terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Mineração fica dez vezes maior na década 25/12/2012


AGUIRRE TALENTO
DE BELÉM
PAULO PEIXOTO
DE BELO HORIZONTE
A despeito da crise econômica mundial, a produção mineral brasileira deverá fechar 2012 com crescimento expressivo em relação à década passada e em perspectiva de investimento recorde de US$ 75 bilhões até 2016.

A estimativa do Ibram (Instituto Brasileiro da Mineração) é que o valor da produção mineral brasileira atinja US$ 55 bilhões em 2012, um avanço de 900% em relação à marca de 2002 (US$ 5,5 bi).
O crescimento da última década colocou o Brasil em posição privilegiada no mercado mundial -os aportes previstos para o país até 2016 correspondem a 20% de todo o investimento global do setor previsto no período.
Nesse cenário destacam-se Minas Gerais e Pará com, respectivamente, 48% e 28% da produção nacional.
O principal minério explorado é o ferro, cujas exportações totalizaram US$ 41,8 bilhões em 2011.
"O boom do setor de mineração mundial na última década trouxe grandes projetos nesses dois Estados", diz Marcelo Tunes, diretor do Ibram.
O avanço, diz Tunes, foi impulsionado pela melhoria tecnológica e pelo melhor conhecimento das reservas já descobertas.
O crescimento da produção mineral nacional, contudo, não foi acompanhado por uma expansão da participação da mineração no PIB (Produto Interno Bruto).
Segundo o Plano Nacional de Mineração 2030, do Ministério de Minas e Energia, a mineração representava 0,8% do PIB em 1970 e 1,1% em 2008. O documento diz que a participação no PIB não cresceu por causa da expansão de outros setores da economia.
"A contribuição da mineração no PIB não é grande, mas ela fornece insumos a outras indústrias e cresceu em importância para o mercado externo", diz Tunes.
CRISE
O setor, porém, enfrenta agora um cenário de crise mundial. O Índice de Produção Mineral registrou crescimento de 0,97% no primeiro semestre de 2012, segundo dados do DNPFM (Departamento Nacional de Produção Mineral). O valor exportado pela indústria caiu 15,5% no período.
Essas quedas foram puxadas por um menor consumo de minério de ferro.
"As incertezas quanto ao consumo mundial, em especial ao chinês, vêm se concretizando gradualmente. Um reflexo é a diminuição das exportações brasileiras de ferro para esse país e o impacto na produção nacional", diz um informe do DNPM.
Apesar disso, as empresas do setor devem investir US$ 75 bilhões entre 2012 e 2016, prevê o Ibram.

Alex Argozino/Editoria de Arte/Folhapress
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