Do O Globo
RIO – Após a presidente Dilma Rousseff ter autorizado a 11ª rodada de
licitações de campos de petróleo, para maio deste ano, dois dos mais
tradicionais estaleiros do Rio decidiram juntar suas forças, de olho em
novas encomendas. O Mac Laren Oil e o Rio Nave, ambos na Baía de
Guanabara, anunciam nos próximos dias a criação do Consórcio Rio de
Janeiro.
O consórcio nasce com cerca de R$ 70 milhões para investir e mais de
3,2 mil funcionários. Gisela Mac Laren, dona do estaleiro, fundado em
1938, diz que há muitas oportunidades para o setor de óleo e gás. Hoje,
segundo o Sinaval, o sindicato que reúne as empresas do setor naval, há
outros nove estaleiros em construção.
Atualmente, diz o Sinaval, há 367 embarcações sendo construídas no
país. Segundo Ariovaldo Rocha, presidente do sindicato, há a perspectiva
de que as encomendas aumentem ainda mais nos próximos dez anos,
elevando o número de empregos dos atuais 62 mil para 100 mil até 2017.
— As rodadas são uma oportunidade de crescimento para o setor. E a
criação do consórcio visa a capturar isso. Já iniciamos a ampliação do
cais e a modernização das instalações. A união com a Rio Nave é
importante, pois vamos ter um setor aquecido daqui para frente, com a
exploração e a produção de petróleo e gás. Com as regras de conteúdo
local do governo, há muita demanda — disse Gisela.
Foco nas embarcações de apoio e sondas de perfuração
Pelo acordo assinado, o espaço do Rio Nave, fundado em 1886 e
comandado por Mario Ouro Fino, será usado para a construção dos cascos.
Já o cais da Mac Laren será destinado à integração e ao acabamento das
embarcações.
— Os dois estaleiros são complementares. As conversas para a criação do consórcio começaram há seis meses — destacou Gisela.
As duas companhias pretendem concentrar a sua atuação na construção
de embarcações de apoio e disputar o projeto das sondas de perfuração
para o pré-sal. Assim como outros estaleiros do país, o consórcio tem
como parceira tecnológica a sueca GVA, subsidiária da americana KBR.
— As sondas de perfuração (28, encomendadas pela Petrobras) para
explorar o petróleo no pré-sal formam o principal projeto hoje do país —
explica Gisela.
Para fortalecer o setor naval do Rio, o governo do Estado do Rio
também está construindo, por R$ 250 milhões, um polo de navipeças em
Duque de Caxias. O objetivo é atrair investimentos privados de R$ 1,5
bilhão e gerar cinco mil empregos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário