Jornalistas de SP impedem demissões no JT que deixará de circular
Na tarde desta segunda-feira, o Grupo Estado tornou oficial o fechamento do jornal Tarde, no qual trabalham hoje 44 jornalistas. A última edição circula em 31 de outubro, e na terça-feira (30) é o último dia de trabalho da redação. A reação dos jornalistas do JT, em conjunto com o sindicato da categoria, desde que a informação sobre o fim do jornal vazou há duas semanas, conseguiu barrar as demissões por um período de um mês, para que haja uma negociação entre as partes.
Representantes do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) e do Grupo Estado reuniram-se em audiência no Tribunal Regional do Trabalho nesta segunda-feira, e, ao final, foi fechado um acordo prevendo:
- estabilidade no emprego para todos os jornalistas do Grupo Estado até o final de novembro;
- constituição de uma Comissão de Negociação composta de três representantes de cada lado, além dos diretores do Sindicato, que vai negociar a situação de todos os trabalhadores neste prazo de um mês;
- autorização para realizar uma assembleia com os jornalistas dentro da empresa, nesta segunda-feira, às 17h.
Na audiência, a bancada do Sindicato foi composta pelo presidente, Guto Camargo, o diretor jurídico, Paulo Zocchi, e os advogados Raphael Maia e Vagner Patini. A audiência foi também acompanhada pela presença de mais de dez jornalistas do JT.
Os representantes do SJSP defenderam que não houvesse nenhuma demissão, com o aproveitamento de todos os jornalistas do JT em outras funções jornalísticas no grupo – na redação do Estadão, na Agência Estado ou no portal. Propuseram ainda a estabilidade por três meses, para que houvesse prazo para a negociação.
A empresa deu prosseguimento, na mesa, à falta de respeito com a qual tem se portado em relação aos jornalistas. Comunicou, pela primeira vez, que a redação seria fechada no dia seguinte, e disse que, dos jornalistas, pretendia demitir até 25 (a redação do Jornal da Tarde tem hoje 41 jornalistas contratados, além de três PJs). Afirmou que pretendia abrir um prazo de negociação de quatro dias, até sexta-feira.
A juíza reagiu à postura da emprensa, deixando claro que era absurda a ideia de “negociação” em quatro dias. O Sindicato destacou que, caso os jornalistas não houvessem descoberto os planos da empresa, não haveria sequer negociação, no que dependesse da vontade patronal. Apenas um facão.
A representante do Ministério Público, então, afirmou que já emitira sua opinião a favor do reaproveitamento no Grupo Estado de todos os jornalistas do JT, com nenhuma demissão. Ponto para os trabalhadores.
Por fim, os representantes do Sindicato levantaram a situação dos três PJs, pedindo as mesmas garantias. A representante do Ministério Público, então, se dispôs a entrar imediatamente com uma acusação contra o Grupo, por fraude nas relações de trabalho. Ao final da audiência, os jornalistas fizeram uma rápida reunião para encaminhar os próximos passos: a realização de assembleia no Grupo Estado e os passos necessários para constituir a Comissão de Negociação.
Fonte: Sindicato dos Jornalistas de São Paulo
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