Da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), do Ministério de Minas e Energia
Ao contrário do que ficou subtendido na matéria ‘Brasil se prepara
para entrar na mineração submarina’, publicada em O Globo, e republicada
no Blog Luis Nassif, nesta manhã, o país realiza pesquisas avançadas na
área de geologia marinha, conforme nota divulgada abaixo, a pedido da
CPRM.
Pesquisas em geologia marinha estão muito avançadas*
A
Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), empresa pública
vinculada ao Ministério de Minas e Energia, desenvolve há cerca de três
anos um dos mais ousados programas de pesquisa geológica marinha, tanto
em área internacional do Atlântico Sul quanto em nossa plataforma
continental jurídica.
Por meio desse programa, executado com
recursos do PAC, foi realizada em 2011 a primeira expedição de um país
da América do Sul a águas internacionais, objetivando o levantamento de
dados sobre a evolução geológica e o potencial mineral da região (no
caso o Alto do Rio Grande, que se situa a mais de 1.500 km da costa
brasileira). Este programa, vem sendo desenvolvido não só com a
participação de pesquisadores da própria CPRM, mas também, de outras
instituições de pesquisa brasileiras.
“Esses estudos, que
realizaram levantamentos do assoalho oceânico e amostragem (dragagem),
tem sido importantes para definir a estratégia brasileira, qual seja,
requerer junto à ISBA (International Sea Bed Authority), órgão das
Nações Unidas, permissão para realizar pesquisa mineral na região. Além
do caráter estratégico, essa iniciativa brasileira traz em seu bojo a
formação de recursos humanos e o desenvolvimento tecnológico”, informa
Roberto Ventura, diretor de Geologia e Recursos Minerais da CPRM.
Além
do Alto do Rio Grande, a CPRM tem realizado também estudos na dorsal
oceânica ao Norte do Arquipélago São Pedro-São Paulo. No Alto do Rio
Grande já foram realizadas sete expedições, cujo objetivo é levantar
dados sobre a geologia e o potencial mineral da área para crostas de
ferro, manganês e cobalto. Na região da Dorsal Oceânica, foram
realizadas duas expedições e será realizada mais uma agora em novembro.
Nesta área o potencial mineral é para mineralizações sulfetadas (Cu, Ni,
Zn etc)..
“A área internacional do Atlântico Sul em sido alvo de
pesquisas e estudos por parte de outros países, como Rússia, França,
Korea e China, tendo os dois primeiros já requerido autorização para
pesquisa mineral na região junto à ISBA”, enfatiza Ventura.
*Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais-CPRM
Ministério de Minas e Energia
...
Do O Globo
Brasil se prepara para entrar na mineração submarina
Acordo entre governo, Vale e Petrobras prevê compra de novo navio de pesquisas oceânica
RIO - O Brasil se prepara para entrar no promissor campo da mineração
submarina. O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), a
Petrobras, a Marinha e a Vale assinaram acordo de cooperação para
aquisição de um navio de pesquisas oceanográficas no valor de R$ 162
milhões. A embarcação, considerada uma das mais modernas do tipo no
mundo, está em construção em um estaleiro de Cingapura e permitirá o
levantamento de informações detalhadas sobre os recursos minerais e
biológicos da chamada Amazônia Azul, a zona econômica exclusiva do mar
territorial brasileiro que cobre 3,6 milhões de quilômetros quadrados.
Nos últimos anos, tem crescido o interesse de países e empresas ao
redor do mundo nos vastos depósitos de metais preciosos e outros
minérios no leito dos oceanos. Graças a avanços nos conhecimentos sobre a
geologia marinha, centenas de veios de ouro, prata, cobre, cobalto,
chumbo e zinco avaliados em trilhões de dólares já foram identificados
no fundo do mar.
— A aquisição desse navio vai oferecer instrumentos para a mais
detalhada análise do potencial da costa atlântica do país em relação aos
recursos minerais — destacou Murilo Ferreira, presidente da Vale, na
cerimônia de assinatura do acordo. — Este trabalho em parceria com o
MCTI, Marinha e Petrobras permite compartilhar custos, riscos e
estabelecer uma ação estratégica para todos os envolvidos.
Segundo a coordenadora-geral para Mar e Antártica do ministério,
Janice Trotte, atualmente os pesquisadores brasileiros precisam atuar em
navios estrangeiros no Atlântico Sul pela falta de uma plataforma de
pesquisa adequada e a nova embarcação vai permitir que o país faça
explorações mais aprofundadas do leito oceânico em busca de metais e
materiais preciosos.
— Nos mantínhamos em um patamar atrás por não dispor de uma
plataforma de infraestrutura embarcada para chegar a esse tipo de
exploração — contou. — Já temos conhecimento de rochas cobaltíferas e
fosforitas e diversos outros recursos minerais muito valorizados no
mercado internacional. Temos esta fronteira a desbravar, jamais
desenvolvida em nosso país.
Hoje, o Brasil conta com apenas dois navios para pesquisas
oceanográficas de longo alcance: o Cruzeiro do Sul, vinculado à Marinha;
e o Alpha Crucis, da USP. A nova embarcação de 78 metros de comprimento
poderá acomodar 146 pessoas, sendo de 40 a 60 pesquisadores, terá três
laboratórios e um robô com capacidade de coletar amostras no leito
oceânico a até cinco mil metros de profundidade. Seu custo será dividido
entre o MCTI e a Marinha (R$ 27 milhões cada), Vale (R$ 38 milhões) e
Petrobras (R$ 70 milhões).
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