dos votos.
“Que democracia é esta? Onde já se viu um partido vencer com 91% numa província?”, questionou, no Facebook, o grupo Rádio Cultura Angolana.
Até a véspera da eleição, a oposição buscava adiar o pleito, alegando que não havia garantias de que o processo seria transparente. A Comissão Nacional Eleitoral (CNE), no entanto, rejeitou o pedido.
Na sexta-feira, o líder da Unita, Isaías Samakuva, disse que tentaria anular as eleições na Justiça.
Embora as parciais já indiquem uma vitória com grande margem para o MPLA, o partido deverá ter desempenho pior que na última eleição, em 2008, quando obteve 82% dos votos.
À época, a Unita afirmou que houve fraude e ameaçou tentar anular o resultado judicialmente, mas acabou por reconhecer a derrota.
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