Tropas fancesas deslocando pelo interior de Mali - Foto: MD da França
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Itamaraty, embaixador Tovar da Silva Nunes, disse à Agência Brasil
que a Embaixada do Brasil do Mali (África) será mantida em
funcionamento. Segundo ele, até o momento, não há orientações para o
fechamento da unidade. A iniciativa brasileira vai de encontro às
decisões tomadas por vários governos, como o do Japão, que anunciou o
fechamento temporário da sua representação diplomática no Mali.
Ao mesmo tempo, as autoridades
brasileiras defendem a busca por um acordo negociado entre as forças
oficiais do Mali e os grupos extremistas, que atuam principalmente no
Norte do país. Para as autoridades, as ações ofensivas contra o
terrorismo têm mostrado poucos efeitos positivos. O governo brasileiro
também está preocupado com a preservação dos direitos humanos na região.
A crise no Mali se agravou nos últimos
dias, mas ela ocorre desde 2011. Ao fazer fronteira com oito países, o
Mali está entre os mais pobres da região. Dos cerca de 12 milhões de
habitantes, mais da metade vive abaixo da linha da pobreza. Incertezas
políticas e histórico de golpes de Estado fazem parte do cotidiano do
Mali. No próximo dia 29, a União Africana (que reúne 52 nações) debate a
crise no país.
Os grupos extremistas islâmicos, que
representam três comandos distintos, ocupam o Norte do Mali, enquanto o
governo tem o controle do Sul do país. A população se queixa da
insegurança e das pressões dos extremistas que usam a sharia (aplicação
dos preceitos islâmicos no cotidiano).
Os grupos extremistas que atuam o Norte
do Mali são: Al Qaeda do Magrebe Islâmico (Aqmi), Ansar Dine Movimento
para a Unidade e Jihad no Oeste Africano (Mujao). Em decorrência dos
confrontos entre os extremistas e as forças do governo, o número de
refugiados aumenta diariamente, segundo o Alto Comissariado das Nações
Unidas para os Refugiados (Acnur).
Um boletim, da semana passada, informou
que o número de refugiados do Mali para os países vizinhos em busca de
abrigo e segurança chega a 150 mil. Mas o Escritório de Coordenação dos
Assuntos Humanitários (Ocha) acrescentou que há cerca de 230 mil
cidadãos deslocados dentro do Mali.
O Mali é o sétimo maior país do
continente africano em extensão e um dos mais populosos da região,
cercado por sete países - Argélia, Níger, Mauritânia e Senegal, além da
Costa do Marfim, de Guiné e de Burkina Faso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário