Antes de serem aprovadas, medidas serão discutidas e votadas pelo Parlamento grego
O primeiro-ministro da Grécia, Antonis Samaras, anunciou nesta terça-feira (30/10) que o governo chegou a um acordo com representantes da Troika (grupo formado por Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu) para um corte orçamental de 13,5 bilhões de euros para 2013. Resta agora aprovar as medidas internamente, em uma votação no Parlamento que será apresentada na quarta-feira e votada na próxima semana. As informações são da agência de notícias France Presse.
Com o acordo, o país receberá do grupo um aporte de 31,5 bilhões de euros, utilizado para o rolamento da dívida soberana do país. Segundo Samaras, sem essa quantia, o estado grego não terá dinheiro para ir "além do final de novembro".
As negociações duraram quatro meses e, segundo fontes governamentais, a Troika teria aceitado algumas sugestões do governo para apaziguar as medidas de austeridade, que têm causado cortes no funcionalismo público, queda de investimentos e desemprego.
Em comunicado, Samaras diz que a Grécia foi até a "exaustão de todos os limites de pressão e tempo" para finalizar as negociações, e congratulou-se por "melhoras significativas feitas até ao último momento". Samaras pressionou o Parlamento para aprovar a medida pois, segundo ele, isso garantiria a presença do país na zona euro.
A reforma trabalhista, que prevê uma série de perdas de direitos dos trabalhadores, será apresentada no Parlamento na segunda-feira. O exame detalhado das medidas acordadas entre o governo grego e a Troika está reservada para a próxima reunião formal do eurogrupo, em 12 de novembro.
Crise interna
Há uma pequena possibilidade de a proposta não ser aprovada no Parlamento. O governo de Antonis Samaras é liderado pelo partido conservador Nova Democracia, em aliança com duas legendas de centro-esquerda: o tradicional rival Pasok (Partido Socialista Pan-helênico) e o recém-formado Dimar (Esquerda Democrática). O líder do Dimar, Fotis Kouvelis, adiantou em entrevista a uma rádio local que seu partido "não concorda com o novo acordo" e que sua formação política "lutou pela manutenção das leis trabalhistas apresentando argumentos específicos para proteger direitos que já estavam enfraquecidos".
Ainda assim, abriu espaço para diálogo e compromisso, garantindo que o seu partido "quer verdadeiramente que haja coesão no governo e não deseja uma crise política ou governamental".
No entanto, o possível veto do Dimar não seria um obstáculo para barrar a aprovação do acordo. O governo soma 176 representantes, bem mais do que os 151 necessários para aprovar as alterações orçamentárias. Sem os 16 membros do Dimar, o acordo entre Troika e governo seria aprovado com 160 votos (127 do ND e 33 do Pasok). Para que ele seja recusado, precisaria contar com 13 votos contrários do Pasok.
Segundo o Athens News, o ministro das Finanças, Yannis Stournaras, do Pasok, tem pressionado deputados do partido anão oferecerem resistência – principalmente em relação ao projeto de privatizações.
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