Enviado pelo
pessoal da Vila Vudu
Entreouvido na
Vila Vudu: “Como se aprende
aí, não é de hoje que Tarso Genro obra para atrasar o avanço do
comunismo...” [pano rápido]
“Marx e Engels não
inventaram o comunismo, mas as lutas revolucionárias do pós-1830 contra o
capitalismo levaram os maiores intelectuais, do que viria a ser a filosofia da
práxis, para dentro de seu movimento, com certa ajuda prática do alfaiate
Wilhelm Weitling e teórica de Moses Hess, como bem disse Hobsbawm [3], mais ainda a “Liga dos Justos”
transformada em Liga dos Comunistas,
quando Marx e Engels “estavam nos cueiros” produzidos pelas tecelãs e operários
fabris”.
Em primeiro lugar,
estou preocupado com os usos e abusos da História, tanto na sociedade como na
política, e com a compreensão, e
espero, transformação do mundo.
(Eric Hobsbawm,
em Sobre
História)
Eric Hobsbawm |
Primeiro de
outubro de 2012, cerca de oito horas da manhã, recebo a notícia da morte de Eric
Hobsbawm.
A sensação é como
se algo muito importante fosse arrancado do cérebro, uma espécie de vazio
intelectual. Ainda impactado, menos de uma hora depois escrevi a seguinte
mensagem repassada às minhas listas de correio eletrônico:
Quem de nós? Quem
de nós não leu afoitamente alguma outra obra deste grande historiador do século
XX? A Era dos Extremos? A Era dos
Impérios? A Era do Capital? A Era das Revoluções? Mundos do Trabalho? Os
Trabalhadores? Sobre História? Como Mudar o Mundo – Marx e o Marxismo! Quem
de nós não se encantou com a sua forma de narrar a História? Quem de nós não
discordou ou concordou com alguma “sacada” teórica deste alexandrino,
historiador do mundo? Para nós da História Social do Trabalho, aprendemos mais
sobre os trabalhadores e o mundo do trabalho com Eric Hobsbawm! Para nós de
Teoria da História, aprendemos muito com o “que a História tem a nos dizer sobre
o mundo contemporâneo”, como ele escreveu no título de um dos seus artigos!
Hobsbawm se foi, breve como o seu século XX.
Queria que meus
alunos de “Teoria da História”, que estudam comigo os trabalhos de Hobsbawm,
desde 1995, compartilhassem mais uma vez algo que tenho a dizer sobre ele e essa
dialética entre o “tempo longo” e o “tempo breve”.
Eu o vi pela
primeira vez em Porto Alegre, no início da década de 1990, no lotado “Auditório
Dante Barone” da Assembléia Legislativa – palestrando em um português fluente –
num Seminário sobre a Polis. No final, como autênticos tietes, eu e a
historiadora Glaucia Konrad fomos pedir um autógrafo em A Era das Revoluções e A Era dos Impérios. Ao nos
aproximarmos, ao final da conferência, parecia que o século XX estava à nossa
frente. Ao ver os livros, o coordenador da mesa, Tarso Genro, disse que Hobsbawm
estava muito cansado. Dissemos, porém, que só aceitaríamos ouvir isto dele. O
historiador marxista, no entanto, foi extremamente gentil. Os livros continuam
bem guardados … e com as honrosas dedicatórias.
Nesta passagem
pela capital do Rio Grande do Sul, Hobsbawm teria ido ao Beira-Rio, acompanhado
de um conselheiro do Internacional, Olívio Dutra. Falando da história de nosso
time, o ex-prefeito e futuro governador teria reforçado a lenda sobre a origem
do nome do Colorado, “fundado” por militantes anarquistas e homenageado em
relação à organização mundial dos trabalhadores, formada por Karl Marx e outros
em 1864. Hobsbawm teria dito: “Então, aqui em Porto Alegre, torço para o
Internacional”.
Seria bom que esta
invenção repetida por muitos torcedores colorados fosse verdade! Ao menos,
em relação a
Hobsbawm, seria uma referência da história do presente a um dos
movimentos que ele tanto pesquisou, a relação dos trabalhadores com o futebol.
Infelizmente, trata-se de uma “lenda urbana” para muitos dos rio-grandenses
colorados como eu. Na introdução de um livro clássico, organizado com Terence
Ranger, Hobsbawm afirmou que “não há lugar nem tempo investigado pelos
historiadores onde não haja ocorrido a ‘invenção’ de tradições”. Ao menos me
consola que Hobsbawm tenha dito também que o “estudo das invenções das tradições
é INTERdisciplinar”. [1]
Como historiador
em formação na década de 1980 deveria ter começado como muitos, lendo Hobsbawm
pela sua trilogia das Eras, que se tornaria tetra após a Queda do Muro de Berlim
e o fim da União Soviética. Não! Como pretenso marxista, comecei pelos volumes
de História do Marxismo,
gentilmente cedidos por meus mestres da graduação em História, Anamaria e Luiz
Carlos Rodrigues. Quando fui presenteado por eles com um dos volumes, iniciei a
saga para ter todos os outros organizados por Hobsbawm e lançados no Brasil pela
Paz e Terra. Era como um adolescente dos dias de hoje à procura de Harry Potter ou O senhor dos anéis, e como estes, um
leitor voraz do que ia chegando às minhas mãos, no tempo em que comprávamos com
sacrifício qualquer livro por mais de mil e poucos cruzeiros.
