Fundador do site, Julian Assange, pede a ativistas de direitos humanos que avaliem o material
O site Wikileaks anunciou nesta quinta-feira (25/10) que iniciará nas
próximas horas a divulgação do que afirma serem mais de uma centena de
documentos confidenciais ou restritos vazados do Departamento de Defesa
dos EUA sobre as políticas de detenção militar realizadas ao longo da
última década. De acordo com um comunicado emitido pelo site da organização,
até o final de novembro, o site pretende divulgar a série de
documentos, intitulada “Política para os Detidos”, em ordem cronológica.
Reprodução
O jornalista australiano Julian Assange, fundador do Wikileaks, que se encontra detido na Embaixada do Equador em Londres
A organização assegura que os documentos incluem manuais de
interrogatório e procedimentos rotineiros em centros de detenção
militares em Guantánamo (Cuba), Abu Ghraib e Bucca (Iraque), além de
bases na Europa.
Vários documentos de 2004, 2005 e 2008 relatam os procedimentos por
trás dos interrogatórios dos presos. Segundo o Wikileaks, a violência
física direta estava proibida porque a política de aterrorizar os
detentos durantes os interrogatórios, combinada com a destruição de
provas, permitiram abusos e impunidade.
No comunicado, o Wikileaks diz que a série mostra "o aparecimento de um
buraco negro sobre o qual as leis e os direitos não se aplicam, onde
pessoas podem ser detidas sem deixar rastros, conforme for conveniente
para o Departamento da Defesa". "[Os documentos] mostram os excessos dos
primeiros dias de guerra [contra o terror, iniciada após os ataques de
11 de Setembro aos EUA] contra um 'inimigo' desconhecido e como essas
políticas amadureceram e evoluíram".Para Assange, onze anos após os ataques,os EUA continuam em um”estado de exceção”.
"Guantánamo se converteu em um símbolo dos abusos sistemáticos dos direitos humanos no Ocidente por uma boa razão", disse o jornalista australiano.
“Como é possível que o Wikileaks mostre os procedimentos empregados em Guantánamo durante três anos e os demais meios de comunicação do mundo não publiquem nada?” perguntou Assange, que fez um pedido aos ativistas de direitos humanos que avaliem o material.
Opera Mundi
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