sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Diplomacia palestina agradece apoio de Portugal na ONU 14/12/2012

Agradecimento surge na sequência do voto a favor da elevação do estatuto da Palestina a Estado observador não-membro da ONU.




O ministro dos Negócios Estrangeiros da Autoridade Palestiniana, Riyad al-Malki, agradeceu a Portugal por ter votado a favor da elevação do estatuto da Palestina a Estado observador não-membro da ONU, no dia 29 de novembro.
«O meu Presidente, Mahmud Abbas, insistiu em vir pessoalmente a Portugal na sua primeira visita a alguns países na Europa para dizer obrigado a Portugal, ao Governo, à liderança, ao povo e, em particular, ao ministro dos Negócios Estrangeiros, pela sua decisão de votar a favor da elevação do estatuto da Palestina como Estado observador na Assembleia-geral das Nações Unidas», declarou Malki no final de uma reunião com o seu homólogo português, Paulo Portas, nota a Lusa.
O ministro dos Negócios Estrangeiros português, que se dirigiu a Malki como chefe da diplomacia do «Estado observador da Palestina na ONU», disse que «Portugal apoiou a resolução (na ONU) por considerar que esta representa a melhor aposta na paz e também significa o reconhecimento da liderança da Autoridade Palestiniana, nomeadamente do Presidente Abbas na via diplomática, no diálogo e na renúncia ao uso ou defesa da violência».
Riyad al-Malki, que esteve em Lisboa no início de novembro, reafirmou a disponibilidade da Autoridade Palestiniana para negociações de paz com Israel.
«Estamos totalmente comprometidos com o processo de negociações, diretas com o Estado de Israel, esperamos que Israel esteja pronto e encontrar-nos-á disponíveis para ultrapassar divergências e alcançar a paz e estabilidade na nossa região», declarou.
Por outro lado, referiu que a Autoridade Palestiniana está «muito preocupada com a política de colonização de Israel nos territórios palestinianos ocupados».
«Sentimo-nos encorajados com a forte posição que os países da União Europeia tomaram ao condenar a política de colonização de Israel e particularmente o projeto E1», colonato que impedirá a continuidade territorial entre a Cisjordânia e Jerusalém oriental, disse Malki.
Adiantou esperar que «Israel ouça as declarações e as palavras sensatas da União Europeia, dos EUA e de muitos países que são amigos de Israel, para que Israel compreenda que se quer paz, então o caminho é através de negociações diretas com a Palestina, é parando e evitando novas realidades no terreno que evitem a constituição do Estado palestiniano».
Paulo Portas assinalou que «a UE tem sido um dos maiores doadores da Autoridade Palestiniana», mas que «é preciso fazer mais».
«A UE pode e deve fazer e dizer sobre o conflito no Médio Oriente o que outros parceiros não possam definitivamente ou por enquanto dizer ou fazer», defendeu, insistindo que «a União Europeia deve ter um papel ativo numa iniciativa de paz no Médio Oriente».
«Portugal deixa claro que o recente anúncio pelas autoridades de Israel da intenção de expandir os colonatos na Cisjordânia incluindo Jerusalém oriental, é particularmente preocupante e por isso condenável na exata medida em que pode inviabilizar a construção de um segundo Estado, o Estado da Palestina, com contiguidade territorial», disse ainda o chefe da diplomacia portuguesa.
Mahmud Abbas e Riyad al-Malki iniciaram quarta-feira uma visita de dois dias a Portugal. Os dois dirigentes palestinianos foram recebidos pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, pelo Presidente da República, Cavaco Silva, e têm ainda um encontro com a presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves.

tvi24.iol.pt

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