Em História do
Marxismo, aprendi com Hobsbawm, que o
marxismo foi a “escola teórica que teve a maior influência prática (e as mais
profundas raízes práticas) na história do mundo moderno”, além de ser um “método
para, ao mesmo tempo, interpretar e mudar o mundo” [2], na mais profunda concepção já dita
antes por Marx na décima primeira tese contra Feuerbach.
Numa academia
essencialmente conservadora e oriunda da Ditadura, para quem como eu começou a
graduação em 1985, as obras de Hobsbawm, como de Perry Anderson, Edgar Carone,
Nelson Werneck Sodré, Caio Prado Jr. e poucos outros, eram ilhas para nossos
combates pela História com H maiúsculo, para nossa militância estudantil e
política. Enquanto os reacionários diziam que foram Marx e Engels que
“inventaram” o comunismo e que este não passava de uma teoria equivocada e uma
prática pior ainda, descobri com Hobsbawm que eles “chegaram relativamente tarde
ao comunismo. Engels declarou-se comunista no fim de 1842, enquanto Marx
provavelmente só o fez na segunda metade de 1843, após um acerto de contas mais
complexo e prolongado com o liberalismo e a filosofia hegeliana”. Até hoje digo
isso para meus alunos de Teoria da História: diferente do que muitos afirmam,
Marx e Engels não inventaram o comunismo, mas as lutas revolucionárias do
pós-1830 contra o capitalismo levaram os maiores intelectuais, do que viria a
ser a filosofia da práxis, para dentro de seu movimento, com certa ajuda prática
do alfaiate Wilhelm Weitling e teórica de Moses Hess, como bem disse Hobsbawm
[3], mais ainda a “Liga dos Justos” transformada em Liga dos Comunistas,
quando Marx e Engels “estavam nos cueiros” produzidos pelas tecelãs e operários
fabris. O Manifesto do Partido Comunista, escrito a quatro mãos, a pedido da
Liga, coroaria Marx e Engels no movimento que na teoria receberia o nome de
marxismo e na política de comunismo.
Foi esta práxis
que me levou a estudar o que Hobsbawm chamou mundos do trabalho. Queria saber no
rincão que adotara, Santa Maria, a história dos trabalhadores. Com Glaucia, em 1987,
começamos a pesquisar a greve de 1917 e os trabalhadores ferroviários, nosso
exemplo local de proletariado de lutas. Não paramos mais, sempre com a
historiografia de Hobsbawm presente, especialmente intrigado pelas suas
provocações, e as de Georges Rudé em Capitão Swing, no qual Hobsbawm aborda os
“fracassos” dos levantes sociais, se contrapondo a visões que apenas entendem o
processo histórico como “realização negativa”. Ali, o historiador inglês defende
a idéia de “fracasso não previsto”. Isto é, se alguém já soubesse da derrota
previamente, tenderia a não entrar em uma luta. Um sábio ensinamento
aos movimentos sociais e políticos revolucionários da atualidade, dado pelos
trabalhadores ingleses que fizeram as revoltas rurais do início do século XIX,
resgatados pela pesquisa do historiador no que chamou de “sucesso inesperado e
imprevisível” [4], uma espécie de “a
luta continua, companheiro!”.
Com Hobsbawm, vi
que seria impensável ver a história local ou regional como se não fosse parte do
processo histórico universal. Mais tarde veria que isso também veio de Marx e
Engels. Assim, estudar os trabalhadores significava estudar uma classe e “a
relação entre a situação em que tais classes se encontram na sociedade e a
‘consciência’, os modos de vida e os movimentos que elas geraram”. Estudar e
compreender as classes não teria sentido se não também não entendêssemos que “a
história de qualquer classe não pode ser escrita se a isolarmos de outras
classes, dos Estados, instituições e ideias que fornecem sua estrutura, sua
herança”. [5]
Antes disso, com
os ensaios de Os Trabalhadores já
havíamos visto com Hobsbawm que a história das “classes trabalhadoras” ia muito
além de suas organizações e movimentos trabalhistas, quando o historiador
estudou seus padrões de vida, a situação e as condições de trabalho nas
fábricas, os costumes, os salários, a carga de trabalho e as tradições do “mundo
do trabalho”. Mas, diferente de certos modismos culturalistas da história do
trabalho, Hobsbawm nunca abandonou os movimentos e organizações dos
trabalhadores, desde as revoltas camponesas, os “rebeldes primitivos” e os
“bandidos”, passando pelos destruidores de máquinas, os sindicatos de
trabalhadores e seus partidos políticos. [6]
Quase um século
depois, bem o sabemos, Hobsbawm começaria a conhecer profundamente o processo
histórico do que ele chamou de mundo moderno e contemporâneo, a sociedade
burguesa, juntamente com as obras de Marx e Engels, elaboradas a partir do
século XIX, e as lutas dos trabalhadores desde então, seja de resistência ao
capital, seja pela revolução comunista.
