Governo do Japão prepara aumento de impostos para os mais ricos 11/01/2013

O novo governo do Japão seguirá em breve os Estados Unidos e a França no aumento de impostos aos mais ricos, em meio às continuas preocupações com a grande dívida pública do país. O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, atraiu atenção global com promessas de ousados estímulos econômicos, incluindo um pacote para levantar a terceira maior economia do mundo, que será anunciado amanhã, e com pressão sobre o Banco do Japão (BoJ) para relaxar a política monetária. Mas, nos bastidores, o governo vem trabalhando em uma legislação para aumentar os impostos dos mais ricos e aqueles que incidem sobre propriedades de maior valor, segundo informaram hoje autoridades do governo.A medida deve ser anunciada oficialmente ainda este mês, mas precisa ser aprovada pelo Parlamento antes de se tornar lei. O aumento de impostos sinaliza que, apesar de o Partido Liberal Democrático (PLD) de Abe ser geralmente definido como "conservador", o debate sobre políticas econômicas no Japão é diferente do que é feito nos Estados Unidos, onde os republicanos se opõem a qualquer tipo de aumento de impostos.

As propostas de aumentos de impostos para os mais ricos gerariam 200 bilhões de ienes (US$ 2,3 bilhões) ao ano, uma parcela pequena comparada ao tamanho do déficit anual de mais de 40 trilhões de ienes do país. Segundo as autoridades, a taxa de imposto para a parcela mais rica da população subiria de 45% para 40%.Para incentivar a economia, o governo deve anunciar nesta sexta-feira, 11, novos estímulos no valor de 20 trilhões de ienes (US$ 227 bilhões), em um esforço de cumprir as promessas feitas durante a campanha para levantar a terceira maior economia do mundo.A maior parte do pacote de estímulos será destinada ao apoio à revitalização da indústria e reconstrução relativa aos desastres naturais ocorridos no país em março de 2011. A medida também inclui o aumento de gastos militares, de 100 bilhões de ienes para 4,6 trilhões de ienes (US$ 52,3 bilhões), o primeiro aumento do tipo em uma década.É esperado que o pacote forme a base do orçamento suplementar relativo ao restante do ano fiscal, que termina em 31 de março. Abe já afirmou que pretende elaborar o orçamento para o próximo ano até o final deste mês.