Pois, quis a
História, que Hobsbawm nascesse no ano da Revolução Soviética, um ano antes do
centenário de Marx. Quis a História que Eric Hobsbawm se tornasse marxista e
comunista, reconhecido em sua morte até pela mídia burguesa como um dos maiores
intelectuais do século XX.
E não foram poucos
os seus projetos. O que extrapolou o mundo da academia sintetizou, numa das mais
profundas reflexões dialéticas do materialismo histórico, o entendimento do que
chamamos tradicionalmente de mundo contemporâneo, de 1789 para cá. Nos títulos
dos quatro volumes está implícito o verdadeiro intento de Hobsbawm, como bom
marxista que era: entender o tempo das revoluções burguesas e o nascimento das
lutas pelo socialismo; compreender a consolidação do capitalismo e, assim como
Lênin, a sua fase superior, o imperialismo; estudar a essência da luta de
classes no século XX, entre as crises do capitalismo e as primeiras experiências
do socialismo, nos tempo dos extremos. Traduzido em mais de quarenta línguas,
com em História Social do Jazz, sua escrita ganhou milhões de leitores,
admiradores e seguidores, ávidos por qualquer obra sua lançada a público.
Hobsbawm sempre
teve opinião e sobre quase tudo. E dentro do marxismo, mesmo quando debatia com
seus interlocutores sobre o que disse Marx e o que ele e eles achavam que Marx
teria dito, nos ensinava que se Marx disse algo, mais importante seria os que os
marxistas de hoje devem dizer sobre o mundo e buscar em Marx seus erros e
acertos. De certa forma, no artigo “A estrutura d’O Capital”, estabelecendo
diálogo crítico com Althusser, escrito em 1966, no auge da influência deste
filósofo pela Europa, Hobsbawm reforçou este ensinamento. [7] Em outro artigo, entretanto,
Hobsbawm disse o fundamental sobre Marx: “Marx continua a ser a base essencial
de todo estudo adequado de história, porque – até agora – apenas ele tentou
formular uma abordagem metodológica da história como um todo, e considerar e
explicar todo o processo da evolução social humana”. [8]
Recentemente, ao
se pronunciar sobre a “primavera árabe”, comparando-a com as revoluções de 1848,
tomei a liberdade, sempre temerosa, de criticá-lo sobre o que chamei de seu
“desencanto” com o proletariado e o que Hobsbawm chamou de “esquerda
tradicional”. Ali, disse que “Hobsbawm, pelas contribuições que já deu ao
desenvolvimento da historiografia e na defesa do próprio marxismo, talvez mereça
cada vez mais dos marxistas de hoje o que Marx e Engels fizeram com Bruno Bauer
e consortes, uma crítica da crítica crítica, ou seja, uma síntese arrojada de
sua obra para ver suas contribuições e seus limites”. [9] E, não tenhamos dúvida, ela foi
grandiosa, me fazendo sempre lembrar de sua Estratégias para uma esquerda
racional e a terceira parte da obra que ele chamou de recomeço. [10]
Seu último livro
lançado no Brasil, em 2011, Como Mudar o Mundo. Marx e o Marxismo, 1840-2011,
foi logo devorado por mim, com novos ensinamentos para prosseguir com Marx e o
marxismo. Entre eles, ao escrever sobre o longo século XX e o trabalho,
analisando as experiências socialistas, a crise atual do capitalismo e os
defensores deste modo de produção e sua ideologia, Hobsbawm asseverou:
Paradoxalmente, ambos os lados têm
interesse em voltar a um importante pensador cuja essência é a crítica do
capitalismo e dos economistas que não perceberam aonde levaria a globalização
capitalista, como ele [MARX] previra em 1848. (…) Mais uma vez, fica patente
que, mesmo no intervalo entre grandes crises, o ‘mercado’ não tem nenhuma
resposta para o principal problema com que se defronta o século XXI: o fato de
que o crescimento econômico ilimitado e cada vez mais tecnológico, em busca de
lucros insustentáveis, produz riqueza global, mas às custas de um fator de
produção cada vez mais dispensável, o trabalho humano, e, talvez convenha
acrescentar, dos recursos naturais do planeta. O liberalismo econômico e o
liberalismo político, sozinhos ou combinados, não conseguem oferecer uma solução
para os problemas do século XXI. Mais uma vez chegou a hora de levar Marx a
sério. [11]
Quis também a
História que Hobsbawm partisse no ano de criação de nosso blog marxismo21. Como
o grande historiador que nos deixou, continuaremos levando Marx a sério, muito a
sério.
Valeu Eric John Ernest Hobsbawm!
___________________________
Notas ao texto:
Diorge Alceno Konrad** |
*Este artigo é
também uma homenagem a alguns mestres e orientadores que me fizeram conhecer
melhor o grande historiador; em especial Anamaria Lopes
Rodrigues e Luiz Carlos Bonotto Rodrigues, da UFSM; igualmente,
Michael Mcdonald Hall (cheers, Michael!), da UNICAMP. Todos eles que me
auxiliaram na passagem do século XX ao XXI, assim como Hobsbawm, acompanhado da
sua reflexão historiográfica e na defesa de sua visão de História.
**Professor Adjunto
do Departamento e do Programa de Pós-Graduação em História da UFSM, Doutor em
História Social do Trabalho pela UNICAMP.
[1] Cf. HOBSBAWM,
Eric. Introdução. In. HOBSBAWM, Eric; RANGER, Terence (orgs.). A invenção das
tradições. 2 ed. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 1997, p. 12 e 23. Inter em caixa alta é uma “licença
poética” do autor.
[2] Ver HOBSBAWM,
Eric (org.). Prefácio. História do
marxismo. O marxismo no tempo de Marx. Vol. 1. 3 ed. Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 1983, p. 12.
[3] HOBSBAWM, Eric.
Marx, Engels e o socialismo pré-marxiano. In. ________ (org.). Prefácio. História do marxismo. O marxismo no tempo
de Marx. Vol. 1. 3 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983, p. 33.
[4] Cf. HOBSBAWM,
Eric. Conseqüências. In. HOBSBAWM, Eric J.; RUDÉ, George. Capitão Swing: a expansão Capitalista e
as revoltas rurais na Inglaterra no início do século XIX. Rio de Janeiro:
Francisco
Alves, 1982, p. 279.
[5] HOBSBAWM, Eric
(org.). Prefácio. In. ________.Mundos do trabalho. Novos estudos sobre
história operária. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2000, p. 11-12.
[6] Ver estas
temáticas no Sumário e nos respectivos artigos de Os trabalhadores: Estudos
sobre a história do operariado. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981. Cf. também
Rebeldes primitivos. Estudo sobre as formas arcaicas dos movimentos sociais nos
séculos XIX e XX. Rio de Janeiro: Zahar, 1970; Bandidos. 2 ed. Rio de Janeiro:
Forense Universitária, 1976.
[7] HOBSBAWM, Eric. A
estrutura d’O Capital. In. HOBSBAWM, Eric J. Revolucionários. Ensaios
contemporâneos. 3 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2003, p. 146-155.
[8] HOBSBAWM, Eric.
Marx e a História. In. ________.Sobre História. São Paulo: Companhia das
Letras, 1998.
[9] Cf. KONRAD,
Diorge Alceno Konrad. Necessária
Crítica da Crítica Crítica a Eric Hobsbawm. In. Portal Vermelho.
Publicado em 31 de dez. de 2011. Acesso em: 2 out. 2012.
[10] HOBSBAWM,
Eric. Estratégias para uma esquerda
racional, Escritos políticos, 1977-1988. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1991.
[11] Ver: HOBSBAWM,
Eric. Marx e o trabalhismo: o longo século. In. ________. Como Mudar o Mundo. Marx e o
Marxismo, 1840-2011. São Paulo: Companhia das Letras, 2011, p.
375.
Leia
mais sobre Eric Hobsbawn (em
português):
- 16/6/2011, redecastorphoto, em: “Marxismo hoje: Beppe Grilo entrevista Hobsbawm, 94”
- 23/12/2011, redecastorphoto, entrevista a Andrew Whitehead, em: Eric Hobsbawm sobre 2011: “Fez-me lembrar 1848...”
- 10/3/2012, redecastorphoto, The Spiked Review of Books, Tim Black, em: “Lord Byron, no Parlamento, em defesa dos luditas”
- 22/4/2012, redecastorphoto, Eric Hobsbawn, London Review of Books, em: “Depois da Guerra Fria - Eric Hobsbawm sobre Tony Judt”
- 9/10/2012, redecastorphoto, Ed.Verso (NY) em: “Introdução ao MANIFESTO COMUNISTA de Marx & Engels”
- 22/10/2012, redecastorphoto, Seumas Milne, The Guardian (UK), em: “O fim da Nova Ordem Mundial”
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